quinta-feira, 21 de maio de 2020

Veludo Azul

Título no Brasil: Veludo Azul
Título Original: Blue Velvet
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: De Laurentiis Entertainment Group
Direção: David Lynch
Roteiro: David Lynch
Elenco: Isabella Rossellini, Kyle MacLachlan, Dennis Hopper, Laura Dern, Hope Lange, Dean Stockwell

Sinopse:
O jovem Jeffrey Beaumont (Kyle MacLachlan) encontra uma orelha decepada em um jardim. Em busca de respostas ele acaba caindo no lado mais obscuro de sua cidade, onde convivem estranhas pessoas como a cantora Dorothy Vallens (Isabella Rossellini) e o viciado perigoso Frank Booth (Dennis Hopper). Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor direção (David Lynch). 

Comentários:
Nunca foi a intenção do diretor David Lynch fazer um cinema convencional, dentro dos padrões. Pelo contrário, ele sempre preferiu o lado estranho e bizarro do mundo. Seus filmes, seus roteiros, rejeitam o normal, o comum. Esse "Veludo Azul" segue sendo um exemplo perfeito do tipo de cinema que ele sempre procurou fazer. E é também uma amostra da qualidade cinematográfica que ele atingiu em sua carreira. Em termos gerais é um filme de complicada definição. Na época de seu lançamento original muitos críticos afirmaram que era um tipo de novo cinema noir, utilizando a estética dos anos 40 em um cinema atual. Sim, há elementos noir nesse roteiro, inclusive ambientação, clima, etc, porém o estilo de David Lynch também é bem peculiar e singular, nada comparado com essa antiga escola cinematográfica. O saldo final é muito interessante. O espectador comum vai achar tudo meio estranho, com aspectos que não fazem muito sentido. O cinéfilo mais veterano por outro lado vai bater palmas para a coragem de Lynch, que aqui ousou sair do lugar comum, do banal e saturado cinema comercial americano.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 20 de maio de 2020

A Viúva Chinesa

Título no Brasil: A Viúva Chinesa
Título Original: In Harm´s Way
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos, China
Estúdio: Roc Pictures
Direção: Bille August
Roteiro: Greg Latter
Elenco: Emile Hirsch, Yifei Liu, Fangcong Li, Lambert Houston, Cary Woodworth, Gallen Lo

Sinopse:
Durante a II Guerra Mundial um avião militar americano cai em um território chinês ocupado por tropas japonesas após bombardear Tóquio. O piloto americano Jack (Emile Hirsch) sobrevive e é ajudado por uma jovem viúva chinesa chamada Ying (Yifei Liu) e sua pequena filha.

Comentários:
Esse filme mescla fatos históricos reais com personagens de pura ficção. De fato muitos militares americanos da força aérea caíram na China após atacar a capital dos japoneses, porém os personagens mostrados no filme, do jovem piloto e da chinesa são meramente ficcionais. O que não importa no final das contas porque a história contada é bem interessante e vai interessar tanto a quem gosta de filmes de guerra como também quem procura por romances impossíveis. Como é uma produção bem globalizada, financiada por estúdios de cinema dos Estados Unidos e da China, com um diretor dinamarquês, o sempre correto Bille August, o filme apresenta um bem escrito roteiro e uma boa escolha de elenco multinacional. A atriz chinesa Yifei Liu se destaca pela beleza delicada e pelo talento dramático. O americano Emile Hirsch é nosso velho conhecido. Embora ainda seja jovem já tem um excelente currículo de bons (e alguns excelentes) filmes para exibir. Enfim, um bom filme que me agradou bastante, com todos os elementos bem enquadrados dentro da história que almeja contar. Vale a pena conhecer e assistir.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 19 de maio de 2020

A Possessão de Mary

Título no Brasil: A Possessão de Mary
Título Original: Mary
Ano de Produção: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: Entertainment One
Direção: Michael Goi
Roteiro: Anthony Jaswinski
Elenco: Gary Oldman, Emily Mortimer, Manuel Garcia-Rulfo, Stefanie Scott, Chloe Perrin, Owen Teague

Sinopse:
Depois de trabalhar anos como capitão de barcos de turismo, David (Gary Oldman) decide comprar seu próprio veleiro em um leilão. Uma embarcação antiga, com algumas histórias misteriosas em seu passado. Na sua primeira viagem em alto-mar, ao lado de sua família, coisas bem estranhas começam a acontecer.

Comentários:
Um filme de terror marítimo? Pois é, aqui o roteirista se inspirou em um velho poema, bem conhecido entre marinheiros da Flórida, desde o século XVII, para criar uma história de terror que achei até bem interessante. Imagine toda uma família (pai, mãe e duas filhas) viajando em um veleiro que esconde maldições e mortes em seu passado. E quando mais eles vão entrando em alto-mar, mais as coisas vão ficando realmente esquisitas. Claro, temos que reconhecer que o uso de uma criatura das trevas, uma espécie de mistura de bruxa e sereia, vai quebrar um pouco o ritmo de suspense que vai numa onda crescente durante o desenrolar do filme, mas esse tipo de coisa faz parte do pacote de um filme como esse. E isso fica ainda mais forte ao se pensar no público que consome filmes de terror nos dias de hoje. Não há como se basear apenas em um terror puramente psicológico, tem que ter ali um tipo de monstro para assustar os mais jovens. E por falar em sustos, o filme tem uns três sustos muito bons, daqueles que vão arrepiar os fios de cabelo do seu braço. Para o padrão dos filmes de terror mais modernos já estã de bom tamanho, não é mesmo?

