quarta-feira, 25 de maio de 2022

Vozes do Além

Título no Brasil: Vozes do Além
Título Original: From Beyond the Grave
Ano de Produção: 1974
País: Estados Unidos
Estúdio: Amicus Productions
Direção: Kevin Connor
Roteiro: R. Chetwynd-Hayes, Raymond Christodoulou
Elenco: Peter Cushing, Ian Bannen, Ian Carmichael

Sinopse:
Vários contos de terror, todos centrados nos personagens que entram numa loja de antiguidades de propriedade do sinistro dono interpretado por Peter Cushing. São quatro os contos: "The Gate Crasher", "An Act of Kindness", "The Elemental" e  "The Door".

Comentários:
Não, não se trata daquela bomba com Michael Keaton, e sim de mais um daqueles filmes da produtora Amicus com uma reunião de pequenas histórias de terror. As histórias aqui estão relacionadas a uma loja de antiguidades, onde um dono sinistro (Peter Cushing, claro) atende os fregueses. Porém, todos aqueles que resolvem trapacear roubando dinheiro, algum objeto ou algo do tipo acaba recebendo algum tipo de "maldição". A primeira história envolve um espelho, a segunda uma medalha (que não se encaixa muito bem), a terceira é um caso (meio cômico) de possessão e a última é sobre uma porta. Apesar de bastante elogiado, não acho tão bom quanto os outros de antologias da Amicus, mas não que seja ruim, pelo contrário, mas prefiro os outros. Mas este também é muito indicado, com alguns nomes bacanas no elenco e bom clima, ainda que tudo bem datado. (Ricardo Martins).

Peter Cushing empresta todo seu carisma para esse filme que de certa forma acabou se tornando um dos últimos suspiros da velha fórmula de se fazer filmes de terror. Afinal já eram os anos 70, diretores como Steven Spielberg e George Lucas estavam surgindo e com eles toda uma nova leva de cineastas que iriam mudar os conceitos de filmes de fantasia, ficção e terror. Por essa razão "Vozes do Além" é um achado com seu estilo retrô, nostálgico, de se produzir fitas de terror. A fotografia, os cenários e os figurinos são todos feitos para dar aquele clima de algo antigo, sinistro, enterrado em covas profundas, ao espectador. Os objetos parecem ter saídos de alguma casa mal assombrada, de alguma cova putefrata, de terem pertencido a algum falecido. Nada mais assustador (e divertido). O resultado é muito bom, adequado aos cinéfilos que adoram aquele velho modo de assustar o público. 

Pablo Aluísio.

O Maníaco

Título no Brasil: O Maníaco
Título Original: Maniac
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: Magnum Pictures
Direção: William Lustig
Roteiro: C.A. Rosenberg
Elenco: Joe Spinell, Caroline Munro, Abigail Clayton, Kelly Piper, Tom Savini, Rita Montone

Sinopse:
Um serial killer começa a matar de forma insana numa Nova Iorque com medo e tensão em cada esquina. As vítimas são mulheres sozinhas e indefesas que encontram sua morte nos becos mais escuros da cidade.

Comentários:
Quando esse filme foi lançado sofreu pesadas críticas por causa do excesso de violência e sangue na tela. Era o começo de uma nova onda de filmes que não escondiam mais as cenas mais brutais com meras sugestões. Revisto hoje em dia essa produção B deixa transparecer sua fraca produção, mas ao mesmo tempo mantém o interesse de quem gosta de filmes de terror pois o suspense, na maioria das vezes, é bem construído. Pena que a trilha sonora com excesso de sintetizadores deixe tudo ainda mais datado. De qualquer forma o filme ainda tem seus defensores nos dias atuais, justamente por ter sido um pioneiro no gênero slasher.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 24 de maio de 2022

Jogada Decisiva

Título no Brasil: Jogada Decisiva
Título Original: A Big Hand for the Little Lady
Ano de Produção: 1966
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Fielder Cook
Roteiro: Sidney Carroll
Elenco: Henry Fonda, Joanne Woodward, Jason Robards, Paul Ford, Charles Bickford, Burgess Meredith. 

