quinta-feira, 16 de junho de 2022

Romeu e Julieta

Esse filme, como todos sabemos, foi inspirado em uma das peças mais populares de William Shakespeare. Penso até que seja de fato sua obra mais conhecida realmente. O interessante dessa versão assinada pelo cineasta Franco Zeffirelli é que se optou por uma ambientação bem mais de acordo com o contexto histórico onde se passa mesmo o romance desses dois jovens, que pertencentes a famílias rivais, se unem contra todas as adversidades. Obviamente Shakespeare queria explorar em seu texto original a força do amor. Muitas outras opções foram bem escolhidas. Esse clima bem medieval, mostrando figurinos e cenários mais realistas, em tom sóbrio, traz uma veracidade completa ao filme. 

O interessante é que muitos anos depois o próprio Franco Zeffirelli iria declarar em uma entrevista que, embora tenha gostado do resultado do filme, errou um pouco ao optar por uma ambientação mais crua e até mesmo realista demais. Em sua opinião um texto tão romântico e lírico como "Romeu e Julieta" pedia um pouco mais de suavidade, mais cores, mais ameno. O filme, em sua visão tardia, havia ficado "cinza demais". De qualquer forma um filme, uma vez produzido e dirigido, ao ser finalizado ganha vida própria. Em meu ponto de vista esse filme é um dos melhores já feitos em cima do imortal texto escrito por William Shakespeare.

Romeu e Julieta (Romeo and Juliet, Inglaterra, Itália, 1968) Direção: Franco Zeffirelli / Roteiro: Franco Brusati, Masolino D'Amico, baseados na peça escrita por William Shakespeare / Elenco: Leonard Whiting, Olivia Hussey, John McEnery / Sinopse: Romeu e Julieta se apaixonam. O problema é que eles pertencem a duas famílias que se odeiam há gerações. Poderá esse amor resistir ao conflito envolvendo seus familiares há séculos? Filme premiado pelo Oscar nas categorias de melhor direção de fotografia (Pasqualino De Santis) e melhor figurino (Danilo Donati).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 15 de junho de 2022

Guia de Episódios - Edição 5

Dexter é um personagem muito bom. Nessa temporada especial só produziram 10 episódios, o que acho pouco, já que a história em si daria muito pano para a manga. Tanto isso é verdade que apesar de estar no sétimo episódio desta temporada, ainda haveria muitos desdobramentos interessantes e trazer caso os roteiristas assim determinassem. Nesse episódio Dexter descobre que Kurt já tem ciência de seu passado. Assim ficamos com 2 psicopatas em lados opostos, com uma óbvia tensão cada vez mais crescente entre eles. 

Kurt aliás se safa das acusações, uma vez que encontraram seu DNA na caverna onde uma ossada humana foi descoberta. Ele alega que o verdadeiro assassino da jovem havia sido seu pai morto muitos anos antes. Dexter também tem problemas dentro de casa, seu filho tem demonstrado em várias ocasiones que carrega o mesmo problema do pai, ou seja, trata se de um jovem psicopata. E a série assim segue cada dia mais interessante, pena que vai acabar daqui 3 episódios.

Para alegria dos fãs de Star Wars, Obi-Wan Kenobi está de volta. Ele desenterra seu sabre de luz no meio do deserto, daquele planeta inóspito. Seu objetivo passa a ser recuperar a jovem Princesa Lea, que foi raptada por mercenários a mando do Império. Claro tudo foi orquestrado e planejado com o objetivo mesmo de atrair Obi-Wan Kenobi, pois assim ele sairia do esconderijo onde se encontrava. 

Nesse episódio há um momento interessante muito curioso para os fãs dessa saga, que começou no cinema e agora está tomando o mundo das séries. Acontece quando  Kenobi descobre que Anakin Skywalker está vivo, agora respondendo pelo nome de Darth Vader. Um vilão completamente entregue para o lado negro da força. O próprio Obi-Wan Kenobi  sente na pele, pois é uma derrota pessoal uma vez que ele treinou Anakin no passado. Algo que ele sente profundamente.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 13 de junho de 2022

Crônicas de um Cinéfilo - Parte 5

Como essa é uma série de textos de lembranças eu vou aqui contar do dia em que fui impedido de entrar no cinema. O filme? "Império do Sol" de Steven Spielberg. Eu combinei de encontrar um amigo da minha escola para ver esse filme que eu não poderia perder de jeito nenhum. Afinal era Spielberg. Era os anos 80. Ele era o maior diretor daquele tempo. Qualquer filme com o nome de Steven Spielberg logo se tornava obrigatório para qualquer jovem cinéfilo como eu.

Então eu vi os horários e percebi que conseguiria ir para a aula de educação física do Marista e depois correr para pegar a sessão das quatro e meia da tarde. Só que meus planos deram errado quando o porteiro me impediu de entrar no cinema! A razão? Eu estava com roupa de educação física, de shorts e tênis. Aquele era o cinema Municipal. Apesar de decadente ainda havia uma política de vestimenta para entrar. Só que eu não sabia disso!

