terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Desbravando o Oeste

Título no Brasil: Desbravando o Oeste
Título Original: The Way West
Ano de Lançamento: 1967
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Andrew V. McLaglen
Roteiro: Ben Maddow, Mitch Lindemann
Elenco: Kirk Douglas, Robert Mitchum, Richard Widmark, 
Lola Albright, Jack Elam, Stubby Kaye

Sinopse
O filme conta a história de um grupo de pioneiros que viaja em direção ao velho oeste, tendo como destino final o território do Oregon. A caravana enfrenta muitos desafios durante a longa jornada, entre eles o ataque de guerreiros nativos, a natureza selvagem da região, além da falta de água e comida naquela imensidão desértica, esquecida por Deus.

Comentários:
Excelente clássico do faroeste. O filme é valorizado por vários aspectos positivos, entre eles um bom roteiro e um elenco realmente excepcional. Os personagens dentro da história são bem desenvolvidos. O personagem de Kirk Douglas é o chefe da caravana, um tipo autoritário, implacável, que diz ter sido senador no passado, muito embora ninguém saiba ao certo se ele está dizendo a verdade. O destino de seu personagem na história gerou uma certa polêmica com o estúdio que queria um final diferente. O ator manteve posição e pediu respeito ao livro original. Sem dúvida uma escolha corajosa para a época. Já Robert Mitchum interpreta o guia da caravana. Um sujeito veterano, ponderado, de bom senso. Seu maior desafio pessoal é o fato de estar ficando cego. Enfim, um grande western, com uma ótima galeria de tipos e personagens bem estruturados. Um grande filme, sem a menor sombra de dúvidas. Um item para se ter na coleção particular de todo cinéfilo, para assim ver e rever sempre que desejar. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Minha Bela Dama

Título no Brasil: Minha Bela Dama
Título Original: My Fair Lady
Ano de Lançamento: 1964
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: George Cukor
Roteiro: Alan Jay Lerner, George Bernard Shaw
Elenco: Audrey Hepburn, Rex Harrison, Stanley Holloway, Wilfrid Hyde-White, Gladys Cooper, Jeremy Brett

Sinopse:
Um professor de fonética e um estudioso da linguagem e sotaques das classes sociais da Inglaterra faz uma aposta com um amigo de que pode transformar uma mulher pobre e do povo em uma verdadeira lady da alta sociedade londrina apenas ensinando a ela como pronunciar corretamente as palavras e mudando seu comportamento social. Filme vencedor de oito categorias no Oscar, entre elas a de melhor direção e melhor filme. 

Comentários:
A atriz Audrey Hepburn sempre foi um símbolo de elegância e sofisticacão em Hollywood. Por essa razão eu pude perceber desde a primeira cena desse filme um certo desconforto dela em seu papel, a de uma mulher grossa que vende flores no meio das ruas de Londres. Apenas quando ela se propõe a ser uma mulher fina e elegante é que o filme finalmente engrena e passa a funcionar. O diretor George Cukor era um homossexual no armário e nesse filme ele soltou todos os aspectos mais íntimos de sua personalidade gay. Por isso o filme tem esse excesso de luxo, glamour, muitas plumas e paetês. Um filme inegavelmente bonito de se assistir, com tudo o que a presença de uma Audrey Hepburn tinha direito. É um filme longo, um musical com mais de 3 horas de duração, por isso se exige um certo comprometimento do espectador, mas não se preocupe, a trilha sonora é repleta de boas músicas e o filme não se torna cansativo em nenhum momento. É um belo clássico do cinema.

Pablo Aluísio.

Amor à Italiana

Título no Brasil: Amor à Italiana
Título Original: Strange Bedfellows
Ano de Lançamento: 1965
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Melvin Frank
Roteiro: Norman Panama, Melvin Frank
Elenco: Rock Hudson, Gina Lollobrigida, Gig Young, Edward Judd, Howard St. John, Peggy Rea

Sinopse:
Nessa comédia romântica o ator Rock Hudson interpreta um executivo norte-americano que se apaixona e se casa com uma italiana de gênio forte, que gosta de uma boa briga, vivida pela estrela italiana Gina Lollobrigida. A situação fica tão ruim que ele pensa em divórcio. Só que vai precisar manter as aparências de um casamento perfeito para ter a promoção que tanto sonha na empresa onde trabalha. 

Comentários:
Nessa época as comédias românticas com o Rock Hudson já estavam saturadas pela repetição. Ele se acomodou nesse tipo de filme por anos, então um dia o público iria se cansar de ver a mesma coisa. Foi exatamente o que aconteceu. Nem a presença de puro carisma da atriz Gina Lollobrigida mudou esse quadro. Ela já tinha trabalhado ao lado de Rock em um filme bem melhor anos antes, mas a mesma química não rolou novamente nesse filme. Sua personagem tem muitos exageros, sempre jogando objetos no marido em brigas de fúria que parecem nunca ter fim! Ficou caricato, cansativo e nem um pouco engraçado. O filme até tem alguns bons momentos que nos arrancam alguns sorrisos, mas no quadro geral só serve mesmo para ter saudades das comédias que Rock Hudson fez ao lado de Doris Day, aquelas sim muito divertidas, com muito humor inteligente. Esse filme aqui soa apenas como uma cópia mal acabada. 

Pablo Aluísio.

Tarzan e a Tribo Nagasu

Título no Brasil: Tarzan e a Tribo Nagasu
Título Original: Tarzan's Fight for Life
Ano de Lançamento: 1958
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: H. Bruce Humberstone
Roteiro: Thomas Hal Phillips
Elenco: Gordon Scott, Eve Brent, Rickie Sorensen, Jil Jarmyn, James Edwards, Carl Benton Reid

Sinopse:
Dr. Sturdy está tentando estabelecer um hospital moderno na selva. Seus esforços são fortemente combatidos pelos guerreiros nativos da tribo Tribo Nagasu. Há sequestros, uma corrida contra o tempo pelo soro que vai ajudar os pacientes, a captura de Tarzan e a luta da medicina moderna contra a magia africana.

Comentários:
Eu gosto de chamar o Tarzan do Gordon Scott de "O Tarzan de brilhantina", pois era disso mesmo que se tratava. Ele surgia nas telas de cinema muito educado, muito polido, com inglês impecável, ou seja, nada parecido com o personagem original criado por Edgar Rice Burroughs em seus primeiros escritos de literatura de bolso do século passado. Ainda assim, o Gordon Scott teve sua importância nas aventuras do Tarzan no cinema da época. Os filmes eram lucrativos e mantinham a chama do personagem acessa. Ele era halterofilista e tinha a imagem certa para o papel, embora apresentasse características erradas ao personagem original. Esse foi um de seus filmes menos conhecidos. Hoje em dia o filme é uma raridade. De qualquer forma ele faria vários filmes como Tarzan, sempre com a brilhantina em dia, claro!

Pablo Aluísio.

Caçado pelos Cães de Guerra

Título no Brasil: Caçado pelos Cães de Guerra
Título Original: Wild Geese II
Ano de Lançamento: 1985
País: Estados Unidos, Reino Unido
Estúdio: Columbia-EMI-Warner
Direção: Peter R. Hunt
Roteiro: Reginald Rose
Elenco: Scott Glenn, Laurence Olivier, Patrick Stewart, Edward Fox, Barbara Carrera, Robert Webber

Sinopse:
Um grupo de mercenários formado por ingleses e americanos é contratado para libertar o líder nazista alemão Rudolf Hess da prisão de Spandau em Berlim. Continuação do filme "Os selvagens cães de guerra". Com roteiro parcialmente baseado em fatos reais.

Comentários:
O primeiro filme foi um grande sucesso de bilheteria e, de certa forma, inaugurou uma nova forma de se produzir filmes de guerra. O mais importante seria dar ao espectador excelentes cenas de ação. Sendo que aspectos históricos seriam meramente secundários. É certamente o que acontece nessa sequência, pois o filme, apesar de trazer alguns aspectos históricos reais, tem muito mais ficção em sua história do que se pode perceber em um primeiro momento. Parte do elenco do primeiro filme não retornou para essa sequência, mas os produtores conseguiram ainda reunir um bom elenco, com destaque para o grande veterano do cinema clássico Laurence Olivier em ótima performance como o nazista Rudolf Hess. Esse foi um dos homens mais importantes na ascensão do partido de Hitler ao poder. Embora esse filme não seja em nada melhor do que o primeiro, pelo menos ainda temos esse grande ator em cena. Isso sem dúvida compensa assistir ao filme. E o faz relevante ainda nos dias de hoje.

