segunda-feira, 25 de novembro de 2024
Rebeldia Indomável
segunda-feira, 2 de setembro de 2024
Charada
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023
O Mais Bandido dos Bandidos
segunda-feira, 30 de janeiro de 2023
Terremoto
terça-feira, 23 de agosto de 2022
Basta, Eu Sou a Lei
O roteiro traz dois homens que já estão curtindo a velhice. Um deles é um velho homem da lei, um xerife veterano que trabalhou em diversas cidades ao longo da vida. O outro é seu extremo, um fora-da-lei que agora não encontra espaço nesse mundo moderno. E eles acabam se unindo contra um inimigo em comum, para surpresa deles mesmos. "Basta, Eu Sou a Lei" é um filme divertido, praticamente uma comédia com uma galeria mais do que engraçada de personagens coadjuvantes. Não recomendaria a todos, mas especialmente para quem deseja dar algumas risadas com um faroeste bem leve e muitas vezes cômico.
Basta, Eu Sou a Lei (The Good Guys and the Bad Guys, Estados Unidos, 1969) Direção: Burt Kennedy / Roteiro: Ronald M. Cohen, Dennis Shryack / Elenco: Robert Mitchum, George Kennedy. Martin Balsam / Sinopse: Um velho homem da lei e um velho fora-da-lei se unem para enfrentar um sujeito asqueroso que deseja dominar a cidade e a região onde vivem.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 23 de setembro de 2020
Aeroporto 79 - O Concorde
Mais um filme da longa franquia cinematográfica “Aeroporto”. Aqui a grande estrela não é o elenco de veteranos como aconteceu nos filmes anteriores, mas sim o próprio avião, o Concorde, uma aeronave de tripulantes que ficou famosa por sua velocidade, conseguindo fazer um vôo entre Paris e Nova Iorque em menos de três horas. Na época que essa produção foi lançada, o Concorde era o que de mais avançado existia em termos de aviação comercial no mundo. Um jato de linhas modernas e aerodinâmica arrojada, que infelizmente se mostrou ser um desastre comercial nos anos que viriam. Os preços das passagens eram caros demais, fora do alcance de passageiros de classe média,que sempre formaram a maior parte dos consumidores dos vôos comerciais. Além disso, seu custo de operação era muito alto, tornando inviável muitos vôos semanais entre Estados Unidos e a Europa. Há poucos anos o Concorde foi oficialmente aposentado, principalmente após um terrível acidente em que uma das turbinas pegou fogo em pleno ar, matando todos os passageiros e tripulantes.
Já o filme, bem, qualquer desastre que tenha acontecido com o Concorde na vida real não pode nem ser comparado com a sucessão de desastres pelos quais passa o avião aqui. Apesar de uma certa euforia pela máquina em si, os roteiristas capricharam bem no fator "disaster movie" que era afinal o principal atrativo para esse estilo de filmes, que passaria a ser chamado no Brasil de "cinema catástrofe". O enredo é relativamente simples. Uma jornalista acaba conseguindo uma série de documentos que incriminam um rico industrial americano chamado Kevin Harrison, interpretado pelo ator Robert Wagner. A papelada prova que ele, através de suas indústrias, vendeu sistematicamente armas para governos corruptos e grupos terroristas ao redor do mundo. A repórter que está no avião pretende revelar tudo assim que chegar em Moscou. Para impedir sua divulgação o magnata decide derrubar o Concorde em pleno vôo durante sua viagem de Nova Iorque até Moscou.
Para concretizar seus planos ele literalmente tenta de tudo: mísseis, sabotagem e até mesmo uso de armas de última geração para levar ao chão o majestoso avião. O piloto do Concorde, Capitão Paul Metrand, é interpretado por um dos maiores galãs da história do cinema europeu, o astro francês Alain Delon. Já a atriz Sylvia Kristel, da série erótica Emmanuelle, atua como Isabelle, uma das aeromoças da aeronave. No campo dos efeitos especiais temos altos e baixos, pois boas cenas são intercaladas com montagens constrangedoras de tão mal feitas. É o preço pela passagem do tempo. No final de tudo temos um entretenimento com muitos absurdos de lógica e argumento, mas que diverte, caso o espectador deixe de reparar nos inúmeros furos do roteiro. De forma geral, apesar de tudo, o filme ainda consegue ser um dos mais originais da série "Aeroporto".
