terça-feira, 18 de agosto de 2020

Espírito Jovem

Nesse filme a atriz Elle Fanning interpreta uma garota, moradora da ilha de Wight, que decide se inscrever em um grande concurso televisivo, ao estilo The Voice, onde será escolhido o melhor talento jovem da Grã-Bretanha. A vida dela é dura, estudando pela manhã e trabalhando de tarde e à noite em um bar da sua cidade, como garçonete. No fim do expediente sempre procura um espaço para se apresentar no palco do lugar, mesmo que seja somente assistida por um pequeno grupo de homens solitários e geralmente embriagados. O programa pode ser um recomeço na sua vida, ainda mais depois que se associa a um veterano cantor de ópera que acredita em seu talento.

Pelo visto Elle Fanning também tem um sonho de se tornar popstar. Não é incomum em Hollywood atores e atrizes que também almejam sucesso no mundo musical. Raramente conseguem alguma coisa. Vide Johnny Depp. Nesse filme, para mostrar serviço, a Elle cantou todas as músicas, ao vivo, segundo o diretor. Ao assistir ao filme vemos que não foi bem assim. A maioria das músicas cantadas por ela no palco são puro playback. E a trilha sonora não ajuda em nada. São inofensivas canções pop com os mais rasos clichês musicais do cenário adolescente que você possa imaginar. Ela tem uma voz muito limitada, o que piora ainda mais o quadro geral. Melhor ficar apenas no cinema, onde ela se dá bem.

O roteiro do filme também se mostra tão sem energia quanto a trilha sonora apresentada. A história é bem água com açúcar, sem carga dramática para justiricar maior interesse. Há um erro ao mostrar as vencedoras desses concursos de televisão como futuras rainhas popstar. No mundo real isso não acontece. Raramente uma vencedora desse tipo de programa se firma no cenário musical. São raras vezes. O que realmente acontece é que esses artistas vencedores são logo esquecidos, sendo substituídos pelos novos "astros do amanhã" da temporada seguinte. A máquina de moer artistas pop na atualidade é mais do que afiada. Todos são descartáveis.

Espírito Jovem (Teen Spirit, Inglaterra, 2018) Direção: Max Minghella / Roteiro: Max Minghella / Elenco: Elle Fanning, Agnieszka Grochowska, Archie Madekwe, Zlatko Buric / Sinopse: Jovem garota britânica se inscreve em um programa chamado Teen Spirit na TV Inglesa que vai escolher o melhor talento jovem do país. Seu sonho é se tornar uma nova popstar, cantora de sucesso entre os adolescentes.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Meu Terror em Amityville

Título no Brasil: Meu Terror em Amityville
Título Original: My Amityville Horror
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: Film Regions International (FRI)
Direção: Eric Walter
Roteiro: Eric Walter
Elenco: Daniel Lutz, Lorraine Warren, Susan Bartell, Laura DiDio, Marvin Scott, George Lutz

Sinopse:
Documentário que conta com depoimentos das pessoas que viveram e presenciaram os estranhos fenômenos paranormais ocorridos na casa da Ocean Drive, em Amityville. Daniel Lutz, que na época dos eventos tinha apenas 10 anos de idade, relembra tudo o que vivenciou em 1974 e as marcas psicológicas que tudo aquilo acabou trazendo para sua vida.