Pablo Aluísio.

domingo, 26 de fevereiro de 2023

Pamela Anderson - Uma História de Amor

Título no Brasil: Pamela Anderson - Uma História de Amor 
Título Original: Pamela, a Love Story
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Ryan White
Roteiro: Ryan White
Elenco: Pamela Anderson, Tommy Lee, David Hasselhoff, Kelly Slater, David Charvet, Rob Bowman

Sinopse:
Depois de uma série de sucesso sobre a sua vida pessoal, a atriz Pamela Anderson resolveu contar o seu lado da história. Em um longo depoimento e entrevista, ela relembra os principais momentos de sua carreira. Desde o auge, nos anos 90, até o momento atual, em que ela tenta retomar ao centro do palco, em uma adaptação de uma conhecida peça da Broadway. 

Comentários:
Eu até gostei desse filme, muito embora não se possa deixar de perceber que tudo é muito chapa branca. Feito mesmo para tentar levantar a carreira da Pamela de seu ostracismo atual. A Pamela Anderson foi provavelmente a mais popular bombshell dos anos 90. Foi um grande símbolo sexual, posando várias vezes para a revista Playboy. Depois ela foi parar em uma série de TV chamada "SOS Malibu". O programa era ruim, mas fez sucesso. Teve inúmeros casos amorosos, inclusive com notórios idiotas como Tommy Lee, baterista da banda de rock farofa Motley Crue. E tudo virou de cabeça para baixo quando um vídeo íntimo dela com o marido vazou na internet e de lá nunca mais saiu do ar. Penso que se ela errou muito, foi por ter se envolvido com as pessoas erradas. De qualquer forma, a bonita loira sobreviveu ao olho do furacão e hoje tenta renascer em sua carreira de atriz. Com mais de 50 anos, a beleza maravilhosa de seus anos passados já se foi. Não podemos esquecer que ela foi uma das primeiras e mais conhecidas peitudas de silicone de sua época. Virou ícone sensual do mundo pop. E agora, ao olhar para trás, para o passado, nem sempre tudo se torna uma experiência muito agradável.

Pablo Aluísio.

Os Últimos Czares

Título no Brasil: Os Últimos Czares
Título Original: The Last Czars
Ano de Lançamento: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: Nutopia Films
Direção: Adrian McDowall, Gareth Tunley
Roteiro: Dana Fainaru, Christopher Bell
Elenco: Robert Jack, Susanna Herbert, Ben Cartwright, Oliver Dimsdale, Bernice Stegers, Steffan Boje

Sinopse:
Essa minissérie analisa a história do último czar da Rússia. Através de cenas com atores e depoimentos de historiadores e especialistas em história da antiga monarquia que imperou na Rússia por mais de 300 anos, se procura entender como essa antiga dinastia desmoronou sob as mudanças promovidas pela revolução comunista russa.

Comentários:
A história de Nicolau II foi basicamente uma tragédia anunciada. Ele não tinha capacidade intelectual e nem de personalidade para liderar um Império como o russo naquele período histórico. Ele tinha uma mentalidade atrasada que ainda acreditava no poder divino dos artigos autocratas absolutistas da era medieval. Ao invés de tentar superar a grave crise econômica que se abatia sobre o Império russo, ele afundou ainda mais sua nação em duas guerras completamente estúpidas. E o fato da impopular Imperatriz ser uma fanática religiosa que acreditava no misticismo de um monge depravado e insano, chamado Rasputin, piorava ainda mais a crise. A situação social só poderia dar mesmo em revolução. De tudo o que aconteceu, o que podemos lamentar mesmo foi a morte das crianças e adolescentes, dos filhos do imperador. Pagaram pelos crimes do pai da forma mais brutal que se possa pensar. Enfim, gostei bastante desse documentário. Uma bela lição de história que não se pode esquecer.

Pablo Aluísio.

A Garota Desaparecida do Vaticano

Título no Brasil: A Garota Desaparecida do Vaticano
Título Original: The Disappearance of Emanuela Orlandi
Ano de Lançamento: 2022
País: Reino Unido, Itália
Estúdio: Netflix
Direção: Mark Lewis
Roteiro: Aurelio Laino, Mark Lewis
Elenco: Pietro Orlando, Andrea Purgatori, Natalina Orlandi, Carlo Belmondo, Federica Orlandi, Mauro Obinu

Sinopse:
Esse documentário procura desvendar o misterioso caso do desaparecimento de uma adolescente chamada Emanuela Orlandi, que vivia no Vaticano da década de 80. Ela sumiu sem deixar rastros. O que teria afinal acontecido?

Comentários:
Esse caso teve grande repercussão quando aconteceu. Em meu ponto de vista faltou ao Vaticano transparência e clareza sobre as investigações, sobre o que realmente teria acontecido. Isso acabou dando margem para o nascimento de várias teorias da conspiração que foram se tornando cada vez mais populares ao longo dos anos. A coisa tomou tamanha proporção que respingou até mesmo na batina do Papa João Paulo II, sendo que o caso segue em aberto até os dias de hoje, sem solução. E na tentativa de explicação entra de tudo, desde o envolvimento da máfia, de alguma autoridade da alta cúpula da igreja católica e tudo o mais que a sua imaginação possa imaginar. O céu é o limite! No final de tudo, triste mesmo deve ter sido o destino da garota. Destino esse que segue sendo um grande mistério!

Pablo Aluísio.

sábado, 25 de fevereiro de 2023

Emily em Paris

Título no Brasil: Emily em Paris 
Título Original: Emily in Paris
Ano de Lançamento: 2020
País: Estados Unidos
Estúdio: Darren Star Productions
Direção: Andrew Fleming, Peter Lauer
Roteiro: Darren Star, Sarah Choi
Elenco: Lily Collins, Philippine Leroy-Beaulieu, Ashley Park, Samuel Arnold, Camille Razat, Lucas Bravo

Sinopse:
Emily, uma Jovem executiva de marketing de Chicago, inesperadamente consegue o emprego dos seus sonhos em Paris quando sua empresa adquire uma empresa francesa de marketing de luxo - e ela tem a tarefa de renovar sua estratégia de mídia social. A nova vida de Emily em Paris vai trazer muitas mudanças em seu modo de ser.

Comentários:
Quando eu vi o nome de Darren Star nos créditos dessa série, já sabia do que se tratava. Poucas pessoas do ramo de entretenimento fizeram tanto sucesso nesse ramo de séries produzidas para adolescentes. E isso vem de longe. Basta lembrar de Barrados no Baile. Depois, agora, muitos anos depois, conseguiu outro grande sucesso comercial. Essa série é grande sucesso entre os adolescentes, virou quase uma febre que popularidade. Vamos dar o braço a torcer, tudo é muito bem produzido. Bem direcionado para esse público, em especial. Só não espere algo muito dramático ou de relevância cultural. É um produto pop, por excelência. E tão relevante culturalmente quanto uma caixinha de bombons. Não alimenta, não engradece, mas para o momento não haveria nada mais saboroso para os jovens. Fora isso, é a tal coisa, como eu não estou mais dentro desse público alvo nem perco muito tempo em comentar mais sobre outros aspectos da Série. Ela definitivamente não foi feita para pessoas como eu.

Pablo Aluísio.

Ghost Wars

Título no Brasil: Ghost Wars
Título Original: Ghost Wars
Ano de Lançamento: 2017 - 2018
País: Estados Unidos
Estúdio: Nomadic Pictures
Direção: Simon Barry, Mathias Herndl
Roteiro: Simon Barry, Gemma Holdway
Elenco: Avan Jogia, Kim Coates, Luvia Petersen, Jesse Moss, Sonja Bennett, Sarah Giles

Sinopse:
Uma remota cidade do Alasca é invadida por forças paranormais, e o pária local Roman Mercer (Jogia) deve superar os preconceitos da cidade e seus próprios demônios pessoais se quiser aproveitar seus poderes psíquicos reprimidos e salvar todos da assombração em massa que ameaça destruir o lugar.

Comentários:
Até que essa Minissérie começa bem. As situações de terror e suspense são bem trabalhadas. Realmente, tudo leva a crer que haverá uma boa história pela frente. Os dois primeiros episódios seguem muito bem em termos de roteiro e situações. Só que a perspectiva de algo bom dura pouco. A história dá uma guinada em busca de uma explicação racional para os eventos que parecem ser de origem paranormal. O roteiro aparece com uma grande corporação que, de modo nada convincente, está por trás dos acontecimentos. Parece uma daquelas grandes empresas saídas do roteiro de Resident Evil. E aí não tem mais salvação! Vira uma grande porcaria. Eu mesmo larguei a série no terceiro episódio e não pretendo voltar. Eu queria uma boa história de fantasmas e assombrações para assistir. Não outra série que jogasse todas as culpas em uma empresa de alta tecnologia. Não sei vocês, mas eu já estou de saco cheio desse tipo de enredo.

Pablo Aluísio.

Dentro da Mente de um Gato

Título no Brasil: Dentro da Mente de um Gato
Título Original: Inside the Mind of a Cat
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Andy Mitchell
Roteiro: Andy Mitchell
Elenco: Neil Wilson, Bruce Kornriech, Kristyn Vitale, Saho Takagi, Svitlana Savytska, Maryna Savitska

Sinopse:
Especialistas em gatos mergulham na mente do felino para revelar as verdadeiras capacidades do animal de estimação neste documentário cativante e também muito fofinho. Tudo feito para que você possa entender como pensa seu gatinho de estimação.