Aeroporto 79 - O Concorde (The Concorde... Airport '79, Estados Unidos, 1979) Direção: David Lowell Rich / Roteiro: Jennings Lang baseado na novela de Arthur Hailey / Elenco: Alain Delon, Susan Blakely, Robert Wagner, Sylvia Kristel, George Kennedy / Sinopse: Durante um vôo entre Nova Iorque e Moscou, um avião Concorde se torna alvo de um industrial poderoso que decide derruba-lo a todo custo. Ele quer evitar que seus casos de corrupção venham à tona. As provas se encontram com uma jornalista que está viajando no moderno avião de passageiros.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 11 de setembro de 2020
Corra que a Polícia vem Aí! 2 1/2
Título Original: The Naked Gun 2½ - The Smell of Fear
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: David Zucker
Roteiro: Jim Abrahams
Elenco: Leslie Nielsen, Priscilla Presley, George Kennedy, O.J. Simpson, Robert Goulet, Richard Griffiths
Sinopse:
O tenente Frank Drebin descobre que o novo namorado de sua ex-namorada está envolvido em uma trama para sequestrar um cientista que defende a energia solar. A confusão está armada! Salve-se quem puder! Continuação do filme " Corra que a Polícia vem Aí!".
Comentários:
O trio ZAZ (Jim Abrahams e os dois irmãos Zucker) estavam separados quando a Paramount Pictures ofereceu a eles uma bolada para um novo filme da franquia "The Naked Gun". É interessante porque a série de TV que deu origem a tudo não foi em frente, se tornando um fracasso. Já no cinema a coisa foi em frente, com filmes que colecionavam boas bilheterias. Esse segundo filme que recebeu a numeração de "dois e meio" por pura zoação, também não fez feio, rendendo quase 200 milhões de dólares em seu lançamento original (faça as devidas correções que você verá que essa comédia foi mesmo muito bem sucedida comercialmente). E como em time que está ganhando não se mexe, o trio ZAZ reuniu praticamente o mesmo elenco do filme original, conseguindo trazer de volta até mesmo a viúva de Elvis, que não estava muito a fim de fazer uma continuação. Porém é inegável que todos os méritos pertenceram mesmo a Leslie Nielsen. Com seu impecável estilo de fazer comédia parecendo que estava em um filme sério, ele roubava mesmo todas as atenções. Falecido em 2010, Leslie Nielsen deixou saudades em quem gostava de dar boas risadas com suas comédias malucas.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 12 de junho de 2020
Corra que a Polícia vem Aí!
Título Original: The Naked Gun
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: David Zucker
Roteiro: Jerry Zucker, Jim Abrahams
Elenco: Leslie Nielsen, Priscilla Presley, Ricardo Montalban, O.J. Simpson, George Kennedy, Susan Beaubian
Sinopse:
A Rainha Elizabeth II visita Los Angeles. Para evitar que vossa majestada seja colocada em risco o departemento de polícia resolve escalar o inspetor Frank Drebin (Leslie Nielsen) para manter a segurança da monarca, mas claro tudo dá muito errado.
