sexta-feira, 20 de setembro de 2024

O Senhor do Caos

Título no Brasil: O Senhor do Caos
Título Original: Lord of Misrule
Ano de Lançamento: 2023
País: Reino Unido, Irlanda
Estúdio: Magnet Films
Direção: William Brent Bell
Roteiro: Tom de Ville
Elenco: Tuppence Middleton, Ralph Ineson, Matt Stokoe

Sinopse:
Numa pequena cidade, durante um festival de verão que relembra velhas mitologias das antigas religiões pagãs da região, uma garotinha desaparece. Os pais ficam desesperados, em especial a mãe que é a reverenda da cidade. E para seu completo espanto parece haver uma conspiração por trás de tudo, envolvendo os próprios moradores do lugar. 

Comentários:
Gostei desse terror inglês. Aliás se existe um gênero cinematográfico que os britânicos são mestres, esse é o terror. E aqui temos mais um exemplo de como um bom filme feito naquele país pode ser interessante. As antigas religiões pagãs nunca desapareceram no velho continente. Com o avanço do cristianismo elas foram demonizadas, mas sobreviveram em pequenos costumes e também em festivais feitos durante o verão europeu. Como se trata de um filme de terror, o roteiro não iria ficar apenas nas curiosidades sociológicas desse tipo de evento festivo. Dá um passo a frente para criar sustos no espectador e nesse processo nem perde o bom senso e nem muito menos a elegância narrativa. O filme não sai do chão da realidade em nenhum momento e nem apela para sustos sensacionalistas e vazios. Com isso ganha muitos pontos a favor. De bom mesmo fica a mensagem de que o fanatismo religioso é certamente uma das coisas mais perigosas que possam existir dentro de uma sociedade. Uma lição para ser aprendida por todos. 

Pablo Aluísio.

O Senhor das Sombras

Título no Brasil: O Senhor das Sombras
Título Original: Shadow Builder
Ano de Lançamento: 1998
País: Canadá
Estúdio: Applecreek Productions
Direção: Jamie Dixon
Roteiro: Michael Stokes, Bram Stoker
Elenco: Michael Rooker, Leslie Hope, Shawn Thompson

Sinopse:
Um malvado arcebispo da Igreja Católica convoca um demônio para tentar destruir o mundo. Os invocadores são mortos, mas o demônio escapa para caçar a vítima que tanto procura. Essa logo se revela uma criança com potencial para se tornar uma santa. Depois de devastar a cidade e virar seus cidadãos contra si mesmos, o demônio logo localiza e captura sua presa. Será que ela vai conseguir sobreviver às forças das trevas?

Comentários:
Assisti nos anos 90 e pelos meus registros pessoais gostei muito pois dei classificação "excelente" para o filme. Bom, outros tempos, outra mentalidade. Eu realmente vi muitos filmes por essa época, mas a maioria deles realmente me esqueci completamente. Esse aqui pelo menos tinha um atrativo a mais para quem gosta de filmes de terror e da mitologia do horror na literatura. O roteiro foi baseado nos escritos de ninguém mais, ninguém menos, do que o escritor Bram Stoker, o autor que deu ao mundo o clássico absoluto "Drácula". É um livro menor dele, pouco conhecido, mas que como bem podemos perceber também tem seu valor. E o cinema, não iria deixar passar essa sua obra sem ter ao menos uma adaptação e ela está aqui, para quem tiver curiosidade em assistir.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Duna: Parte Dois

Título no Brasil: Duna: Parte Dois
Título Original: Dune: Part Two
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Denis Villeneuve
Roteiro: Denis Villeneuve, Jon Spaihts
Elenco: Timothée Chalamet, Rebecca Ferguson, Austin Butler, Javier Bardem, Josh Brolin, Christopher Walken, Stellan Skarsgård, Charlotte Rampling, Zendaya

Sinopse:
O Planeta desértico que na antiguidade era conhecido como Duna, passa a ser cada vez mais atacado pelas forças impiedosas do império. O povo oprimido espera pela chegada do Messias que vai trazer liberdade a todos eles, mas antes será precisa deixar claro que esse Messias é um jovem que ainda não está plenamente convencido de seu destino. 

Comentários:
Achei bem melhor do que o primeiro filme, isso apesar de ter ficado incomodado pelo fato de que a história segue inconclusiva, afinal são vários livros para serem adaptados nos próximos anos. Pense bem, essa história toda é nada mais, nada menos, do que uma adaptação da história de Jesus para o mundo Sci-fi. A premissa é semelhante em tudo, com o Messias, um povo oprimido que vive numa região de desertos, invadidos por uma potência estrangeira. O povo que se une a essa figura que inicialmente se mostra um Messias relutante, seu sacrifício pessoal, a luta contra o império e tudo mais. Nesse segundo filme isso fica mais do que óbvio. Gostei de praticamente tudo, até mesmo de ver o Austin Butler (do filme "Elvis") dando uma de vilão psicopata. Mesmo sem ter muito o que desenvolver, ele se saiu bem. Só me incomodou mesmo essa coisa de montar vermes gigantes do deserto. Acho uma coisa bem boba, no final das contas. Só que vamos reconhecer, não é falha do filme, mas dos livros originais que foram escritos naquela época de muita LSD, hippies e cultura psicodélica. Duna, no fundo, é bem isso aí, uma versão dos evangelhos escritos com muita erva na cabeça! 

Pablo Aluísio.

Os Cavaleiros do Zodíaco

Título no Brasil: Os Cavaleiros do Zodíaco
Título Original: Knights of the Zodiac
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony
Direção: Tomasz Baginski
Roteiro: Josh Campbell, Matt Stuecken
Elenco: Mackenyu, Famke Janssen, Sean Bean

Sinopse:
O filme "Os Cavaleiros do Zodíaco - Saint Seiya: O Começo" conta a história de um jovem de descendência oriental que descobre, para sua total surpresa, que foi o escolhido por uma antiga divindade da Grécia para salvar o mundo de uma terrível ameaça do Mal. Adaptação para o cinema da famosa série de animação dos anos 90. 

Comentários:
Quando os desenhos animados originais começaram a fazer muito sucesso na TV brasileira eu já tinha passado da minha infância para acompanhar. Mas claro, conhecia a marca e via a quantidade de brinquedos que eram vendidos nas lojas de departamentos. Foi uma febre e tanto em nosso país. A criançada adorava. Pois bem, passados tantos anos fizeram esse filme para o cinema, em Live Action. Na boa, poderiam ter feito algo muito melhor. Esse filme é muito ruim! Incrível como conseguem errar em algo que já estava pronto para adaptar para as telas de cinema. Não precisava muito esforço, apenas fazer um bom filme de fantasia e aventuras. Mas aqui, definitivamente, erraram feio. Praticamente nada presta, nem os efeitos especiais que eu pensava seriam bons pelo menos, afinal é uma produção dos estúdios Sony. Mas isso não aconteceu. Do roteiro, ao elenco ruim, passando pela produção fraca, nada se salva mesmo nessa tentativa de trazer o famoso desenho para as salas de cinema. Uma grande bola fora. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Kansas City

Título no Brasil: Kansas City
Título Original: Kansas City
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia TriStar Films
Direção: Robert Altman
Roteiro: Robert Altman, Frank Barhydt
Elenco: Jennifer Jason Leigh, Miranda Richardson, Harry Belafonte, Michael Murphy, Steve Buscemi, Dermot Mulroney

Sinopse:
Kansas City, década de 1930. Um ladrão e pequeno criminoso de Kansas City é levado por um grupo de gângsters. Sua namorada, uma jovem obstinada, então decide sequestrar um figurão da política da cidade para usar como moeda de troca com os que levaram seu companheiro embora para o cativeiro. Eles agora devem libertá-lo ou então todos os policiais da cidade vão invadir seus redutos e becos da criminalidade. 