Comentários:
Então você começou a criar um gato e de vez em quando, se pega em situações complicadas de resolver? Uma boa dica é assistir a este documentário que está na Netflix, disponível para os assinantes. Ele traz de forma bem didática e simples o resultado de inúmeras pesquisas que foram realizadas ao longo dos anos sobre esses animais de estimação. O curioso é que os gatos, apesar de terem sido domesticados pelos seres humanos há milhares de anos, ainda mantém seus instintos selvagens básicos. Por isso eles não são animais assim tão fáceis de se lidar e de se compreender. O espectador ao assistir a esse documentário, vai entender, entre outras coisas, sobre a tal suposta grande independência desses pequenos felinos. Também entenderá os traços e as características de sua personalidade ímpar dentro do reino animal. Eu achei tudo extremamente interessante, bem produzido. Então, deixo a dica para quem quer criar um gatinho em casa.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Os Segredos de Saqqara

Título no Brasil: Os Segredos de Saqqara
Título Original: Secrets of the Saqqara Tomb
Ano de Lançamento: 2020
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: James Tovell
Roteiro: James Tovell
Elenco: Ahmed Zikrey Abdellhak, Ghareeb Ali Mohammed Abushousha, Nabil Eldaleel, Mustafa Abdo Sadek Mahmoud

Sinopse:
Documentário da Netflix que mostra uma expedição de arqueólogos na região de Saqqara. Todos em busca de tumbas da realeza do antigo Egito. Acabam descobrindo uma curiosa tumba de uma família real. Que segredos aquela tumba poderia revelar para os estudiosos? As areias do tempo, pelo visto, deixaram suas marcas.

Comentários:
Eu sempre gostei muito desse tipo de documentário sobre o Egito antigo. Essas buscas por Tumbas, que tem em média 4000 a 5000 anos, realmente fascina aquele que gosta de história de um modo em geral. Pena que por ser tão antigas, as maiorias dessas tumbas já foram saqueadas por invasores ao longo dos séculos. Afinal, esses Nobres do Egito antigo se enterravam com todos os seus bens. Inclusive ouro e pedras preciosas. Então os ladrões de tumbas não deixavam barato, estavam sempre buscando esses tesouros enterrados. O foco desse documentário não é a escavação de uma tumba faraônica, mas sim de tumbas antigas da nobreza. Todas muito bem elaboradas, com desenhos e hieróglifos milenares em suas paredes. Realmente ser um arqueólogo no Egito se torrna algo bem trabalhoso. E nem sempre as descobertas são tão recompensadoras. Muitas vezes, apenas a busca é que torna tudo tão interessante.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

O Assassino da Times Square

Título no Brasil: O Assassino da Times Square
Título Original: The Times Square Killer
Ano de Lançamento: 2021
País: Estados Unidos
Estúdio: Imagine Documentaries
Direção: Joe Berlinger
Roteiro: Joe Berlinger
Elenco: Richard Cottingham, Vernon Geberth, Malcolm Reiman, Peter Vronsky, Melinda Chateauvert, Josh Alan Friedman

Sinopse:
Na década de 1970, uma série de prostitutas são encontradas mortas em pequenos hotéis situados nos arredores da Times Square, em Nova Iorque. Os assassinatos são cometidos com extrema violência, inclusive com decapitação e desmembramento do corpo das vítimas. As investigações ficam perdidas por um certo tempo, mas aos poucos, os policiais de Nova Iorque e New Jersey, finalmente chegam no principal suspeito.

Comentários:
Mas uma Minissérie documental que está disponível na Netflix com a marca de qualidade "Cena do Crime". Aqui temos a história de um serial killer que atuou na área de Nova Iorque durante a década de 1970. Seu lugar de atuação era na famosa Times Square. Hoje essa região é conhecida pelo glamour e pelo grande fluxo de turistas, mas nos anos 70 era uma verdadeira lata de lixo urbano. Havia muita prostituição, crimes e casas comerciais que vendiam pornografia barata. Um verdadeiro paraíso para predadores sexuais violentos, como Richard Cottingham. O que me deixou surpreso nesse documentário foi o fato de que esse serial killer atuou durante muitos anos, bem no coração do centro financeiro dos Estados Unidos. E segundo estimativas policiais, ele matou muitas mulheres. Alguns dados informam que ele teria sido o assassino de mais de 80 mulheres! Seus alvos preferidos eram prostitutas e jovens estudantes pobres. Daí eu pergunto, como foi possível que a polícia deixou um assassino em série como esse atuar por tanto tempo? E, como todo serial killer, ele também mantinha uma fachada de cidadão impecável, homem de bem, pai de família, como sempre acontece nesses casos. No fundo, era um criminoso extremamente violento e perigoso. Ele tinha o perfil padrão desse tipo de criminoso serial.

Pablo Aluísio.

Sombra Lunar

Título no Brasil: Sombra Lunar
Título Original: In the Shadow of the Moon
Ano de Lançamento: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Jim Mickle
Roteiro: Gregory Weidman, Geoffrey Tock
Elenco: Boyd Holbrook, Cleopatra Coleman, Michael C. Hall, Bokeem Woodbine, Sarah Dugdale, Quincy Kirkwood

Sinopse:
Ao longo de décadas uma garota em especial surge nas cenas de crimes violentos. Um policial da Filadélfia cria a teoria de que essa garota seria, na verdade, uma viajante no tempo. Ela estaria de alguma forma ligada com os crimes. Por se tratar de uma teoria muito fora da realidade, fica complicado para ele provar para os seus companheiros de que o que está investigando seria realmente fruto da realidade.

Comentários:
Esta temática das viagens no tempo já foi bastante explorada no mundo do cinema. De certa forma, é uma questão até mesmo um tanto saturada. Fazer um filme de ficção com esse tema fica complicado justamente por causa desse passado. Sempre se corre o risco de se repetir o que já foi feito e de uma forma melhor. Esse filme tenta trazer algum aspecto inovador e, de certa forma, em alguns momentos, consegue mesmo soar interessante. Só que é aquela coisa, nada do que você verá nesse filme vai soar como novidade. A questão de se voltar ao passado para matar pessoas que iriam causar grandes danos na história não é novidade. Basta lembrar, e essa é a referência mais óbvia, da série de filmes "O Exterminador do Futuro". Lá, o viajante do tempo era uma máquina assassina que dava medo. Aqui é uma adolescente, meio birrenta, que achei bem chatinha. Ao invés de matar seus alvos com armas poderosas, ela usa uma seringa com vírus desconhecido da ciência atual. Para quem cresceu com a violência e as cenas de ação de "O Exterminador do futuro", tudo me soou muito soft demais. É um filme de ficção que apenas repete o que já foi feito no cnema dos anos 80. E antes era muito melhor!

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Elvis Presley - Elvis' Christmas Album - Parte 2

O disco abre com "Santa Claus Is Back in Town", uma faixa que é puro blues. Dois terços da população da cidade de Memphis era formada por pessoas negras. Isso dá uma ideia da grande influência cultural dessa parcela do povo na cultura da cidade de uma forma em geral. É claro que o jovem Elvis absorveu tudo isso. Ele ouvia com regularidade as estações negras da cidade. Elvis nunca foi um homem racista, muito pelo contrário. Ele sabia o que tinha ou não qualidade musical. E havia muita qualidade nas gravações dos artistas black. Obviamente, tudo isso, toda essa influência, passou para a sua própria musicalidade. O blues nasceu nas grandes plantações de algodão do sul. Era um lamento dos escravos negros que foram traficados para a América do Norte por séculos. Era cultura preta em sua mais pura essência.

Agora imaginem um homem branco americano, de classe média, dos anos 50, comprando esse disco natalino, levando para casa, para ouvi-lo pela primeira vez. Um sujeito que poderia até mesmo se considerar um conservador. De repente, ele coloca o disco para tocar e o que ele ouve? Um blues visceral cantado por Elvis! A letra até poderia soar bem de acordo com a cultura média branca da época, mas o som, a musicalidade, era pura black music. Não me admira em nada que houve até mesmo boicotes contra o álbum. Quem era racista não admitiria uma coisa dessas, ainda mais sendo consumido pelas suas jovens fiilhas adolescentes no sul dos Estados Unidos, onde, nem preciso dizer, era muito presente o racismo nos lares americanos. Uma situação social realmente deplorável.