Comentários:
Esse filme na verdade é uma reciclagem de um projeto de série de TV (chamada Police Squad!) que não deu certo. Mesmo com o fracasso na televisão o trio ZAZ (David Zucker, Jim Abrahams e Jerry Zucker) resolveu não jogar fora a ideia. Eles foram até a direção da Paramount Pictures e conseguiu convencer os produtores de que no cinema iria dar certo. E deu mesmo! Incrível, mas esse acabou sendo uma das comédias mais populares e conhecidas do ZAZ, só sendo superado talvez por "Apertem os Cintos, O Piloto Sumiu". A base é a mesma. Uma grande paródia, com cenas malucas, que tem como fonte de gozação justamente os grandes filmes do cinema convencional. É um tipo de besteirol muito engraçado e cheio de ideias novas. No elenco além do Leslie Nielsen, que começou a carreira como ator sério para depois encontrar o sucesso em comédias amalucadas, temos a linda Priscilla Presley, a eterna viúva de Elvis, aqui sem medo de fazer humor. Enfim, um "clássico" do riso dos anos 80. Teve uma sequência, bem mais fraca, alguns anos depois. Mesmo assim vale rever sempre que possível.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 27 de maio de 2020
Aeroporto 75
Título Original: Airport 1975
Ano de Produção: 1974
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Jack Smight
Roteiro: Don Ingalls
Elenco: Charlton Heston, Karen Black, George Kennedy, Linda Blair, Erik Estrada, Gloria Swanson
Sinopse:
Um Boeing 747 viaja de Dallas até Los Angeles. No meio da viagem precisa mudar de rota, se desviando até Salt Lake City. Em direção a essa cidade acaba se chocando com um pequeno bimotor, perdendo toda a tripulação da cabine. Sem piloto, a comissário de bordo tenta de todas as formas pousar o enorme avião.
Comentários:
Esse foi o último filme da franquia "Aeroporto" que me faltava assistir. Ele tem um elenco bem mais modesto de veteranos do cinema. Nos filmes anteriores (e posteriores) havia uma verdadeira constelação de astros do passado. Esse aqui conta com apenas dois grandes nomes, Charlton Heston e Gloria Swanson, aqui em sua última aparição no cinema pois iria falecer logo depois. Já entre o elenco mais jovem se destacavam Linda Blair, a garota de "O Exorcista", fazendo aqui o papel de uma jovem doente que precisava de um transplante de rim e Erik Estrada, que iria fazer muito sucesso como um dos patrulheiros da série de TV Chips. O curioso é que se você alguma vez assistiu "Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu" vai perceber que muitas cenas serviram de fonte para a comédia do trio ZAZ, inclusive a cena da freira com o violão e o próprio roteiro, onde uma aeromoça precisava pousar um Boeing 747 praticamente sozinha, sem qualquer experiência como piloto. Por fim vale o elogio para a cena em que Heston precisa sair de um helicóptero para entrar na cabine do avião, em pleno voo. Naquela época não havia tecnologia de computação gráfica e tudo foi feito ali mesmo, com dublês. Um dos pontos altos de todo o filme.
Pablo Aluísio.
sábado, 12 de outubro de 2019
Aeroporto
Também gostei de rever o carismático Dean Martin. Além de ótimo cantor ele, apesar de não ser um grande ator, tinha uma persona em cena que sempre me agradou. A franquia Aeroporto ficaria conhecida depois por trazer de volta ao cinema vários veteranos das telas. Nesse temos além de Dean Martin, o sempre simpático e bom ator Burt Lancaster e George Kennedy, em um bom papel. A linda Jacqueline Bisset também está no elenco. Na continuação, Aeroporto 75 os produtores trariam de volta Charlton Heston. No terceiro filme seria a vez de Jack Lemmon e por fim no último filme da série, chamado Aeroporto, o Concorde, os espectadores teriam de presente as atuações de Alain Delon e Robert Vagner. Em termos técnicos temos que concordar que os efeitos desse primeiro Aeroporto envelheceram mas de certo modo são tão discretos que não comprometem o resultado final. Enfim, pensei que o filme fosse bem mais fraco mas me enganei, tem seu charme, tem seus momentos. Vale a pena conferir.