Comentários:
É um filme da era de ouro dos gângsters, mas não espere encontrar algo na linha de "Os Intocáveis". Robert Altman, o mais independente de todos os cineastas americanos da história, não fazia esse tipo de cinema. Ao contrário disso você vai encontrar um típico filme de Altman, que parecia sempre fazer cinema independente, mesmo quando contava com os dólares de um grande estúdio de Hollywood. Eu até gostei do filme, mas devo admitir que ele apresenta problemas de ritmo. Para um filme que conta uma história dos tempos de Al Capone era de se esperar também um pouquinho mais de ação, com aquelas metralhadoras do tipo machine gun cuspindo balas pelas ruas de Kansas City. Mas é aquela coisa que já expliquei, esse tipo de cinema não era mesmo com o Robert Altman. Salva-se no final as boas interpretações de todo o elenco. Só gente boa em cena. 

Pablo Aluísio.

A Caçada

Título no Brasil: A Caçada
Título Original: Fled
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: MGM
Direção: Kevin Hooks
Roteiro: Preston A. Whitmore II
Elenco: Laurence Fishburne, Stephen Baldwin, Will Patton

Sinopse:
Durante um expediente de trabalho forçado de um grupo de condenados de uma prisão de segurança no interior dos Estados Unidos, um pequeno trio de prisioneiros consegue fugir após uma distração dos guardas. A partir daí eles passam a ser perseguidos pelos policiais, numa verdadeira caçada humana. 

Comentários:
Tinha tudo para ser um filmão. Uma direção segura e eficiente, um bom elenco e uma daquelas histórias que sempre funcionam no cinema. Só que apesar de ter todos esses elementos reunidos o filme não consegue funcionar direito! Eu acredito que o que menos funciona no filme é essa dupla de prisioneiros que passam a ser caçados em uma vasta área florestal. Nada errado com Laurence Fishburne pois ele sempre foi um bom ator, sendo na pior das hipóteses correto em cena. O problema ao meu ver vem com esse Stephen Baldwin. Nunca consegui gostar desse elemento, sendo que sempre o achei o pior membro da família Baldwin. E nos anos 90 Hollywood tentou muito transformar ele em astro, mas como era muito sem carisma, ficou pelo meio do caminho mesmo. Enfim, um filme de mediano para ruim, mas que tinha potencial para ser pelo menos um bom filme. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 17 de setembro de 2024

Wyatt Earp e a Guerra dos Cowboys

Título no Brasil: Wyatt Earp e a Guerra dos Cowboys
Título Original: Wyatt Earp and the Cowboy War
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Patrick Reams
Roteiro: Stephen David, Henry Fitzherbert
Elenco: Ed Harris, Tim Fellingham, Edward Franklin

Sinopse:
Esse documentário histórico conta a verdadeira história dos irmãos Earp e sua rivalidade com a quadrilha dos cowboys na cidade de Tombstone no século XIX. Os criminosos liderados por Ike Clanton promoviam uma série de assaltos a diligências e outros crimes, muitas vezes acobertados pelas autoridades daquela região. 

Comentários:
Muito bom! Só que vale a explicação inicial de que você deve assistir por aquilo que essa minissérie é, e não por aquilo que muitos esperavam encontrar. O que temos aqui é um documentário histórico, com a voz dos especialistas nessa história, tudo intercalado por cenas com atores. Não é um filme de faroeste do tipo convencional como muitos estavam esperando. E o curioso de tudo é que esse documentário serve para explicar, baseado nos fatos históricos, como tudo realmente aconteceu. E ele parte do momento em que a grande maioria dos filmes clássicos terminavam, ou seja, no duelo no OK Curral em Tombstone. Nos filmes esse era o final, o clímax definitivo. Mal sabem que de forma em geral aquilo foi apenas o estopim de mais uma série de crimes e acertos de contas com todos os envolvidos. Muito sangue ainda correu pela história real. De qualquer maneira, mesmo deixando meus elogios, faço uma ressalva final. A história de Doc Holiday não foi devidamente mostrada e explorada. Nada é falado, por exemplo, de sua rivalidade com Johnny Ringo! Ringo inclusive fazia parte da quadrilha dos cowboys! Enfim, um documentário muito bom, embora tenha lá duas lacunas. 

Pablo Aluísio.

Por um Caixão Cheio de Dólares

Título no Brasil: Por um Caixão Cheio de Dólares
Título Original: Per Una Bara Piena di Dollari
Ano de Produção: 1971
País: Itália, Espanha
Estúdio: Elektra Film
Direção: Demofilo Fidani
Roteiro: Demofilo Fidani, Tonino Ricci
Elenco: Klaus Kinski, Jack Betts, Gordon Mitchell, Ray Saunders

Sinopse:
Veterano da Guerra Civil volta para casa depois de muitos anos de luta no campo de batalha. Quando chega em sua fazenda encontra toda a sua família morta e a propriedade completamente destruída. Não tarda para que, armado até os dentes, ele parta para uma vingança contra todos aqueles que cometeram aquele crime horrendo.

Comentários:
Western Spaghetti que aposta na estranha figura do ator Klaus Kinski. Com cabelos loiros longos e despenteados ao vento, cara de sociopata e olhos esbugalhados, sua figura se mostrava ideal para o estilo mais cru do faroeste italiano. Aqui o próprio diretor Demofilo Fidani usou o nome artístico de Miles Deem para assinar a produção. É um filme extremamente violento e seco. Como foi realizado no começo dos anos 70 já não havia a preocupação de amenizar as cenas mais violentas, e como o próprio cinema italiano estava passando por uma fase de realismo a coisa toda desanda logo para o festival de sangue e tripas típicas dessas produções mais hardcore. No final tudo não passa de mera desculpa para tiroteios e duelos dos mais diversos que você possa imaginar. Se você gosta de faroeste Spaghetti pode ser uma opção interessante.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Espantalho

Título no Brasil: Espantalho
Título Original: Scarecrow
Ano de Lançamento: 1973
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Jerry Schatzberg
Roteiro: Garry Michael White
Elenco: Gene Hackman, Al Pacino, Dorothy Tristan, Ann Wedgeworth, Richard Lynch, Eileen Brennan

Sinopse:
Dois homens, perfeitos estranhos entre si, se conhecem numa estrada poeirenta do meio oeste dos Estados Unidos. São andarilhos, em busca de uma carona que os levem até a cidade mais próxima. No fundo estão mesmo fugindo de seus passados, das decisões erradas que tomaram em relação às suas vidas. 

Comentários:
Gene Hackman e Al Pacino, dois grandes atores, interpretam esses personagens que no fundo são pessoas perdidas na vida. O personagem de Hackman acabou de sair da prisão onde cumpriu pena por seis anos. Ele planeja abrir um car wash quando chegar na cidade de Chicago, mas seus planos parecem ser apenas sonhos, sem realidade concreta. É um homem desesperado, sem rumo, que cria planos nas nuvens. Já Pacino também interpreta um homem que fez as escolhas erradas. Ele abandonou sua esposa e seu filho, um garotinho, e agora quer voltar para casa... só que como era de se esperar, ele não seria mais bem vindo nela. O tema do filme é justamente esse, a das escolhas erradas, dos caminhos sem lugar de chegada, sem rumo e destino certos, do eterno vagar pelas estradas perdidas sem chegar a lugar nenhum. Um dos bons filmes da carreira desses dois grandes nomes do cinema norte-americano. A vida para algumas pessoas é mesmo tentar consertar os erros do passado, só que muitas vezes essas escolhas levam a caminhos sem volta, como no caso dos dois personagens centrais desse filme. Em suma, uma bela crônica sobre o passado e o destino, sem futuro promissor algum pela frente. 

Pablo Aluísio.

Sangue Rebelde

Título no Brasil: Sangue Rebelde
Título Original: Captain Lightfoot
Ano de Lançamento: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Douglas Sirk
Roteiro: W.R. Burnett, Oscar Brodney
Elenco: Rock Hudson, Barbara Rush, Jeff Morrow

Sinopse:
Em 1815, Michael Martin, membro de uma sociedade revolucionária irlandesa, transforma-se em salteador de estrada para apoiá-la e é forçado a fugir para a ilegalidade. Em Dublin, ele conhece o famoso rebelde "Capitão Thunderbolt" e se torna seu segundo em comando, "Lightfoot". 'Esta é uma vida perigosa, com capturas, traidores, resgates e romance.

