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sexta-feira, 23 de junho de 2023

Estranhos Prazeres

Título no Brasil: Estranhos Prazeres
Título Original: Strange Days
Ano de Lançamento: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Kathryn Bigelow
Roteiro: James Cameron, Jay Cocks
Elenco: Ralph Fiennes, Angela Bassett, Juliette Lewis, Tom Sizemore, Vincent D'Onofrio, Michael Wincott

Sinopse:
Em 1999, Los Angeles é uma zona de guerra racial com o exército e os oficiais do LSPD e da SWAT lutando contra os afro-americanos. O ex-policial Lenny Nero é um traficante de gravações ilegais em CDs que entregam as memórias e sensações do gravador ao usuário. E nesse processo acaba descobrindo a existência de uma grande conspiração. 

Comentários:
Um bom filme de ficção dos anos 90. Foi dirigido pela talentosa cineasta Kathryn Bigelow que para quem não sabe é a esposa do diretor James Cameron. O maridão inclusive é um dos escritores do roteiro desse filme. Some todo esse talento do casal envolvido com uma boa produção e uma história bem bolada, interessante, e você terá um bom filme em mãos. O elenco é muito bom. Ralph Fiennes é aquele tipo de ator que vale qualquer filme. Um dos mais talentosos de sua geração, sempre interpretando tipos estranhos e fora do comum. Angela Bassett se destacou ao interpretar Tina Turner no melhor filme sobre sua vida e finalmente Juliette Lewis, em seu tipo habitual de louquinha, também mantém a atenção. Confesso que obviamente o filme ficou um pouco datado nos dias atuais. Algo normal de acontecer, ainda mais em filmes de ficção que lidam com temas envolvendo tecnologia de uma maneira em geral. Ainda assim vale a pena conhecer esse verdadeiro lado B da carreira de James Cameron e sua talentosa esposa. Fica a recomendação. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Assassinos por Natureza

Um casal de assassinos psicopatas sai pelas estradas dos Estados Unidos cometendo crimes e aterrorizando a população. Para muitos críticos esse filme nada mais foi do que uma banalidade pretensiosa recheada de violência gratuita embalada por uma indisfarçável apologia ao mundo do crime. Será mesmo? Para o diretor Oliver Stone a produção serviu mesmo para que ele desse vazão ao experimentalismo sem limites, pois ao assistir "Natural Born Killers" você perceberá que ele utilizou de quase todas as técnicas cinematográficas conhecidas. A edição é alucinante, tudo para capturar a insanidade do casal protagonista. Acabou dando um ritmo ágil e frenético a todo o filme, algo que seria copiado depois por modernos filmes de ação. Pelo visto, pelo menos em relação a essa linguagem cinematográfica, Oliver Stone foi pioneiro e criou escola entre os cineastas.

O roteiro também tenta justificar a natureza psicopata dos personagens principais ao colocá-los como vítimas de abuso infantil que cresceram e se vingaram da sociedade hipócrita em que viviam. Para quem se sentir chocado com o roteiro é bom saber que ele foi escrito pela mente criativa de Quentin Tarantino! Ele começava a dar seus primeiros passos no cinema. Isso mesmo, um dos cineastas mais aclamados da nossa geração foi a mente pensante por trás de tudo o que se vê na tela. Assim Oliver Stone pode se sentir mais tranquilo, absolvido de todas as acusações que lhe foram feitas. De uma forma ou outra, revisto nos dias de hoje, o filme parece muito atual. Não envelheceu nada, parece que foi produzido nesse ano. Uma prova incontestável do talento de todos os envolvidos.

Assassinos por Natureza (Natural Born Killers, Estados Unidos, 1994) Direção: Oliver Stone / Roteiro: Quentin Tarantino, David Veloz  / Elenco: Woody Harrelson, Juliette Lewis, Tom Sizemore / Sinopse: Um casal de serial killers espalha terror e morte por onde passam. E acabam virando celebridades na mídia. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Direção (Oliver Stone). Vencedor do Venice Film Festival nas categorias de Melhor Direção (Stone) e Melhor Atriz (Juliette Lewis).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Blueberry - Desejo de Vingança

Título no Brasil: Blueberry - Desejo de Vingança
Título Original: Blueberry
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia TriStar Pictures
Direção: Jan Kounen
Roteiro: Matthieu Le Naour, Alexandre Coquelle
Elenco: Vincent Cassel, Michael Madsen, Juliette Lewis, Temuera Morrison, Ernest Borgnine, Djimon Hounsou

Sinopse:
Quando jovem, Mike Blueberry (Vincent Cassel) foi abandonado pela família, sendo entregue a um tio abusivo e brutal. Depois de uma briga, ele é deixado para morrer no deserto mas acaba sendo salvo por nativos americanos. Isso cria um vínculo sentimental entre eles e os índios da região. Os anos passam e finalmente Blueberry se torna um agente federal. Sua tranquilidade como homem da lei é quebrada com a chegada de um perigoso assassino e pistoleiro. Esse está atrás de um tesouro enterrado numa mina de ouro abandonada em terras pertencentes a uma tribo local, algo que o xerife Blueberry não deixará acontecer pois as montanhas onde a mina é localizada são consideradas sagradas para os nativos que lá vivem.