Pablo Aluísio.

Bronco Billy

Título no Brasil: Bronco Billy
Título Original: Bronco Billy
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Clint Eastwood
Roteiro: Dennis Hackin
Elenco: Clint Eastwood, Sondra Locke, Geoffrey Lewis, Scatman Crothers, Bill McKinney, Sam Bottoms

Sinopse:
O filme conta a história de Bronco Billy (Clint Eastwood), o dono de um circo de faroeste, com artistas fazendo papéis de cowboys, índios e pioneiros do velho oeste. Uma antiga tradição do meio circense dos Estados Unidos. E quando a lona de seu circo pega fogo, ele luta para manter seu grupo ainda ativo e se apresentando em pequenas cidades do interior.

Comentários:
Esse filme é uma verdadeira declaração de amor e respeito por parte de Clint Eastwood ao mundo das artes circenses. Nos tempos de Buffalo Bill os espetáculos de faroeste eram extremamente populares por todo o país. Com o tempo essa tradição foi se perdendo. O personagem de Clint nesse filme, chamado de Bronco Billy, é uma espécie de último representante desse tipo de atividade circense. Ele luta a duras penas para manter seu circo ainda vivo. E os obstáculos para que ele feche sua companhia de artistas são muitos. Há dívidas, falta de público, debandada de artistas, até mesmo um grande incêndio que destrói a lona de seu circo. Suas soluções para as crises são divertidas, como costurar um monte de bandeiras dos Estados Unidos para fazer uma lona nova! Assim ele resiste, lutando a batalha que a cada dia parece mais perdida. No elenco há a presença de atriz Sondra Locke, que foi esposa de Eastwood por longos anos. Clint, que dirige o filme, criou uma verdadeira declaração de apoio a esse tipo de tradição do circo. E o resultado ficou excelente. O roteiro desenvolve e trabalha muito bem com todos os personagens, trazendo uma humanidade tocante ao filme. Todos ali possuem suas próprias histórias de vidas, fazendo com que o espectador crie um vínculo com cada um. É um ótimo momento da filmografia de Clint Eastwood, aqui ja demonstrando todo o seu talento não apenas como ator, mas principalmente como cineasta.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Os Donos da Noite

Título no Brasil: Os Donos da Noite
Título Original: Harlem Nights
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Eddie Murphy
Roteiro: Eddie Murphy
Elenco: Eddie Murphy, Richard Pryor, Danny Aiello, Redd Foxx, Michael Lerner, Della Reese

Sinopse:
Durante a década de 1930, o proprietário ilegal de uma casa de apostas na cidade de Nova York e seus associados devem lidar com forte concorrência, gângsteres e policiais corruptos para permanecer no negócio. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor figurino (Joe I. Tompkins).

Comentários:
Esse filme foi uma verdadeira egotrip do comediante Eddie Murphy. Ele escreveu o roteiro, bancou a produção e como se isso não fosse o suficiente ainda escreveu o roteiro. Praticamente foi tudo feito por ele. E a Paramount, como associada, também deu carta branca para que ele trouxesse excelentes figurinos, cenários, carros de época, etc. É um filme de gângsteres ao velho estilo, mas procurando ser diferenciado. Ao invés de mostrar a histórias de criminosos como Al Capone, Murphy decidiu contar o outro lado da moeda, mostrando membros de gangs do bairro negro do Harlem. O filme foi massacrado pela crítica na época de seu lançamento, mas sinceramente falando acho que a reação desses críticos foi um tanto exagerada. Não considero esse um filme ruim, nem nada do tipo. Ele não peca por falta de qualidade cinematográfica. É um filme normal, OK, sem maiores problemas. E ao contrário do que muitos disseram não foi um fracasso comercial de Eddie Murphy no cinema, fazendo 120 milhões de dólares de bilheteria em um filme que custou meros 30 milhões. Deu lucro e não prejuízo. Assim deixo a dica dessa verdadeira despedida de Eddie Murphy aos anos 80, a década onde ele mais fez sucesso em sua carreira.

Pablo Aluísio.

O Pecado Mora ao Lado

Título no Brasil: O Pecado Mora ao Lado
Título Original: The Seven Year Itch
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Billy Wilder
Roteiro: Billy Wilder, baseado na peça de George Axeroid
Elenco: Marilyn Monroe, Tom Ewell, Evelyn Keys, Sonny Tuftis, Robert Strauss, Oskar Homolka

Sinopse:
Richard Sherman (Tom Ewell) é um maridão que fica sozinho em seu apartamento após sua esposa e filho irem passar as férias de verão fora de Nova Iorque. Adorando sua provisória liberdade ele começa a soltar a imaginação. A nova vizinha do andar de cima, uma linda e sensual loira (Marilyn Monroe), atiça ainda mais seus pensamentos eróticos. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de melhor ator (Tom Ewell).

