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domingo, 15 de junho de 2025

Júlio César e Cleópatra

Júlio César e Cleópatra
Quando Júlio César desembarcou em Alexandria, no Egito, ele tinha apenas o objetivo de assinar uma série de tratados comerciais com aquela nação. Só que ao andar pelas ruas da milenar cidade fundada por Alexandre, o Grande, ele descobriu que o Egito estava praticamente em guerra civil. Havia um grupo político que apoiava o garoto Ptolomeu para se tornar o novo faraó e existia outro grupo rival, mais organizado e com nomes mais relevantes da sociedade, defendendo a subida da jovem Cleópatra ao trono. Júlio César, um político astuto e oportunista, logo percebeu que poderia tomar proveito daquela situação. 

Ele não achou que Ptolomeu fosse grande coisa. Foi conhecer ele pessoalmente e não ficou nada impressionado. Era jovem, tinha apenas 14 anos de idade, muito arrogante e não tinha nenhuma noção do poder de Roma. César sabia que duas legiões romanas poderiam destruir os exércitos daquele rapaz de uma forma até mesmo fácil. Era só querer e tomar o Egito, transformando aquela antiga civilização do Rio Nilo numa província romana. O ambicioso César porém ficou admirado com a garota Cleópatra, irmã mais velha daquele fedelho insolente. 

Reza a lenda que Cleópatra decidiu fazer uma entrada triunfal para conhecer César. Ela foi enrolada dentro de um grande tapete persa e assim foi colocada dentro do quarto do general romano. César, já um homem maduro, ficou realmente impressionado com ela, com sua beleza. E de fato Cleópatra tinha muito mais a oferecer. Era muito culta, falava vários idiomas e se mostrou ser uma pessoa extremamente inteligente, bem ao contrário de seu irmão mais jovem. Naquela noite, completamente seduzido por Cleópatra, César tomou sua decisão, ficando ao lado daquela bela jovem de 17 anos. Ela iria se tornar a nova Rainha do Egito!

No dia seguinte legionários romanos marchavam por toda a cidade, inaugurando um novo momento histórico do Egito. Ptolomeu foi descartado sumariamente e César colocou no trono a sua nova amada, agora com o título real de Cleópatra VII. Esse relacionamento iria mudar a geopolítico do mundo antigo. César iria ficar perdidamente apaixonado por ela, jogando seu juizo pela janela. Não tardou e a fofoca atravessou o mar e chegou em Roma. Sim, ele estava caindo de amores por uma exótica rainha do Egito. Júlio César não admitia críticas sobre sua vida pessoal e decidiu que iria retornar a Roma em breve, mas agora ao lado de sua nova paixão! A crise política logo iria se instalar na cidade eterna. 

Pablo Aluísio. 

domingo, 8 de junho de 2025

A Morte de Júlio César

A Morte de Júlio César
Nos idos de março do ano de 44 a.c, o Cônsul Júlio César decidiu ir até o Senado romano. Sua esposa Calpúrnia disse que não fosse, pois havia tido sonhos ruins e pesadelos na noite anterior e isso seria uma premonição de que algo ruim iria lhe acontecer. Júlio César não lhe deu ouvidos, descartando tudo como mera superstições de uma mulher tola, como ele mesmo fez questão de dizer enquanto desfrutava de sua refeição matinal. O clima político de Roma andava tenso. O Senado acusava Júlio César de querer poder demais, repetindo os erros cometidos pelos antigos Reis de Roma nos primórdios de sua civilização. Para muitos senadores, Júlio César queria ser o novo Rei de Roma ou então um Tirano com poderes absolutos. Era necessário parar com essas ameaças aos poderes republicanos. 

Júlio César recusava essas acusações, dizendo amar a República Romana. Por isso faria de tudo para salvar as sagradas instituições da cidade eterna. Não convenceu os senadores, principalmente os que lhe fazia forte oposição como Caio Cássio Longino. Naquela manhã César entrou triunfante no Senado, pensado que iria ter mais um dia de vitórias políticas dentro daquela casa que em última análise representava o povo de Roma. Ele tinha novos projetos para apresentar aos senadores, entre eles uma grande reorganização do exército romano e sua legiões.

Não foi o que aconteceu. Assim que entrou no Senado, César foi cercado. Ele não entendeu em um primeiro momento o perigo que corria, sequer estava armado, o que era um erro para um homem como ele que havia colecionado inimigos por toda a sua vida. Pensou que os senadores estavam lhe cercando apenas para debater questões políticas, lhe pedir alguma coisa. Não era nada disso. Era uma armadilha mortal! Não demorou muito e os senadores tiraram de suas togas diversas armas, como punhais, espadas e adagas. Em questão de segundos Júlio César estava sendo esfaqueado por vários dos senadores. Ainda teve uma breve reação no meio de tanta dor ao ver que entre os assassinos se encontrava seu próprio filho adotivo, Marco Júnio Bruto! Ao olhar para ele, disse suas últimas palavras: "Até tu Brutus, filho meu!..."