Comentários:
Eu gostei muito desse documentário que foi atrás das pessoas reais que estiveram naquela casa em Amityville durante a década de 1970. Depois do massacre da família DeFeo naquela casa, uma nova família se mudou para lá, os Lutz. Não demorou muito e estranhos eventos começaram a surgir dentro da casa. Danny Lutz era um garoto de 10 anos de idade. Ele vivia com o padrasto George Lutz, após esse se casar com sua mãe Kathy. George um sujeito autoritário, nada amigável, nervoso ao extremo, que mexia com ocultismo, fato revelado pela primeira vez aqui nesse filme. Depois que a família Lutz se mudou para aquele lugar começou um verdadeiro pandemônio entre suas paredes. Os acontecimentos iriam dar origem ao livro "Horror em Amityville" e depois a um filme de terror de sucesso em Hollywood. O primeiro de muitos, é bom dizer. Mas o que realmente aconteceu? Qual foi a verdade por trás daqueles produtos comerciais? A casa era realmente infestada de demônios? Hoje um homem na faixa dos 50 anos, Danny Lutz traz revelações sobre aquela época. E de quebra ainda faz uma visita na casa de Lorraine Warren, que esteve à frente, durante aquelas supostas manifestações demoníacas. Ela passa muita sinceridade em seu breve momento no filme. A única coisa a se lamentar é que os outros irmãos Lutz não quiseram participar desse documentário. Ao que parece o trauma psicológico foi tão grande que eles querem mesmo é manter distância de todas aquelas histórias de fantasmas.

Pablo Aluísio.

13 Fantasmas

Essa companhia cinematográfica, a Dark Castle Entertainment, surgiu mais ou menos nessa época mesmo, uma empresa especializada em filmes de terror. Nenhum deles infelizmente chegou a ser memorável, talvez porque a Dark Castle tenha optado por fazer filmes em filosofia de linha de montagem industrial, sem muita preocupação em colocar no mercado filmes realmente bons. Esse aqui cheguei a ver no cinema, numa época em que ainda não conhecia muito bem essa produtora. Fruto do desconhecimento. Acabei me arrependendo,

Na verdade esse filme é um remake. A questão é que nem o filme original (dos anos 60) era grande coisa. Era apenas uma desculpa para mostrar os efeitos especiais (jurássicos em vista do tempo) nas telas de cinema. Filme de Drive-in. Nada demais. O roteiro e a trama continuam os mesmos. Um sobrinho recebe a herança de seu tio, um sujeito estranho. Quando ele chega na mansão que herdou descobre que o lugar está assombrado por 13 almas penadas. E isso é tudo. Diante de um roteiro tão vazio e fraco só sobra a exploração de muita computação gráfica para manter o interesse, sem muito sucesso. Tem outro filme da Dark Castle chamado "Navio Fantasma" que foi lançado na mesma época nos cinemas brasileiros. Outra bomba. melhor deixar pra lá.

13 Fantasmas (Thir13en Ghosts, Estados Unidos, 2001) Direção: Steve Beck / Roteiro: Robb White, Neal Marshall Stevens / Elenco: Tony Shalhoub, Shannon Elizabeth, Embeth Davidtz / Sinopse: Sobrinho herda do tio, um sujeito esquisitão, uma velha mansão no alto da colina. O lugar foi palco de ocultismo no passado, onde foram aprisionados treze almas atormentadas. Ao ir morar no local com sua família o herdeiro descobre que agora é dono de uma casa mal assombrada.

Pablo Aluísio.

domingo, 16 de agosto de 2020

Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu 2

Título no Brasil: Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu 2
Título Original: Airplane II - The Sequel
Ano de Produção: 1982
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Ken Finkleman
Roteiro: Ken Finkleman
Elenco: Robert Hays, William Shatner, Julie Hagerty, Lloyd Bridges, Chuck Connors, Peter Graves

Sinopse:
Um computador com defeito faz com que um ônibus espacial de passageiros vá direto para o sol. Será que Ted Striker conseguirá salvar o dia e colocar o ônibus espacial de volta nos trilhos - de novo? Sequência do sucesso "Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu".

Comentários:
Se o primeiro filme fez tanto sucesso, por que não fazer uma sequência? A Paramount Pictures porém fez modificações. A mais sentida pelos fãs do filme original foi a saída do trio ZAZ, que havia roteirizado e dirigido o filme anterior. Além disso houve mudanças no elenco e em grande parte da equipe técnica. Muitos acreditaram que com tantas mudanças essa parte 2 iria afundar... mas não, devo dizer que essa continuação é tão engraçada quanto a parte 1. Aqui o escracho pareceu ser maior, onde outros filmes, além da franquia "Aeroporto" também foram satirizados. Além disso a modificação de um avião comercial de carreira por um ônibus espacial só demonstrava bem o tamanho da chacota. E como cereja do bolo havia ainda uma participação muito divertida do ator William Shatner. O ator que havia ficado marcado para sempre como o Capitão Kirk da série clássica de "Jornada nas Estrelas" demonstrava que também tinha talento para o humor. Enfim, uma comédia muito divertida, uma das melhores dos anos 80.