Comentários:
Mais um western moderno que tenta revitalizar o gênero. O resultado é até interessante, mas obviamente fica muito abaixo da qualidade dos antigos clássicos. Um dos pontos mais positivos é o elenco. Gosto de todo o trio de atores principais desse filme. Vincent Cassel, por exemplo, que interpreta Mike Blueberry, tem um tipo bem ideal para fazer personagens do velho oeste. Um sujeito marcado pela rudeza e dureza do western selvagem. Seu oponente não se sai pior. Michael Madsen ao longo da carreira se especializou em interpretar pequenos escroques das ruas de Nova Iorque, membros do chamado baixo clero da Máfia italiana. Esse foi seu tipo de personagem mais comum em vários filmes anteriores de sua carreira, mas aqui acaba se destacando como um pistoleiro rude e cruel. Quem diria. Já Juliette Lewis não me surpreendeu tanto assim. Ela criou uma persona nas telas que sempre chama atenção. Suas personagens femininas são garotas fronteiriças entre a sanidade e a insanidade, entre a razão e a loucura. Sua intensidade e paixão quando faz esse tipo de papel acaba salvando ela em cena. "Blueberry - Desejo de Vingança" passou muito discretamente no Brasil e por anos foi reprisado no canal a cabo HBO. Não é um western indispensável que vá fazer falta em sua coleção, mas vale a pena ser conhecido e assistido pelo menos uma vez, pois mostra que o faroeste sobrevive, mesmo que em produções menores como essa.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 10 de julho de 2019

Nunca Mais

Título no Brasil: Nunca Mais
Título Original: Enough
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Michael Apted
Roteiro: Nicholas Kazan
Elenco: Jennifer Lopez, Billy Campbell, Tessa Allen, Juliette Lewis, Dan Futterman, Fred Ward

Sinopse:

A garçonete Slim Hiller (Jennifer Lopez) acredita que tirou a sorte grande ao se casar com um homem que ela considera perfeito, só que o passar do tempo revela a verdadeira face de um relacionamento completamente abusivo.Agora ela tentará reconstruir sua vida.

Comentários:
Filme completamente incomum dentro da filmografia da atriz e cantora pop Jennifer Lopez. Ela que sempre procurou por filmes mais leves, comédias românticas em sua maioria, aqui aceitou interpretar uma mulher vítima de abuso sexual e psicológico do próprio marido dentro de um casamento infernal. Aquele tipo de romance que inicialmente parecia perfeito, mas que depois de um tempo se torna uma enorme decepção. Casamentos infelizes, aliás, que parecem ser a cada dia a regra e não a exceção. Na época em que esse filme foi lançado a  Jennifer Lopez estava tendo vários atritos com a imprensa, principalmente por causa das invasões de privacidade por parte da imprensa marrom em sua vida pessoal. Essa briga acabou azedando o lançamento do filme, ainda mais depois que os jornalistas lhe deram o "Framboesa de Ouro" de pior atriz da década! Maldade pura. Embora ela não seja mesmo uma grande atriz, o fato é que até consegue levar um filme sozinha adiante. Esse aqui me agradou, tem bom argumento e explora uma realidade muitas vezes cruel na vida de muitas mulheres. Até mesmo a Lopez me pareceu bem em cena. Assim se o tema lhe interessa deixo a dica. Esqueça os "prêmios" Framboesas de Ouro e assista pela temática que o filme explora.

Pablo Aluísio.

domingo, 3 de março de 2019

Hellion

Depois que ficou viúvo, Hollis Wilson (Aaron Paul) precisa cuidar de seus dois jovens filhos, Jacob, o mais velho de 13 e Wes, o caçula de 7 anos. A vida porém não é fácil pois ele passa o dia inteiro trabalhando e os garotos geralmente ficam o dia inteiro andando pelas ruas onde acabam conhecendo pequenos delinquentes locais. Após Jacob (Josh Wiggins) colocar fogo em um carro durante uma partida de futebol ele é enviado para uma instituição de correção de menores infratores. O pior acontece com Wes que lhe é tirado de sua custódia pelo Estado que entende que ele não tem mais condições de criar uma criança daquela idade. A salvação do cinema americano parece mesmo vir das produções independentes. Veja o caso desse muito bom "Hellion". A história gira em torno dos problemas enfrentados por uma família após a morte da mãe. Hollis (Paul) é o pai que tenta criar os dois garotos sem muito sucesso. Seu filho Jacob só se envolve em problemas e logo se torna uma pária da vizinhança. O mais jovem, obviamente influenciado pelo irmão mais velho, corre o risco de ir pelo mesmo caminho. Antes que isso aconteça porém o Estado tira a guarda de seu pai e o envia para os cuidados de sua tia, Pam (Juliette Lewis).

Uma decisão certa para a educação do garoto, mas devastadora para aquela família completamente disfuncional e problemática. Logo um conflito se instala entre os parentes. Para piorar Hollis tem problemas com bebidas e sua depressão vai ficando cada vez maior conforme os problemas vão surgindo em cascata na sua vida. O clima ruim e de falta de esperanças acaba se tornado cada vez pior até que Jacob (sempre ele) resolve tomar uma decisão totalmente impensada e inconsequente, o que mudará o destino de todos para sempre. "Hellion" é um drama social acima da média mostrando uma realidade que infelizmente é bem comum dentro da sociedade. Cresce cada vez mais o número de famílias desestruturadas, sem condições de dar as mínimas condições de vida para a criação de seus filhos. O reflexo disso acaba sendo sentido dentro da comunidade em geral, com aumento da violência e destruição dos valores tradicionais. Esse filme abre margem para uma reflexão maior sobre o tema. Está mais do que recomendado.