Já o Coronel Parker queria um disco natalino bem tradicional. E para se ter um repertório nesse estilo, era necessário também apelar para os grandes compositores clássicos. Poucos compositores foram tão clássicos dentro da cultura musical dos Estados Unidos do que Irving Berlin. Um compositor sutil, elegante, de músicas que ficaram para sempre gravados dentro da mais alta cultura dos Estados Unidos. Justamente o que temos aqui na segunda faixa, "White Christmas". Elvis deve ter sentido o peso de gravar uma faixa como essa, embora clássicos não tenham sido uma novidade para ele. Presley já havia flertado com essa linha musical, até mesmo no lado B do disco "Loving You". Já havia gravado, por exemplo, Cole Porter. De qualquer forma, a gravação é excelente e do mais alto nível, tudo obviamente, com um toque do próprio Elvis e seu estilo musical. Pura cultura da tal elite branca da época.

O álbum assim abria com duas faixas bem representativas dos dois lados culturais da América. Mesclava a cultura negra e a cultura branca. Sem dúvida, era algo que não se esperaria de um disco natalino naqueles tempos. A década de 1950 foi uma das mais conservadoras e tradicionais da história americana. Os costumes culturais e sociais de segregação racial imperavam dentro daquela comunidade. Elvis surgira assim como um verdadeiro desbravador, um cara branco que ousou misturar tudo com a negritude dos guetos de Memphis. E tornou isso a fonte principal de sua música. Grande parte de sua genialidade artística veio justamente dessa mistura de culturas tão distintas e historicamente tão separadas.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

Randolph Scott e o Velho Oeste - Parte 11

O filme "Suzana" (Susannah of the Mounties) foi lançado em 1939. Com direção da dupla de cineastas William A. Seiter e Walter Lang (esse último não creditado), o faroeste contava uma história interessante. O roteiro mostrava um problema que nem sempre era tratado pelos filmes da época. A questão das crianças órfãs, quando os pais eram mortos em conflitos entre os colonizadores e os índios. Quem cuidava dessas crianças? Scott aqui interpreta o bom homem que resolve adotar uma dessas órfãs. Curiosamente esse filme foi colorizado, mas prefiro muito mais a versão original, em preto e branco.

O filme seguinte segue sendo muito especial para fãs do western. Isso porque nessa produção o ator Randoloh Scott interpretou ninguém menos do que o lendário xerife Wyatt Earp. Estou me referindo, é claro, a um dos personagens mais mitológicos do velho oeste americano. Um personagem histórico, que realmente existiu. "A Lei da Fronteira" (Frontier Marshal, Estados Unidos, 1939) é um desses filmes até complicados de achar, mas caso você consiga não deixe de adquirir para sua coleção de filmes clássicos e de western. Item indispensável.

O filme seguinte de Scott não foi um faroeste ao velho estilo, mas sim um filme de guerra chamado "Vigilantes do Mar" (Coast Guard, Estados Unidos, 1939). Um filme bem pouco conhecido hoje em dia, mas que seguiu o clima de euforia que se seguia naqueles tempos conturbados. Não é desnecessário lembrar que o mundo estava nas vésperas do maior conflito da história, a II Grande Guerra Mundial. Com os ânimos patrióticos em alta, os estúdios corriam para faturar em cima desse tipo de sentimento dos americanos.

E o fim da década de 1930 chegou para Scott com o lançamento de sua último filme dos anos 30, chamado "20.000 Homens por Ano" (20,000 Men a Year, Estados Unidos, 1939). Dirigido por Alfred E. Green, também era um filme sobre militarismo, mas ao invés da marinha do filme anterior, tínhamos aqui a história de um piloto da força aérea. Os fãs curtiram e prestigiaram, mas o fato é que as pessoas (principalmente os mais jovens) queriam ver Randolph Scott interpretando cowboys e não aviadores. E o ator entendeu bem esse recado.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Luzes da Cidade

Título no Brasil: Luzes da Cidade
Título Original: City Lights
Ano de Lançamento: 1931
País: Estados Unidos
Estúdio: Charles Chaplin Productions
Direção: Charles Chaplin
Roteiro: Charles Chaplin
Elenco: Charles Chaplin, Virginia Cherrill, Florence Lee, Harry Myers, Al Ernest Garcia, Hank Mann

Sinopse:
O adorável vagabundo Carlitos (Charles Chaplin) se apaixona por uma pobre vendedora cega de flores na rua e decide ajudá-la. Ele tenta ganhar dinheiro de todas as formas para bancar sua cirurgia que lhe trará de volta a sua visão. Seu maior sonho é que ela volte a ver as luzes da cidade.

Comentários:
Chaplin passou muitos meses escrevendo e reescrevendo o roteiro desse filme. Ele queria que fosse a despedida final de seu personagem, Carlitos, que tanto sucesso lhe havia trazido ao longo de toda a sua carreira. Por isso ele se empenhou tanto em escrever uma boa história. A inspiração veio por acaso, quando encontrou uma vendedora de flores cega nas ruas de Los Angeles. Ele ficou comovido com a forma que aquela mulher tentava ganhar a vida, sobreviver no dia a dia. Chaplin trouxe tanta sensibilidade e humanismo para esse filme que até hoje ele é considerado a obra-prima definitiva do personagem Carlitos no cinema. A crítica pensou que o filme seria prontamente o grande vencedor do Oscar naquele ano, mas, como todos sabemos, Chaplin foi um dos maiores injustiçados dessa premiação na história. De qualquer maneira, não faz falta. O filme é considerado, mesmo sem o Oscar, um clássico eterno da história de Hollywood.

Pablo Aluísio.

As Aventuras de Robin Hood

Título no Brasil: As Aventuras de Robin Hood
Título Original: The Adventures of Robin Hood
Ano de Lançamento: 1938
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Michael Curtiz, William Keighley
Roteiro: Norman Reilly Raine, Seton I. Miller
Elenco: Errol Flynn, Olivia de Havilland, Basil Rathbone, Claude Rains, Patric Knowles, Eugene Pallette

Sinopse:
Adaptação para o cinema da lenda de Robin Wood. Um ladrão e bandoleiro medieval que roubava dos ricos para dar aos pobres nas florestas da Inglaterra. E por essa razão, acabou sendo amado pelo povo que vivia oprimido pelas autoridades opressivas daqueles tempos difíceis. 

Comentários:
Ainda hoje, esse filme é considerado uma das melhores aventuras produzidas na história de Hollywood. Realmente é um filme tecnicamente perfeito. Mesmo após tantos anos de seu lançamento original. Foi um grande sucesso de bilheteria e de crítica, alcançando números comerciais espantosos para a época. Acabou se tornando o maior sucesso da história da carreira do ator Errol Flynn, que naqueles anos era o nome mais popular da indústria cinematográfica norte-americana. E isso foi, de certa forma, uma surpresa, porque a produção do filme foi conturbada. O orçamento estourou e o filme acabou custando o dobro do que era previsto pela Warner. Houve problemas de relacionamento entre o astro e o diretor. Errol Flynn resolveu seduzir a mulher de Michael Curtiz nas filmagens. Mesmo com tantos problemas, o filme superou tudo e hoje é considerado um grande marco da história do cinema. Criou várias situações narrativas que até atualmente são incorporadas e copiadas aos filmes desse gênero cinematográfico. Venceu a barreira do tempo e é considerado um grande entretenimento.

Pablo Aluísio.

domingo, 19 de fevereiro de 2023

O Campo da Morte do Texas

Título no Brasil: O Campo da Morte do Texas
Título Original: The Texas Killing Fields
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: Imagine Documentaries
Direção: Jessica Dimmock
Roteiro: Jessica Dimmock
Elenco: Richard Rennison, Skip Hollandsworth, Lise Olsen, Tim Miller, Kathryn Casey, Nina Edwards

Sinopse:
Jovens garotas passam a desaparecer no Texas. Após várias investigações da polícia regional e do FBI, seus corpos foram encontrados, localizados na região de uma grande rodovia ligando as cidades de Houston e Galveston. Os crimes seriam de autoria de um único assassino em série? Ou haveria vários psicopatas atuando naquela região? 

Comentários:
Minissérie em 3 episódios que mostra a luta de parentes e autoridades para descobrir o autor ou autores desses crimes bárbaros. Esse título faz parte de uma linha maior de programas com a marca "Cenas do crime" (Crime Scene). Praticamente todos eles estão disponíveis na grade de programação da Netflix. O interessante desse em particular é que as investigações duraram anos. Muitas garotas só tiveram suas identidades desvendadas com o avanço da tecnologia forense. Por essa razão, é uma opção interessante para estudantes de direito que queiram se aprofundar no mundo da criminologia. Mostra aspectos interessantes que muitos brasileiros desconhecem, como a própria imperícia da polícia dos Estados Unidos. Se não fossem os esforços de certos parentes em buscas de suas filhas desaparecidas, muitos desses crimes nunca teriam sido desvendados. Nesse aspecto, o personagem mais interessante dessa série é um senhor já idoso, cuja filha desapareceu há muitos anos. Ele criou uma associação de ajuda para famílias das vítimas de crimes semelhantes. E sua luta rendeu bons resultados, pois em muitos casos houve a solução de crimes horrendos. Uma lição de vida de alguém sempre em busca da justiça. 