Comentários:
Eu sempre gostei muito do Rock Hudson e seus filmes. Ele foi mesmo um galã à moda antiga, daqueles que pareciam bem heroicos na tela. Ele tinha a imagem ideal, certa para isso. Só que nesse filme seu personagem me soou muito bobo, um tolo completo. Além disso essa coisa de folclore irlandês não faz muito sentido nos dias de hoje. Provavelmente era alguma história de pub que os irlandeses contavam quando estavam mortos de bêbados. Não tem muita graça fora desse contexto de bebedeiras. Acredito inclusive que os irlandeses dos dias atuais nem conhecem esse tipo de coisa. Então foi sim uma bola fora do Rock Hudson em suas filmografia. É um tipo de humor que não existe mais nos dias de  hoje. Se já era bem sem graça naqueles tempos, imagine hoje em dia...

Pablo Aluísio.

domingo, 15 de setembro de 2024

Sugar Baby

Título no Brasil: Sugar Baby
Título Original: Youtopia
Ano de Lançamento: 2018
País: Itália
Estúdio: Martha Production
Direção: Berardo Carboni
Roteiro: Marco Antonio Berardi, Berardo Carboni
Elenco: Donatella Finocchiaro, Alessandro Haber, Matilda De Angelis, Pamela Villoresi

Sinopse:
Um homem bem situado, dono de uma farmácia bem sucedida, com mais de 65 anos, decide comprar a virgindade de uma jovem pela deep web. Ele sempre gostou de sair com garotas de programa e agora não resistiu a essa proposta de tirar a virgindade de uma garota que mora em Roma. O valor acaba saindo por 35 mil Euros, mas as coisas não vão sair exatamente do jeito que ele esperava. 

Comentários:
Há um erro no título nacional desse filme. Não se trata da história de uma sugar baby. Essa relação envolvendo Sugar Baby e Sugar Dad tem um certo período de tempo. O velho rico banca a jovem garota por meses, algumas vezes por anos. Em troca do dinheiro, ela tem uma suposta relação amorosa com ele! No caso desse filme não tem nada disso. É apenas um homem mais velho que compra a virgindade de uma jovem garota na deep web. Ela está desempregada, com risco de ser despejada de seu apartamento junto com a mãe e a avó doente. Na base do desespero ela faz esse leilão virtual de sua virgindade. E no fundo ela ainda tem uma mentalidade de adolescente pois passa o dia inteiro jogando um desses games de vida virtual pela net. E acaba também se apaixonando por outro jogador. Só que esse mundo da fantasia se choca com a realidade da vida, a falta de grana, de uma saída para a situação em que ela vive. E o pior é que o velho que compra sua virgindade é um tipo bem rude com as garotas de programa com quem sai. Não tem respeito nenhum por essas mulheres. Bem complicado. O filme é bom, eu gostei e seu final vai chocar muita gente. Eu fiquei particularmente surpreso com seu desfecho. Enfim, temos aqui um bom exemplo do cinema italiano da atualidade. Vale a pena conferir. 

Pablo Aluísio.

sábado, 14 de setembro de 2024

The Beatles - Help! - Parte 4

Os Beatles sempre deixavam espaço para George Harrison contribuir com uma ou duas canções nessa fase inicial do grupo. Nesse álbum "Help!" George trouxe "You Like Me Too Much". A música tem uma introdução de órgão que causa surpresa, parece mais um velho arranjo para algum velho filme de faroeste. O resto da música, ainda bem, segue em um ritmo totalmente diferente, com John nos teclados, solando por toda a faixa. Com voz dobrada também podemos perceber como Harrison havia melhorado como vocalista. Nem parecia aquele cantor tímido dos primeiros discos dos Beatles.

E por falar em bons vocais, John Lennon está muito bem na bela balada "You're Going to Lose That Girl". Um som acústico, valorizando mais o violão do que guitarras, que nessa época formavam a identidade musical dos Beatles. A letra, composta por Lennon, é um diálogo franco. Um amigo diz ao outro que ele deve cuidar melhor de sua garota, pois caso contrário vai perdê-la, talvez até para ele mesmo. Dica de um jovem para outro. Se cuida meu amigo!

"Another Girl"  é puro Paul McCartney que compôs a faixa, com breve anotações de Lennon. Ele também lidera os vocais. Outro dia assisti a um show recente de Paul e pude perceber que por causa da idade ele tem perdido parte de sua voz. Algo natural de acontecer. Nesse faixa, com Paul jovem e cheio de energia, podemos notar como tudo mudou com o passar dos anos. Curiosamente Paul a escreveu quando estava na Tunísia, curtindo férias.

"Tell Me What You See" traz vocais dobrados de Paul e John. Outra boa balada do disco. Os Beatles, de maneira em geral, trouxeram uma excelente sonoridade para esse álbum, caprichando nos arranjos mais bem elaborados. Da primeira fase do grupo desse disco pode ser considerado um dos mais bem arranjados. Algo que podemos perceber também em "I've Just Seen a Face" com lindo arranjo de solos de violão em sua introdução. A música cantada por Paul também soa como um bom country music. O feeling é puro Nashville. A letra foi feita também para Jane Asher. O namoro de Paul com ela também tinha suas pequenas histórias, de como eles se conheceram, etc. Algo que Paul transformava em música para o disco dos Beatles. Sem dúvida um bom momento desse álbum.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Ferrari

Título no Brasil: Ferrari
Título Original: Ferrari
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos, Itália
Estúdio: Forward Pass
Direção: Michael Mann
Roteiro: Troy Kennedy Martin, Brock Yates
Elenco: Adam Driver, Penélope Cruz, Shailene Woodley, Patrick Dempsey, Derek Hill, Gabriel Leone

Sinopse:
O filme é uma crônica de um momento da vida do magnata Enzo Ferrari (interpretado pelo ator Adam Driver). Enquanto na vida pessoal ele passava por vários problemas, em especial a descoberta por parte de sua esposa de que ele tinha uma outra família escondida, com outra mulher e um garotinho, filho dele, o industrial também enfrentava o desafio de vencer uma das corridas mais importantes do continente europeu. 

Comentários:
Enzo Ferrari amava as corridas. Eles costumava dizer que a Ferrari só existia para produzir bons carros esportivos para vencer nos principais grandes prêmios da Europa. A história desse filme se passa em 1957. Ele enfrentava naquela fase de sua vida a dor pela perda do filho. Mas o pior ainda estava por vir, quando sua esposa, uma italiana de sangue quente, havia descoberta toda a sua infidelidade. Ferrari não apenas tinha uma segunda mulher, mas também escondia há anos que havia um filho fora do casamento. Um caos completo em sua vida pessoal. Enquanto ia tentando levar a vida conturbada, ele se empenhava nas pistas de corrida. E esse é o grande mérito desse filme ao trazer aquelas antigas máquinas e o clima que cercava esses grandes circuitos de alta velocidade. Em um tempo onde o automobilismo ainda era pioneiro, não eram poucos os acidentes que terminavam com a morte dos pilotos. Só que nem isso impedia Ferrari de seguir em frente. Cinco de seus carros de corrida da época foram reconstruídos para esse filme. Todos produzidos pela própria Ferrari. Então temos mesmo no final das contas um ótimo filme. Tanto vale para quem aprecia história como esportes. Ficou realmente nota 10. Não deixe de assistir. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

O Dossiê Pelicano

Título no Brasil: O Dossiê Pelicano
Título Original: The Pelican Brief
Ano de Lançamento: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Alan J. Pakula
Roteiro: John Grisham, Alan J. Pakula
Elenco: Julia Roberts, Denzel Washington, Sam Shepard, Stanley Tucci, John Lithgow, John Heard

Sinopse:
Darby Shaw (Roberts), uma jovem estudante de Direito, une forças a um jornalista investigativo chamado Gray Grantham (Washington) para descobir o mistério envolvendo a morte de dois juízes. E aos poucos vai se tecendo uma teia complexa, envolvendo figurões do governo federal dos Estados Unidos. 