Voltei correndo para casa e vesti uma roupa melhor. Entrei no meio da sessão (uma coisa péssima, não recomendo). Peguei o filme pela metade, não entendi direito o que rolava na tela e o filme acabou se revelando ruim para mim - pelo menos até eu voltar a vê-lo, dessa vez na TV e de forma completa.

Outra vez eu fui expulso com meus amigos do cinema por causa de bagunça. Ora, eu era um jovem colegial, que vivia no meio de muitas risadas e diversões. Era um tempo maravilhoso que sinto falta. O filme era péssimo, um terror classe Z, acho que era "O Fantasma de Alcatraz" ou algo assim. Como era muito ruim a gente começou a zoar demais, além da conta. Acabamos no lado de fora do cinema. Lembranças divertidas de um tempo muito bom da minha vida.

Pablo Aluísio.

domingo, 12 de junho de 2022

Mães Paralelas

Janis (Penélope Cruz) fica grávida do seu namorado e na maternidade conhece uma jovem que também está prestes a ter um filho, chamada Ana (Milena Smit). Ela vai ser mãe solteira e por essa razão Janis resolve trocar telefones com ela, quem sabe para lhe ajudar em algum problema no futuro. Uma questão de solidariedade. Quando Janis retorna para a casa e mostra a sua filha para seu namorado, este não a reconhece. Diz para ela que aquela criança não é dele. Realmente a criança não se parece nem com o pai e nem com a mãe, se revelando muito étnica. Janis então decide fazer um teste de DNA e descobre surpresa que ela não é mãe daquela criança. Cria-se um problema incrível pois ela acredita que a criança foi trocada na maternidade pela filha de Ana. E agora como Janis vai resolver esse problema?

Esse é o novo filme de Pedro Almodóvar, diretor que andava meio sumido do cinema, mas que retornou em grande estilo, inclusive  com indicações ao Oscar de 2022. Quando o filme começou, eu fiquei um pouco surpreso por ser muito convencional, algo que surpreende ao se tratar de Pedro Almodóvar. Só que a realidade era outra, pois ele havia deixado as maiores surpresas para a segunda parte de sua história. O filme assim abre janelas para temas relevantes como a descoberta tardia da bissexualidade, o problema dos desaparecidos políticos na Espanha durante a ditadura e outras leituras subliminares que esse roteiro deixa no ar, na mente do espectador. Temos um bom filme sem dúvida, embora o tema da maternidade trocada não seja assim uma grande novidade, nem no mundo do cinema, nem mesmo no universo das telenovelas. Nesse aspecto Pedro Almodóvar quase fez uma novela cinematográfica, mais felizmente isso não aconteceu pois o filme tem suas surpresas.

Mães Paralelas (Madres paralelas, Espanha, 2021) Direção: Pedro Almodóvar / Roteiro: Pedro Almodóvar / Elenco: Penélope Cruz, Milena Smit, Israel Elejalde / Sinopse: Duas mães passam por uma situação delicada quando seus filhos são trocados na maternidade. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor música original e melhor atriz (Penélope Cruz).

Pablo Aluísio.

sábado, 11 de junho de 2022

Cyrano

Cyrano tem alma de poeta. Ele tem grande talento para escrever cartas românticas, com muito sentimento verdadeiro. Há muitos anos ele é apaixonado pela bela Roxanne, uma das jovens mais bonitas de sua Vila. Só que esse nobre sentimento está fadado a nunca se concretizar. Ele não se considera uma pessoa digna de se relacionar com ela. Quando Roxanne demonstra interesse por um jovem guarda chamado Christian, ela pede que Cyrano o apresente a ela. Christian é um jovem vazio, que não sabe se expressar bem. Cyrano então se propõe a escrever cartas de amor para Roxanne assinadas em nome dele. E por suas palavras ela vai se apaixonando pelo outro, que nada sabe, que é um medíocre completo.

Essa deve ser a quarta ou quinta versão da história de Cyrano de Bergerac que eu assisto. Um filme bem interessante por causa do formato que foi escolhido para contar essa famosa história de amor. Os produtores decidiram transformar o filme em um musical. As músicas ficaram muito boas deve-se reconhecer e a força do texto original se manteve intacto. Algumas mudanças foram feitas na história, como por exemplo, a aparência física do protagonista. No enredo original Cyrano era um homem com um nariz enorme, o que tornava seu rosto grotesco, fazendo com que ele jamais pudesse conquistar a linda loira de olhos azuis Roxanne, a mulher mais bonita da sua região. Nessa nova versão, com a entrada do ator Peter Dinklage, o problema do personagem mudou. Ao invés de ser uma pessoa com grande nariz ele agora é um anão. 