Comentários:
Esse pode ser considerado tranquilamente o filme mais conhecido de Marilyn Monroe. A imagem dela nesse filme, o seu figurino, a cena da saias ao vento, tudo entrou definitivamente dentro da cultura pop. Tanto isso é verdade que quando se lembra de Marilyn Monroe se lembra imediatamente da sua imagem nesse filme. É o auge de popularidade da atriz em sua carreira no cinema. E o curioso de tudo é que sua personagem sequer tinha nome, era apenas identificada no roteiro como "The Girl" (a garota). Isso porque ela representou mesmo um símbolo de sensualidade que estaria na imaginação daquele homem casado já há alguns anos, entediado totalmente com o casamento, que conhece a loira bonita e tem fantasias sobre ela, como se fosse ter um caso furtivo com a gostosona que mora ao lado. O roteiro (e a peça original) aliás foi escrito em cima de um artigo de um psicólogo que afirmava que quando um casamento completava sete anos, era sinal de que uma crise conjugal estaria para chegar. Esse filme fez muito sucesso de bilheteria, mas também trouxe problemas pessoais para Marilyn. A cena das saias levantadas, com as calcinhas à mostra, despertou a fúria ciumenta de Joe DiMaggio. Mal sabia ele que aquela seria a cena mais famosa e lembrada de toda a filmografia de La Monroe.

Pablo Aluísio.

domingo, 17 de maio de 2020

Os 33

Título no Brasil: Os 33
Título Original: The 33
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos, Chile, Espanha
Estúdio: Alcon Entertainment
Direção: Patricia Riggen
Roteiro: Mikko Alanne, Craig Borten
Elenco: Antonio Banderas, Rodrigo Santoro, Gabriel Byrne, Juliette Binoche, Lou Diamond Phillips, James Brolin

Sinopse:
O filme conta uma história real ocorrida no deserto de Atacama, no Chile. Um grupo de 33 mineradores ficam presos dentro de uma mina de ouro na região. Para resgatar todos eles com vida é montada uma grande operação que vira notícia internacional de grande repercussão.

Comentários:
Um bom filme. Eu me recordo desse acontecimento porque foi bastante explorado pela imprensa internacional. Esses mineradores ficaram presos dentro de uma mina após um grande desabamento. O problema é que eles ficaram presos em um lugar que estava abaixo 200 andares da superfície. Para resgatar seria preciso uma operação realmente incrível, de complicada execução. E entre elese e a entrada da mina havia ainda uma imensa rocha, do tamanho do prédio Empire State em Nova Iorque. O elenco é muito bom contando com Antonio Banderas como um dos mineradores, Rodrigo Santoro como o representante do governo chileno na operação e Gabriel Byrne como o engenheiro-chefe que tenta superar todos os problemas técnicos para fazer chegar uma broca no lugar certo onde estavam os trabalhadores da mina. Outro destaque é a presença de Juliette Binoche como a irmã desesperada de um dos mineradores. Em conclusão, um filme bem realizado, com bom elenco e direção que resgata essa história que mobilizou tantas pessoas nessa operação de salvamento.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Madame Sousatzka

Título no Brasil: Madame Sousatzka
Título Original: Madame Sousatzka
Ano de Produção: 1988
País: Inglaterra, Canadá
Estúdio: Universal Pictures
Direção: John Schlesinger
Roteiro: Ruth Prawer Jhabvala
Elenco: Shirley MacLaine, Navin Chowdhry, Peggy Ashcroft, Leigh Lawson, Geoffrey Bayldon, Lee Montague

Sinopse:
Baseado no romance escrito por Bernice Rubens, o filme conta a história da professora de piano Madame Sousatzka (Shirley MacLaine). Austera, rigorosa, disciplinadora e metódica, ela encontra em um novo aluno a possibilidade de ter um grande talento em suas mãos.

Comentários:
A excelente atriz Shirley MacLaine fez muito sucesso nos anos 80 com seus livros de temas espirituais, explorando o além-vida. Ela deu uma pausa nessa sua fase de escritora de sucesso para voltar ao cinema nesse bom filme, com toques dramáticos, mas também com alguns pontuais momentos de bom humor. A personagem que ela interpreta foi um presente. Uma senhora, professora de piano por muitos anos, que mora em uma velha casa, cheia de antigos móveis da era vitoriana, com um clima de decadência pairando no ar. Sua vida sofre uma grande mudança quando ela começa a ensinar piano a um garoto de origem indiana. Ele tem um talento natural, coisa de grandes pianistas. E isso anima a veterana professora, pois ela vê a chance de formar um verdadeiro futuro mestre no mais nobre dos instrumentos musicais. A atriz foi premiada pelo Globo de Ouro por essa atuação inspirada. Só restou mesmo ao cinéfilo assistir ao filme e no final bater palmas por sua brilhante performance.

Pablo Aluísio.