Comentários:
Com roteiro baseado em mais um best-seller escrito por John Grisham, esse filme se enquadra bem no que os grandes estúdios de Hollywood investiam na década de 1990. Esses filmes que podemos definir como thrillers políticos eram bem populares naquela década. Uma pena que hoje em dia não vejamos mais filmes como esse chegando nas telas de cinema. O filme fez um belo sucesso e elevou ainda mais as carreiras da atriz Julia Roberts (embalada pelo sucesso de "Uma Linda Mulher") e Denzel Washington (que estava prestes a se tornar um astro em Hollywood). Curiosamente a crítica da época não gostou do desempenho de Roberts. Muitos críticos afirmaram que ela ficou na sombra de Denzel Washington, esse sim em grande desempenho. A direção ficou com o veterano Alan J. Pakula, especialista nesse tipo de filme. Para um cineasta que havia dirigido obras como "Todos os Homens do Presidente", "A Trama" e "Acima de Qualquer Suspeita" ele mostrava mais uma vez que ainda estava em grande forma. 

Pablo Aluísio.

Marlon Brando

Marlon Brando 
Estou lançando esse primeiro livro do nosso blog. O tema é a carreira e os filmes do ator Marlon Brando. Será o primeiro de vários livros contando a história de Hollywood, formando uma coleção. Assim ampliamos o alcance de nosso trabalho. Essa primeira coleção será sobre grandes nomes do cinema clássico em sua era de ouro. Os primeiros volumes terão além de Marlon Brando, Marilyn Monroe, James Dean e Elvis Presley (focando em sua carreira no cinema). 

Esse primeiro livro conta a história da vida e da obra do ator Marlon Brando. Todos os seus filmes são analisados de forma detalhada. A filmografia completa está em suas páginas, em ordem cronológica. Além disso o livro traz vários artigos, textos e curiosidades sobre esse grande mito da história do cinema americano e da Hollywood em sua fase de ouro. 

Então deixamos o convite para adquirir o livro. Ao comprá-lo o leitor estará levando informação de qualidade para casa, além de ajudar na manutenção do nosso trabalho aqui no blog. Para adquirir o novo livro basta clicar nos links abaixo, para comprar o livro no site da própria editora ou na Amazon. 



Pablo Aluísio. 

Re-Animator - A Hora dos Mortos Vivos

Título no Brasil: Re-Animator - A Hora dos Mortos Vivos
Título Original: Re-Animator
Ano de Lançamento: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: Empire Pictures
Direção: Stuart Gordon
Roteiro: Dennis Paoli
Elenco: Jeffrey Combs, Bruce Abbott, Barbara Crampton

Sinopse:
Um estudante de medicina muito inteligente acredita que achou o soro que vai ressuscitar tecidos e organismos mortos. Ele começa testando a nova substância em gatos e animais de pequeno porte, mas não demora muito e começa a fazer suas experiências em seres humanos. Uma péssima e sangrenta ideia como ele logo vai descobrir! 

Comentários:
Eu vivi intensamente os anos 80 em relação a filmes. Ia nas locadoras, alugava filmes toda semana. Curiosamente conhecia muito esse filme, mas nunca o havia assistido. Nem quando passou na TV. Acredito que havia centenas de outros filmes melhores para ver. Na semana passada finalmente uma cópia caiu em minhas mãos e decidi finalmente ver pela primeira vez. É puro trash dos anos 80, mas me entenda bem, é um trash até bem feitinho, daqueles bem coloridos para salientar o sangue todo jorrando na tela. A história é pífia, mais um daqueles enredos baseados (copiados) da obra de Mary Shelley. Nada de novo. E como se trata de uma fitinha de horror dos anos 80 a sutileza também foi jogada pela janela, com muitas cenas sem noção. E obviamente também tinha sua dose de erotismo suave, com a mocinha aparecendo nua. Se não fosse assim não seria um autêntico terror de locadora VHS dos anos 80. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

O Imperador do Norte

Título no Brasil: O Imperador do Norte
Título Original: Emperor of the North Pole
Ano de Lançamento: 1973
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Robert Aldrich
Roteiro: Christopher Knopf, Jack London
Elenco: Lee Marvin, Ernest Borgnine, Keith Carradine, Charles Tyner, Malcolm Atterbury, Simon Oakland

Sinopse:
Durante a grande depressão econômica dos Estados Unidos na década de 1930, um guarda ferroviário está decidido a não deixar nenhum "vagabundo" viajar de graça no trem onde trabalha. Para isso ele está disposto a usar de tudo, inclusive de violência letal. Então surge um homem que vive nas estradas de ferro disposto a mostrar a ele que há quem o desafie naquele mundo de violência extrema. 

Comentários:
Filme muito bom que explora um dos capítulos menos comentados da grande depressão. Naqueles tempos muitos homens pobres e desempregados ganhavam suas vidas nas estradas de ferro. Eles viajavam de cidade em cidade de forma clandestina nos trens que passavam. E havia guardas ferroviários especializados em colocar todas essas pessoas para fora dos trens, o que causava uma grande tensão entre esses dois grupos. Quem interpreta o guarda violento e obstinado nesse filme é Ernest Borgnine. Ele dá vida a esse sujeito simplesmente rude, brutal e asqueroso. Logo no começo do filme mata um pobre homem que pulou para dentro do trem em movimento. Diante de toda essa violência acaba surgindo seu rival nas estradas de ferro, um tipo durão interpretado por Lee Marvin. Ele está decidido a pegar o guarda ferroviário por causa de sua truculência. Auto intitulado como o "O vagabundo número 1 da América" ele parte para o confronte com o trem em movimento! Completa o trio principal de personagens um viajante mais jovem, mas cheio de marra, que gosta de exagerar seus próprios feitos. Esse personagem ganha vida com o ator Keith Carradine. Então é isso. Um filme muito bom, mostrando um lado da depressão americana que poucos conhecem. 

Pablo Aluísio.

Rota Suicida

Título no Brasil: Rota Suicida
Título Original: The Gauntlet
Ano de Produção: 1977
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Clint Eastwood
Roteiro: Michael Butler, Dennis Shryack
Elenco: Clint Eastwood, Sondra Locke, Pat Hingle

Sinopse:
Ben Shockley (Clint Eastwood) é um policial designado a trazer de Las Vegas uma testemunha para um julgamento que muito provavelmente não vai dar em nada. Ela é Gus Mally (Sondra Locke), uma prostituta bonita e extremamente teimosa que está sendo caçada pelos bandidos que ela delatou. Mas a polícia misteriosamente começa a querer matá-los também, mostrando que a coisa não é tão simples. Shockley porém está decidido a cumprir sua missão.

Comentários:
Simples e direto. Esta é a fórmula eficaz de um bom filme de ação proporcionado pelo talento de Eastwood. Se ele ainda não tinha toda a perícia que demonstra nos filmes atuais, já provava ser capaz de conduzir perfeitamente seus filmes, valorizando um belo trabalho de ritmo e edição. Fazendo o típico policial durão que soa como uma variação de Dirty Harry, Clintão cumpre o que promete: fornecer muita adrenalina e diversão. E fora que tem aquele clima setentista, do melhor período do cinema americano. A sequência final com o ônibus virando peneira de tantas balas é memorável. Além disso, em uma época anterior ao boom dos filmes de ação, que iria acontecer nos anos 80, o ator e diretor segurava a tocha do gênero. O filme é muito eficiente, com excelentes cenas de ação e espetaculares sequências, algumas delas não envelheceram em absolutamente nada. Maior prova da competência de Eastwood não poderia existir.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 10 de setembro de 2024

O Cavaleiro Alado

Título no Brasil: O Cavaleiro Alado
Título Original: The Miracle Rider
Ano de Produção: 1935
País: Estados Unidos
Estúdio: Mascot Pictures
Direção: B. Reeves Eason, Armand Schaefer
Roteiro: Barney A. Sarecky, Wellyn Totman
Elenco: Tom Mix, Charles Middleton, Joan Gale

Sinopse:
Após ver seu próprio pai ser morto de forma covarde por foras-da-lei e bandidos sanguinários, o veterano cowboy Tom Morgan (Tom Mix) decide dedicar sua vida ao combate ao crime. Ele entra para o famoso grupo Texas Rangers e começa a enfrentar a bandidagem que se alastra em sua região. Sua primeira missão é encontrar e prender a temida gangue de criminosos liderados por Zaroff (Charles Middleton) que está contrabandeando minerais preciosos roubados de uma mina localizada em terras indígenas.