Hellion (Hellion, Estados Unidos, 2014) Direção: Kat Candler / Roteiro: Kat Candler / Elenco: Aaron Paul, Juliette Lewis, Josh Wiggins, Deke Garner / Sinopse: Viúvo tenta criar seus dois filhos da melhor maneira que lhe é possível. Depois que seu filho mais velho comete um pequeno delito ao queimar um carro ele precisa lutar pela custódia do garoto que lhe tirado pelo Estado. Filme indicado ao Sundance Film Festival na categoria de Melhor Filme - Drama.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 20 de novembro de 2018

O Quarto Andar

Esse é daquela série "filmes que ninguém viu e se viu, já esqueceu". O roteiro propõe a ser um suspense sobre uma jovem garota chamada Jane Emelin (Juliette Lewis). Ela acaba herdando o velho apartamento de seu avô. O que parece ser algo bom, acaba se revelando um presente de grego, já que o lugar esconde segredos. O próprio avô morreu em circunstâncias misteriosas e os vizinhos parecem saber de tudo, mas nada contam. Aliás são pessoas esquisitas e estranhas, uma verdadeira fauna de tipos bizarros. O filme tem boa premissa, mas falha em desenvolver seu enredo. O que se sobressai no final das contas é o bom elenco de apoio.

William Hurt, um ator sempre correto em cena, está especialmente sinistro. E o que dizer de Shelley Duvall? Ela sempre foi muito adequada para esse tipo de personagem. A simples aparição da atriz em corredores mal iluminados já garante o susto ao espectador. Enfim, não é um suspense nota 10, mas também passa longe de ser desprezível. O filme foi esquecido, quase que completamente, mas vale a espiada. A moral da história? Nunca se mude para lugares com um passado que você desconheça.

O Quarto Andar (The 4th Floor, Estados Unidos, 1999) Direção: Josh Klausner / Roteiro: Josh Klausner / Elenco: Juliette Lewis, William Hurt, Shelley Duvall / Sinopse: Um filme com trama envolvendo mistério e morte, com final surpreendente.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

O Entardecer de uma Estrela

Título no Brasil: O Entardecer de uma Estrela
Título Original: The Evening Star
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Robert Harling
Roteiro: Larry McMurtry, Robert Harling
Elenco: Shirley MacLaine, Bill Paxton, Juliette Lewis, Jack Nicholson, Miranda Richardson, Ben Johnson, Scott Wolf
  
Sinopse:
Sequência de "Laços de Ternura". Após a morte de sua filha, Aurora Greenway (Shirley MacLaine) precisa cuidar da criação de seus três netos, jovens adolescentes com problemas de relacionamento, vida e estudos. Mesmo cansada e desiludida do mundo, Aurora ainda consegue encontrar forças para levar adiante nesse novo desafio em sua existência. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Marion Ross).

Comentários:
"Laços de Ternura" é um dos melhores filmes dos anos 80. Consagrado pelos diversos prêmios da academia, o filme segue sendo um drama maravilhoso, mesmo após tantos anos de seu lançamento. É curioso que quatorze anos depois tenha sido produzido essa continuação tardia. Para muitos era algo completamente desnecessário, uma vez que o primeiro filme já se fechava maravilhosamente bem em si mesmo. Algumas histórias não precisam de continuação, isso é um fato. Acontece que o escritor Larry McMurtry escreveu esse romance que basicamente mostrava o que acontecia depois dos fatos mostrados em "Laços de Ternura". A atriz Shirley MacLaine leu o livro e amou. Diante disso ela procurou convencer a Paramount Pictures a realizar uma sequência. Afinal ela tinha mesmo interesse em voltar a interpretar a forte Aurora, pois essa personagem havia lhe dado o único Oscar de sua vida. Convencidos de seus argumentos o estúdio então produziu esse "The Evening Star". Na época de lançamento desse filme muitos se perguntaram se Jack Nicholson também retornaria ao papel do astronauta maluco, o namorado inconsequente  de Aurora. Inicialmente Nicholson não mostrou interesse nesse novo filme, mas atendendo a um pedido especial de sua amiga Shirley MacLaine resolveu aparecer em uma pequena ponta (que quase nem foi creditada!). Verdade seja dita, mesmo aparecendo por poucos momentos o bom e velho Jack Nicholson quase roubou o filme inteiro para si. Coisas de gênio. Enfim, mesmo assim temos que reconhecer que esse filme ainda é muito bom, nada comparado com "Laços de Ternura" que é uma obra prima da sétima arte, é verdade, mas ainda assim um ótimo drama sobre netos e a vida.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Um Drink no Inferno

Eu gosto de Quentin Tarantino. Definitivamente gosto do cinema que ele faz. Até defendo quando o acusam de ser nerd demais ou excessivamente apelativo. São duas acusações que até possuem seu fundo de verdade, mas se pararmos para pensar bem que outro diretor nesses últimos anos conseguiu imprimir tão profundamente sua marca no cinema quanto Tarantino? Dito isso ele também realizou sua cota de bobagens indefensáveis. Um dos filmes de Tarantino que nunca consegui gostar foi justamente esse amalucado (no mal sentido da palavra) "From Dusk Till Dawn". Eu acredito que Tarantino sabia que não tinha um material muito bom em mãos e por essa razão cedeu seu roteiro para ser dirigido por Robert Rodriguez, uma espécie de pupilo do cineasta.

Com poucos minutos de filme eu já tinha percebido que se tratava de uma das piores porcarias já feitas com o universo dos vampiros (de que gosto muito!). Não há necessariamente uma história para contar, apenas muito sangue, violência gratuita (e cartunesca) além de uma infinidade de diálogos pateticamente constrangedores. Na época em que o filme chegou nas telas o ator George Clooney não era nenhum astro do cinema, apenas um ator de TV, de seriado médico, que tentava emplacar fora da telinha. O resultado é completamente descartável, quase um delírio pessoal de Tarantino que no final das contas nem faz muito sentido. É violência pela violência e nada mais. Não que os outros filmes dele saíssem muito dessa fórmula, mas aqui ele certamente exagerou no besteirol. E afinal alguma coisa ainda vale a pena citar? Basicamente nada, a não ser a bela presença de Salma Hayek como a vampira Santanico Pandemonium! Ela é uma das poucas lembranças que você terá desse filme que caiu no esquecimento (de forma justa, aliás). Uma bola fora Tarantinesca. Até porque ninguém é perfeito.

