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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Disque M Para Matar

Esse filme é outro clássico do mestre do suspense Alfred Hitchcock. Ele criou um excelente clima com um enredo relativamente até bem simples. Na trama temos a figura de Margot Mary Wendice (Grace Kelly). Ela é uma jovem esposa que começa a se decepcionar com seu casamento. A rotina e o tédio acabam destruindo suas esperanças de viver um matrimônio feliz. Após longos anos de união, ela começa a ter um caso amoroso extraconjugal com um grande amor de seu passado, o escritor de romances policiais Mark Halliday (Robert Cummings). Ambos estão muito apaixonados e começam a trocar cartas de amor. Eventualmente uma delas vai parar nas mãos do marido traído, Tony (Ray Milland).

Fingindo não saber de absolutamente nada, ele então planeja uma forma de matar a esposa infiel para de quebra se tornar o único herdeiro de sua fortuna. Para colocar em prática sua artimanha criminosa, resolve chantagear um antigo colega de universidade, Swan (Anthony Dawson), que agora vive de explorar mulheres idosas, ricas e solitárias. Enquanto se garante com um álibi, em um evento social, seu comparsa deve entrar em sua casa para asfixiar sua esposa, tentando passar a ideia de que tudo foi apenas um roubo mal sucedido. No começo tudo ocorre bem até que algo acaba não saindo como havia sido inicialmente planejado.

Que Alfred Hitchcock foi um dos grandes gênios do cinema ninguém mais duvida. O diretor tinha um talento incomum para contar enredos sórdidos de uma maneira toda especial. Na superfície, seus personagens viviam em uma espécie de conto de fadas moderno, onde todos eram ricos, felizes e bonitos. Por debaixo dessa aparente normalidade se escondia os mais terríveis sentimentos mesquinhos. Veja o caso do casal formado por Mary (Kelly) e Tony (Milland). Ela é uma bem sucedida mulher, loira e linda, que não desperta suspeitas. Todos pensam ser a esposa ideal. Ele é um ex-tenista, agora aposentado, que se diz muito feliz em se dedicar completamente à esposa e seus caprichos. Um casal realmente perfeito a admirável. Isso é o que a sociedade pensa ser a verdade.

Por debaixo de tudo se esconde uma mulher infeliz com seu casamento de fachada, a ponto de nutrir um amor secreto e inconfessável. Na verdade ela não sente nenhum carinho ou afeição pelo marido e morre mesmo de amores por um antigo amor, um escritor de tramas policiais. Como não pode assumir esse seu sentimento proibido publicamente, começa a ter encontros escondidos com o amante. O marido, que sempre aparentou ser um homem muito educado e fino, um verdadeiro gentleman, acaba descobrindo a traição de sua jovem esposa, mas ao invés de se divorciar em um escandaloso rompimento perante a sociedade ele resolve ir por um caminho mais sutil e... fatal. Ele entra em contato com um antigo conhecido da universidade, um sujeito que não conseguiu se dar bem na vida, vivendo de pequenos e grandes golpes, explorando mulheres velhas e ricas. Um verdadeiro escroque.

A intenção é clara, o sujeito deve matar sua esposa infiel, em sua própria casa, enquanto ele, o marido, surge numa festa, na frente de todos, o que o livraria de uma eventual acusação de tê-la matado. Para atrair ela até um quarto escuro de sua casa, onde o assassino cometerá o crime, Tony usa o telefone. Assim que Margot o atender deverá ser assassinada. Aqui Hitchcock expõe todos os detalhes do plano e depois dos acontecimentos que vão surgindo em decorrência de vários imprevistos. O personagem Tony (Ray Milland) é extremamente inteligente e consegue armar contra todos, inclusive enganando os experientes inspetores da polícia. Tudo acaba caminhando muito bem, mesmo que por linhas tortas, até um pequeno, quase invisível detalhe, colocar tudo a perder. Esse roteiro pode ser descrito como um intrigado caso criminal, baseado muitas vezes em um tipo de suspense mais intelectual, apelando quase sempre para a perspicácia do espectador, que deve ficar bem atento para não perder nenhum detalhe. Nesse aspecto é certamente um dos grandes filmes da carreira do mestre. É um clássico absoluto do suspense na história da sétima arte.

Disque M Para Matar (Dial M for Murder, Estados Unidos, 1954) Estúdio: Warner Bros / Direção: Alfred Hitchcock /Roteiro: Frederick Knott / Elenco: Grace Kelly, Ray Milland, Robert Cummings, John Williams, Anthony Dawson / Sinopse: Marido planeja matar a esposa infiel contando com a colaboração de um amigo. Tudo é minuciosamente planejado. Porém dar certo como previsto já seria uma outra história completamente diferente. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Atriz (Grace Kelly).

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 23 de março de 2018

A Garota Que Eu Quero

Título no Brasil: A Garota Que Eu Quero
Título Original: The Petty Girl
Ano de Produção: 1950
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Henry Levin
Roteiro: Nat Perrin, Mary McCarthy
Elenco: Robert Cummings, Joan Caulfield, Elsa Lanchester, Melville Cooper

Sinopse:
George Petty (Robert Cummings) é um artista famoso por seus retratos de calendário, onde procura mostrar toda a extensão da beleza de mulheres lindas e sensuais. Durante uma visita à escola local acaba ficando fascinado pela senhorita Victoria Braymore (Joan Caulfield), uma professora que mais parece uma modelo. Sua beleza chama a atenção de todos. Obviamente Petty tenta convencê-la a posar em seu estúdio de fotografia, mas em vão. Em sua visão Victoria é a mulher ideal, com o qual ganhará milhões de dólares, explorando sua beleza incrível em revistas e em desfiles de moda. Ela porém recusa a oferta! Petty porém está determinado a não aceitar um "não" como resposta.

Comentários:
Ah, os anos 1950! Em uma época muito moralista e fechada os produtores de cinema faziam o que era possível para trazer um pouco de sensualidade para as telas. Só o simples fato de termos um enorme número de belas pin-ups desfilando em cena em trajes de banho já era garantia de uma certa bilheteria naqueles tempos reprimidos. Nesse filme garotas bonitas não faltam. Para contrabalancear o lado de mais humorístico e bem humorado do roteiro, os produtores também resolveram acrescentar pequenos e pontuais números musicais que hoje em dia vão soar ora nostálgicos, ora datados, dependendo de cada espectador. O interesse é que o rock como gênero musical ainda não havia nascido nos Estados Unidos, mas já havia todo um clima bem propício para seu surgimento, como bem prova essa película, pois ela foi realizada obviamente focando no público mais jovem, adolescente, demonstrando que já havia um mercado consumidor para esse tipo de produto. A atriz Joan Caulfield era modelo antes de virar atriz, inicialmente em peças da Broadway, para depois ir para a costa oeste onde Hollywood começou a apostar seus dotes físicos e dramáticos. Uma típica loira dos anos 1950, não conseguiu abalar o reinado de Marilyn Monroe, mas conseguiu transmitir simpatia e carisma com seus filmes, provando que nem só de Norma Jean vivia os estúdios de cinema da época.

Pablo Aluísio.