quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Um Homem Chamado Ove

Título no Brasil: Um Homem Chamado Ove
Título Original: En man som heter Ove
Ano de Produção: 2015
País: Suécia
Estúdio: Tre Vänner Produktion AB
Direção: Hannes Holm
Roteiro: Hannes Holm, Fredrik Backman
Elenco: Rolf Lassgård, Bahar Pars, Filip Berg, Ida Engvoll, Tobias Almborg, Börje Lundberg

Sinopse:
O filme conta a história de Ove (Rolf Lassgård), um homem na terceira idade, viúvo e sem filhos, conhecido por todos por ser muito ranzinza e rabugento. Ele decide se matar, mas acaba vendo cada tentativa dar errado. Quando uma família de imigrantes iranianos se muda para a casa ao lado, Ove vê sua vida mudar para melhor, embora ele não acreditasse que isso um dia iria acontecer.

Comentários:
O ator Tom Hanks vai em breve interpretar o personagem Ove em um planejado remake a ser lançado nos dois próximos anos. Isso certamente vai aumentar e muito o interesse nesse muito bom filme sueco, o original, que é sem dúvida um pequeno primor cinematográfico. Embora o personagem principal Ove esteja sempre tentando se matar, não leve essa informação para um lado dramático. Pelo contrário, cada tentativa dele nesse caminho acaba se tornando em uma situação cômica, por mais incrível que isso possa parecer. O filme tem um protagonista na terceira idade, mas isso não significa que o espectador não vá conhecer Ove em sua juventude. Em lembranças somos levados ao passado de Ove, em longos flashbacks. Assim, conhecendo momentos importantes de sua vida, vamos entendendo porque ele age dessa maneira na velhice. Afinal todos somos frutos de nossas próprias experiências. Com um sutil humor que atravessa todo o filme, "Ove" surpreende pela humanidade e pela verdade da história que conta. É um filme muito bom, valorizado por um roteiro muito bem escrito.  

Pablo Aluísio.

Babe

Título no Brasil: Babe, o Porquinho Atrapalhado
Título Original: Babe
Ano de Produção: 1995
País: Austrália
Estúdio: Kennedy Miller Productions
Direção: Chris Noonan
Roteiro: George Miller
Elenco: James Cromwell, Magda Szubanski, Christine Cavanaugh, Hugo Weaving, Miriam Flynn, Russi Taylor

Sinopse:
Baseado na novela infantil escrita por Dick King-Smith, "Babe" conta  a história de Babe, um porquinho que vive numa fazenda no interior da Austrália. Criado por cães pastores, ele próprio passa a pastorear ovelhas, para surpresa de seu próprio dono. Filme premiado no Oscar na categoria de melhores efeitos especiais (Scott E. Anderson, Charles Gibson e equipe).

Comentários:
"Babe" é uma fábula. Uma bela fábula cinematográfica. Só que o filme não surpreendia apenas por isso. Na realidade o que deixou muita gente surpresa em seu lançamento nos anos 90 foi o fato de que um filme infantil australiano, até bem pouco conhecido, cair assim nas graças da academia de cinema em Hollywood. O filme recebeu várias indicações ao Oscar, algo que ninguém esperava acontecer. Com uma técnica avançada de efeitos especiais, o filme também acabou se saindo vencedor dessa categoria que sempre foi mais direcionada para os grandes blockbusters da indústria norte-americana. Fora essa categoria técnica o filme ainda foi indicado nas categorias de melhor filme (uma enorme honra!), melhor direção e melhor ator (para o veterano James Cromwell, que interpretou um fazendeiro rude, mas de bom coração). As filmagens foram complicadas, pois filmes feitos com animais sempre dão trabalho. Para se ter uma ideia mais de 30 porcos foram usados para "interpretar" Babe. O resultado é tecnicamente impecável e também muito humano. Babe é um filme que tem alma e coração. Talvez por isso tenha sido tão bem recebido nos Estados Unidos na época.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Legado Explosivo

Título no Brasil: Legado Explosivo
Título Original: Honest Thief
Ano de Produção: 2020
País: Estados Unidos
Estúdio: Ingenious Media
Direção: Mark Williams
Roteiro: Steve Allrich, Mark Williams
Elenco: Liam Neeson, Kate Walsh, Robert Patrick, Jai Courtney, Jeffrey Donovan, Anthony Ramos,