Pablo Aluísio.

Sally: Fisiculturismo e Assassinato

Título no Brasil: Sally - Fisiculturismo e Assassinato
Título Original: Killer Sally
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Nanette Burstein
Roteiro: Nanette Burstein
Elenco: Sally McNeil, John Lowden, Shantina Lowden, Shannon Brown, Peggy Hook, Dan Goldstein

Sinopse:
Minissérie dividida em episódios que conta a história de Sally McNeil, uma fisiculturista da década de 1990, que matou o próprio marido a tiros de espingarda após uma grande discussão no Dia dos Namorados. Teria sido um caso de legítima defesa após uma agressão dele ou ao contrário, teria sido um ato de vingança após ela descobrir que ele tinha uma amante mais jovem?

Comentários:
Na década de 1990, houve uma explosão do fisiculturismo nos Estados Unidos. O casal retratado nessa minissérie era competidor de diversos títulos de fisiculturismo naquela época. O marido chegou inclusive a participar do prestigiado mister Olímpia. Na busca pelo corpo perfeito, havia também muitos excessos, com abuso de substâncias químicas, como os asteroides anabolizantes. E isso, de certa forma, aumentava a agressividade dos competidores. A minissérie mostra um caso criminal ocorrido entre esse casal que vivia nesse circuito de competições de fisiculturismo. A esposa matou com 2 tiros de espingarda o próprio marido, após descobrir uma traição. Levada ao tribunal do júri, ela tentou defender a tese de que havia sido espancada por ele. Haveria algum fundo de verdade nisso, ou foi simplesmente um ato de vingança? Gostei desse retorno aos anos 90 com seus excessos culturais e essa onda de musculação que varreu o mundo de forma sem precedentes na época. A Sally havia sido das forças armadas dos Estados Unidos e largou tudo para apostar numa carreira de fisiculturismo. Só que esse crime aconteceu e tudo foi por água abaixo. Um bom caso criminal dissecado nessa minissérie, que está disponível na Netflix.

Pablo Aluísio.

sábado, 18 de fevereiro de 2023

Carrington

Título no Brasil: Carrington, Dias de Paixão
Título Original: Carrington
Ano de Lançamento: 1995
País: Reino Unido
Estúdio: PolyGram Filmed Entertainment
Direção: Christopher Hampton
Roteiro: Christopher Hampton
Elenco: Emma Thompson, Jonathan Pryce, Steven Waddington, Samuel West, Rufus Sewell, Penelope Wilton

Sinopse:
Poucos dias antes do começo da primeira guerra mundial, uma pintora chamada Dora Carrington (Emma Thompson) se apaixona pelo escritor Lytton Strachey (Jonathan Pryce). O grande problema é que é um amor que vai ter que superar várias barreiras. Entre elas, o fato dele ser homossexual. Filme com história baseada em fatos históricos reais.

Comentários:
Mais um excelente filme inglês. Baseado em uma história real. O tema é delicado e polêmico e coloca a questão sobre um relacionamento envolvendo uma mulher e um homem homossexual. Poderia haver possibilidade de uma paixão assim dar certo, ou seguir em frente? Ou ficaria tudo no plano do puro platonismo? O filme foi extremamente elogiado em seu lançamento original. A grande interpretação do ator Jonathan Pryce lhe valeu um prêmio especial no prestigiado festival de Cannes. E por falar em talento, coube a Emma Thompson colocar tudo em frente. Ela leu o roteiro original e ficou decidida a levar essa história para o cinema. Se tornou produtora executiva do filme e acabou escalando o seu amigo, o roteirista Christopher Hampton, para a direção. O resultado é excelente, um claro exemplar da elegância e da finesse cultural do cinema britânico de uma forma em geral. É, sem sombra de dúvidas, um dos melhores filmes ingleses produzidos na década de 1990. Especialmente recomendado para cinéfilos de bom e refinado gosto cinematográfico.

Pablo Aluísio.

O Padre

Título no Brasil: O Padre
Título Original: Priest
Ano de Lançamento: 1994
País: Reino Unido
Estúdio: BBC Films
Direção: Antonia Bird
Roteiro: Jimmy McGovern
Elenco: Linus Roache, Tom Wilkinson, Robert Carlyle, Cathy Tyson, Lesley Sharp, Christine Tremarco

Sinopse:
Um padre católico homossexual descobre durante o confessionário que uma jovem está sendo abusada sexualmente pelo pai e precisa decidir como lidar com esse segredo e com os seus próprios segredos pessoais.

Comentários:
Ao longo dos anos, vários filmes receberam o título de "O Padre". Por isso é fácil confundir os filmes entre si. Esse aqui é um filme inglês lançado na década de 1990 e que chegou a ser lançado igualmente nas locadoras brasileiras. É uma produção em parceria entre a BBC inglesa e a Miramax norte-americana. O personagem principal é um padre que tenta esconder sua homossexualidade ao mesmo tempo em que precisa ajudar uma fiel que lhe contou em segredo um crime. Tudo lhe foi passado em confissão. Foram relatados abusos sexuais envolvendo uma jovem de sua paróquia. E aí entra diversos aspectos delicados nessa equação. Como denunciar algo da confissão? Ele não pode abertamente denunciar para as autoridades policiais o que ouviu. E como também tem seus próprios segredos, precisa agir com a devida cautela. E nesse processo, acaba sofrendo uma crise ética pessoal muito acentuada. Um filme muito bom, muito bem dirigido e com excelente elenco. O cinema inglês nunca decepciona na elegância e sofisticação ao tratar mesmo dos temas mais complicados.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Alerta Máximo

Alerta Máximo
Nesse filme o ator Gerard Butler interpreta um comandante de avião comercial que vai fazer um voo entre Cingapura e Tóquio, no Japão. A viagem conta com poucos passageiros, pois será realizada na noite de ano novo. Realmente ninguém quer passar o réveillon dentro de um avião. Entre os passageiros se encontra um criminoso condenado, acompanhado de escolta policial. Mas os problemas não param por aí. Na rota do avião está uma grande tempestade tropical. E atravessá-la vai ser um desafio. Um raio acaba atingindo o sistema de energia do avião, que sofre uma pane geral. Voando manualmente, ele precisa chegar em um lugar seguro para pousar. Acaba encontrando uma velha pista em uma ilha remota e distante das Filipinas. O problema é que a região é conhecida por ser um local de atividade de guerrilhas criminosas. Esses bandidos são acostumados a sequestraram estrangeiros e pedirem resgate por suas vidas. Não vai ser fácil sobreviver a tantos desafios. 

Esse é um bom filme, tem seus clichês e em alguns momentos você sabe com antecedência o que vai acontecer, mas ainda assim se mantém interessante do começo ao fim. Gerard Butler realmente se especializou em fitas de ação, como se tem visto em seus últimos lançamentos. São filmes com boa produção e que se tornam eficazes na tela. De certa maneira, ele tem acertado em suas escolhas, e esse filme é mais um uma boa opção para quem gosta desse tipo de produção. Há três atos distintos e bem localizados na narrativa. A crise em pleno voo, as situações de perigo em pouso e por final, a tentativa de sair daquela ilha de qualquer forma. Coloque aí um grupo mercenário de resgate, e você terá um bom filme no final de tudo.

Alerta Máximo (Plane, Estados Unidos, 2023) Direção: Jean-François Richet / Roteiro: Charles Cumming, J.P. Davis / Elenco: Gerard Butler, Mike Colter, Tony Goldwyn / Sinopse: Gerard Butler interpreta um comandante de avião comercial que vai fazer um voo entre Cingapura e Tóquio, no Japão. Uma viagem mais do que perigosa. Não vai ser nada fácil sobreviver a tantos desafios. 
Pablo Aluísio.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

O Meme do Mal

O Meme do Mal
Pelo visto, Hollywood está sempre antenada com os acontecimentos. Recentemente surgiu uma espécie de desafio para crianças e adolescentes na internet. São situações que preocupam pais e professores, pois colocam em risco a própria integridade física das crianças. Basta lembrar do desafio da baleia azul e da momo. Essa última parece ser a grande motriz incentivadora do roteiro desse fraco filme de terror. Na história, uma garota adolescente acaba se envolvendo em situações perigosas na net. E ela passa a ver uma criatura estranha que surge nas sombras. Parece existir uma ligação psicológica com os pais, mas esqueça isso. O roteiro até que começa essa discussão, mas não leva em frente. Ao invés disso, tudo se resume a partir de certo momento, em mostrar os ataques dessa criatura estranha. 