Comentários:
Mais um sucesso com o astro Tom Mix. Por essa época Mix já pensava em abandonar as telas, afinal de contas já estava milionário e, considerado um veterano, não conseguia mais manter o velho vigor físico nas cenas mais perigosas (Mix sempre dispensava dublês e dizia que em respeito ao seu público ele mesmo realizava as tomadas mais perigosas). Na época de realização dessa produção Tom Mix recebeu um dos maiores cachês da história de Hollywood mas deixou claro que isso seria uma exceção pois ele estava de fato pendurando as esporas (algo que realmente se cumpriu pois só faria mais um filme de despedida e mesmo assim apenas cinco anos depois). O set de filmagens foi conturbado. Mix brigou com o diretor B. Reeves Eason e esse foi demitido. O cineasta queria modificar aspectos do roteiro e Tom Mix não aceitou. Da desavença surgiu sua demissão. Em seu lugar o ator colocou um amigo pessoal, Armand Schaefer, que terminou o filme tal como ele queria. O filme foi sucesso assim que chegou nas telas mostrando que a velha estrela do astro ainda brilhava. Revisto hoje em dia, com Mix e seu famoso enorme chapéu branco, o que temos é um bang bang da velha escola. Não há espaço para ambiguidades, os mocinhos são 100% íntegros, honestos e puros e os vilões são pessoas sem um pingo de bondade em suas almas. Como se pode perceber o desenvolvimento melhor dos aspectos psicológicos dos personagens ainda demoraria a chegar nas telas. Reflexos de um tempo, certamente. No geral tudo ainda soa bem divertido e ágil. Tom Mix sabia que não fazia arte mas entretenimento em sua mais pura concepção. Melhor para o público que sempre se divertia bastante nas matinês. 

Pablo Aluísio.

Quando os Brutos se Defrontam

Título no Brasil: Quando os Brutos se Defrontam
Título Original: Faccia a faccia
Ano de Produção: 1967
País: Itália, Espanha
Estúdio: Arturo González Producciones
Direção: Sergio Sollima
Roteiro: Sergio Donati
Elenco: Tomas Milian, Gian Maria Volonté, William Berger

Sinopse:
Brad Fletcher (Gian Maria Volonté) é um pacato professor de história, que dedicou toda a sua vida para estudar e ensinar,que casualmente vem a conhecer um bandoleiro e pistoleiro que acaba chamando sua atenção. Inspirado pela vida cheia de histórias fantásticas e aventuras dele, o professor decide ele próprio seguir os passos do fora da lei, se tornando também um rei do gatilho.

Comentários:
Mais um Spaghetti Western muito bem visto pela crítica. Aqui temos o talento do subestimado ator Gian Maria Volonté. Ele interpreta esse professor inglês que sofrendo de tuberculose procura por uma região de clima mais adequado para sua doença e acaba indo parar no oeste, onde encontra todos aqueles tipos que povoavam a mitologia do western americano. Lá sua vida acaba sofrendo uma reviravolta completamente inesperada. Um crítico americano escreveu no lançamento do filme nos Estados Unidos que essa obra era uma "glorificação do lado escuro da alma humana". Eu não chegaria a tanto, mas reconheço os inegáveis méritos de um faroeste italiano que procura ser algo mais do que apenas um festival de tiroteios entre mocinhos e bandidos. Antes de encerrar a resenha é bom salientar que a trilha sonora é do mestre Ennio Morricone, o que já garante a metade da qualidade do filme como um todo.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Chaga de Fogo

Título no Brasil: Chaga de Fogo
Título Original: Detective Story
Ano de Lançamento: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: William Wyler
Roteiro: Philip Yordan, Robert Wyler
Elenco: Kirk Douglas, Eleanor Parker, William Bendix, Cathy O'Donnell, George Macready, Horace McMahon

Sinopse:
O filme mostra um dia de trabalho na vida de um investigador de uma delegacia de polícia em Nova Iorque. Ao longo do dia ele precisa lidar com uma série de criminosos diversos. O jovem que roubou do próprio patrão para gastar com sua namorada fútil. O médico rico e renomado que fazia abortos. Uma dupla de arrombadores de apartamentos e até mesmo uma garota, pega no flagra, roubando uma loja de departamentos. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor direção e melhor roteiro. 

Comentários:
Um bom clássico da carreira do ator Kirk Douglas. A primeira coisa que me chamou a atenção foram as longas tomadas de cena. Como a história se passa toda dentro de uma delegacia de polícia os eventos vão acontecendo ao mesmo tempo e praticamente não há cortes de edição. Quase um teatro filmado. Mostra bem como o elenco era bom, mesmo em grandes sequências eles não perdiam o fio da meada e nem esqueciam os extensos diálogos. Como destaque e não poderia ser diferente, temos um talentoso Kirk Douglas. Ele interpreta um daqueles detetives durões dos filmes antigos. O tempo todo ele precisa ser parado por seu superior pois sua vontade seria a de acertar socos certeiros na cara de todos aqueles criminosos que pegou. E no final ele acaba descobrindo que sua própria esposa estaria envolvida nos crimes de um médico de uma clínica clandestina de aborto. O detalhe cruel é que ele nem sabia disso e o filho era de outro homem! Claro que sua casa cai depois disso. Um filme realmente muito bom, valorizado pelo final trágico que surpreendeu muita gente na época. Mesmo com todo o moralismo machista da época, o filme ainda se sustenta muito bem nos dias de hoje! 

Pablo Aluísio.

Os Irmãos Corsos

Título no Brasil: Os Irmãos Corsos
Título Original: The Corsican Brothers
Ano de Produção: 1941
País: Estados Unidos
Estúdio: Edward Small Productions
Direção: Gregory Ratoff
Roteiro: George Bruce
Elenco: Douglas Fairbanks Jr., Ruth Warrick, Akim Tamiroff, J. Carrol Naish, H.B. Warner, John Emery

Sinopse:
Baseado na obra escrita pelo romancista Alexandre Dumas, o filme conta a história de dois irmãos. Após a morte dos pais eles são separados. Um se torna cavalheiro em Paris. O outro um bandoleiro das montanhas. O destino os unirá novamente, só que de lados opostos.

Comentários:
Tantos filmes foram feitos baseados nos livros de aventuras escritos por Alexandre Dumas. Só que esse enredo, tão bom e divertido, não me lembro de ter visto em produções mais modernas. Minha única referência vem mesmo desse clássico dos anos 1940. O filme, cheio de lutas de capas e espadas, traições e reencontros dramáticos entre os personagens, tem como principal destaque no elenco a presença do ator Douglas Fairbanks Jr. Quando o filme foi lançado esse veterano galã já estava prestes a se aposentar. Ele era um pioneiro, tendo estreado no cinema ainda nos tempos dos filmes mudos. Inclusive um de seus grandes amigos em Hollywood era o comediante Charles Chaplin. Alto, de porte atlético e em termos de atuação apenas um ator mediano, ele conseguiu sobreviver às mudanças promovidas pela chegada do cinema falado. Aqui temos uma de suas últimas atuações. Dentro desse tipo de filme é inegável que ele conseguia se sair muito bem.

Pablo Aluísio.

domingo, 8 de setembro de 2024

O Dirigível Hindenburg

Título no Brasil: O Dirigível Hindenburg
Título Original: The Hindenburg
Ano de Lançamento: 1975
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Robert Wise
Roteiro: Richard Levinson, William Link
Elenco: George C. Scott, Anne Bancroft, Burgess Meredith, Charles Durning, Alan Oppenheimer, Gig Young

Sinopse:
O filme recria o grande desastre do zeppelin Hindenburg em Nova Iorque. Ele estava chegando de uma longa viagem, de onde havia partido de Berlim na Alemanha. Nos Estados Unidos a faísca de um raio acabou criando uma imensa bola de fogo nos céus da grande cidade norte-americana. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Som, Melhor Direção de Arte e Melhor Direção de Fotografia. 

