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quarta-feira, 8 de maio de 2019

Homem-Aranha no Aranhaverso

A Sony e a Marvel até pensaram em fazer um filme convencional com esse roteiro. Porém pensando melhor acharam que seria mais seguro produzir uma animação. Os riscos seriam menores. Acabou dando certo. De fato achei esse roteiro bem anárquico e tenho sérias dúvidas se as crianças vão entender bem esses conceitos de universos e dimensões paralelas. O que podemos concluir é que pelas bilheterias alcançadas (algo em torno de 250 milhões de dólares) o projeto como um todo foi bem sucedido. Particularmente gostei do resultado. É uma animação bem produzida, com ótimas sacadas de humor em seu texto. Nunca se leva muito à sério e isso é um aspecto positivo. Como já escrevi há um certo anarquismo no enredo, misturando diversos personagens do Homem-Aranha, todos vivendo em universos paralelos que acabam se encontrando por causa de um evento físico feito por um criminoso.

E assim temos uma garota-aranha, um Homem-Aranha do passado, dublado por Nicolas Cage, que parece viver em um filme cult de cinema clássico, uma garotinha e seu robô-aranha, que parecem ter saídos de um anime japonês e até mesmo um bizarro Aranha-Porquinho que saiu diretamente de um cartoon. Até o Peter Parker não é o que estamos acostumados a encontrar, mas sim um homem mais velho, até com barriga, que tenta reconstruir as coisas que deram errado em sua vida! O personagem principal é um garotinho negro chamado Miles Morales. Ele mora em Nova Iorque, é filho de um policial e acaba sendo picado por uma aranha radioativa. Nada muito diferente das origens do Homem-Aranha tradicional que conhecemos. No fundo ele é um personagem criado pela Marvel para dar sequência em sua política de diversidade. É apenas mediano, mas até que cumpre seu objetivo de ser o fio condutor da narrativa. Enfim, no geral temos aqui uma boa animação, divertida e cheia de boas ideias. Não sei se a criançada vai pegar todas as referências, mas para um público mais adolescente a coisa toda vai funcionar muito bem.

Homem-Aranha no Aranhaverso (Spider-Man: Into the Spider-Verse, Estados Unidos, 2018) Direção: Bob Persichetti, Peter Ramsey / Roteiro: Phil Lord, Rodney Rothman / Elenco: Shameik Moore, Jake Johnson, Hailee Steinfeld, Lily Tomlin, Nicolas Cage, Chris Pine / Sinopse: Um garotinho negro de Nova Iorque é picado por uma aranha radioativa e começa a desenvolver todos os poderes do Homem-Aranha original. Filme premiado pelo Oscar na categoria de Melhor Animação.

Pablo Aluísio.

domingo, 24 de março de 2013

A Origem dos Guardiões

Essa é a nova animação dos estúdios Dreamworks. Em tempos de sucessos absolutos dos filmes de super-herói (em especial a maior bilheteria do ano, “Os Vingadores”), os executivos resolveram apostar na mesma fórmula. A idéia aqui não é reunir obviamente nenhum grupo formado por personagens de quadrinhos mas sim juntar várias figuras folclóricas da cultura infantil, como Papai Noel, a Fada do Dente, o Coelhinho da Páscoa, Sandman e Jack Frost, em um grupo unido contra o vilão que ameaça a própria existência deles, o famigerado Bicho Papão, que pretende desacreditar a existência de cada um dentro da imaginação das crianças ao redor do mundo. Se os pequenos não mais acreditarem na existência desses mitos infantis eles deixarão de existir para sempre. Para as crianças brasileiras apenas Papai Noel e o Coelhinho da Páscoa são mais conhecidos, os demais (principalmente Sandman e Jack Frost) fazem parte mesmo da cultura americana e não tem muita imersão para o nosso universo infantil.

Tome por exemplo o próprio personagem principal do filme, o garoto Jack Frost. Ele sempre foi associado com bonecos de neve e ao inverno rigoroso que sempre atinge as cidades americanas em determinado período do ano. Como é que uma criança brasileira vai conhecer Jack Frost em nosso clima tropical? Esse personagem já havia sido utilizado antes no cinema americano em um filme com o ex-Batman Michael Keaton (pagando seus pecados ao dublar um boneco de neve em uma produção sem surpresas e fraca). Aqui Jack Frost vira um garoto morto em um terrível acidente que após isso passa a ser mais um mito infantil, levando neve e frio com seu cajado aos lugares mais remotos. A nova roupagem dada a Jack Frost até que é bem imaginativa, mas ele de fato não é muito conhecido fora das fronteiras dos Estados Unidos. Apesar do roteiro de “A Origem dos Guardiões” ser levemente baseado em um livro de William Joyce o fato é que sua estrutura aqui é realmente de filme de super-heróis. De qualquer modo a animação certamente vai agradar aos menores (indico o filme para crianças de até 12 anos). Não chega a ser marcante mas é um produto bom e bem realizado. Seu filho provavelmente vá gostar.

A Origem dos Guardiões (Rise of the Guardians, Estados Unidos, 2012) Direção: Peter Ramsey / Roteiro: David Lindsay-Abaire baseado no livro de William Joyce / Elenco: (vozes): Chris Pine, Alec Baldwin, Hugh Jackman, Isla Fisher, Jude Law, Dakota Goyo, Khamani Griffin, Dominique Grund / Sinopse: Papai Noel, o Coelhinho da Páscoa, Sandman, a Fada do Dente e Jack Frost se unem contra a ameaça do mal comandada pelo Breu, ou como é mais conhecido, o Bicho Papão.

Pablo Aluísio.