Aeroporto (Airport, EUA, 1970) Direção: George Seaton / Roteiro: George Seaton baseado na novela de Arthur Hailey / Elenco: Burt Lancaster, Dean Martin, George Kennedy, Jean Seberg, Jacqueline Bisset / Sinopse: Um passageiro com problemas familiares e mentais resolve fazer um ato de terrorismo em um avião comercial. Para tentar controlar a situação de caos que se instala um experiente administrador de aviação civil e um especialista em situações de crise tentam manter o aeroporto em pleno funcionamento, mesmo com uma forte nevasca chegando no local.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 15 de maio de 2019
Sua Última Façanha
O grande mérito aqui é que Douglas, o diretor David Miller e principalmente o roteirista Dalton Trumbo, conseguiram reunir vários gêneros em um só filme, com resultado bem acima da média. Se pode pensar que "Lonely Are The Brave" é apenas um western temporão, de um estilo que já estava se tornando fora de moda, mas isso é uma visão simplista. O filme passeia tranquilamente por vários estilos e gêneros, tangenciando os filmes policiais, do tipo "on the road" e até mesmo os dramas românticos, isso sem perder a direção em momento algum. Passado no moderno oeste americano, somos apresentados ao personagem John W. "Jack" Burns (Kirk Douglas). Ele é um velho cowboy que tenta manter vivo seu estilo de vida em um mundo que definitivamente nada mais tem a ver com o passado. No meio de autoestradas, aviões a jato e carros modernos, Burns tenta manter de alguma forma intacta a figura mitológica do cowboy do velho oeste. Claro que agindo assim ele logo encontra problemas com a lei, com a sociedade e com a mentalidade moderna. Os jovens o acham uma peça de museu, mas ele insiste em manter sua dignidade intacta.
Duas coisas impressionam no filme: O lirismo subliminar do roteiro e a eficiente caçada final a Burns em uma montanha rochosa íngreme. Algumas cenas são as melhores que já vi. Fiquei imaginando como devem ter sido complicadas as filmagens naquela região no Novo México, até porque subir com um cavalo em um ambiente daqueles é quase impossível (em muitos momentos fiquei realmente receoso do cavalo e do dublê de Douglas caírem montanha abaixo, tal o perigo das tomadas feitas). Em conclusão podemos afirmar que "Sua Última Façanha" é uma excelente crônica sobre a mudança de costumes que se sucedem de uma época histórica para outra. O velho mito que se depara com os desafios da modernidade. Em vista de tudo isso certamente vai agradar aos fãs de western e também aos que querem conhecer melhor essa fase de mudanças profundas no modo de viver dos mitos do passado. Pura nostalgia, de grande qualidade artística. Vale muito a pena conhecer, certamente.
Sua Última Façanha (Lonely Are the Brave, Estados Unidos, 1962) Estúdio: Universal Pictures / Direção: David Miller / Roteiro: Dalton Trumbo / Elenco: Kirk Douglas, Gena Rowlands, Walter Matthau, George Kennedy / Sinopse: Velho cowboy, prestes a se aposentar, se recusa a abandonar seu amado estilo de vida do passado. Após problemas com um xerife ele precisa sobreviver a uma intensa caçada humana. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Ator (Kirk Douglas).
Pablo Aluísio.
domingo, 14 de abril de 2019
O Preço de um Covarde
Ao seu lado em cena o cantor Dean Martin, mais uma vez não compromete. É curioso porque muitos decretaram o final de sua carreira no cinema após se separar de Jerry Lewis. Ledo engano. Martin conseguiu superar essa separação e ao longo dos anos construiu uma sólida filmografia com alguns filmes realmente maravilhosos. Aqui ele interpreta o irmão caçula Bishop. No fundo tudo o que deseja é escapar das garras da lei para ter um novo recomeço em algum lugar onde possa finalmente ter paz e tranquilidade. O termo “bandolero” do título original se refere a um vasto território hostil localizado além do Rio Grande (marco geográfico que separa o México dos EUA) que é na realidade uma terra de ninguém, dominado por saqueadores e ladrões mexicanos. É justamente nesse local onde se passará os eventos mais dramáticos de todo o filme. Em conclusão “O Preço de um Covarde” é mais um momento marcante na rica carreira do saudoso James Stewart, um ator diferenciado que aqui surge em cena em um papel incomum. Simplesmente imperdível.