Sinopse:
Uma vez por ano os homens mais ricos de Laredo se reúnem para uma partida decisiva de pôquer. Em jogo milhares de dólares. No dia em que o jogo começa um forasteiro, Meredith (Henry Fonda), chega na cidade ao lado de sua esposa e do pequeno filho. Ele é um ex-viciado em jogos de azar que está apenas de passagem. Embora tenha prometido para sua mulher que nunca mais jogaria em sua vida, não consegue resistir à tentação de entrar naquele jogo, para quem sabe ganhar uma bolada, rápida e fácil! O problema é que Meredith realmente não tem limites e começa a apostar tudo o que tem, inclusive seu futuro.

Comentários:
"Jogada Decisiva" me lembrou muito do grande clássico "Um Golpe de Mestre". Não tecerei maiores comentários sobre essa semelhança pois corre-se o risco de estragar as surpresas do roteiro para o espectador. Dito isso, não poderia deixar de recomendar essa trama em tom de farsa que cativa o público por causa de seu roteiro bem bolado e cheio de reviravoltas interessantes. Henry Fonda interpreta um pobre coitado que chega na cidade e fica louco para participar de uma partida de pôquer onde apenas figurões jogam. Ele tem um passado como jogador compulsivo, daqueles que apostam até suas calças e não consegue parar. Sua paciente e sofrida esposa é interpretada pela linda Joanne Woodward, em ótimo momento pois sua personagem dá uma verdadeira guinada em pouco mais de 90 minutos de duração do filme. Outro destaque vem para os demais jogadores, em especial Henry Drummond (Roberts), um fazendeiro mal educado, mas prático em sua vida (a forma como faz para se livrar do noivo de sua filha é divertido e bem ácido). Por fim cabe o aviso ao espectador de que dois terços do filme se passa em volta de uma mesa de pôquer, com todas as tensões e sutilezas desse jogo. Mesmo assim não é, em absoluto, um filme maçante, pelo contrário, sua estrutura teatral vai enganar muita gente pois o roteiro, o grande achada da produção, dá de dez a zero em muito filme atual. Em suma, divertido e inteligente nas medidas certas.

Pablo Aluísio.

A Bela e o Renegado

Título no Brasil: A Bela e o Renegado
Título Original: Ride, Vaquero!
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: John Farrow
Roteiro: Frank Fenton
Elenco: Robert Taylor, Ava Gardner, Anthony Quinn, Howard Keel, Kurt Kasznar, Ted de Corsia

Sinopse:
José Constantino Esqueda (Anthony Quinn) é um bandoleiro e fora da lei mexicano que deseja dominar toda a região da fronteira entre Estados Unidos e México. Para isso ele começa a expulsar todos os colonos de suas terras, entre eles Rio (Robert Taylor) e Cordelia Cameron (Ava Gardner). Suas intenções de intimidar e perseguir porém serão combatidas pelo corajoso Rio que não aceitará as imposições covardes de Esqueda para com toda aquela gente.

Comentários:
Bom faroeste da MGM que contou com um elenco acima da média. O enredo se trava na luta entre os personagens de Esqueda (Anthony Quinn) e Rio (Robert Taylor). Rio é americano e Esqueda mexicano. Ambos foram criados juntos pela mãe de Esqueda que considerava Rio como seu verdadeiro filho. Quando se tornam adultos Esqueda vira um sujeito violento, rude e cruel, que ambicioso começa a perseguir os pobres colonos da fronteira. Rio não admite esse tipo de comportamento criminoso e não demora para que os irmãos de criação se tornem inimigos jurados de morte! Como já foi dito o maior mérito desse filme é o ótimo elenco que reuniu. Robert Taylor era o galã preferido da MGM na época, tendo brilhado no épico "Quo Vadis", seu filme anterior. Estava na crista da onda, desfrutando de grande popularidade. Como vilão Anthony Quinn novamente surpreende. Ele sabia interpretar sujeitos indigestos como ninguém! E como brinde final o espectador era ainda presenteado com a linda Ava Gardner, em um papel menor, é verdade, mas mesmo assim marcante. Todo filmado no deserto implacável do estado de Utah, "Ride, Vaquero!" é uma bela sugestão para os admiradores do mais americano de todos os gêneros cinematográficos. Não vá perder!

