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terça-feira, 21 de setembro de 2021

Como Nasce um Bravo

Um bando de cowboys liderados por Tom Reese (Glenn Ford) finalmente cumpre seu trabalho. Eles estão chegando de uma longa jornada, onde trouxeram um grande rebanho de gado do Texas até Chicago. Agora querem descansar em um bom hotel da cidade. Nesse hotel trabalha Frank Harris (Jack Lemmon), um almofadinha da cidade grande. Ele está apaixonado por uma mexicana, filha de um rico fazendeiro da fronteira. Só que o romance não vai em frente, justamente por causa do pai, que não quer a filha casada com um americano. Quando ele descobre que a próxima viagem dos cowboys de Reese será realizada justamente em direção ao México, pede para ir junto, mesmo sem experiência em longa viagens como aquela, em cima de um cavalo, enfrentando as dificuldades da natureza, dos ataques de índios. Mesmo relutante Reese finalmente aceita levar Harris junto, só que na condição de sócio da cavalgada, uma vez que ele definitivamente está precisando de dinheiro.

"Como Nasce um Bravo" é um western muito, muito bom. Esse choque de realidades entre dois homens tão diferentes mantém o interesse da trama. Eles logo entram em conflito no caminho rumo ao México. Reese (Ford) é um tipo durão que está acostumado com os perigos de uma viagem como aquela. Sabe que certos valores precisam ser flexibilizados. Já Harris (Lemmon) quer seguir tudo numa certa linha, em um certo código de honra. O filme é interessante justamente por trazer Jack Lemmon em um faroeste. Não era a praia dele, mesmo assim se sai muito bem. Um filme que apreciei muito. Um belo momento da carreira do grande Glenn Ford.

Como Nasce um Bravo (Cowboy, Estados Unidos, 1958) Direção: Delmer Daves / Roteiro: Frank Harris, Edmund H. North / Elenco: Glenn Ford, Jack Lemmon, Anna Kashfi, Brian Donlevy / Sinopse: Um grupo de cowboys viaja até o México para trazer um grande rebanho de gado para ser vendido em Chicago. E leva junto um almofadinha da cidade grande que vai precisar a aprender a ser um cowboy na prática, enfrentando os desafios de uma grande cavalgada como aquela.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Hino de uma Consciência

Nesse fim de semana assisti a esse "Hino de Uma Consciência", um filme de guerra bem diferente. Embora o filme se passe em um centro de treinamento de pilotos americanos na guerra da Coreia, o foco do roteiro e argumento não se baseiam essencialmente nisso, mas sim na crise existencial que se abate sobre o protagonista. Rock Hudson aqui interpreta esse jovem Coronel da força aérea dos Estados Unidos que durante a II Guerra Mundial atacou por engano um orfanato de crianças no Japão. Muitas delas morrem por causa desse terrível erro. Corroído pela culpa, psicologicamente destruído, ele resolve se tornar ministro religioso, mas sem muito poder de oratória, acaba fracassando. Após alguns anos acaba voltando mais uma vez ao front de batalha, só que dessa vez como instrutor de jovens aviadores na Guerra da Coreia.

O curioso é que sua redenção vem na forma de ajuda humanitária à população local - seja distribuindo alimentos, seja ajudando crianças sem lar da região. O tom do filme é melodramático, arriscando muitas vezes cair na pieguice, mas que se salva ao final principalmente pelas cenas de batalha entre os caças americanos e inimigos. As boas intenções do roteiro também ajudam o filme em seu resultado final. No meio de tantas mensagens negativas que muitas vezes vemos em algumas produções, assistir a algo assim que incentive as boas ações sempre é muito bem-vindo. Aliás o filme foi premiado pelo Globo de Ouro em uma categoria especial criado pelos jornalistas da época que procuravam premiar roteiros que iam justamente por essa direção, com mensagens positivas, intenções de promover o bem dentro da comunidade, etc. Essa categoria acabou sendo extinta com os anos, infelizmente.

Rock Hudson entrega uma interpretação contida. Ele havia acabado de perder o Oscar de Melhor ator por "Assim Caminha a Humanidade" e talvez por isso estivesse menos empenhado em impressionar. De fato o ator nem gostou muito do roteiro, mas como o convite partiu de Douglas Sirk, o primeiro cineasta a lhe dar uma grande chance em Hollywood, Rock se viu na obrigação de aceitar. Ele sempre se mostrava muito agradecido e leal a quem lhe havia dado a mão e por isso não recusaria a chance de trabalhar novamente com seu mentor em Hollywood. Ao seu lado em cena temos a atriz indiana Anna Kashfi que ganhou notoriedade no cinema americano não tanto por suas interpretações, mas sim por ter sido uma das mais famosas mulheres "exóticas" de Marlon Brando. Para quem não se recorda essa atriz foi a primeira esposa de Brando, mãe de seu filho Christian, que anos depois seria preso por assassinar o namorado de sua irmã. Apesar do esforço em parecer empenhada e envolvida, Kashfi deixa a desejar. Não era particularmente talentosa e nem tinha uma presença marcante em cena. Sem uma grande estrela para contracenar com Rock Hudson o filme perde muitos pontos. Além disso a química do casal é zero, o que piora ainda mais a situação. Talvez ela só esteja no filme por nepotismo de Brando. De qualquer forma "Hino de Uma Consciência" merece ser redescoberto. Sua boa mensagem aliada ao fato de termos Rock Hudson no auge de sua carreira e popularidade mantém o interesse.

Hino de Uma Consciência (Battle Hymn, Estados Unidos, 1957) Direção: Douglas Sirk / Roteiro: Charles Grayson, Vincent B. Evans / Elenco: Rock Hudson, Anna Kashfi,  Dan Duryea, Don DeFore, Martha Hyer, Jock Mahoney / Sinopse: Após bombardear um orfanato japonês durante a II Guerra Mundial, um jovem piloto da força aérea dos EUA decide se redimir de seu erro se tornando ministro religioso. Após sentir que não tem vocação para isso, ele decide então voltar para o front onde se trava a sangrenta Guerra da Coreia. Lá acabará encontrando uma forma de superar o seu terrível erro cometido anos atrás, em um passado que tenta se libertar. Filme premiado no Globo de Ouro.

Pablo Aluísio.