O Preço de um Covarde (Bandolero!, EUA, 1968) Direção: Andrew V. McLaglen / Roteiro: James Lee Barrett, Stanley Hough / Elenco: James Stewart, Dean Martin, Raquel Welch. George Kennedy, Andrew Prine / Sinopse: Dois irmãos tentam fugir das garras da lei na fronteira entre EUA e México. Após atravessarem o Rio Grande são incansavelmente perseguidos pelo xerife Johnson. O problema é que o vasto território é um covil de ladrões e assassinos mexicanos. Quem conseguirá sobreviver a esse lugar tão hostil?
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 26 de novembro de 2018
O Último Golpe
O filme obviamente aposta bastante na ação. O roteiro escrito pelo diretor Michael Cimino não está preocupado em fazer arte, mas sim em divertir o público, por isso o filme apresenta bastante humor e aquele ritmo frenético que me fez inclusive lembrar dos filmes de Burt Reynolds nos anos 70 como "Agarre-me se puderes". É bem naquela levada. No geral achei interessante, bem realizado, movimentado, um veículo para Eastwood fazer sucesso novamente nos cinemas. Não pode ser considerado um dos melhores filmes de sua carreira, um clássico, etc, mas diverte sim e nem envelheceu tanto como se poderia pensar.
O Último Golpe (Thunderbolt and Lightfoot, Estados Unidos, 1974) Direção: Michael Cimino / Roteiro: Michael Cimino / Elenco: Clint Eastwood, Jeff Bridges, Geoffrey Lewis, George Kennedy, Gary Busey / Sinopse: O ladrão de banco Thunderbolt (Eastwood) se une ao jovem Lightfoot (Bridges) para roubar um banco de uma pequena cidade. Ao mesmo tempo tenta descobrir o paradeiro do dinheiro roubado em seu último assalto. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Jeff Bridges).
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 23 de maio de 2018
Morte Sobre o Nilo
Título Original: Death on the Nile
Ano de Produção: 1978
País: Inglaterra
Estúdio: EMI Films
Direção: John Guillermin
Roteiro: Anthony Shaffer
Elenco: Peter Ustinov, Bette Davis, David Niven, Mia Farrow, George Kennedy, Angela Lansbury, Maggie Smith, Jack Warden
Sinopse:
Baseado no famoso livro "Death on the Nile" da escritora Agatha Christie, publicado em 1937. No enredo um grupo de turistas em uma exótica viagem pelo Rio Nilo, no Egito, descobre que há um assassino entre eles, após a morte misteriosa de um dos viajantes. O inspetor Hercule Poirot (Peter Ustinov) decide então desvendar o caso e acaba descobrindo, para sua surpresa, que todos os que fazem parte daquele cruzeiro parecem ter algum motivo para o crime. Mas afinal de contas quem seria o verdadeiro assassino? Filme vencedor do Oscar e do BAFTA Awards na categoria de Melhor Figurino (Anthony Powell). Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
Comentários:
Assim como os livros de James Bond os livros escritos por Agatha Christie seguiam uma fórmula básica. No caso dessa autora ela geralmente reunia várias pessoas suspeitas em um ambiente fechado (como um barco ou trem) e colocava o leitor na situação de tentar descobrir quem seria o assassino de um crime misteriosamente cometido. É exatamente isso que temos aqui nesse "Morte sobre o Nilo". Vários personagens se tornam suspeitos da morte de uma rica herdeira que misteriosamente é morta durante um cruzeiro turístico pelo Egito. O filme em si é muito interessante, tem ótimas cenas externas (filmadas no templo de Karnak e nas pirâmides de Gizé) e um elenco de encher os olhos de qualquer cinéfilo. Na tela desfilam veteranos da era de ouro do cinema americano, muitos deles em suas últimas aparições, o que não deixa de ser duplamente interessante para quem ama a sétima arte. O destaque obviamente vai para o grande ator Peter Ustinov que aqui interpreta um dos personagens mais famosos da escritora, o inspetor excêntrico Hercule Poirot (que todos pensam ser francês, mas que que seria belga na verdade). Ustinov domina a cena, tentando descobrir quem