E aí está o grande problema do filme como um todo. A tal criatura é muito mal feita. Em determinadas cenas, lembra até mesmo um daqueles bonecos de Carnaval de Olinda. Os roteiristas também não se preocuparam em nada em criar uma certa estrutura fixa para o monstro. Todo momento ele aparece com tamanhos diferentes. Surge com 4 metros de altura para depois ser do tamanho de uma pessoa normal entrando em uma casa. Isso é desleixo de um roteiro realmente muito mal feito, de um filme que não assusta. E também demonstra um certo oportunismo barato em aproveitar esses desafios da internet para escrever um roteiro feito às pressas. E fechando tudo com mais uma patifaria, temos esse péssimo título nacional que se torna até mesmo um caso de humor involuntário. Assim, não há filme que sustente em pé diante de tantos aspectos negativos.

O Meme do Mal (Grimcutty, Estados Unidos, 2022) Direção: John Ross / Roteiro: John Ross / Elenco: Shannyn Sossamon, Sara Wolfkind, Usman Ally / Sinopse: Uma garota adolescente acaba se envolvendo em situações perigosas na net. E ela passa a ver uma criatura estranha que surge nas sombras. 

Pablo Aluísio.

The Requin - À Deriva

The Requin - À Deriva
Para que você venha a gostar desse filme, você tem que ter ainda paciência para filmes de tubarão. Esse tipo de filme virou um nicho cinematográfico tão explorado nos anos recentes, que virou até deboche em uma série de filmes ruins. Esse aqui tenta partir de pelo menos uma premissa um pouco diferente. Um casal de norte-americanos se hospeda em uma espécie de bangalô flutuante em um resort turístico no Vietnã. Quando chega uma grande tempestade tropical, esse bangalô se desloca do hotel e vai parar em alto mar. O marido está ferido, sangrando muito. Isso significa que em alto mar, se você sangra, você atrai um monte de tubarões brancos. Então fica assim estabelecida a situação limite central colocada pelo roteiro, com esse casal em alto mar, em um bangalô flutuante e cercado de tubarões por todos os lados. 

Eles tentam fazer uma fogueira para que a fumaça chame a atenção. Só que o tiro sai pela culatra e o próprio bangalô pega fogo, pois era de madeira. A burrice dos personagens é grande, como se pode perceber. Depois disso, não há muito o que se falar. O filme se resume a uma série de ataques sangrentos envolvendo o casal. O filme até que sustenta, porque não cai no deboche e nem na galhofa. É um filme que se leva a sério. Tem algumas boas cenas que realmente mantém o interesse, mas no geral não escapa muito da saturação que esses filmes estão sofrendo há anos. Para falar a verdade, apenas o primeiro Tubarão de Spielberg, lançado nos anos 70, tem um certo status cinematográfico. Todo o resto soa como imitação barata daquele filme original.

The Requin - À Deriva (The Requin, Estados Unidos, 2022) Direção: Le-Van Kiet / Roteiro: Le-Van Kiet / Elenco: Alicia Silverstone, James Tupper, Deirdre O'Connell / Sinopse: Um casal de norte-americanos se hospeda em uma espécie de bangalô flutuante em um resort turístico no Vietnã. Quando chega uma grande tempestade tropical, esse bangalô se desloca do hotel e vai parar em alto mar, cercado de tubarões por todos os lados. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Elvis Presley - King Creole - Parte 1

Falando sinceramente Elvis Presley nunca contou com a boa vontade dos críticos de cinema ao longo de sua carreira. Via de regra seus filmes e suas atuações eram criticadas severamente pelos especialistas da sétima arte. Porém como toda regra tem exceção, em "Balada Sangrenta" (King Creole, 1958) ele finalmente recebeu elogios. As razões são muitas e até bem diferentes entre si. "King Creole" era cinema puro, cinema de qualidade. O fato do protagonista ser interpretado por um rockstar era um mero detalhe. Penso que os fãs de cinema sempre rejeitaram quando ídolos da música tentaram fazer sucesso nesse campo cultural. Havia uma barreira entre as artes. Quem era do cinema estava dentro. Quem era do mundo da música teria que suar para provar seu valor.

Só que ficou mesmo complicado tecer a lenha nesse filme, principalmente quando se tinha Michael Curtiz como diretor. Ele era um símbolo da era de ouro do cinema americano. Dirigiu dezenas de grandes filmes, entre eles "Casablanca", considerada uma obra-prima absoluta das telas. Arrasar com "King Creole" significava arrasar também com Michael Curtiz e isso definitivamente estava fora de cogitação entre os críticos e entre os cinéfilos. Assim eles todos tiveram que reconhecer os méritos do filme, mesmo que para isso precisassem engolir Elvis Presley no elenco.

E a trilha sonora do filme? Outra surpresa maravilhosa. O puro Rock foi deixado um pouco de lado, ou melhor dizendo, as faixas fortes ainda estariam presentes no disco, mas com outra sonoridade. Não havia mais como a banda tradicional de Elvis dar conta dos arranjos, por isso um grupo enorme de músicos foi contratado pela RCA Victor. A maioria deles eram músicos de jazz, de New Orleans. Justamente o tipo de artista que essas músicas pediam. De fato essa sessão de gravação foi a mais peculirar e ímpar da carreira de Elvis até aquele momento. Um tipo de som que ele nunca havia feito antes em sua vida.

E apesar de ser uma espécie de novato nesse tipo de sonoridade, Elvis se deu bem. Ele apenas entendeu que deveria continuar a ser o mesmo cantor de antes. Os arranjos de metais ao seu lado seriam apenas um bônus. E não deixava de ser curioso também que não fazia muito tempo Elvis havia criticado sutilmente o jazz numa entrevista. O jornalista perguntara a ele se gostava de jazz. Elvis respondeu que não. Não iria falar mal do estilo musical, mas que na verdade não ouvia jazz, não gostava e não o entendia muito bem. É de se estranhar que de todos os ritmos musicais Elvis tenha implicado logo com o jazz. Em Memphis esse tipo de música era até bem comum. Só que Elvis parecia bem mais à vontade cantando gospel, blues ou country. O jazz definitivamente não fazia a cabeça daquele jovem de vinte e poucos anos. Porém lá estava ele nos estúdios da RCA Victor, gravando o seu disco mais jazzístico de sua carreira.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

James Stewart e o Western - Parte 3

Em 1946 James Stewart estrelou um dos filmes mais importantes de sua carreira: "A Felicidade Não Se Compra". Dirigido pelo mestre Frank Capra essa produção foi um marco no cinema americano, um dos clássicos mais amados da história de Hollywood. James Stewart foi indicado ao Oscar, assim como o próprio filme que injustamente não foi premiado naquele ano apesar de ter sido indicado aos principais prêmios da noite. Essa ainda hoje é considerada uma das maiores injustiças da academia, em todos os tempos.

Outro filme que marcou demais a carreira de James Stewart nessa mesma época foi "Festim Diabólico", de outro grande mestre e gênio da sétima arte, o diretor Alfred Hitchcock. O filme tinha uma trama absolutamente inovadora, além de uma linguagem dita por muitos como revolucionária, onde Stewart tinha que lidar com longos planos sem interrupção. Era praticamente um teatro filmado, com diálogos complexos e trama bem elaborada.  Essa parceria entre James Stewart e Alfred Hitchcock iria legar para a história do cinema alguns dos melhores filmes da era de ouro de Hollywood. O mestre do suspense achava Stewart o ator ideal para interpretar o homem comum, que se via em situações excepcionais.

Depois de tantos clássicos absolutos da sétima arte era de se supor que Stewart iria seguir em frente nesse tipo de produção, mas ele resolveu dar uma pausa para rodar dois faroestes em seguida. O primeiro foi "Winchester '73" de Anthony Mann. Trabalhar ao lado desse cineasta era ao mesmo tempo uma oportunidade de atuar em grandes filmes, mas também de ter grandes dores de cabeça. Isso porque Mann era um sujeito perfeccionista que exigia dose extra de paciência para os atores que trabalhavam ao seu lado. Juntos fizeram grandes filmes, mas também tiveram grandes brigas no set de filmagens. Era uma luta criativa, acima de tudo. Dois aspectos se destacam nesse faroeste: seu roteiro fora dos padrões, com várias histórias sendo contadas, tendo como referencial um rifle e o excelente elenco de apoio que contava com atores e futuros astros como Rock Hudson, Tony Curtis e Shelley Winters.

Depois desse faroeste que foi sucesso de público e crítica, James Stewart voltou ao velho oeste na produção seguinte. O filme se chamou "Flechas de Fogo" do especialista em filmes de western Delmer Daves. Ao lado de Jeff Chandler e Debra Paget, Stewart atuou nessa produção mais convencional, que contava uma história passada durante as chamadas guerras indígenas. Nesse roteiro James Stewart atuava como um cowboy que encontrava um índio muito ferido no meio das pradarias. Ao ajudá-lo acabava se tornando amigo dos indígenas da região. Em plena guerra entre os nativos e a cavalaria americana, ele se colocava à disposição para negociar um tratado de paz. Um bom faroeste, ainda hoje bem lembrado pelos fãs do gênero.

Pablo Aluísio. 