Pablo Aluísio.

Loucademia de Polícia 4

Título no Brasil: Loucademia de Polícia 4 - O Cidadão se Defende
Título Original: Police Academy 4 - Citizens on Patrol
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Jim Drake
Roteiro: Neal Israel, Pat Proft
Elenco: Steve Guttenberg, Bubba Smith, Sharon Stone, Michael Winslow, David Graf, Tim Kazurinsky,

Sinopse:
Os graduados desajustados da Loucademia de Polícia (do filme original de 1984) agora são designados para treinar um grupo de voluntários civis para combater o crime, que está mais uma vez atormentando as ruas.

Comentários:
Quando o roteirista Neal Israel apresentou o primeiro roteiro dessa franquia para os executivos da Warner todos se perguntaram se ainda haveria interesse do público nesse tipo de humor tão antigo. Pois é, se formos puxar o fio da meada esse estilo de fazer comédia vai parar lá no começo do século XX, ainda nos tempos de Charles Chaplin. Basta lembrar dos filmes mudos com os Keystone Cops. De qualquer forma a Warner decidiu arriscar e acertou em cheio. O primeiro filme foi um grande sucesso comercial, tanto que a franquia seguiu em frente, com vários filmes, todos bem lucrativos. Esse aqui foi o quarto da linhagem. O ator Steve Guttenberg já estava querendo pular fora do barco, mas não conseguiu dizer não para o ótimo cachê que o estúdio lhe ofereceu. No elenco ainda havia Sharon Stone, no começo de sua carreira e mais bonita do que nunca! E o roteiro seguiu bem na linha dos anteriores, afinal em time que se está ganhando não se mexe. Assim tudo segue na mesma direção, com esse elenco formado por comediantes e humoristas bem talentosos. Afinal de contas se não fossem não haveria tanta receptividade do público. Assim se você curtia os filmes "Police Academy" pode ver esse sem receios. O riso e a diversão são novamente garantidos.

Pablo Aluísio.

sábado, 15 de agosto de 2020

Tron: Uma Odisseia Eletrônica

Título no Brasil: Tron - Uma Odisseia Eletrônica
Título Original: Tron
Ano de Produção: 1982
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Pictures
Direção: Steven Lisberger
Roteiro: Steven Lisberger
Elenco: Jeff Bridges, Bruce Boxleitner, David Warner, Cindy Morgan, Barnard Hughes, Peter Jurasik

Sinopse:
Um hacker de computador é sequestrado no mundo digital e forçado a participar de jogos de gladiadores, onde sua única chance de escapar virá com a ajuda de um programa de segurança. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor figurino (Elois Jenssen, Rosanna Norton) e melhor som (Michael Minkler, Bob Minkler).

Comentários:
"Tron: Uma Odisseia Eletrônica" foi um filme revolucionário em sua proposta de trazer para o cinema o uso de efeitos digitais, feitos por computador. Em um tempo ainda muito incipiente nesse tipo de tecnologia, o filme era realmente algo novo, nunca antes tentando. E apesar de toda a inovação tecnológica o filme não fez sucesso em seu lançamento original. A bilheteria foi decepcionante, a ponto do estúdio ter que arcar com o prejuízo, uma vez que o arrecadado nos cinemas não serviu para cobrir os custos de produção e marketing do filme. Pior foi a decepção depois quando o filme não conseguiu sequer uma indicação ao Oscar de melhores efeitos especiais! O que aconteceu? Penso que o público em 1982 não estava preparado ou devidamente informado sobre os efeitos especiais criados por computadores, algo que, com o tempo, iria se tornar a regra e o padrão em Hollywood. Assim foi mais um caso de filme certo, mas lançado na época errada, ou melhor explicando, um filme realmente à frente de seu tempo. Curiosamente apesar de toda a sua proposta futurista, o filme foi criticado por "não ter alma", por "apresentar carga dramática medíocre" e por ser "frio e insípido ao extremo". Bom, críticas com uma certa dose de razão, porém o filme deve ser elogiado pelo que ele realmente foi, um marco no uso de tecnologia inovadora na sétima arte.