Sinopse:
Tom Dolan (Liam Neeson) é ulm ladrão de bancos, especializado em arrombar cofres antigos de pequenas agências bancárias de interior. Quando se apaixona por Annie Wilkins (Kate Walsh), ele decide deixar essa vida de crimes para trás. Liga para o FBI para se entregar, mas dá azar. Acaba caindo nas máos de dois agentes corruptos que só estão interessados no dinheiro que ele roubou durante todos aqueles anos, uma pequena fortuna de 9 milhões de dólares. Agora é lutar para sair vivo desse jogo sujo.

Comentários:

No meio da pandemia esse foi um dos filmes lançados nos cinemas para tentar a revitalização do mercado cinematográfico. Faturou até o momento algo em torno de 45 milhões de dólares e provavelmente não vai dar prejuízo ao estúdio, pois é um filme de orçamento enxuto. De maneira em geral "Legado Explosivo" é um bom filme de ação. A história é bem objetiva e não se perde muito tempo com detalhes dispensáveis. O roteiro explora um certo background biográfico do protagonista, mas sem entrar muito fundo nisso. O vale a pena é contar o enredo de um criminoso que deseja se redimir, se entregar para a lei, devolvendo o dinheiro roubado, mas que encontra pela frente agentes federais corruptos que ao invés de lhe ajudarem nesse processo só pensam em roubar eles mesmos todo a grana que foi fruto de anos e anos de roubos a bancos. Os tiras são ladrões e o ladrão de bancos é honesto (daí o título original do filme). O roteiro caminha para um estilo mais sóbrio e crível, por isso não vá esperando por espetaculares cenas de ação, nada disso. O tom aqui é de pé no chão, realismo. E nesse aspecto surge o grande mérito do filme, explorando algo que poderia mesmo acontecer na crônica policial de uma grande cidade americana. Nada de exageros ou cenas impossíveis. Penso que esse seria um caminho certo a ser seguido pelos filmes de ação daqui em diante. Afinal o público já está meio cansado de cenas espalhafatosas demais.

Pablo Aluísio.

Garota Exemplar

Título no Brasil: Garota Exemplar
Título Original: Gone Girl
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: David Fincher
Roteiro: Gillian Flynn
Elenco: Ben Affleck, Rosamund Pike, Neil Patrick Harris, Tyler Perry, Carrie Coon, Kim Dickens

Sinopse:
Nick Dunne (Ben Affleck) liga para a polícia para comunicar o desaparecimento de sua esposa Amy (Rosamund Pike). No passado ela serviu de inspiração para a criação de uma popular personagem de livros infantis chamada Amy exemplar. Por isso o caso começa a chamar muito a atenção da mídia. Em pouco tempo o marido começa a ser o principal suspeito de um provável crime cometido contra a própria mulher.

Comentários:
Esse filme foi indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro na categoria de melhor atriz para Rosamund Pike. Realmente o filme é todo dela. Interpretando uma esposa que parece ser mesmo exemplar, ela tece várias camadas de uma personalidade complexa para sua personagem. O espectador assim é levado de um lado para o outro no decorrer do filme. Ora se solidarizando com a dor de uma mulher casada com um homem infiel e em alguns momentos violento, ora se surpreendendo completamente ao descobrir a verdadeira face de "Amy exemplar". A história desse filme tem pelo menos duas grandes reviravoltas. A primeira, em meu ponto de vista, acontece cedo demais, o que poderá levar alguns a entender que o filme acaba se arrastando mais do que devia (afinal são duas horas e meia de duração). Porém passado esse primeiro plot twist, o enredo ganha novos contornos, onde as posições se invertem para os personagens. Quem era vilão, passa a ser mocinho e vice versa. Funciona? Sim, mantém a atenção. Só que de maneira em geral concordo que o final mais cínico e pessimista, premiando de certo modo atos psicopatas, vai incomodar alguns espectadores. Nem sempre o bem vence no final como bem podemos conferir nesse bom filme chamado "Garota Exemplar". Se nunca viu, corra atrás. Vale a pena assistir.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