Um Drink no Inferno (From Dusk Till Dawn, EUA, 1996) Direção: Robert Rodriguez / Roteiro: Quentin Tarantino, Robert Kurtzman / Elenco: George Clooney, Juliette Lewis, Harvey Keitel, Salma Hayek, Danny Trejo, Quentin Tarantino, John Saxon, Kelly Preston / Sinopse: Dois criminosos e seus reféns vão parar em uma espelunca perdida no meio do deserto. Eles estão tentando fugir da polícia e tencionam ficar lá por pouco tempo, mas tudo acaba em caos quando descobrem que o lugar está infestado de vampiros sedentos por sangue humano. Filme "premiado" pelo Framboesa de Ouro na categoria de Pior Ator Coadjuvante (Tarantino).

Pablo Aluísio.

sábado, 6 de junho de 2015

Blueberry - Desejo de Vingança

Título no Brasil: Blueberry - Desejo de Vingança
Título Original: Blueberry
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia TriStar Pictures
Direção: Jan Kounen
Roteiro: Matthieu Le Naour, Alexandre Coquelle
Elenco: Vincent Cassel, Michael Madsen, Juliette Lewis

Sinopse: 
Quando jovem, Mike Blueberry (Vincent Cassel) foi abandonado pela família, sendo entregue a um tio abusivo e brutal. Depois de uma briga ele é deixado para morrer no deserto mas acaba sendo salvo por nativos americanos. Isso cria um vínculo sentimental entre eles e os índios da região. Os anos passam e finalmente Blueberry se torna um agente federal. Sua tranquilidade como homem da lei é quebrada com a chegada de um perigoso assassino e pistoleiro. Esse está atrás de um tesouro enterrado numa mina de ouro abandonada em terras pertencentes a uma tribo local, algo que o xerife Blueberry não deixará acontecer pois as montanhas onde a mina é localizada são consideradas sagradas para os nativos que lá vivem.

Comentários:
Mais um western moderno que tenta revitalizar o gênero. O resultado é até interessante mas obviamente fica muito além dos antigos clássicos. Um dos pontos mais positivos é o elenco. Gosto de todo o trio de atores principais desse filme. Vincent Cassel, por exemplo, que interpreta Mike Blueberry, tem um tipo bem ideal para fazer personagens do velho oeste. Um sujeito marcado pela rudeza e dureza do western selvagem. Seu oponente não se sai pior. Michael Madsen ao longo da carreira se especializou em interpretar pequenos escroques das ruas de Nova Iorque, membros do chamado baixo clero da Máfia italiana em vários filmes mas aqui acaba se destacando como um pistoleiro rude e cruel. Quem diria. Já Juliette Lewis não me surpreendeu tanto assim. Ela criou uma persona nas telas que sempre chama atenção. Suas personagens femininas são garotas fronteiriças entre a sanidade e a insanidade. Sua intensidade e paixão quando faz esse tipo de papel acaba salvando ela em cena. "Blueberry - Desejo de Vingança" passou muito discretamente no Brasil e por anos foi reprisado no canal HBO. Não é um western indispensável que vá fazer falta em sua coleção mas vale a pena ser conhecido e assistido pelo menos uma vez na vida pois mostra que o faroeste sobrevive, mesmo que em produções menores como essa.

Pablo Aluísio.

sábado, 3 de maio de 2014

Aurora Boreal

Título no Brasil: Aurora Boreal
Título Original: Aurora Borealis
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos, Canadá
Estúdio: Entitled entertainment, Rick Bieber Productions
Direção: James C.E. Burke
Roteiro: Brent Boyd
Elenco: Joshua Jackson, Donald Sutherland, Juliette Lewis

Sinopse:
Duncan Shorter (Joshua Jackson) é um jovem com muitos problemas. Ele não consegue arranjar um bom emprego com a crise que assola a economia americana. Para piorar também não consegue levar adiante um relacionamento sério. Seus familiares estão passando por sérios problemas de saúde e a convivência com o pai é complicada. Quando ele finalmente morre, Duncan entra em profunda crise existencial.

Comentários:
Um bom filme que se propõe a mostrar as dificuldades pelas quais passam os jovens americanos hoje em dia. Se para um rapaz formado, com nível superior, já é uma dificuldade arranjar um bom emprego naquele país, imagine para uma pessoa como Duncan Shorter (Joshua Jackson) que só tem a formação do ensino médio. Para um cara como ele só sobram os empregos que ninguém mais quer, com péssimos salários. E para complicar ainda mais sua vida ele mora na fria e pouco desenvolvida Minneapolis, no Minnesota. Como se sabe regiões de clima muito frio tendem a piorar a depressão de seus habitantes. Aqui não é diferente, com tantos problemas a enfrentar em sua vida amorosa e profissional o personagem de Joshua Jackson luta para não sucumbir a cada dia. O filme em si é um bom drama, com pinceladas de romance. O ator Joshua Jackson que foi revelado na popular "Dawson's Creek" segura bem as pontas mas quem rouba o show mesmo é o veterano Donald Sutherland. A atriz Juliette Lewis, que acabou se especializando em interpretar garotas louquinhas, está também muito bem e mais contida do que o habitual. É uma produção mais modesta, temos que admitir, mas que no geral vale a pena ser conhecida para quem gosta de dramas e romances.