Comentários:
Uma das imagens mais impressionantes de desastres aéreos da história aconteceu quando essa grande aeronave chegou em Nova Iorque e antes que estivesse no ponto certo para pousar se transformou em uma grande bola de fogo! Acontece que o combustível usado para inflar o dirigível era altamente inflamável e quando um pequeno raio de uma tempestade o atingiu o desastre se tornou completo. Uma imagem realmente impressionante que foi capturada por câmeras na época - uma coisa que chocou todo o mundo! Pois bem, esse filme também é excelente. O assisti há alguns anos e já na primeira vez que o vi fiquei impressionado com os excelentes efeitos especiais. Faz parte daquela moda de filmes catástrofe dos anos 70, mas é bem diferenciado. Um filme realmente muito bom, para se ter na coleção particular de qualquer cinéfilo que se preze. 

Pablo Aluísio.

O Rato que Ruge

Título no Brasil: O Rato que Ruge
Título Original: The Mouse That Roared
Ano de Lançamento: 1959
País: Reino Unido
Estúdio: Highroad Productions
Direção: Jack Arnold
Roteiro: Roger MacDougall, Stanley Mann
Elenco: Peter Sellers, Jean Seberg, William Hartnell

Sinopse:
Uma pequena, pobre e atrasada nação, perdida no mapa e comandada por um ditador ridículo e imbecil, decide declarar guerra aos Estados Unidos. Só que eles não param por aí. Logo uma operação militar é organizada para finalmente invadir o grande país do norte. 

Comentários:
Uma comédia que a despeito do humor também brinca com coisas bem sérias que realmente aconteciam na época. O ator Peter Sellers foi um dos comediantes mais famosos do cinema em seu tempo. E ele aqui encontrou um roteiro que lhe deu margem para desenvolver seu tipo de humor bem inglês e peculiar. Eu sempre gostei desse filme e me recordo bem que ele era exibido até com uma certa regularidade na antiga Sessão da Tarde dos anos 70. É realmente uma pena que filmes tão bons como esse não sejam mais exibidos na TV aberta brasileira. Além de ter contato com um tipo de humor mais inteligente, ainda fazia as novas gerações conhecerem artistas como o próprio Peter Sellers. Eu tive o privilégio de ter vivido em uma época em que as novas gerações tinham muito mais cultura cinematográfica do que esse atual. Também pudera, os bons filmes estavam bem à disposição de quem queria assistir filmes de qualidade do passado. 

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de setembro de 2024

Elvis Presley - Elvis Country - Parte 3

 Elvis Presley - Elvis Country - Parte 3
"The Fool" geralmente é confundida com "Fool". São duas músicas diferentes. A segunda saiu no álbum "Elvis" de 1973. Inclusive esse disco ao longo dos anos acabaria ficando conhecido de forma popular como "Fool Album" porque essa era a primeira música do disco e como o nome "Elvis" soava genérico demais, os próprios fãs deram essa denominação informal a esse LP. Das duas músicas do tolo, eu prefiro mesmo a desse disco "Elvis Country". É uma boa canção que contou inclusive com uma excelente performance por parte do cantor. Procure por outros takes alternativos dessa mesma gravação. Alguns deles são melhores do que essa versão oficial que ouvimos aqui. 

"I Really Don't Want to Know" foi uma das últimas gravações de estúdio de Elvis desse excelente compositor, o Don Robertson. Nos anos 60 esse compositor foi responsável por algumas das melhores baladas românticas dos discos de Elvis. Ele era ótimo nesse tipo de composição. Muitas trilhas sonoras fracas inclusive foram salvas em parte por causa de Robertson. Como não poderia deixar de ser, essa faixa era bem na linha country music. Algo que fugia do padrão de Robertson que sempre preferiu compor músicas românticas do homem urbano, de seu tempo. 

"There Goes My Everything" foi outra canção que ganhou versões diferentes dentro da discografia de Elvis. Essa do álbum "Elvis Country" é bem mais conhecida que sua irmã menos popular "He is My Everything". O ritmo era o mesmo, a mesma melodia. A diferença vinha no conteúdo da letra. A segunda trazia uma letra religiosa, gospel, sendo colocada no álbum "He Touched Me", o último dos três discos de música gospel da discografia oficial de Elvis. Comparando as duas, são bem parecidas, mas eu ainda pefiro "There Goes My Everything". Nem sempre estou no espírito certo para ouvir músicas religiosas.

"It's Your Baby, You Rock It" bem poderia estar em algum disco do Eagles. É uma faixa bem na linha desse grupo de country rock que foi um dos mais populares nos Estados Unidos durante a década de 1970. Essa faixa foi outra que levou Elvis a gravar diversos takes para chegar naquele que mais gostava. É um dos melhores momentos desse álbum, com guitarra de James Burton bem marcante e presente. Entra fácil na lista das cinco melhores músicas desse álbum de Elvis Presley 

Pablo Aluísio. 

The Beatles - Help! - Parte 3

Para muitos a maior obra-prima da carreira dos Beatles é o clássico romântico "Yesterday". Quando Paul escreveu a música, após pensar na melodia ao acordar numa certa manhã, ele ficou convencido que a música não era original. De que ele apenas estava se lembrando de uma antiga música cantada por seu pai. O velho tinha feito parte de uma banda de jazz nos anos 30 e estava sempre tocando velhas músicas ao piano quando a família se reunia. Será que era isso mesmo que estava acontecendo?

Paul levou a música para o produtor George Martin que não se lembrava de nenhuma música com aquelas notas. Logo era mesmo uma criação pura da mente de Paul. Ao falar com o produtor esse deu a ideia de que usar um quarteto de cordas na gravação da faixa, pois assim ela ganharia um acompanhando clássico que depois a imortalizaria. Isso também significava tirar os demais Beatles da gravação. A música teria apenas Paul, os músicos clássicos e George Martin arranjando tudo.

Paul escolheu pelo caminho certo. Optou por um arranjo clássico. A gravação ficou maravilhosa e os demais três Beatles ficaram completamente de fora da versão original. Melhor assim. O resto é história. Considerada a música com o maior número de versões da história da música, "Yesterday" se tornou ainda maior que os próprios Beatles, ganhando vida própria. Curiosamente ela foi mal posicionada na trilha sonora, ficando perdida lá no final do Lado B do vinil. Nem em single foi lançada na Inglaterra. Mesmo assim logo se destacou, virando um grande hit da época. Um daqueles sucessos que rompem o teste do tempo. Ainda hoje é uma das melodias mais conhecidas em todo o mundo.

Para compensar o romantismo de "Yesterday" John Lennon resolveu trazer um cover bem barulhento para fechar o álbum, justamente a música que viria logo a seguir do clássico imortal de Paul. Estamos falando do rock "Dizzy, Miss Lizzy" de autoria de Larry Williams. Seria um dos últimos covers da discografia dos Beatles pois eles logo iriam abandonar essa coisa de gravar músicas de outros artistas em seus álbuns. A partir de determinado momento os Beatles decidiram que só iriam gravar músicas de sua própria autoria, fossem da dupla Lennon e McCartney ou de George Harrison. Eles fechariam para sempre o espaço para outros compositores em seus discos.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Clube dos Vândalos

Título no Brasil: Clube dos Vândalos 
Título Original: The Bikeriders
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Focus Features
Direção: Jeff Nichols
Roteiro: Jeff Nichols, Danny Lyon
Elenco: Austin Butler, Jodie Comer, Tom Hardy, Michael Shannon, Mike Faist, Damon Herriman

Sinopse:
Um jornalista investigativo decide contar em seu próximo livro a história de um motoclube muito conhecido (e temido) na Califórnia. Sua principal fonte de informações vem da esposa de um dos membros mais conceituados dentro daquele grupo. E ela vai contando para seu interlocutor todas as histórias que viveu ao lado daqueles motoqueiros rebeldes. 

Comentários:
Um filme muito bom! Gostei bastante! O roteiro foi baseado em um livro que foi escrito tendo como assunto o famoso motoclube Hell´s Angels. Esse jornalista que escreveu o livro original captou bem o momento de transição daquele grupo. De simples amantes de motocicletas, que se reuniam para curtir as motos, até tudo se transformar em uma grande organização criminosa, com vários de seus membros tendo muitos problemas com as leis. O elenco, todo bom, ganha destaque. O ator Austin Butler acerta mais uma vez. Desde que fez Elvis ele só acertou na escolha dos projetos em que tem trabalhado. Só fez coisa boa. O rapaz sabe escolher bem os filmes e séries em que atua. Aqui não foge a essa regra. O filme, que é, repito, muito bom, só erra um pouquinho quando não se aprofunda nas atividades criminosas do motoclube. Penso que o filme assim ganharia muito mais carga dramática. De qualquer forma essa omissão não desmerece o filme em seu conjunto. É um produto cinematográfico de qualidade. Não deixe de assistir. 