As Duas Faces de um Crime

Título no Brasil: As Duas Faces de um Crime
Título Original: Primal Fear
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Gregory Hoblit
Roteiro: Steve Shagan
Elenco: Richard Gere, Edward Norton, Laura Linney, John Mahoney, Alfre Woodard, Frances McDormand

Sinopse:
O advogado Martin Vail (Richard Gere) aceita defender um jovem acusado de ter matado o arcebispo da cidade de Chigado, um caso escandaloso que abala as estruturas da comunidade. Será ele um inocente acusado injustamente ou um psicopata frio que usa os meandros da lei para sair impune da justiça?  Filme indicado ao BAFTA Awards, ao Oscar e ao Globo de Ouro.

Comentários:
Ótimo drama de tribunal. O ator Edward Norton foi indicado ao Oscar por sua atuação e acabou sendo premiado com o Globo de Ouro pelo filme. Aliás um dos aspectos mais claros dessa produção vem justamente do trabalho de Edward Norton. Ele roubou todas as atenções, deixando o galã Richard Gere em segundo plano, embora ele fosse o protagonista do filme, interpretando esse advogado criminalista muito charmoso e cheio de classe. Embora seja um filme que agrada a todos os tipos de públicos, esse é bem mais recomendado para os profissionais da área jurídica. Isso porque o roteiro (que foi baseado no livro escrito por William Diehl) explora os diversos caminhos legais que um advogado inteligente e sagaz pode percorrer para livrar seu cliente de uma pena pesada. E tudo leva para um final, um desfecho, que considerei muito bem elaborado. Vai ser perturbador para alguns, mas no meu caso achei tudo extremamente coerente com a história como um todo. Enfim, ótimo filme, gostei bastante.

Pablo Aluísio.

Mulher-Maravilha 1984

Título no Brasil: Mulher-Maravilha 1984
Título Original: Wonder Woman 1984
Ano de Produção: 2020
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Patty Jenkins
Roteiro: Patty Jenkins, Geoff Johns
Elenco: Gal Gadot, Chris Pine, Kristen Wiig, Pedro Pascal, Robin Wright, Connie Nielsen

Sinopse:
Uma pedra misteriosa, que dá ao seu possuidor o dom de realizar seus desejos, vai parar nas mãos de um empresário falido desesperado para ter poder e dinheiro. Ele imediatamente faz uso dessa pedra dos desejos e transforma o mundo em um enorme caos. Apenas Diana (Gal Gadot) terá condições de enfrentar Max Lord (Pedro Pascal) e seus planos maquiavélicos.

Comentários:
Esse novo filme da Mulher-Maravilha foi severamente criticado. Malharam o filme sem dó e nem piedade. Por isso fui assistir com expectativas baixas. Em minha forma de ver as coisas o filme precisava apenas ser divertido, nada mais. E foi justamente isso que aconteceu. É um filme que entrega justamente isso. Não tem nada a ver com ser uma obra-prima do cinema, nem nada parecido. Não é Shakespeare e sim DC Comics. O roteiro tem apenas que divertir, não discutir as grandes questões e segredos do universo. Nada disso. É um filme de pura diversão, cultura pop em essência. Como uma boa edição de história em quadrinhos, o roteiro segue aquela fórmula básica que todos já conhecemos. Tem a heroína, tem um vilão que quer dominar o mundo e no meio disso um totem, um objeto que todos perseguem. Velho sistema que funciona há décadas e décadas. Diante dessa postura em relação a esse filme digo que me diverti, gostei mesmo do resultado. É um filme com bastante fantasia, boas cenas de ação e um elenco que não decepciona. Eu acredito que houve muita má vontade em relação a esse novo filme da Mulher-Maravilha. É pura diversão pop, entretenimento acima de tudo. Apesar de ter duas horas e meia de duração também não achei chato. Chato é quem criticou esperando por algo que o filme não se propôs a entregar. É apenas um filme de super-herói ou no caso aqui de Super-heroína. Nesse nicho funciona muito bem. Não espere muito e procure se divertir. Apenas se divirta comendo muita pipoca.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Homeland - Quarta Temporada

Homeland - Quarta Temporada
A Quarta temporada da série Homeland foi exibida entre os meses de outubro a dezembro de 2014. No total foram produzidos e exibidos 12 episódios dessa temporada, sempre pela canal Showtime. Nessa temporada 4 os personagens passam a ser ainda mais desenvolvidos, principalmente em relação à protagonista Carrie Mathison, em excelente interpretação da talentosa atriz Claire Danes que realmente fez um trabalho primoroso em todas as temporadas. Pode-se dizer que ela realmente levou essa série com seu trabalho. Abaixo seguem comentários sobre os episódios. Os demais serão disponibilizados aos poucos, conforme for assistindo. Boa leitura.