Peter Dinklage é um excelente ator, muito talentoso, que ajuda a manter o interesse nesse novo filme. Com boa direção de arte, figurinos bem elaborados e uma produção classe A, o filme inova em certos aspectos, mas mantém o que há de melhor nessa história, o platonismo romântico de Cyrano, o amor pelo amor, o sentimento que mesmo sendo unilateral, resiste a tudo.

Cyrano (Estados Unidos, 2021) Direção: Joe Wright / Roteiro: Erica Schmidt / Elenco: Peter Dinklage, Haley Bennett, Kelvin Harrison Jr, Ben Mendelsohn / Sinopse: o filme conta a história de um homem apaixonado, com alma de poeta, que escreve cartas de amor para sua amada, mas em nome de outro homem, um sujeito medíocre e vazio. Filme indicada ao Oscar na categoria de melhor figurino.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 10 de junho de 2022

Guia de Episódios - Edição 4

Eu sei que todo super-herói é em maior ou menor grau uma coisa meio ridícula. Acontece que esse Pacificador, que é um personagem da DC comics, parece ter sido criado justamente para explorar ainda mais fundo esse lado bem rocambolesco dos heróis de quadrinhos. É um personagem que não se leva a Sério e por isso é tão divertido, a começar por ele usar um Elmo cafona e fora de nexo, o que torna tudo ainda mais absurdamente brega. Curiosamente a série funciona que é uma beleza, principalmente no quesito humor soft. Eu não sei se nos quadrinhos é assim, mas pelo menos em relação a série tudo se torna muito divertido. 

Nesse episódio quarto da primeira temporada, o pacificador tenta recriar algum tipo de relacionamento mais maduro com seu pai, algo que não vai ser fácil porque no passado eles tiveram muitos problemas, muitas divergências. O velho também não é flor que se cheire, um supremacista branco mau caráter, que agora cumpre pena na prisão, uma cilada armada justamente pelas mesmas pessoas que estão trabalhando ao lado do seu filho. Vale como referência também o humor trazido para a série pelo personagem o vigilante, um super-herói capenga que é mais idiota que o próprio pacificador, se isso é possível!

Reacher, outra série que venho acompanhando, baseada no personagem Jack Reacher, que já foi interpretado no cinema por atores como Tom Cruise. Nesse episódio quarto da primeira temporada ele segue seguindo pistas sobre a morte de seu irmão. Tem gente graúda envolvida, inclusive e provavelmente o prefeito da cidade, pois ele sempre está atrapalhando as investigações. Nesse episódio também o clima de pensão sexual entre Reacher e a a policial Roscoe tem um desfecho. Eles se hospedam no mesmo apartamento e ela nem se faz de rogada, entrando debaixo do chuveiro com ele. Eu considero essa atriz bem bonitinha, realmente ela não parece ser tão durona assim!

Pablo Aluísio.

Crônicas de um Cinéfilo - Parte 4

Mais lembranças. Qual foi o primeiro filme de James Bond que vi no cinema? Essa eu me lembro. Foi "007 na Mira dos Assassinos", não por acaso o último filme de James Bond com Roger Moore que já estava velho para o papel, se aposentando do famoso agente secreto inglês. Depois nunca mais perdi um filme de Bond nos cinemas, a não ser o último que não vi numa sala de cinema por causa da pandemia.

De qualquer maneira eu vi os dois do sucessor de Roger Moore, Timothy Dalton, e todos os estrelados por Pierce Brosnan. Também vi todos os que foram feitos com Daniel Craig. Aliás dos Bonds que vi no cinema esse foi o que menos curti. Os filmes obviamente eram muito bem feitos, cheios de ação, mas achei que o personagem perdeu parte de seu charme com esse ator.

E da série "Aliens" o que vi no cinema? Tirando o primeiro "Alien, o Oitavo Passageiro" eu vi todos no cinema. O primeiro filme era de 1978 e eu, nessa época, era apenas uma criança. O segundo "Aliens, o Resgate" certamente curti no cinema Municipal. Aliás esse é o famoso Aliens ao estilo Rambo, com direção de James Cameron, na época conhecido por apenas ser o diretor de "O Exterminador do Futuro" e nada muito além disso. O terceiro já vi em um cinema de shopping center pois os cinemas de bairro estavam morrendo, que pena!

E por fim, só para registrar, o primeiro filme de Superman que vi no cinema com certeza foi "Superman IV - Em Busca da Paz", logo o pior da série com Christopher Reeve. O primeiro eu posso ter visto, mas era muito criança e não tenho certeza. Já o IV vi pois já era um adolescente fã de cinema naquela época. O filme foi bem ruim, como todos sabemos, com um vilão chamado "Homem Nuclear". Lembro que o cinema estava quase vazio pois o filme foi mesmo um fracasso de bilheteria.

Pablo Aluísio.