Pablo Aluísio.

Transação Perigosa

Título no Brasil: Transação Perigosa
Título Original: Cash Out
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: BondIt Media Capital
Direção: Randall Emmett
Roteiro: Dipo Oseni, Doug Richardson
Elenco: John Travolta, Kristin Davis, Lukas Haas

Sinopse:
Mason Goddard (Travolta) é um criminoso profissional. Depois de uma complicada operação de roubos de carros que valem milhões, ele precisa ajudar seu próprio irmão que resolveu se envolver em um roubo a banco, mas sem ter um plano bem elaborado para tanto. Mason precisa tirar ele de lá com vida e quem sabe sair com alguns milhões de dólares dessa operação. 

Comentários:
O ator John Travolta segue na ativa. Depois da perda do filho e da esposa, a atriz Kelly Preston, ele segue sua carreira em frente, agora também produzindo seus filmes. Tudo isso deve ser parabenizado. Agora verdade também seja dita. O John Travolta não é mais relevante para a indústria do cinema. Ele tem feito alguns filmes bem fraquinhos, fitas de ação bem genéricas. Esse é um caso bem nessa linha. O filme, se encarado com baixas expectativas, até pode divertir. Tem aquela pegada com um pouco de humor e tudo mais. Travolta até se esforça em se empenhar no filme. Ele andou fazendo algumas visitas ao Brasil e isso talvez explique porque a trilha sonora conte com algumas músicas brasileiras. No geral é um filme simples, que procura seguir uma determinada linha de filmes de ação. Diverte sem maiores pretensões. O Travolta está mantendo sua carreira viva com fitas como essa. Só não se sabe até quando. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 5 de setembro de 2024

Tudo Pela Arte

Tudo Pela Arte
Filme dos mais interessantes. Um professor de arte e jornalista é contratado por um comerciante de obras de arte para ir em sua casa, passar alguns dias de descanso e lazer. Chegando lá, ele é sondado para um serviço bem peculiar. Ele entrará em contato com um pintor veterano que há muitas décadas vive isolado e longe do fervor do mundo das artes. No passado ele pintou um quadro que foi considerado uma verdadeira obra-prima da pintura. Um marco da arte dos Estados Unidos. Depois disso se isolou, virou um homem recluso. Nunca mais lançou nenhuma obra nova. Claro que para esse comerciante passa a ser bem interessante que ele volte a pintar, para ganhar alguns milhões com seus novos quadros. Só que para isso acontecer tem que acontecer alguma coisa que o faça mudar de ideia. O professor tem que se aproximar desse pintor, fazer amizade, para quem sabe o convencer a voltar para a ativa. 

O elenco é muito bom e traz algumas surpresas. A maior delas é a presença de Mick Jagger interpretando o merchand de artes. Um tipo bem ganancioso e astuto, que precisa de novas pinturas daquele velho artista que preferiu a reclusão e o isolamento social. Esse personagem do pintor trágico é interpretado pelo veterano Donald Sutherland em um dos seus últimos trabalhos para o cinema. Por fim, para não deixar passar em branco, só deixo uma ressalva em relação à história que o filme conta. O final vai surpreender muita gente e penso que de forma negativa. É um final pouco ético que vai na contramão daquela famosa frase que diz que o crime não compensa. Assista e tire suas próprias conclusões. 

Tudo pela Arte (The Burnt Orange Heresy, Estados Unidos, 2019) Direção: Giuseppe Capotondi / Roteiro: Charles Willeford, Scott B. Smith / Elenco: Donald Sutherland, Claes Bang, Elizabeth Debicki, Mick Jagger / Sinopse: Um jornalista e professor de arte é contratado por um merchand de quadros caros para fazer amizade e se aproximar de um pintor veterano que não pinta há muitas décadas. Ele tentará convencer o recluso artista à voltar para o mercado. 

Pablo Aluísio.

Adam Sandler: Love You

Adam Sandler: Love You 
Essa apresentação ao vivo do Adam Sandler chegou há poucos dias na Netflix. Vale como curiosidade em ver como se sai um ator de Hollywood em um show solo, diante de uma plateia pequena em um teatro, tudo feito praticamente sozinho, sendo apoiado apenas por um músico no palco. Como ele é um comediante, obviamente seu (curto) show se apoia no humor. Entre as histórias engraçadas e divertidas que conta ele vai cantando uma ou outra musiquinha, também todas de humor, com letras ora divertidas, ora meio sem graça e algumas realmente constrangedoras pelo mau gosto. O uso de baixarias também está presente no repertório, embora muitas vezes mais suavizadas, para se enquadrar no estilo do próprio Sandler. 

Como é de praxe eu gostei de algumas coisas e de outras não. A melhor coisa do show vem na última canção quando ele faz uma até bonita homenagem aos comediantes do presente e do passado. Cita Jerry Lewis, seu colega Jim Carrey e por aí vai. A música que canta é no fundo um agradecimento sincero a todos esses artistas. Imagens deles são exibidas em um telão no fundo do palco. O comediante Rob Schneider faz uma engraçada performance de Elvis cantando Its Now or Never. É uma piada em cima dos covers de Elvis, mas também em cima do próprio artista. Ficou divertido, não há como negar. De ruim mesmo temos algumas histórias sem graça, com desfechos fracos e outras que até começam bem, mas perdem o rumo. No saldo final vale a pena conhecer, embora passe longe de ser uma apresentação memorável. 

Adam Sandler: Love You (Estados Unidos, 2024) Direção: Josh Safdie / Roteiro: Adam Sandler / Elenco: Adam Sandler, Rob Schneider / Sinopse: Apresentação do ator Adam Sandler em um pequeno teatro de Nova Iorque. Nessa apresentação o comediante canta algumas canções e conta histórias e piadas divertidas baseadas em sua própria vida. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

O Inferno de Dante

O Inferno de Dante 
Nos anos 90 o chamado Cinema Catástrofe ganhou uma sobrevida. Com a chegada dos efeitos digitais os produtores viram uma boa oportunidade para explorar novamente esse filão dos Disaster Movies que tanto sucesso de bilheteria havia feito nos anos 70. E dentro desse nicho surgiu um tipo de filme que na época virou modinha, mostrando grandes cidades sendo tragadas por enormes vulcões. Basta lembrar de outro filme dessa mesma época, chamado Volcano, para bem lembrar desse período no cinema americano. O Inferno de Dante veio nessa mesma onda, pegando carona no fugaz interesse que o público tinha nesse tipo de produção cinematográfica. Até porque agora a computação gráfica tornava possível qualquer cena imaginada pelos roteiristas e quando mais catastrófica fosse, melhor! 

Esse filme tive a oportunidade de ver no cinema. Naqueles tempos os efeitos especiais realmente impressionavam, mas devo avisar que vistos hoje em dia surgem mais do que datados. normal de acontecer com filmes que se sustentam apenas em efeitos especiais. O problema é que desde o seu surgimento os técnicos sabiam que os dois elementos da natureza mais complicados de se reproduzir digitalmente eram justamente o fogo e a água. E aqui temos rios de larvas vulcânicas que hoje em dia não parecem nada convincentes! De qualquer forma, no meio do pânico de um vulcão explodindo, ainda havia um bom elenco, encabeçado pelo "James Bond" Pierce Brosnan. E claro, ele interpreta o herói da história. Não poderia ser mesmo diferente. 

O Inferno de Dante (Dante's Peak, Estados Unidos, 1997) Direção: Roger Donaldson / Roteiro: Leslie Bohem / Elenco: Pierce Brosnan, Linda Hamilton, Jamie Renée Smith, Jeremy Foley / Sinopse: Um especialista em vulcões descobre que há um enorme vulcão adormecido nos Estados Unidos que está prestes a entrar em erupção, o que vai colocar em risco a vida de milhões de pessoas. 