Homeland 4.01 - The Drone Queen
Danos colaterais. É assim que as forças americanas denominam de modo em geral a morte de civis em ataques contra alvos importantes na luta contra o terror. E é justamente isso que ocorre com uma missão de ataque chefiada por Carrie Mathison (Claire Danes). Ela agora comanda uma unidade da CIA no Afeganistão. Seu objetivo é localizar os líderes terroristas que ainda estão vivos. Quando uma informação quente lhe chega em mãos, dando a localização de um infame jihadista, ela não pensa muito e dá ordens para que dois caças americanos F-15 bombardeiem o local. O que Carrie não sabia é que está sendo realizado um casamento na casa, com muitas mulheres e crianças presentes. Bomba no alvo e... danos colaterais. Dezenas de civis morrem no ataque. Tudo ficaria por isso mesmo se um jovem estudante de medicina sobrevivente das bombas americanas não colocasse cenas do casamento no Youtube. Óbvio que dando rosto às vítimas tudo se torna um grande escândalo na mídia e um sério problema de relações públicas para o governo americano. O título do episódio, "The Drone Queen", se refere a um apelido que Mathison ganha de sua equipe no bolo de seu aniversário. Ela coordena o ataque, mata civis e depois sem maiores problemas sopra as velinhas de seu bolo, sem culpas, receios ou sentimentos pelos que morreram. O tipo de comportamento que a CIA espera de seus agentes. / Homeland 4.01 - The Drone Queen (EUA, 2014) Direção: Lesli Linka Glatter / Roteiro: Alex Gansa, Howard Gordon / Elenco: Claire Danes, Rupert Friend, Nazanin Boniadi.

Homeland 4.02 - Trylon and Perisphere
Ser mãe e agente da CIA ao mesmo tempo pode ser um problema e tanto. É justamente isso que Carrie Mathison (Claire Danes) acaba descobrindo nesse episódio. Depois do desastroso bombardeio com drones numa festa de casamento no Afeganistão ela e sua agência estão na mira da imprensa internacional. O episódio anterior acabou com o linchamento pela população de um agente (ao que indica duplo) da CIA. Ele foi responsabilizado pelo ataque e pagou caro, muito caro por seus atos. No meio do furacão Carrie é então enviada de volta aos Estados Unidos, algo que ela não queria. O motivo? Voltar ao lar significa ter que lidar com seu filho, algo que ela não leva o menor jeito e para falar a verdade também não quer levar. O bebezinho está aos cuidados de sua irmã que inclusive já está perdendo a paciência, afinal de contas a decisão de ter um filho implica também assumir responsabilidades, algo que Carrie não deseja. Em um momento ao lado do garotinho ela inclusive confessa que o único motivo de sua existência era o amor que sentia por seu pai, algo que passou e ficou no passado. A cena mais perturbadora acontece quando Carrie está dando um banho na criança. Fica claro que vem uma ideia assustadora em sua cabeça - uma das melhores sequências dessa quarta temporada. É ver para crer! / Homeland 4.02 - Trylon and Perisphere (EUA, 2014) Direção: Keith Gordon / Roteiro: Alex Gansa, Howard Gordon / Elenco: Claire Danes, Rupert Friend, Nazanin Boniadi.