Pablo Aluísio.

sábado, 8 de março de 2014

Cabo do Medo

Título no Brasil: Cabo do Medo
Título Original: Cape Fear
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Amblin Entertainment, Tribeca Productions
Direção: Martin Scorsese
Roteiro: James R. Webb, baseado na novela de John D. MacDonald
Elenco: Robert De Niro, Nick Nolte, Jessica Lange, Juliette Lewis, Robert Mitchum, Gregory Peck

Sinopse:
Max Cady (Robert De Niro) finalmente ganha a liberdade após passar anos na prisão. Ele age como um sujeito normal depois de sair da cadeia mas suas intenções logo se tornam bem claras. Ele quer vingança em relação ao advogado Sam Bowden (Nick Nolte) pois o considera um dos responsáveis por sua condenação. Para colocar seu plano em ação ele começa a jogar um terrível jogo psicológico contra Bowden e seus familiares.

Comentários:
Nunca cheguei a gostar completamente desse filme e não foi por falta de boa vontade. Sou fã declarado do cinema de Martin Scorsese. Do ator Robert De Niro nem preciso esclarecer, considero um dos grandes atores da história do cinema americano, apesar de atualmente não estar passando por um bom momento. Mesmo assim não deu para gostar mesmo. Achei uma produção sem alma, fruto única e exclusivamente do amor do diretor pelo filme original "Círculo do Medo" de 1962. Volto a repetir um pensamento que sempre me vem à mente quando me deparo com remakes: certas estórias já encontraram suas versões definitivas na sétima arte. Não adianta tentar revirar o que já foi muito bem feito no passado. Grandes filmes nunca ficam datados e por essa razão não precisam ser refeitos em hipótese nenhuma. Mas Scorsese, como sempre muito firme em suas convicções, resolveu apostar para ver no que tudo isso iria dar. O resultado é bem morno apesar da produção ter seus defensores (que em sua maioria não viram o filme origem com os grandes Robert Mitchum e Gregory Peck). De Niro surge em cena cheio de tatuagens com maneirismos de sociopata. Seu empenho é digno de aplausos mas no geral não chega a se destacar em sua filmografia. Enfim, aqui uma está mais um remake desnecessário, com a única diferença de que foi assinado por um dos grandes cineastas de nosso tempo. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Álbum de Família

Título no Brasil: Álbum de Família
Título Original: August Osage County
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Weinstein Company
Direção: John Wells
Roteiro: Tracy Letts
Elenco: Meryl Streep, Dermot Mulroney, Julia Roberts, Ewan McGregor, Chris Cooper, Juliette Lewis, Julianne Nicholson, Abigail Breslin

Sinopse: 
Baseado na peça de Tracy Letts (que também assina o roteiro) o filme "Álbum de Família" conta em seu enredo os fatos que acontecem quando a família Weston se reúne na casa de sua mãe, Violet Weston (Meryl Streep), após a morte de seu marido. As três filhas estão lá para consolar sua mãe mas as coisas logo saem do controle. Farpas e grandes doses de veneno logo são jogados em plena mesa do jantar. O texto original foi premiado com o Pullitzer e o Tony no ano de seu lançamento.

Comentários:
É incrível como Meryl Streep consegue se superar a cada novo filme. Quando você pensa que ela já chegou ao topo da arte de interpretar ela surge com algo a mais em sua nova produção nas telas. Nesse filme aqui a atriz tem a oportunidade de dar vida a uma de suas melhores personagens, a matriarca Violet Weston. Ela tem problemas com drogas prescritas (toma diariamente um verdadeiro coquetel de pílulas) que aliada ao seu terrível temperamento dá origem a uma pessoa que se comporta como uma verdadeira víbora, desfilando veneno para todos os lados. Como não poderia deixar de ser seu alvo se materializa principalmente em seus parentes. Karen (Juliette Lewis) é fútil e sem juízo, sempre trocando de maridos. Agora ela surge com um novo noivo, um sujeito mais velho, que parece ter ligações com atividades ilícitas. Ivy (Julianne Nicholson) é tímida e oprimida. Solteirona ela se torna vítima das piadas maldosas da mãe. Na surdina porém mantém um relacionamento com seu primo, algo que nunca poderá se concretizar por causa de um complicado segredo de família. A única filha que tem força suficiente para enfrentar a mãe Violet é Barbara (Julia Roberts, em bela atuação). Seus problemas no casamento porém logo minam sua vontade de enfrentar Violet de forma frontal.

"Álbum de Família" foi inspirado nas próprias experiências pessoais da autora da peça. A personagem Violet foi criada a partir de sua tia, uma matrona muito maldosa e ferina, que sempre atacava a todos quando a família finalmente se reunia em datas festivas. Como toda família temos um palco ideal para muitas brigas e conflitos internos. O clima é sufocante e inóspito e tudo parece prestes a explodir quando todos os parentes resolvem novamente se reunir. O cenário é o estado americano do Oklahoma, um lugar distante e muito quente, localizado no meio oeste do país. A região acabou forjando pessoas muito duras no trato social. A Violet de Meryl Streep (que é o grande personagem do filme) é fruto desse meio. Uma pessoa má em essência, com muita maldade para jogar em todos os membros de sua família. Certamente para quem já passou uma saia justa numa reunião familiar a identificação será imediata, até porque ao que tudo indica todas as famílias são muito parecidas em si e esse texto foi brilhante ao capturar o pior aspecto de todas elas. É um filme apoiado em grandes diálogos e grandes atuações. A peça original tem mais de três horas de duração mas o diretor John Wells conseguiu colocar tudo muito bem em pouco mais de duas horas de filme, sem perdas significativas. O resultado sem dúvida é uma grande e bela obra cinematográfica. Não deixe de assistir pois é seguramente desde já um dos melhores filmes do ano.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Dias Incríveis

Título no Brasil: Dias Incríveis
Título Original: Old School
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamWorks
Direção: Todd Phillips
Roteiro: Court Crandall, Todd Phillips
Elenco:  Luke Wilson, Vince Vaughn, Will Ferrell, Juliette Lewis, Elisha Cuthbert

Sinopse: 
Três amigos, trintões, resolvem voltar aos velhos dias de glória do passado e se matriculam numa universidade para viver toda a farra e festa que só os anos universitários proporcionam. Para isso acabam fundando sua própria fraternidade estudantil, o que dará origem a muitas confusões no campus.