O corpo de César caiu no chão, já sem vida. Em questão de minutos a notícia correu pela cidade! Júlio César havia sido assassinado no Senado! O povo ficou em choque! César era amado pelos romanos. Seu braço direito, o General Marco Antônio, formou um pequeno batalhão e foi ao Senado resgatar o corpo de César. Os senadores ficaram surpresos com a desaprovação dos romanos pois acreditavam que o povo de Roma ficaria ao seu lado. Aconteceu justamente o oposto disso! "Assassinos, assassinos! - gritava o povo romano em todas as ruas. Diante disso os senadores, um por um, começaram a fugir da cidade que estava prestes a explodir numa onda de revolta e ira contra o Senado de Roma. Eles não sabiam, mas com seu crime tinham decretado o fim da República romana! 

Pablo Aluísio. 

Imperador Romano Alexandre Severo

Imperador Romano Alexandre Severo
Marcus Aurelius Severus Alexander foi o último imperador romano da Dinastia Severa. Assumiu o poder no meio do caos que se sucedeu após o assassinato do Imperador Heliogábalo no ano de 222. Era primo dele e o único que havia sobrado da família para assumir o trono em Roma. O problema é que ele contava com apenas 13 anos de idade. Os militares romanos porém ignoraram isso e o colocaram como o novo imperador. Assim ele foi considerado um Imperador sui generis. Ao mesmo tempo em que teria linhagem de sangue com a Dinastia, só subiu ao poder por causa da força militar. 

E enquanto esteve defendendo o lado dos interesses do Exército Romano ele conseguiu governar com certa tranquilidade e habilidade. Combateu nas fronteiras as diversas invasões de bárbaros e deu os meios e as ferramentas de guerra necessárias para que as Legiões Romanas fossem bem sucedidas no campo de batalha. 

Conforme foi ganhando mais idade e se tornando mais independente, o jovem Imperador decidiu ir para uma política de apaziguamento e diplomacia para com os povos bárbaros. Ele venceu a guerra contra as tribos Sassânidas e abriu processos de paz para com os povos germânicos. Queria usar tratados de paz e não a espada para pacificar seu império! Estava cansado de tantas guerras e mortes. Aquela era uma guerra sem fim que destruía os cofres do Estado romano. Nesse aspecto o Imperador estava completamente certo. 

Só que os generais romanos não queriam paz e sim a guerra. Eles queriam a glória a ser conquistada nos campos de batalha. Com isso o Imperador foi aos poucos perdendo o apoio dos militares. Um golpe militar foi planejado e toda uma conspiração foi arranjada para matar o Imperador e sua mãe, Júlia Ávita. E assim foi feito. No dia 22 de março de 235, após 13 anos de poder, o jovem Imperador foi assassinado a punhaladas por Legionários. Ele tinha apenas 26 anos de idade e seus esforços de busca pela paz o estavam tornando popular em Roma. Antes que se tornasse forte demais, os militares deram o golpe, jogando Roma em mais uma grave turbulência política que iria ser conhecida como A Grande Crise do Terceiro Século. 

Pablo Aluísio. 

domingo, 30 de março de 2025

As Guerras Púnicas

As Guerras Púnicas
Nos dias atuais uma guerra como a da Rússia contra a Ucrânia choca a maioria da população mundial. Pelo menos a parte civilizada da humanidade. Só que se formos olhar para o passado veremos que a própria história humana está cheia de casos semelhantes a esse, que os historiadores chamam de guerras de conquista. E esse termo conquista deve ser usado da forma mais ampla possível pois se trata de conquista territorial, cultural, humana, religiosa, absolutamente tudo que envolva duas grandes nações em choque. 

Um dos casos mais clássicos de conquista aconteceu nas chamadas Guerras Púnicas. Esse pode ser considerado até mesmo um termo genérico, pois esse conflito entre Roma e Cartago durou quase mais de um século, de  264 a.C. a 146 a.C. Não foi um evento ou uma operação militar isolada, mas sim batalhas sangrentas que aconteceram em momentos históricos até distantes entre si. 

De um lado estava Roma, em pleno momento de expansão e conquistas. A outrora pequena Cidade-Estado já havia dominando toda a península itálica e vários territórios ao norte da Europa. E então voltou seus olhos para essa que era a outra grande cidade daquele período clássico, a bela e próspera Cartago. 