Homeland 4.03 - Shalwar Kameez
Pouca gente sabe, mas "Homeland" é baseada na série israelense "Prisoners of War", escrita e criada pelo roteirista e produtor Gideon Raff. De uma forma ou outra, conforme a temporada avança, o remake americano vai trilhando por caminhos próprios. A saga segue com novos personagens e tramas independentes da série original que lhe deu origem. Pois bem, aqui temos mais novidades surgindo. A agente da CIA Carrie Mathison (Claire Danes) tem tanta ojeriza em ser mãe que se viu até mesmo chantageando o diretor de sua agência para arranjar uma nova transferência para o Afeganistão, bem longe das obrigações maternais. Assim ela retorna ao front da guerra ao terrorismo internacional. Lá descobre que precisa também ter jogo de cintura com a nova embaixadora americana na região, uma mulher firme e dura, mas também justa em suas decisões. O quadro no Afeganistão não é dos melhores. Após o linchamento do agente Sandy, Carrie procura por pistas que possam levar aos verdadeiros culpados pelo crime. Uma imagem postada no Youtube parece trazer uma luz sobre isso. Nela um sujeito misterioso parece falar com alguém, como se estivesse coordenando o ataque. Ele se mostra a chave para desvendar esse cruel jogo de espionagem. Provavelmente seja um membro do serviço secreto do Paquistão, mas isso só será desvendado melhor com o tempo e isso Carrie parece ter de sobra. / Homeland 4.03 - Shalwar Kameez (EUA, 2014) Direção: Lesli Linka Glatter / Roteiro: Gideon Raff, Alex Gansa / Elenco: Claire Danes, Rupert Friend, Nazanin Boniad.

Homeland 4.04 - Iron in the Fire
Não há como escapar da conclusão de que "Homeland" já foi bem melhor antes. Nessa quarta temporada já vejo sinais claros de desgaste e saturação. Como vimos no primeiro episódio o estopim de tudo o que vem acontecendo foi o ataque de drones comandado por Carrie Mathison (Claire Danes) numa festa de casamento no Paquistão. Muitos civis morreram e o caso foi parar na imprensa, comprometendo publicamente a CIA. Depois disso um agente importante da agência americana de inteligência foi morto e agora Carrie reúne provas suficientes de que a inteligência Paquistanesa estaria envolvida no assassinato do agente Sandy. O único sobrevivente do ataque de drones pode ser uma chave na revelação desse mistério, mas o rapaz, que é estudante de medicina na universidade da cidade, parece estar envolvido com tráfico de remédios do hospital onde trabalha. Mais estranho do que isso, seu tio, o terrorista que deveria ter sido morto no ataque dos drones, parece estar vivo e atuante pelas ruas! A trama não traz maiores atrativos em minha opinião. O pior mesmo vem da cena final quando Carrie toma uma atitude que sinceramente seria motivo suficiente para sua demissão sumária da CIA. Além dessa cena ter sido muito forçada e gratuita, não consegui mesmo encontrar qualquer justificativa para ela. Talvez nos próximos episódios isso venha a se tornar mais claro... quem sabe! Por enquanto a solução encontrada pelos roteiristas definitivamente não me agradou. / Homeland 4.04 - Iron in the Fire (EUA, 2014) Direção: Michael Offer / Roteiro: Alex Gansa, Howard Gordon / Elenco: Claire Danes, Rupert Friend, Nazanin Boniadi.

Homeland 4.05 - About a Boy
Sinceramente tenho considerado essa quarta temporada de "Homeland" como a pior até agora. Parece que os roteiristas estão sem ideias novas. De todas as novidades da trama a pior é o envolvimento sexual da agente do FBI Carrie Mathison (Claire Danes) com um jovem paquistanês que teria escapado de um ataque de drones ordenado por ela própria. O garoto é sobrinho de um terrorista procurado que provavelmente não tenha morrido no ataque como supõe a agência de inteligência americana. As cenas de Carrie com o rapaz são tão absurdas como inverossímeis, tanto do ponto de vista dela como dele. Não há razão para algo assim, mesmo que Carrie seja completamente desequilibrada em vários momentos da série. Considerei tudo apelativo demais, uma tentativa descarada de levantar a audiência da série nos Estados Unidos (pois de fato "Homeland" perdeu muitos espectadores nos últimos anos). O personagem de Saul Berenson (Mandy Patinkin) que também era uma das melhores coisas da série foi colocado para escanteio, revelando outro erro dos roteiristas. Nesse episódio surge uma promessa que ele volte a ter a importância de antes, principalmente quando se vê cercado por agentes secretos do Paquistão em um aeroporto. Por fim enquanto Carrie se vê envolvida em seu love affair juvenil a CIA acaba perdendo ótimas oportunidades de capturar terroristas perigosos porque ela afinal está na cama com seu novo casinho! Convenhamos, é muita bobagem mesmo. Espero que "Homeland" melhore daqui em diante. / Homeland 4.05 - About a Boy (EUA, 2014) Direção: Charlotte Sieling / Roteiro: Gideon Raff, Alex Gansa / Elenco: Claire Danes, Rupert Friend, Nazanin Boniadi.