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 23 de maio de 2022

Pelos Bairros do Vício

Título no Brasil: Pelos Bairros do Vício
Título Original: Walk on the Wild Side
Ano de Produção: 1962
País: Estados Unidos
Estúdio: Famous Artists Productions
Direção: Edward Dmytryk
Roteiro: Nelson Algren
Elenco: Jane Fonda, Laurence Harvey, Capucine, Anne Baxter, Barbara Stanwyck, Joanna Moore, Richard Rust

Sinopse:
Na Doll House, um bordel de Nova Orleans dos anos 1930, Hallie é a principal atração tanto para os clientes quanto para Jo, a madame. Sua vida confortável, embora tediosa, é interrompida pela chegada à cidade de Dove Linkhorn, seu verdadeiro amor de três anos antes, que agora está procurando por ela.

Comentários:
Um dos primeiros filmes da carreira de uma jovem e bela Jane Fonda. O tema é espinhoso, mostrando a realidade de prostitutas de New Orleans. Elas procuram deixar seu passado para trás, mas o que fazer quando o passado vem atrás delas? O roteiro foi baseado em um romance chamado "Walk on the Wild Side". Embora o filme seja tecnicamente um drama romântico, há também espaço para um certo humor. Bem realizado, acabou sendo indicado ao Oscar na categoria de melhor música original, a bela "Walk on the Wild Side", escrita por Elmer Bernstein e Mack David. Em termos de elenco o destaque realmente vai para elas. As atrizes dominam da primeira à última cena. Além de Jane Fonda, o maior atrativo em meu ponto de vista, ainda há a talentosa veterana Barbara Stanwyck como a madame dona do bordel. Que grande talento tinha essa atriz! Enfim, vale a pena conhecer esse bom filme dos anos 60.

Pablo Aluísio.

A Batalha do Planeta dos Macacos

Título no Brasil: A Batalha do Planeta dos Macacos
Título Original: Battle for the Planet of the Apes
Ano de Produção: 1973
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Fox
Direção: J. Lee Thompson
Roteiro: John William Corrington
Elenco: Roddy McDowall, Claude Akins, Natalie Trundy, Severn Darden, Lew Ayres, Paul Williams

Sinopse:
Macacos e homens lutam em um mundo devastado. A guerra, que não parece ter fim, vai decidir quem irá dominar o planeta. E do lado dos macacos se destaca a liderança de Caeser (McDowall), decidido a se tornar o grande vencedor.

Comentários:
Os cinéfilos esqueceram que o clássico "O Planeta dos Macacos" lançado em 1968 deu origem a uma série de sequências, se tornando uma verdadeira franquia cinematográfica. A diferença é que o primeiro filme é hoje considerado um clássico do cinema, já suas continuações... passam longe desse status. Os filmes foram, de modo em geral, massacrados pela crítica da época. Muitos diziam que era uma jogada comercial rasteira para faturar mais alguns milhões de dólares com a fama do primeiro filme. Eu fico no meio termo. Há coisas boas e ruins nessas continuações. Nenhuma delas chega perto do primeiro filme, mas também trazem coisas interessantes. Esse aqui, por exemplo, foca mais no militarismo e nas cenas de ação. Não é um grande filme, mas em minha opinião passa longe de ser tão ruim como muitos falam por aí.