teria cometido o crime. Nunca assisti uma atuação fraca de Ustinov em toda a sua carreira e aqui não seria exceção. Ao lado dele, o auxiliando, temos outro grande ator, David Niven. Já envelhecido, prestes a se aposentar, o ator ainda tinha uma bela presença de cena. Classe, elegância e uma fina ironia se tornaram suas marcas registradas. Entre as atrizes o filme traz uma coleção estelar, com Mia Farrow fazendo mais uma personagem perturbada e a grande diva Bette Davis, discreta, elegante e atuando ao lado da também excelente Maggie Smith, brilhando como nunca. Enfim, só pela oportunidade de ver tanta gente talentosa junta já vale a existência do filme. Assista, se divirta e tente descobrir o quebra cabeça da trama.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 22 de março de 2018
Aeroporto 77
A viagem com tantas obras de arte caríssimas chama a atenção de um grupo de criminosos. Eles se infiltram na tripulação. Seu plano é tomar controle do avião, tirando ele da vista dos radares, o levando para uma velha pista de pouso abandonada desde a II Guerra Mundial. Essa pista fica em uma ilha isolada do Caribe. Eles querem obviamente roubar toda a galeria de arte, onde estão quadros de Renoir, Picasso, Van Gogh, etc. Cada um desses quadros valem milhões de dólares. No começo o plano criminoso sai bem, mas logo o copiloto, que também faz parte da quadrilha, perde o controle do 747 e o grande avião sofre um acidente. O piloto é interpretado por Jack Lemmon. Ele tenta de todas as formas salvar a vida dos passageiros, mas isso não será algo fácil de fazer. O avião cai no mar e vai afundando aos poucos. O roteiro é um clássico da série "Aeroporto". Todos os grande atores do elenco, com exceção de James Stewart e Jack Lemmon, tem poucas chances de desenvolver seus personagens. A grande dama Olivia de Havilland, por exemplo, não tem maiores possibilidades de mostrar seu talento. Ela interpreta uma passageira milionária que no final das contas tenta apenas sobreviver ao desastre. Idem para o "Drácula" Christopher Lee. Casado com uma mulher insuportável ele acaba tendo um final trágico. Enfim, um filme que não decepcionou os fãs do cinema catástrofe. Como foi mais um sucesso de bilheteria abriu espaço para outras produções da mesma linha. Nos anos 70 os filmes "Aeroporto" eram sucessos certos nos cinemas.
Aeroporto 77 (Airport '77, Estados Unidos, 1977) Direção: Jerry Jameson / Roteiro: Arthur Hailey, Michael Scheff / Elenco: Jack Lemmon, James Stewart, Christopher Lee, Olivia de Havilland, George Kennedy, Lee Grant, Joseph Cotten / Sinopse: Grande avião Boeing 747 é sequestrado, sofre um acidene e cai no mar. Enquanto vai afundando o piloto tenta uma forma de salvar as vidas de todos os passageiros. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Direção de Arte (George C. Webb e Mickey S. Michaels) e Melhor Figurino (Edith Head, Burton Miller).
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 20 de setembro de 2017
A Revolta dos Sete Homens
Título Original: Guns of the Magnificent Seven
Ano de Produção: 1969
País: Estados Unidos
Estúdio: The Mirisch Production Company
Direção: Paul Wendkos
Roteiro: Herman Hoffman
Elenco: George Kennedy, James Whitmore, Fernando Rey, Michael Ansara, Monte Markham, Frank Silvera
Sinopse:
Uma pequena vila no México é oprimida pelas forças militares do violento Coronel Diego (Michael Ansara). Comandando a oposição a seu regime brutal surge o líder popular Quintero (Fernando Rey), porém sua atuação é logo reprimida. Ele é preso em uma igreja antiga e levado para uma prisão de segurança máxima no meio do deserto, um lugar fortemente protegido. Para tentar libertá-lo o povo decide contratar sete mercenários americanos liderados pelo pistoleiro Chris (George Kennedy). Ao lado de seus homens ele tentará libertar Quintero da prisão, dando início a uma grande revolta popular.