Homeland 4.06 - From A to B and Back Again
Essa quarta temporada vinha se arrastando há tempos, mas finalmente surgiu um bom episódio. É foi justamente esse! Como se sabe a agente Carrie Mathison (Claire Danes) quer descobrir o paradeiro de um perigoso jihadista paquistanês que erroneamente havia sido dado como morto após o ataque de um drone numa festa de casamento. Nesse episódio finalmente seu sobrinho (com o qual Carrie precisou se relacionar para ganhar sua confiança) confirma que o tio está vivo e escondido. Carrie então arma um verdadeiro teatro para: a) convencer o jovem que ela foi brutalmente sequestrada e agredida por membros da agência de inteligência do Paquistão e b) levar o rapaz a finalmente ir atrás do seu tio nas montanhas em busca de proteção. Uma armadilha muito bem bolada que me fez lembrar dos bons tempos da série (em sua primeira e segunda temporadas). Pois bem, o plano de Carrie dá muito certo, o tio e o sobrinho finalmente se encontram no meio do deserto enquanto a CIA observa tudo através de um drone. Quando ela está prestes a autorizar o bombardeio surge de dentro de um dos carros ele mesmo, Saul (Mandy Patinkin), o ex-diretor da CIA que havia desaparecido desde que foi capturado no aeroporto quando tentava voltar para os Estados Unidos. O jogo assim vira mais uma vez, só que para o lado dos fundamentalistas islâmicos. Dessa quarta temporada, como já frisei, é seguramente o melhor episódio, com todas as doses certas de suspense e tensão. Muito bom, excelente na verdade. "Homeland" prova assim que ainda tem fôlego para seguir em frente. / Homeland 4.06 - From A to B and Back Again (EUA, 2014) Direção: Lesli Linka Glatter / Roteiro:  Gideon Raff, Alex Gansa / Elenco: Claire Danes, Rupert Friend, Nazanin Boniadi.

Homeland 4.07 - Redux
Saul Berenson está nas mãos de terroristas paquistaneses, gente do Talibã. Haissam Haqqani usa ele como escudo. Como sabe que a CIA não vai explodir seu carro com um drone, decide ir visitar sua família que não vê há anos. Sempre com Saul ao lado, no banco de trás do carro. É sua segurança que não vai explodir pelos ares de uma hora para outra. Enquanto isso Carrie Mathison vai perdendo completamente o controle. Trocaram suas pílulas, o que faz com que fique sem remédio. E ela começa a surtar de vez, agindo de forma não normal. As coisas só pioram e ela chega a ter alucinações, pensando ter encontrado Brody de novo! Por fim as coisas vão de mal a pior entre a diplomacia americana e paquistanesa. O diretor da CIA joga na cara do embaixador do Paquistão que eles ajudam terroristas. E o clima fica tenso entre todos. / Homeland 4.07 - Redux (Estados Unidos, 2014) Direção: Lesli Linka Glatter / Roteiro: Gideon Raff / Elenco: Claire Danes, Rupert Friend, Nazanin Boniadi. 

Homeland 4.08 - Halfway to a Donut
É um tempo de caos na vida da agente Carrie Mathison. Depois de surtar por falta de seus medicamentos, ela acorda na casa de um oficial do serviço de inteligência do Paquistão. Saia justa. Depois de recuperada volta ao trabalho. Autoridades americanas e paquistanesas discutem os termos de um acordo onde Saul será trocado por alguns prisioneiros do Talibã que estão em prisões americanas. A negociação é tensa e nesse meio tempo Saul consegue fugir de seu cativeiro. Ele foge pelo meio do deserto e vai parar numa cidadezinha onde pretende encontrar um morador que é contato dos americanos, só que as coisas acabam não dando muito certo. Ele é traído por quem mais confiava. / Homeland 4.08 (Estados Unidos, 2014) Direção: Carl Franklin / Roteiro: Gideon Raff / Elenco: Claire Danes, Rupert Friend, Nazanin Boniadi. 