Pablo Aluísio.

domingo, 22 de maio de 2022

Elvis Presley - What Now My Love

Lançamento do selo FTD (Follow That Dream). É um CD duplo, com qualidade sonora soundboard (gravado diretamente na mesa de som, com boa qualidade). Traz dois concertos, ambos shows da meia-noite (midnight shows) dos dias 11 e 12 de agosto de 1972. Elvis, de modo em geral, esteve bem nessas apresentações. O  ponto a se prestar mais atenção vem do fato de que ele realmente trouxe novidades para seu repertório que vinha numa certa regularidade desde 1970. No primeiro CD 1 preste atenção em algumas faixas. Elvis adicionou a canção "Until It's Time For You To Go" que fazia parte de seu novo álbum intitulado "Elvis Now". Era uma música bem triste que no palco não funcionava muito bem por ser intimista demais. Ele também passou a apresentar a música "What Now My Love" que só chegaria em sua discografia oficial no "Aloha From Hawaii".

Outra música que podia ser considerada novidade nessas apresentações era "It's Over" que também iria chegar nos fãs ao redor do mundo pelo mesmo "Aloha From Hawaii". No CD 2 duas faixas se sobressaem "Never Been To Spain" (um blues que  maioria dos fãs de Elvis não conhecia) e "For The Good Times". Perceba que muitas dessas canções chegariam ao público em geral pelo "Aloha" e pelo disco do "Madison Square Garden". Esses shows da segunda metade de 72 dessa maneira não deixavam de funcionar como uma espécie de preview do que estava por vir em seus discos ao vivo.

Elvis Presley - What Now My Love
CD-1: Las Vegas, August 11 1972 MS - Also Sprach Zarathustra / See See Rider / I Got A Woman - Amen / Proud Mary / Until It's Time For You To Go / You've Lost That Loving Feeling / Polk Salad Annie / What Now My Love / Fever / Love Me / All Shook Up / Teddy Bear - Don't Be Cruel / Heartbreak Hotel / Blue Suede Shoes / Little Sister - Get Back / Hound Dog / It's Over / Suspicious Minds / Introductions / My Way / A Big Hunk O'Love / American Trilogy / Can't Help Falling In Love. Closing Vamp.

CD-2: Las Vegas, August 12 1972 MS - Also Sprach Zarathustra / See See Rider / I Got A Woman - Amen / Proud Mary / Never Been To Spain / Until It's Time For You To Go / You've Lost That Loving Feeling / Polk Salad Annie / What Now My Love / Fever / Love Me / Blue Suede Shoes / One Night / All Shook Up / Teddy Bear - Don't Be Cruel / Heartbreak Hotel / Hound Dog / For The Good Times / Suspicious Minds / Introductions / My Way / American Trilogy / A Big Hunk O'Love / Tiger Man (opening only).

Pablo Aluísio.

sábado, 21 de maio de 2022

Na Hora da Zona Morta

Título no Brasil: Na Hora da Zona Morta
Título Original: The Dead Zone
Ano de Produção: 1983
País: Estados Unidos
Estúdio: Dino de Laurentiis Company
Direção: David Cronenberg
Roteiro: Jeffrey Boam
Elenco: Christopher Walken, Martin Sheen, Brooke Adams, Tom Skerritt, Herbert Loam, Anthony Zerbe

Sinopse:
Com roteiro baseado na obra de Stephen King, o filme "Na Hora da Zona Morta" conta a história de um homem que após alguns anos em coma acorda e recupera a sua consciência. E para sua surpresa, ele agora apresenta estranhos poderes de origem psíquica.

Comentários:
Dos filmes que foram adaptados dos livros de Stephen King nos anos 80 eu sempre considerei esse "Na Hora da Zona Morta" como um dos melhores. O grande diferencial aqui não vem da produção, de efeitos especiais ou até mesmo do elenco, embora ele seja muito bom, contando com um Christopher Walken mais estranho do que o habitual e um Martin Sheen bem focado em seu papel. O que diferença mesmo nesse filme é o roteiro, com uma trama muito interessante e inteligente, além da preciosa direção do talentoso David Cronenberg, aqui em um de suas fases mais criativas e originais. O clima do filme de forma geral é bem perturbante, o que cai como uma luva para a intenção do texto. Sem sombra de dúvida um dos melhores filmes dos anos 80, sem favor algum!

Pablo Aluísio.