Comentários:
Está em cartaz atualmente nos cinemas brasileiros o remake do clássico "Sete Homens e um Destino" de 1960. Poucos sabem porém que esse faroeste inesquecível rendeu em sua própria época uma série de filmes que procuravam levar adiante seu sucesso. Um deles foi esse tardio "Guns of the Magnificent Seven". Como já foi comentado aqui no blog antes dele houve ainda o lançamento de um segundo filme chamado "A Volta dos Sete Homens" em 1966. Pois bem, esse aqui é a terceiro filme com a marca "The Magnificent Seven". Não esperava muito, até porque tudo levaria a crer que estaríamos diante de mais uma continuação ao estilo caça-níqueis. Afinal o segundo filme, que ainda contava com parte do elenco original, já era por si só meio decepcionante. O que esperar então dessa terceira parte sem nenhum ator do elenco do clássico? Absolutamente nada! Surpreendentemente essa terceira produção não é tão ruim como era de se pensar. O filme tem seus méritos. O roteiro obviamente segue a mesma linha básica de todos os outros filmes. Temos uma população mexicana oprimida e um grupo de mercenários americanos que os libertam. Nada muito diferente. O que se inova aqui são os personagens principais, que não possuem qualquer ligação com os filmes anteriores. O elenco é muito bom, com destaque para o ator veterano George Kennedy, aqui em raro papel principal em sua carreira. Outro bom destaque vem da presença de Fernando Rey. Para quem não se lembra ele foi o vilão refinado e violento do filme "Operação França". Aqui ele interpreta um político honesto que luta pela libertação de seu povo. Em termos gerais é um faroeste realmente bom, muito melhor do que eu esperava. Obviamente passa longe da qualidade do primeiro filme, mas isso seria esperar demais. De qualquer forma temos aqui também o inesquecível tema escrito por Elmer Bernstein. A música funciona como um verdadeiro atestado de legitimidade para a produção. Em suma, pode conferir sem receios. É definitivamente um bom western, até acima da média.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 6 de julho de 2015
O Apostador
Assim ele acerta novamente ao atuar nessa nova produção. O enredo é muito bom, envolvente até, mostrando uma pessoa que não consegue controlar seu vício em apostas. Embora seja um jogador talentoso, daqueles que conseguem ganhar altas somas em apenas algumas horas, ele tem um sério problema pois simplesmente não consegue parar na hora certa. Viciado em adrenalina também comete grandes loucuras ao apostar fortunas em apenas uma jogada decisiva. Com atitudes assim não é de se admirar que acabe invariavelmente arruinado no fim da noite. Sua salvação parece vir de onde menos se espera. Ele se surpreende pelo talento literário de uma nova aluna, Amy Phillips (interpretada pelo bonita e carismática Brie Larson), que pode ser o caminho para um recomeço em sua vida. O elenco de apoio é de primeira, a começar pela oscarizada Jessica Lange. Ela interpreta sua mãe, uma mulher que precisa salvar de tempos em tempos o seu pescoço, justamente por ele quase sempre ser ameaçado de morte por dívidas com gangsters. Lange poderia ter sido melhor aproveitada pelo roteiro, mas sua pequena presença já vale o ingresso. Outro boa participação vem com o ator John Goodman. Sempre visto como bom comediante, Goodman surpreende ao interpretar um agiota que acaba tendo os melhores diálogos de todo o filme. Sua explicação sobre o momento em que todos ganham o direito de usar a palavra "dane-se" é muito bem bolada. Então é isso, o que temos aqui é um bom filme, apoiado em um roteiro bem escrito, excelente trilha sonora com várias canções dos anos 70 e atuações inspiradas.
O Apostador (The Gambler, Estados Unidos, 2014) Direção: Rupert Wyatt / Roteiro: William Monahan, James Toback / Elenco: Mark Wahlberg, Jessica Lange, John Goodman, Michael Kenneth Williams, George Kennedy. Indicado ao Black Reel Awards na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Michael Kenneth Williams).