Homeland 4.09 - There's Something Else Going On
Nesse episódio, muito bom por sinal, a agente Carrie Mathison precisa coordenar a troca de Saul Berenson por cinco terroristas que estavam nas mãos dos americanos. Só membros importantes do Talibã, terroristas perigosos, alguns envolvidos até mesmo com o tráfico de drogas internacional. A troca, apesar de toda a tensão envolvida, até que é feita, mas depois, quando o seu grupo retorna para a embaixada, há um ataque violento aos carros. Pior do que isso, os fuzileiros navais dos Estados Unidos são todos enviados para o local de ataque, deixando a embaixada desprotegida. Quando o episódio acaba, um grupo de terroristas invade o lugar. A tensão pelo visto só vai aumentar. A conclusão só virá no décimo episódio. / Homeland 4.09 - There's Something Else Going On (Estados Unidos, 2014) Direção: Seith Mann / Roteiro: Gideon Raff, Howard Gordon / Elenco:  Claire Danes, Rupert Friend, Nazanin Boniadi. 

Homeland 4.10 - 13 Hours in Islamabad
Um massacre! É isso o que acontece quando um grupo terrorista invade a embaixada americana no Paquistão. No total 36 pessoas são mortas! Pior do que isso, uma agenda contendo todas as informações sobre agentes americanos e colaboradores paquistaneses caem nas mãos dos terroristas. O presidente dos Estados Unidos então toma uma decisão crucial e decide fechar a embaixada, cortando relações diplomáticas com as autoridades do Paquistão. Enquanto os americanos vão fazendo as malas, se preparando para ir embora de vez daquele país, a agente Carrie Mathison pede mais cinco dias. Ela quer localizar o agente Peter Quinn que ao que tudo indica surtou, saindo pelas ruas da cidade em busca de uma vingança pessoal. / Homeland 4.10 - 13 Hours in Islamabad (Estados Unidos, 2014) Direção: Daniel Attias / Roteiro: Gideon Raff, Alex Gansa / Elenco: Claire Danes, Rupert Friend, Nazanin Boniad. 

Homeland 4.11 - Krieg Nicht Lieb
Carrie Mathison vai atrás de Peter Quinn. Acaba encontrando ele quando esse visitava a ex-namorada alemã que trabalha na embaixada da Alemanha no Paquistão. A conversa é tensa, mas Quinn não abre mão de seus planos. Ele fabrica uma bomba para explodir na frente da casa onde está escondido Haissam Haqqani. Os problemas são muitos, inclusive ter que lidar com uma manifestação por lá. Valeria a pena matar dezenas de milhares de inocentes só para liquidar um terrorista? No lado pessoal Carrie recebe uma chamada de sua irmã lhe informando que seu pai morreu. Em uma situação tão complicada como a que Carrie vive, aquilo é um stress a mais para se lidar. / Homeland 4.11 - Krieg Nicht Lieb (Estados Unidos, 2014) Direção: Clark Johnson / Roteiro: Gideon Raff, Howard Gordon / Elenco: Claire Danes, Rupert Friend, Laila Robins. 

Homeland 4.12 - Long Time Coming  
Último episódio da temporada. E como termina a série "Homeland"? Esse é um episódio bem diferenciado, onde o foco vai para a vida pessoal da agente Carrie Mathison (Claire Danes). Ela retorna aos Estados Unidos para o funeral do pai. E o retorno ao lar paterno também traz problemas familiares que ela acreditava estar há muitos anos superados. Sua mãe, que abandonou a família quando ela tinha 15 anos também surge na casa para o enterro do ex-marido. Carrie a hostiliza assim que a reencontra. Fica cega de fúria e raiva. O choque entre as duas é dolorido. Depois Carrie se arrepende de seu comportamento e vai atrás da mãe. Descobre que ela tem um filho de 15 anos de idade (seu meio-irmão que não conhecia) e que ela fugiu de casa no passado porque havia engravidado de um amante. Com vergonha da situação decidiu sumir sem deixar rastros. Situação mais do que delicada. Enquanto ela tenta corrigir as feridas e traumas do passado, Peter Quinn (Rupert Friend) é levado para uma nova missão no Paquistão. E tudo com o apoio se Saul. Será que Carrie também vai embarcar nessa nova empreitada não oficial da CIA? / Homeland 4.12 - Long Time Coming (Estados Unidos, 2014) Direção: Lesli Linka Glatter /  Roteiro: Gideon Raff / Elenco: Claire Danes, Rupert Friend, Laila Robins.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Sinfonia Prateada