Comentários:
Esperava bem mais, já que tinha lido alguns resenhas positivas sobre o filme. Pois bem, no fundo não passa de mais uma comédia irregular com Luke Wilson, Will Ferrell e Vince Vaughn. Aqui um grupo de trintões resolve abrir uma fraternidade universitária. O tema poderia render bem mais porém ficou tudo no mais ou menos mesmo. Esse filão de filmes de fraternidades universitárias já rendeu ótimas produções como o famoso (e sempre lembrado) "Clube dos Cafajestes" com o falecido John Belushi. Se naquela produção antiga tínhamos muito escracho e humor escatológico aqui tudo o que você vai encontrar é algo muito mais pasteurizado, com medo de ser ousado ou de mostrar algo mais picante. A comparação se mostra muito cruel para "Dias Incríveis" que não surpreende, não inova e nem impressiona. Para falar a verdade até mesmo a série "Greek" da ABC que se desenvolve no mesmo cenário das fraternidades do sistema grego é melhor do que isso. Curiosamente Vince Vaughn fez recentemente um papel levemente semelhante em "Os Estagiários" pois também interpretou um cara mais velho que se mete no meio do mundo da garotada para tentar ser aceito (aqui ele tenta ser o descolado de uma fraternidade e no outro filme era um quarentão que tentava descolar um emprego no Google). Em ambos os casos, apesar de seu carisma, temos que reconhecer que o resultado é bem mediano, indo para fraco. Alguns risinhos amarelos aqui e acolá não melhoram as coisas. Enfim, o filme passa longe de ser tão incrível quanto seu título nacional nos leva a pensar.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Gilbert Grape - Aprendiz de Sonhador

Lasse Hallström, talentoso cineasta sueco que realizou o brilhante "Minha Vida de Cachorro ", teve o melhor momento em sua carreira no cinema americano nesse muito terno e comovente "What's Eating Gilbert Grape" em 1993. O filme que agora completa 20 anos merece passar por uma revisão por parte dos cinéfilos. A trama gira em torno da família de Gilbert Grape (Johnny Depp). Ele é um jovem normal que pretende seguir em frente com sua vida mas que não consegue criar um caminho próprio por causa de problemas familiares. Seu irmão, Arnie Grape (Leonardo DiCaprio), é deficiente mental e precisa de cuidados especiais. Sua mãe tem problemas emocionais e sofre de uma obesidade sem controle. Suas irmãs não são menos problemáticas. Uma é solitária e triste e a outra rebelde e bem agressiva. No meio de tantos conflitos Gilbert tenta levar uma vida normal.

"Gilbert Grape: Aprendiz de Sonhador" tem vários méritos cinematográficos. Em termos de elenco temos uma interpretação brilhante de Leonardo DiCaprio que lhe valeu inclusive indicações ao Oscar e ao Globo de Ouro. Foi o primeiro filme que chamou a atenção do grande público para seu trabalho. Muitos consideram até hoje seu melhor trabalho de atuação física no cinema. Johnny Depp também está muito bem, curiosamente fazendo um papel bem atípico de sua carreira, a de um jovem comum. Sem maquiagem pesada e sem interpretar um personagem bizarro (tão comum em seus filmes posteriores) Depp mostra seu talento natural. O roteiro também se revela muito delicado, colocando as várias questões humanas envolvidas na trama com rara sensibilidade. O filme fez bastante sucesso no mercado de vídeo na época e hoje, como já foi escrito, merece uma revisão. Um excelente drama mostrando a vida de uma família americana tipicamente interiorana que certamente vai agradar aos mais sensíveis. Se ainda não viu não deixe passar em branco, principalmente se você for um fã dos atores Leonardo DiCaprio e Johnny Depp. Esse é um filme que vale a pena conhecer.

Gilbert Grape - Aprendiz de Sonhador (What's Eating Gilbert Grape, Estados Unidos, 1993) Direção: Lasse Hallström / Roteiro: Peter Hedges / Elenco: Johnny Depp, Leonardo DiCaprio, Juliette Lewis, Mary Steenburgen, John C. Reilly, Darlene Cates, Laura Harrington, Mary Kate Schellhardt / Sinopse: O filme narra a conturbada vida familiar de Gilbert Grape (Depp) que tenta levar uma vida normal em meio a inúmeros problemas familiares.

Pablo Aluísio. 

sábado, 19 de janeiro de 2013

Garota Fantástica

Após estabilizar sua carreira como atriz e produtora, Drew Barrymore resolveu investir na direção. Esse filme “Garota Fantástica” é sua estréia como cineasta. Na estória acompanhamos Bliss Cavendar (Ellen Page) uma garota normal de 17 anos que mora no Texas. Bonita, sua família quer que ela se inscreva em um concurso de beleza na pequena cidade onde vive. Esse é o desejo, o sonho de sua mãe, mas Bliss gosta mesmo é de participar de uma modalidade esportiva chamada “Roller Derby”. Inspirada em um filme de ficção da década de 70 o esporte coloca duas equipes em uma pista de patinação oval. Juntas elas disputam a posse de uma bola, enquanto competem entre si numa corrida alucinada pelo circuito. Violento e casca grossa o esporte seria o menos indicado para uma garota como Bliss, bonitinha e transparecendo fragilidade.