Cartago era localizada no norte da África. Tinha um dos portos mais ricos da bacia do Mediterrãnea e dominava toda a região ao redor, além da costa costeira onde estava situada. Roma queria colocar as mãos em toda aquela riqueza. Sob o nosso ponto de vista atual não podemos ter outra visão: era uma guerra de conquista mesmo. Os romanos agiam como ladrões e saqueadores, tal como aconteceria com os Vikings alguns séculos depois. 

Cartago, como a potência que era, resistiu muito bem por muitas décadas, mas os romanos eram muito persistentes e de certa forma pacientes. Eles implantaram um bloqueio comercial severo, adotaram até mesmo táticas de guerrilha náutica para ir destruindo a frota naval da cidade inimiga. Com o esgotamento do comércio e o constante assédio militar finalmente Cartago caiu em mãos romanas. O Mar Mediterrâneo caiu inteiramente em mãos romanas, o que os levou a chamá-lo em latim de Mare Nostrum (Nosso Mar). 

E depois de vencer, Roma foi especialmente impiedosa com os Cartaginenses. Praticamente escravizou todo o seu povo, pois em Roma imperava o modo de produção escravo, onde era imperioso sempre suprir o mercado da escravidão na cidade das sete colinas. Milhares daquele povo foram levados em correntes para o coração de Roma onde foram vendidos como escravos para a elite da cidade romana. Eles foram proibidos de falar sua língua nativa e passaram a cultuar a religião romana, sob ameaça de castigos físicos severos. 

A bela cidade de Cartago estava destruída após décadas de guerra. O que sobrou foi colocado abaixo pelo exército romano. E suas riquezas foram saqueadas, sendo levadas de barco para Roma. Dizem inclusive que os romanos espalharam toneladas de sal onde antes havia existido Cartago, para que assim nunca mais nada viesse a nascer ali. Um exemplo claro da maldade do ser humano, já em enorme evidência naqueles tempos antigos. 

Pablo Aluísio. 

domingo, 9 de fevereiro de 2025

O Gladiador de Roma

O Gladiador de Roma
Os Gladiadores surgiram em uma época bem remota da história de Roma. Inicialmente a luta de gladiadores foi uma evolução natural dos rituais fúnebres de guerreiros romanos. Após o corpo ser devorado pelas chamas de uma enorme pira funerária, os presentes lutavam entre si, numa última homenagem ao falecido. Depois, com o passar dos séculos, essas lutas passaram a atrair a atenção do povo romano e o "esporte" violento que conhecemos ganhou suas características finais. 

Alguns conceitos que vemos em filmes épicos sobre Roma não são inteiramente verdadeiros. Nem todas as lutas eram de vida ou morte. Aliás essas eram exceções à regra. Treinar e formar um grande campeão da arena levava anos e não seria possível que esse tipo de lutador morresse na primeira oportunidade que pisasse na areia das grandes arenas de lutas. Bons gladiadores duravam anos e anos e eram bem tratados por seus senhores, afinal esses ganhavam fortunas com eles. Eles eram famosos, tinham fãs e seus nomes eram louvados em grafites nos muros das cidades. Eram tão populares quanto os jogadores de futebol dos dias atuais. Um atleta como esse não poderia morrer da noite para o dia. 

Sim, os gladiadores eram escravos. A maioria deles eram tirados dos exércitos que lutavam contra Roma. Os guerreiros mais altos e fortes, aqueles que tinham provado sua coragem nos campos de batalhas eram poupados pelos romanos. Escravizados, eram levados para escolas de gladiadores que geralmente pertenciam a homens muito ricos da alta elite, como senadores e até mesmo imperadores. Ironicamente, com o passar dos séculos, eles também foram recrutados para lutar no exército romano, como aconteceu com o Imperador Marco Aurélio, que levou milhares de gladiadores para lutar ao seu lado nas florestas da Germânia. 

Embora fosse uma forma de diversão bem antiga para as massas, foi Júlio César quem primeiro usou as lutas de gladiadores como propaganda política. Ele patrocinava lutas para as massas e assim ganhava grande popularidade entre o povo. Esse sistema foi copiado por praticamente todos os imperadores romanos que vieram após sua era. E houve igualmente casos bizarros, como o de Cómodo, o imperador que amava tanto essas lutas que decidiu que queria ser ele também um grande gladiador! 

Os gladiadores seguiam certos modelos que tinham sido copiados dos inimigos de Roma. Por exemplo, havia o Trácio, baseado nos guerreiros desses povos. Eles se caracterizavam por seus tipos específicos de armas, elmos e armaduras. Uns usavam redes, outros longas espadas orientais, havia ainda os que tinham elmos extremamente bem trabalhados. Cada tipo de gladiador lutava com um rival semelhante em armas, mas no final, na decisão do grande campeonato de lutas, havia confrontos entre tipos diferentes de gladiadores. O povo romano adorava esses eventos, ora teatrais, ora esportivos, ora sangrentos e sádicos. 

Pablo Aluísio.