Pablo Aluísio.
terça-feira, 25 de abril de 2006
O Xerife do Oeste
Tanto empenho pessoal valeu a pena. "Cahill" é o que eu chamo de um produto honesto. Os fãs de John Wayne receberam justamente aquilo que esperavam, ou seja, o velho cowboy ainda liquidando seus inimigos sem fazer muita força (e sem despentear a peruca impecável), um vilão asqueroso (o ótimo George Kennedy, velho companheiro de Wayne dos filmes antigos) e um pouco de humor em pequenas pitadas aqui e ali. Só não gostei muito do final, que tem um moralismo um tanto quanto questionável. Mas isso é o de menos, "O Xerife do Oeste" vale a pena, principalmente para quem quer matar saudades do antigo astro de Hollywood. A lenda do velho oeste vive!
O Xerife do Oeste (Cahill U.S. Marshal, Estados Unidos, 1973) / Direção: Andrew V. McLaglen / Com John Wayne, George Kennedy e Gary Grimes / Sinopse: De volta a sua cidade, o xerife (John Wayne) encontra dois de seus assistentes mortos num assalto e na cadeia quatro presos, entre eles seu filho, acusados de ter participado da chacina. O obstinado agente da justiça passa a perseguir um grupo de bandidos.
Pablo Aluísio.
domingo, 19 de março de 2006
O Preço de um Covarde
Excelente western com um elenco maravilhoso, além de James Stewart e Dean Martin, a ótima produção conta com as presenças da linda Raquel Welch (no auge de sua beleza) e Andrew Prine. A primeira coisa que chama a atenção é o próprio personagem de James Stewart. Ele é um ladrão, tal como seu irmão, assalta bancos e mente o tempo todo, mas mesmo assim não deixa de ser charmoso e fascinante para os moradores da região. James Stewart geralmente interpretava papéis de homens virtuosos, íntegros, éticos e esse Mace Bishop é uma exceção nessa linha. Aqui ele é um vilão disfarçado. Um sujeito que se faz de homem honesto para esconder seus objetivos nefastos. Sua atuação é mais uma vez muito digna e marcante. Sem dúvida, um de seus mais interessantes personagens no cinema.
Ao seu lado no elenco, o cantor Dean Martin mais uma vez não compromete. É curioso porque muitos decretaram o final de sua carreira no cinema após se separar de Jerry Lewis. Ledo engano. Martin conseguiu superar essa separação e ao longo dos anos construiu uma sólida filmografia própria, solo, com alguns filmes realmente maravilhosos. Aqui ele interpreta o irmão caçula Bishop. No fundo tudo o que deseja é escapar das garras da lei para ter um novo recomeço em algum lugar onde possa finalmente ter paz e tranqüilidade. Martin surpreende mesmo com sua boa atuação. E pensar que ele foi por anos após uma "escada" para Jerry Lewis em seus filmes de comédia.
O termo “bandolero”, do título original, se refere a um vasto território hostil localizado além do Rio Grande, marco geográfico que separa o México dos EUA, que era nos tempos do velho oeste uma terra de ninguém, dominado por saqueadores e ladrões mexicanos. Não havia lei naquela região. É justamente nesse local onde se passará os eventos mais dramáticos de todo o filme. Em conclusão “O Preço de um Covarde” é mais um momento marcante na rica carreira do saudoso James Stewart, um ator diferenciado que aqui surge em cena em um papel incomum. Simplesmente imperdível.
O Preço de um Covarde (Bandolero!, Estados Unidos, 1968) Direção: Andrew V. McLaglen / Roteiro: James Lee Barrett, Stanley Hough / Elenco: James Stewart, Dean Martin, Raquel Welch, George Kennedy, Andrew Prine / Sinopse: Dois irmãos tentam fugir das garras da lei na fronteira entre EUA e México. Após atravessarem o Rio Grande são incansavelmente perseguidos pelo zerife Johnson. O problema é que o vasto território é um covil de ladrões e assassinos mexicanos. Quem conseguirá sobreviver a esse lugar tão hostil?
Pablo Aluísio.