“Garota Fantástica” é quase um experimento de laboratório de Drew Barrymore. De orçamento modesto a produção teve um lançamento discreto nos cinemas americanos e no Brasil foi lançado diretamente no mercado de DVD. Não é um filme imprescindível na coleção de um cinéfilo mas mantém o interesse, principalmente pela sempre interessante presença de Ellen Page, uma atriz talentosa e simpática que sempre traz algo de bom em suas atuações. Seu melhor papel até agora foi a da adolescente grávida Juno e desde então ela tem intercalado filmes menores com blockbusters Hollywoodianos. Essa aqui se encaixa na primeira categoria – filme pequeno, feito na base da amizade que nutre com Drew Barrymore, contando com um elenco de atrizes novas e esforçadas. A direção de Barrymore também não compromete, demonstrando que ela consegue dirigir um filme, desde que seja simples e modesto como esse. No saldo final vale a pena ser assistido, principalmente pelas movimentadas jogadas radicais desse estranho e bizarro esporte (que pelo que eu saiba ainda não chegou ao Brasil). Então fica a dica desse bom passatempo que vale uma espiada.

Garota Fantástica (Whip It!, Estados Unidos, 2010) Direção: Drew Barrymore / Roteiro: Shauna Cross baseado na novela de Shauna Cross / Elenco: Ellen Page, Marcia Gay Harden, Kristen Wiig, Drew Barrymore, Juliette Lewis, Jimmy Fallon, Alia Shawkat, Eve. / Sinopse: Garota jovem de 17 anos resolve participar de um novo esporte radical que combina patinação e corrida sobre patins. Cheio de adrenalina ela tentará ser parte da nova equipe campeã da modalidade.

Pablo Aluísio.

sábado, 15 de setembro de 2012

Hick

Luli McMullen (Chloë Grace Moretz) é uma garota de 13 anos que tem uma vida familiar disfuncional. Sua mãe é irresponsável, infiel e não lhe dá apoio e nem atenção. Seu pai é um bêbado incurável, sempre chamado por sua mãe de fracassado. Cansada dessa vida de brigas e bebedeiras ela resolve certa manhã simplesmente ir embora de casa. Coloca na bolsa seus poucos pertences pessoais, entre eles uma arma .45 que ganhou de aniversário, e parte para a estrada atrás de carona. Pretende ir para Las Vegas com o objetivo de começar vida nova. Pelo caminho vai encontrando os tipos mais incomuns como Glenda (Blake Lively), uma viciada em cocaína, e um cowboy manco (Eddie Redmayne) que se apaixona por ela. Esse "Hick" faz parte daquele subgênero americano conhecido como "Road Movie". O enredo é todo passado na estrada, com personagens marginais em situações extremas. A garotinha interpretada por Chloë Grace Moretz é uma adolescente que não aguenta mais sua vida familiar e resolve partir para conhecer o mundo lá fora. O que encontra são almas perdidas, pessoas sem esperança, vivendo no limite. 

O filme é interessante porque é desenvolvido sob o ponto de vista da jovem. Ela gosta de desenhar e assim vai fazendo esboços das pessoas que conhece pelo meio do caminho. Obviamente que por ser tão jovem ela se expõe a todos os tipos de riscos, inclusive sexuais, mas o filme nesse aspecto não vai até as últimas consequências, poupando o espectador de detalhes mais sórdidos ou ofensivos. A estória é baseada na novela de Andrea Portes e tem toques autobiográficos pois a autora também fugiu de casa na adolescência. Misturando fatos reais com ficção o resultado é muito bom, bem interessante e até mesmo cativante em relação aos sonhos da jovem garota. Em resumo "Hick" é uma boa pedida para quem estiver em busca de filmes com temáticas mais alternativas, diferenciadas. Vale a indicação certamente.  

Caipira (Hick, Estados Unidos, 2012) Direção: Derick Martini / Roteiro: Andrea Portes / Elenco: Chloë Grace Moretz, Eddie Redmayne, Juliette Lewis, Blake Lively, Alec Baldwin / Sinopse: Uma adolescente resolve fugir de casa por não aguentar mais o caótico ambiente familiar. No caminho para Las Vegas encontra pessoas incomuns e exóticas.  

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Um Parto de Viagem

A comédia americana anda numa fase bem ruinzinha. Um exemplo é esse "Um Parto de Viagem", que basicamente é uma comédia sem graça! Isso mesmo. O roteiro tenta (e muito) injetar boas doses de humor nas cenas mas tudo o que consegue é arrancar raros sorrisos amarelos do público. O problema é que na falta de inteligência e sutileza os roteiristas partiram logo para a apelação de cenas vulgares e grotescas (como a da masturbação) ou de violência física (que surgem em profusão ao longo do filme). O pior é que nem com todo arsenal o filme consegue ter a menor graça - e quando uma comédia não tem graça tudo o que sobra é a vergonha alheia e o constrangimento.