Pablo Aluísio.

Poltergeist III

Poltergeist III
Depois de muitos nos acabei revendo esse terceiro e último filme da franquia original de Poltergeist. Sempre considerei o mais fraco filme e depois de todo esse tempo ele não melhorou em nada. Aqui o problema foi de conceito. Não tem como fazer um filme de assombração dentro de um prédio high tech de Chicago. Esse tipo de filme só funciona bem em velhas casas, mansões escuras, com sombras por todos os lados. Tem que ter um elemento gótico envolvido. Não se faz um filme bom de terror com elevadores e tecnologia de última geração. Chega a ser bizarro fazer um filme desse tipo com muita luz envolvida. Até os efeitos especiais ficam ruins no meio de tanta luminosidade. Então o roteiro já começou errado da página um. 

Agora triste mesmo é saber que a garotinha Heather O'Rourke nem chegou a assistir ao filme pronto. Ela morreu antes desse terceiro Poltergeist chegar aos cinemas. Morreu com apenas 12 anos, vítima de um erro médico. Uma tragédia enorme. E pensar que mesmo com pouca idade ela já tinha uma extensa filmografia. Além dos filmes dessa franquia ainda havia feito bastante televisão, aparecendo inclusive na popular série CHIPs. Infelizmente não teve oportunidade de crescer e quem sabe ser uma grande atriz quando adulta. Seu falecimento precoce foi mais uma crônica trágica na história do cinema. 

Poltergeist III (Estados Unidos, 1988) Direção: Gary Sherman / Roteiro: Gary Sherman, Brian Taggert / Elenco: Heather O'Rourke, Tom Skerritt, Nancy Allen / Sinopse: A gaortinha Carol Anne vai morar com seus tios em um arranha-céu de Chicago após os trágicos acontecimentos dos filmes anteriores. O problema é que os fantasmas também a seguem, procurando a menina como uma ponte para que eles escapem de sua tormenta espiritual. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 3 de setembro de 2024

Um Dia Voltarei

Título no Brasil: Um Dia Voltarei
Título Original: Flame of Barbary Coast
Ano de Lançamento: 1945
País: Estados Unidos
Estúdio: Republic Pictures
Direção: Joseph Kane
Roteiro: Borden Chase, Prescott Chaplin
Elenco: John Wayne, Ann Dvorak, Joseph Schildkraut

Sinopse:
Em San Francisco, no crepúsculo do velho oeste, um cowboy chamado Duke Fergus (John Wayne) se apaixona por uma bela dançarina e cantora de saloon conhecida como Ann 'Flaxen' Tarry (Ann Dvorak). Só que conquistar seu coração não vai ser tão fácil pois ele terá que disputá-la contra o magnata corrupto Tito Morell (Joseph Schildkraut). Filme indicado ao Oscar nas categoria de Melhor Som e Melhor Música Original (R. Dale Butts e Morton Scott). 

Comentários:
A Segunda Guerra Mundial estava chegando ao seu final quando John Wayne decidiu voltar aos filmes de faroeste. Só que dessa vez ele optou por um roteiro bem leve, quase uma comédia romântica passada nos tempos do velho oeste. Nada de muita ação envolvida, a história se concentrava mais nessa cantora e bailarina, cujo coração era disputada por dois homens, um magnata rico e sem escrúpulos e o cowboy de Wayne, trabalhador, de bom coração, muito ético e tudo mais. O fato curioso é que o próprio Wayne escolheu a atriz que iria trabalhar nesse papel da dançarina de saloon. E ele escolheu Ann Dvorak. Os críticos da época do lançamento original do filme criticaram a escolha pois ela já tinha passado da idade certa para interpretar essa personagem. Para Wayne isso entretanto era irrelevante. Ele estava interessado mesmo em seus talentos como cantora e dançarina. E nesse aspecto a veterana realmente não deixou nada a desejar. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Charada

Charada
Nesse filme a atriz Audrey Hepburn interpreta uma norte-americana em Paris que precisa lidar não apenas com a morte misteriosa de seu marido, mas também com um grupo de homens desconhecidos que passam a lhe perseguir pelas ruas da capital francesa. Eles parecem querer alguma coisa, a localização de uma fortuna que teria sido roubada por seu marido quando ele estava prestando serviço militar durante a segunda guerra mundial. Na época um pelotão de soldados americanos decidiu roubar uma fortuna que havia sido deixada pelos nazistas. Depois do fim da guerra houve uma série de traições entre eles, ficando todo o dinheiro nas mãos desse que foi morto. Só que o mistério persiste: onde foi parar todo aquele dinheiro roubado pelos militares americanos?

Um bom filme clássico. Durante todo o tempo fiquei imaginando essa história nas mãos de Alfred Hitchcock. Certamente isso teria resultado em um dos melhores filmes de suspense da história, afinal a trama que move o filme é muito boa. Só que isso não aconteceu. O filme foi dirigido pelo cineasta Stanley Donen, que até fez um bom filme, mas sem nunca sair do comum, do banal. Sobra de bom mesmo as sempre carismáticas presenças de Audrey Hepburn (sempre elegante) e Cary Grant, aqui interpretando um sujeito que muda de identidade como quem muda de roupa. O elenco coadjuvante também é muito interessante. Walter Matthau interpreta um agente da CIA (mas não vá confiar muito nisso!) e James Coburn surge como um dos ex-militares que vai usar de tudo, inclusive de violência, para colocar as mãos no dinheiro roubado dos nazistas. Enfim, bom filme, gostei, mas devo confessar que poderia ser bem melhor. 

Charada (Charade, Estados Unidos, 1963) Direção: Stanley Donen / Roteiro: Peter Stone, Marc Behm / Elenco: Cary Grant, Audrey Hepburn, Walter Matthau, James Coburn, George Kennedy / Sinopse: Uma jovem viúva norte-americana passa a ser perseguida pelas ruas de Paris por um grupo de ex-militares que estão em busca de uma fortuna nazista que teria sido roubada pelo seu marido falecido durante a guerra mundial. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor música original. 

Pablo Aluísio.

Marujos do Amor

Título no Brasil: Marujos do Amor
Título Original: Anchors Aweigh
Ano de Produção: 1945
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: George Sidney
Roteiro: Isobel Lennart, Natalie Marcin
Elenco: Frank Sinatra, Gene Kelly, Kathryn Grayson, José Iturbi, Dean Stockwell, Pamela Britton

Sinopse:
O marujo Clarence Doolittle (Frank Sinatra) se une ao colega de marinha Joseph Brady (Gene Kelly) para aproveitar um fim de semana de folga na maravilhosa Nova Iorque, com todas as suas atrações e pontos turísticos. Filme premiado pelo Oscar na categoria de Melhor Música (George Stoll). Também indicado ao Oscar de Melhor Filme.

Comentários:
Esse musical foi produzido e lançado na primeira fase da carreira de Frank Sinatra, quando ele ainda era um dos cantores mais populares do mundo. Como se sabe em pouco tempo sua carreira iria entrar em declínio por causa de problemas pessoais e de saúde e ele ficaria um tempo em baixa, só voltando ao sucesso alguns anos depois quando apareceu em "A Um Passo da Eternidade". Aqui Sinatra contracenou com o dançarino Gene Kelly. Como Sinatra cantava muito, mas dançava pouco e Kelly não era o melhor dos cantores, mas dançava como ninguém, a MGM pensou que a união de dois talentos diferentes iria encaixar bem. Um iria suprir as deficiências do outro em cena. E a dupla deu realmente muito certo. O filme tem aquele estilo muito utópico dos antigos musicais, focando a vida de dois marujos aproveitando a folga em Nova Iorque. Uma das cenas mais lembradas é aquela em que Gene Kelly dança ao lado do ratinho Jerry do desenho animado "Tom e Jerry". Um primor de técnica misturando animação com atores reais. Eu me recordo muito bem que o filme foi bastante exibido nas madrugadas da extinta Rede Manchete no Brasil. Depois disso sumiu da programação. Uma pena porque é divertido, bem coreografado e apresenta excelentes canções.

Pablo Aluísio.