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Monsieur Verdoux

Título no Brasil: Monsieur Verdoux
Título Original: Monsieur Verdoux
Ano de Lançamento: 1947
País: Estados Unidos
Estúdio: Charles Chaplin Productions
Direção: Charles Chaplin
Roteiro: Charles Chaplin
Elenco: Charles Chaplin, Mady Correll, Allison Roddan, Robert Lewis, Martha Raye, Isobel Elsom

Sinopse:
Após trabalhar 30 anos como bancário, Monsieur Verdoux (Charles Chaplin) é demitido do banco onde trabalha. Desesperado e desempregado, ele passa a seduzir mulheres mais velhas, ricas e solitárias. Ele planeja ficar com suas fortunas pessoais. Assim, o bancário honesto e digno do passado logo se torna um criminoso. Um assassino de mulheres. Filme com roteiro baseado em uma história real.

Comentários:
Orson Welles deu a ideia para Chaplin dirigir e atuar nesse filme. Tudo era baseado na história de um assassino conhecido em Paris como o Barba Azul. Ele cometeu seus crimes durante a primeira guerra mundial. Não foi um bom conselho de Orson Welles para Chaplin. O público não queria ver o ator que havia atuado por tanto tempo como o adorado Carlitos na pele de um criminoso, um assassino frio. A recepção, tanto de público como de crítica, foi a pior possível. Chegou-se ao ponto do filme ser boicotado. Apesar de ter defendido seu filme com veemência na imprensa, Chaplin não conseguiu salvar Monsieur Verdoux do fracasso comercial. Ele acreditava pessoalmente que o filme seria interessante. Uma mudança de ares no tipo de personagem que encarnava no cinema. A verdade é que o público não queria essa mudança. Nessa mesma época, ele foi também acusado de patrocinar atos antiamericanos, de ser um comunista. Ele ficou tão irritado com tudo o que aconteceu, que decidiu ir embora dos Estados Unidos. Decidiu que iria passar sua velhice na distante e fria Suíça, onde não teria que responder processos que o acusavam de ser um membro do partido socialista. E assim foi feito, apesar de sua boa qualidade, esse filme é considerado um de seus grandes fracassos comerciais. Só com o passar dos anos é que ele finalmente foi sendo reconhecido por seus méritos cinematográficos. Antes tarde do que nunca.

Pablo Aluísio.

domingo, 12 de fevereiro de 2023

Pinóquio por Guillermo del Toro

Pinóquio por Guillermo del Toro
Do momento em que o diretor Guillermo del Toro decidiu fazer esse filme até o dia em que ele chegou ao público levou-se longos 15 anos de produção. Isso dá uma ideia do trabalho árduo que foi feito para que esse filme fosse finalizado. Fazer mais uma versão de Pinóquio seria banal, por isso del Toro decidiu ir por outro caminho. Ele optou por realizar o filme na antiga técnica de stop motion, uma tradicional linha de animação que estava há muitos anos deixada de lado justamente por causa do grande trabalho a ser realizado. Cenas que duram apenas alguns segundos levavam verdadeiros dias para ficarem prontas. O cineasta teve que importar artistas e animadores especializados nesta técnica de outros países. No total, foram criadas 60 equipes independentes, cada uma com a função de criar uma determinada sequência. O resultado de tanto primor técnico se vê na tela. O filme é realmente tecnicamente perfeito, impecável em todos os aspectos. 

Entretanto esse novo filme do Pinóquio não se resume apenas a um grande feito do aspecto técnico cinematográfico, mas também no roteiro. O diretor Guillermo del Toro resolveu mesclar histórias do livro original com novas ideias que ele introduziu na narrativa. E disso resultou uma história muito boa, inclusive com nuances políticas sobre o fascismo na Itália. Esse é um filme que tem muita alma e coração, falando sobre relações humanas, principalmente entre pai e filho. A perda de um ente querido e a tentativa de reencontrar algum sentido na vida depois disso também são temas tratados. O filme está  concorrendo ao Oscar de melhor animação deste ano e, se vencer, não será uma surpresa pra ninguém. Pelo contrário, será um prêmio mais do que merecido e justo.

Pinóquio por Guillermo del Toro (Guillermo del Toro's Pinocchio, Estados Unidos, México, França, 2022) Direção: Guillermo del Toro, Mark Gustafson / Roteiro: Guillermo del Toro, Patrick McHale / Elenco: Ewan McGregor, Cate Blanchett, Christoph Waltz, John Turturro, Ron Perlman, Tilda Swinton, David Bradley, Gregory Mann / Sinopse: Nova versão da antiga história do boneco de madeira que queria ser um menino de verdade. Baseado no livro original escrito por Carlo Collodi.

Pablo Aluísio.

sábado, 11 de fevereiro de 2023

Três Cristos

Nesse filme, o ator Richard Gere interpreta um psiquiatra que vai trabalhar em uma instituição onde ele pretende realizar uma pesquisa com pacientes esquizofrênicos e paranoicos. Seu foco se concentra em 3 doentes mentais que acreditam que são Jesus Cristo. O que aconteceria se o médico os reunisse em um ambiente fechado, onde eles poderiam falar o que bem entendessem sobre os outros "messias"? Como eles iriam interagir com outros pacientes que também acreditam que são Jesus? Assim a narrativa desse filme se desenvolve, mostrando os avanços e recuos desta pesquisa, inclusive revelando aspectos tristes e até mesmo violentos dessa aproximação entre os 3 "Cristos". 

Filmes dessa temática costumam ser muito bons e esse aqui não foge a essa regra. Eu me interessei por absolutamente tudo o que vi nesse filme. A estranha personificação de um personagem histórico e religioso por doentes mentais. E a forma como a mente humana pode seguir por caminhos até mesmo misteriosos para a ciência como um todo. O filme é baseado numa história real, o que aumenta ainda mais o interesse em tudo o que se vê na tela. Os atores são excelentes, com destaque para o próprio Richard Gere, que está muito digno em seu papel. O ator Peter Dinklage, que todos conhecem de Game of Thrones, também desenvolve um belo trabalho nesse filme relevante. Enfim, uma história para se pensar um pouco mais sobre a condição da saúde mental dos internos em instituições psiquiátricas e o que pesquisas podem revelar sobre eles.

Três Cristos (Three Christs, Estados Unidos, 2017) Direção: Jon Avnet / Roteiro: Eric Nazarian, Jon Avnet / Elenco: Richard Gere, Peter Dinklage, Bradley Whitford / Sinopse: Psiquiatra vai trabalhar em uma instituição onde ele pretende realizar uma pesquisa com pacientes esquizofrênicos e paranoicos. Seu foco se concentra em 3 doentes mentais que acreditam que são Jesus Cristo. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Gary Cooper no Velho Oeste - Parte 2

Demorou um tempo para que Gary Cooper finalmente se tornasse um astro de cinema, com seu nome estampado em cartazes dos filmes e tudo o mais que estrelas tinham direito. Apenas alguns meses depois ele finalmente foi alçado a essa posição pela Paramount Pictures. O filme se chamava "Bandoleiro Romântico" (Arizona Bound). Era um faroeste de matinê, mas com toques de romantismo, como bem deixava claro o título da produção no Brasil. Cooper interpretava um cowboy chamado Dave Saulter. Ele vagava pelo velho oeste até chegar em uma pequena cidadezinha (velha fórmula dos filmes de western americano). 

Para seu azar chegava na cidade no mesmo dia em que estava sendo roubado do banco local um carregamento de ouro em uma diligência. Claro que tanto ouro assim chamaria a atenção de ladrões e bandoleiros. Cooper assim assumia a figura do mocinho bem intencionado, que salvava inclusive a sua nova amada, interpretada pela bela Betty Jewel, até que conseguisse recuperar o ouro roubado, prendendo todos os bandidos. Filme de praxe, bem de acordo com o que era produzido naqueles tempos. Acabou fazendo sucesso de bilheteria, firmando Cooper como nome comercialmente viável para os estúdios. Nascia mais um cowboy heroico das telas.

Em Hollywood, era normal a assinatura de um contrato com os estúdios com prazo de validade de 7 anos. Esse contrato poderia ter cláusula de exclusividade ou não, dependendo da habilidade do agente de cada ator. Ele assinou um contrato desse tipo com a Paramount e outros ao longo dos anos pois seus filmes renderiam ótimos bilheterias, se transformando em um astro de cinema da velha Hollywood.  Com o dinheiro, comprou uma bela mansão em Beverly Hills, um bairro que se tornaria exclusivo de pessoas que trabalhavam no mundo do cinema. Ele mandou aumentar a piscina para o padrão olímpico, pois adorava nadar. Também construiu um estábulo nos fundos da casa, pois investiu em sua própria criação de cavalos. Não confiava muito nos cavalos de estúdio e tinha medo de sofrer algum acidente mais sério nas cenas de ação, assim começou a ter sua própria criação de cavalos puro-sangue, todos importados da Arábia Saudita. Nessa casa ele viveria até o fim de seus dias. 