A história é bem agradável. Samuel Fulton (Charles Coburn) é um dos homens mais ricos do mundo. Magnata da indústria percebe que sua vida está chegando ao fim e ele não tem a quem deixar sua fortuna milionária. Nunca se casou e nunca teve filhos, pois sua vida sempre foi focada no mundo dos negócios. Nesse momento lembra-se de uma antiga paixão, que já não vive mais. Resolve então transformar em herdeiros a filha e os netos de seu amor do passado, mas antes disso resolve ir conhecer a todos pessoalmente. Se fazendo passar por um velho artista aposentado, vivendo de empregos medíocres, chamado John Smith, ele se hospeda na casa da família para entender se eles merecem mesmo se tornarem seus herdeiros após sua morte. A experiência mudará a vida de todos, mas principalmente a do velho milionário.

"Sinfonia Prateada" é um primor. Dirigido por Douglas Sirk, o filme reúne um ótimo elenco, aliado a uma produção muito bem realizada, embalada por uma estória cativante. Sirk realizou uma fina comédia de costumes, onde mostra que dinheiro e riqueza podem apenas revelar o verdadeiro caráter das pessoas, mas nunca mudar sua verdadeira essência. O milionário que se faz passar por pobre velhinho sem ter onde cair morto é um achado. Interpretado excepcionalmente bem pelo talentoso Charles Coburn, ele é a alma da produção. Em determinado momento resolve testar a verdadeira personalidade da família que está conhecendo (e estudando) para ver como eles se comportam como novos ricos. Doa 100 mil dólares para observar como aquela família reage com um dinheiro desses. Claro que a partir desse momento tudo muda. A família que era unida e muito humana se torna vaidosa, dada a exageros, indo parar na pura cafonice. John Smith, claro, assiste tudo sem revelar sua verdadeira identidade.

 Uma das melhores coisas de "Sinfonia Prateada" é seu elenco. A começar pelos figurantes - isso mesmo! Imagine que numa ponta não creditada temos nada mais, nada menos, do que o mito James Dean em cena! Foi uma das primeiras oportunidades que teve em Hollywood. Ele interpreta o pequeno papel de um jovem desmiolado que pede um complicado sundae para John Smith, naquela altura de seu disfarce trabalhando como balconista de uma pequena mercearia. São poucos minutos em cena mas que entraram para a história do cinema. Já outro astro, Rock Hudson, faz o papel de um pobretão que quer casar com a doce Millicent Blaisdell (Piper Laurie), mas vê suas chances diminuírem consideravelmente após perceber que ela ficou rica da noite para o dia! Embora todos os jovens atores estejam marcantes de uma forma ou outra, temos que admitir que o filme pertence mesmo ao veterano Charles Coburn, que está realmente arrasador em seu personagem - que aliás é o principal de todo o enredo. Em suma, "Has Anybody Seen My Gal" é realmente uma delícia de filme. Encantador, charmoso e nostálgico, é aquele tipo de obra que nos deixam mais leves e felizes no final da exibição.

Sinfonia Prateada (Has Anybody Seen My Gal, Estados Unidos, 1952) Estúdio: Universal Pictures / Direção: Douglas Sirk / Roteiro: Joseph Hoffman, Eleanor H. Porter / Elenco: Piper Laurie, Rock Hudson, Charles Coburn, James Dean, Gigi Perreau / Sinopse: Velho milionário decide "testar" uma família de sua cidade para saber se eles seriam dignos de herdar sua grande herança.

Pablo Aluísio.