Na minha opinião o grande problema do filme é o ator Robert Downey Jr e seu personagem. Basicamente o Robert está lá como escada de Zach Galifianakis, mas seu personagem é tão antipático, grosseiro e chato que leva o humor do filme para o ralo. O Zach é bom ator, bom comediante, mas o problema é que pelo menos aqui não teve material decente para trabalhar. E fica muito complicado tirar humor contracenando com o Downey Jr. Enfim, não tenho outro termo para "Um Parto de Viagem" a não ser o de road movie de humor sem graça. Se você quiser se divertir e rir muito sugiro outro filme, porque com esse aqui não vai dar pé.

Um Parto de Viagem (Due Date, Estados Unidos, 2010) Direção: Todd Phillips / Roteiro: Alan R. Cohen, Alan Freedland, Adam Sztykiel, Todd Phillips / Elenco: Robert Downey Jr., Zach Galifianakis, Michelle Monaghan, Juliette Lewis, Jamie Foxx, Alan Arkin, Matt Walsh, RZA, James Martin Kelly, Mimi Kennedy, Rhoda Griffis. / Sinopse: Peter Highman (Robert Downey Jr.) acaba tendo que viajar ao lado do espalhafatoso e estranho Ethan Tremblay (Zach Galifianakis), o que irá gerar muitas confusões durante a viagem.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Kalifornia

Poucos ainda se recordam hoje em dia desse que foi um dos primeiros filmes de Brad Pitt a ganhar maior repercussão. De fato até aquele momento o ator só tinha se destacado mesmo com sua pontinha em "Thelma e Louise" e depois no drama nostálgico "Nada é Para Sempre", uma emocional volta ao passado dirigido pelo sempre correto Robert Redford na direção. "Kalifornia" destoa de todos os seus trabalhos anteriores. O filme é de complicada classificação pois passeia com êxito por diferentes gêneros cinematográficos. É extremamente violento e impactante mas isso não lhe tira o foco do aspecto mais humanos dos personagens insanos. A trama investe num tipo que tem se tornado comum nos últimos anos - a dos fãs de Serial Killers. Existe todo um nicho específico para os que gostam de conhecer as histórias desses assassinos em série. Há vasta literatura sobre o assunto e milhares de sites que possuem como temática a vida desses psicopatas. O tema, apesar de assustador e terrível, já entrou definitivamente dentro da cultura pop.

Pois bem, no filme acompanhamos um casal de jornalistas que resolvem visitar os locais históricos por onde passaram os mais famosos assassinos da história dos EUA; Brian Kessler (David Duchovny) e Carrie Laughlin (Michelle Forbes) formam o casal que decide embarcar nessa estranha viagem. Para dividir os custos da viagem resolvem colocar um anúncio nos jornais convidando pessoas que se interessem pelo assunto e que queiram fazer a mesma excursão. Quem responde aos anúncios é o casal formado por Adele Corners (Juliette Lewis) e Early Grayce (Brad Pitt). Ela é uma mulher submissa ao irascível marido, Early que não parece ter o juízo no lugar. O que não sabem é que ele próprio é um psicopata violento, com acessos de fúria e violência. A viagem que parecia ser um tanto inusitada acaba virando um terror completo para todos os envolvidos. Kalifornia causou certa polêmica em seu lançamento justamente porque há um viés de apologia à vida desses assassinos. Não penso que seja o caso, na realidade se trata de um bem orquestrado road movie com muitas cenas de suspense e tensão. Uma boa amostra do cinema mais ousado da década de 90. Procure conhecer, vai valer a pena.

Kalifornia - Uma Viagem ao Inferno (Kalifornia, Estados Unidos, 1993) Direção: Dominic Sena / Roteiro: Stephen Levy, Tim Metcalfe / Elenco: Brad Pitt, Juliette Lewis, Kathy Larson,  David Duchovny / Sinopse: Casal resolve conhecer os lugares históricos onde viveram os principais psicopatas dos Estados Unidos. Para dividir as despesas resolve viajar com um outro casal. O problema é que eles não serão bons companheiros de viagem.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Cegueira Histérica

Título no Brasil: Cegueira Histérica
Título Original: Hysterical Blindness
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO Films
Direção: Mira Nair
Roteiro: Laura Cahill
Elenco: Uma Thurman, Juliette Lewis, Gena Rowlands, Ben Gazzara, Justin Chambers, Anthony DeSando

Sinopse:
O filme conta a história de Debby Miller (Uma Thurman), uma jovem de New Jersey que sofre de uma estranha síndrome, onde perde a visão em momentos de tensão e stress. Filme premiado no Globo de Ouro na categoria de melhor atriz (Uma Thurman). Indicado na categoria de melhor atriz coadjuvante (Gena Rowlands).

Comentários:
A HBO produziu muita coisa interessante em seus primórdios. Geralmente a companhia pegava roteiros que não encontravam espaço entre os grandes estúdios de cinema de Hollywood e os produzia, com bom elenco e boa direção. O curioso é que depois de algum tempo a HBO deixou de lado a produção de filmes independentes e ousados como esse, procurando seguir por outro caminho. Hoje em dia esse setor de produção própria é mais voltada para as séries, deixando os filmes em segundo plano. Uma pena. Nesse filme até bem pouco conhecido nos dias de hoje a atriz Uma Thurman interpreta uma protagonista que sofre de cegueira histérica, uma condição médica rara, mas que realmente existe no mundo real. E isso, claro, serve de ponto de partida para esse filme que se propõe a ser um drama com pontuais momentos de suspense e tensão. É um filme que até chamou uma certa atenção em seu lançamento original, muito embora nos dias de hoje quase ninguém mais se lembre dele. Um bom motivo para redescobrir essa produção, ainda mais para quem aprecia o trabalho da alta e loira (aqui ruiva) Uma Thurman. E de quebra ainda leva boas interpretações da louquinha Juliette Lewis e da fina Gena Rowlands.

Pablo Aluísio.