Os atores trabalhavam muito. Mal saíam das filmagens de um filme e já estavam em outro. Tudo feito de forma industrializada, a toque de caixa. Logo após "Bandoleiro Romântico" Cooper atuou em um drama chamado "Filhos do Divórcio". Ele não era o ator principal do filme (coube essa honra à atriz Clara Bow), mas tinha importância dentro da trama pois interpretava Edward D. 'Ted' Larrabee, um homem cujo coração estava dividido entre duas mulheres, uma delas o amor de sua adolescência. Seu personagem também tinha nuances psicológicas interessantes para um filme dessa época, pois no fundo não queria se casar por causa dos problemas que vivenciou como filho no casamento fracassado de seus próprios pais.

Pablo Aluísio.

Randolph Scott e o Velho Oeste - Parte 10

Depois do sucesso comercial de "O Último dos Moicanos" o ator Randolph Scott deu um tempo nas fitas de faroeste. E isso surpreendeu muita gente já que todos esperavam que ele iria cair com tudo no gênero para aproveitar o sucesso. Apenas algum tempo depois é que ele voltaria a usar chapéu de cowboy, botas e esporas para montar seu belo cavalo branco. Isso voltaria a acontecer em "A Heroína do Texas" (The Texans), boa produção dirigida pelo cineasta  James P. Hogan. O que chamava bastante a atenção aqui é que todas as atenções do roteiro iam para a mocinha do filme e não para o herói. Algo raro em um estilo cinematográfico tão voltado para o público masculino. Era algo novo e inovador, algo que poucos tinham feito em Hollywood naquele período histórico do cinema americano.

A estrelinha do filme, a atriz Joan Bennett, foi até mesmo creditada na frente do astro Randolph Scott. isso mostrava também como ele poderia ser generoso com as colegas de profisssão. Ele vinha de um sucesso de bilheteria e poderia muito bem calçar seu ego de astro de western em Hollywood e exigir seu nome em primeiro lugar nos créditos do filme. Porém não fez isso. Foi bem humilde e companheiro, sendo usado até mesmo como escada da jovem atriz. A sinopse era padrão: "Após a Guerra Civil, um ex-soldado confederado enfrentava novas batalhas, incluindo os membros de uma quadrilha de bandidos que tentavam roubar uma jovem indefesa".

Após esse filme Scott atuou em um drama chamado "Almas sem Rumo". Um bom filme, mas também um pouco cheio de clichês melodramáticos típicos daquele período. Isso porém logo foi esquecido porque ele voltaria ao velho oeste em um grande clássico do cinema, "Jesse James". Esse é considerado um dos melhores filmes de western já feitos. Dirigido pelo ótimo Henry King, trazendo um excelente elenco que contava com Tyrone Power e Henry Fonda como os irmãos foras-da-lei James, esse é um daqueles filmes que até hoje são debatidos e reprisados por fãs de faroeste clássico em sua era de ouro.

Em uma produção com tantos astros e estrelas, Randolph Scott acabou sendo escalado para um personagem secundário, porém não menos importante. Will Wright. Porém o mais importante desse filme é que o ator percebeu que o segredo para fazer fortuna em Hollywood era produzir seus próprios filmes. Ele teve a ideia, justamente nesse set de filmagens, de começar a ele mesmo produzir uma série de filmes de cowboy, algo que o tornaria um dos atores mais ricos de Hollywood nos anos seguintes.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

As Vidas de Marilyn Monroe - Parte 31

O casamento de Marilyn com o marido Joe DiMaggio durou muito pouco tempo. Ele queria uma mulher tradicional que fosse uma dona de casa que cuidasse dele. Que fizesse seu prato de jantar enquanto ele assistia a filmes de Faroeste na TV. Ou seja, ele queria uma típica matrona italiana, coisa que Marilyn jamais foi na vida e que ela não tinha a menor intenção de ser algum dia. Pior do que isso, ele queria que Marilyn abandonasse sua carreira no cinema. Era o maior absurdo que ela poderia ouvir. Logo ela que havia lutado tanto para ser atriz. Marilyn também não gostava dos amigos de Joe DiMaggio. Uns caras que pareciam ter saído de algum fichário da máfia italiana. Eles iam para a casa dela e pediam cervejas enquanto jogavam cartas. Faziam dela uma garçonete! 

Não demorou muito e Marilyn se aborreceu de tudo e de todos. Ela estava prestes a atuar no filme "No Mundo da Fantasia", que iria exigir muito dela em termos artísticos. Tinha que decorar suas falas, atuar dramaticamente e ainda dançar e cantar no filme que tentava reviver o estilo dos antigos clássicos musicais do cinema americano. Então se tornou uma situação intolerável para a atriz ter que trabalhar o dia todo e voltar para casa e encontrar aquele bando de italianos que queriam tratá-la como uma garota qualquer. Numa noite ela se aborreceu totalmente com a situação e colocou todos para fora da casa dela. Colocou todos para correr!

O casamento de Marilyn Monroe com Joe também afundou por causa da agressão física que ela sofreu após o marido testemunhar sua cena clássica, sendo filmada nas ruas em Nova Iorque para o filme "O Pecado Mora ao Lado". A sequência das saias voando pelo ar do metrô, com sua calcinha sendo vista por todos foi intolerável para Joe. Quando eles voltaram para seu apartamento, ele a agrediu fisicamente. Aquilo foi o fim de tudo. Marilyn deu um basta! Entrou em contato com seu advogado e enviou as papéis de divórcio pelo correio. Joe nunca mais!

O curioso é que Joe jamais deixarei de pegar no pé dela, sempre à espreita, esperando uma nova chance. Quando ela faleceu foi ele que providenciou tudo. Quem cuidou de seu funeral. E durante 30 anos, manteve as flores no túmulo de Marilyn Monroe, até sua própria morte. Ele jamais a esqueceu. Quando procurado por repórteres e jornalistas para escrever um livro, ele recusava dizendo que sabia o que eles queriam. Eles queriam saber detalhes privados da vida de Marilyn Monroe, algo que ele jamais faria. E realmente cumpriu o que prometeu, nunca escreveu um livro, nem deu entrevistas sobre a famosa ex-esposa.

Pablo Aluísio.

Paul Newman - Hollywood Boulevard - Parte 1

A estreia de um jovem Paul Newman no cinema se deu justamente nesse épico  improvável de 1954, "O Cálice Sagrado". Vestido com os típicos trajes da época romana, Newman era certamente o ator errado no filme errado. Para quem vinha de uma sólida formação no Actor´s Studio aquele filme ao estilo sandálias e areia não lhe fazia jus em nada. Ele interpreta um escravo grego, bom artesão, que acaba se envolvendo de forma plenamente casual com o cálice usado por Jesus Cristo em sua última ceia ao lado dos doze apóstolos. O filme jamais convence, ficando abaixo da média das produções bíblicas dos anos 50 do tipo "Sansão e Dalila" com Victor Mature.

Para piorar o que já era bem ruim, Paul Newman acaba completamente ofuscado por Jack Palance que interpreta Simão, o mago, um personagem citado na própria bíblia, um farsante, mistura de mágico com ilusionista, que enganava as pessoas na antiguidade, se fazendo passar por algo que ele não era. Há ainda a bela Pier Angeli, uma atriz que ficou mais conhecida por ter sido o grande amor de James Dean do que por qualquer outra coisa. Era uma starlet, nada talentosa em termos dramáticos, que conseguia chamar a atenção por causa de sua beleza exótica, bem italiana.

O diretor Saville também estava pouco preocupado com fidelidade histórica e trouxe ao filme uma estranha direção de arte, com cenários pouco comuns para o cinema da época. São em última análise cenários teatrais estilizados, usando aspectos pós-modernistas em seu conceito, que ficaram mais do que deslocados dentro do filme. Philip Johnson, o diretor de arte, desenhou uma cidade antiga que em nada lembrava a Jerusalém dos grandes filmes épicos. Olhando sob um certo ponto de vista isso poderia até ter sido interessante mas a realidade é que simplesmente não funciona, deixando uma sensação de algo falso ao espectador.

A crítica não gostou e muito menos Paul Newman que em um gesto de profunda humildade reconheceu seu erro escrevendo um pedido de desculpas ao seu público em um jornal de Nova Iorque. No texto Newman reconhecia que sua atuação tinha sido ruim e que ele poderia fazer melhor. Também confessava que não havia gostado nem do roteiro e nem da proposta do filme, e que só depois quando conferiu nas telas pode se conscientizar e entender o quanto estava ruim tudo aquilo. Para o público em geral tinha sido mesmo uma decepção, uma vez que Newman estava sendo apontado como a grande revelação de Hollywood. Mas tudo bem, bola pra frente. No final Paul Newman tranquilizava a todos dizendo que iria melhorar em sua próxima atuação, promessa que aliás cumpriu.

Pablo Aluísio.