Pablo Aluísio.

Malditas Aranhas!

Título no Brasil: Malditas Aranhas!
Título Original: Eight Legged Freaks
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Ellory Elkayem
Roteiro: Ellory Elkayem, Randy Kornfield
Elenco: David Arquette, Scarlett Johansson, Kari Wuhrer, Scott Terra, Doug E. Doug, Rick Overton

Sinopse:
No deserto do Arizona acontecimentos estranhos começam a surgir. Os moradores locais afirmam que vieram aranhas gigantes andando por toda parte. E como era previsível de acontecer logo começam os ataques contra os moradores locais. Agora, é cada um por si, tentando sobreviver a esse ataque enfurecido da natureza.

Comentários:
Que tal fazer um filme atual, com efeitos digitais modernos, inspirado nos antigos filmes de terror e sci-fi dos anos 50? Aquelas antigas fitas B que que traziam insetos gigantes destruindo cidades inteiras? Essa foi a ideia dos produtores desse filme (os mesmos de "Independence Day" e "Godzilla"). O diferencial é que esse, ao contrário dos antigos filmes, não iria levar nada à sério. Sempre haveria uma pitada de humor em cada ataque dessas malditas aranhas gigantes.  Funcionou? Em termos. Comercialmente o filme não foi muito bem, embora não tenha dado prejuízo e nem tenha sido um fracasso. A crítica se dividiu. Alguns compraram essa ideia como uma homenagem aos filmes clássicos enquanto outros não acharam a menor graça. De minha parte não achei ruim. Os efeitos especiais são nota 10 e o roteiro é bem divertido. Penso que se tivessem tirado o humor e colocado apenas o lado do terror o filme teria funcionado mehor. Afinal nem sempre as pessoas estão com o humor adequado para esse tipo de sátira. O tom sério, muito provavelmente, teria salvado o filme de muitas críticas negativas que surgiram após seu lançamento.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Com Amor, Van Gogh

Esse foi o primeiro filme "pintado" que assisti em minha vida. Explico. Mais de cem artistas foram contratados para criar cenários e ambientações que se inspiravam nas telas do pintor Vincent van Gogh. Isso criou um visual único para o filme, realmente singular. Nunca havia assistido nada parecido. Enquanto os personagens passeiam pela tela, atrás deles vemos referências e natureza, tudo feito de acordo com a visão subjetiva do pintor. No começo, devo confessar, aquele estilo estético criou um certo estranhamento. Porém depois, com o passar do filme, tudo foi se tornando mais familiar. Maravilhosamente comum. E a história do filme também se revelou muito bem escrita, esclarecedora até. Tudo se passa após a morte de Van Gogh. Ele havia se matado com um tiro na base do seu estômago. Deprimido e com problemas financeiros, o artista desaba depois que descobre que seu irmão Theo estava com uma grave doença. Com a perda da esperança e o "fracasso" comercial de sua carreira artística, pois só havia conseguido vender um quadro, ele decide colocar um fim em tudo. De fato foi um triste final de existência para um dos artistas mais geniais da história. Ele nunca foi reconhecido em vida.

E depois de sua morte o jovem filho de um agente postal decide entregar em mãos a última carta escrita por Van Gogh. O problema é que ela estava endereçada a seu irmão Theo, que também estava morto. Então o jovem vai até o último vilarejo onde o pintor viveu, para quem sabe encontrar alguém ali que merecesse receber a carta. E isso abre margem para que ele descubra como viveu seus últimos dias, onde passava as noites, como era visto pelos moradores da região. Dito como louco, Van Gogh havia até mesmo arrancado sua própria orelha para dar de presente a uma prostituta do lugar. Enfim, achei um ótimo filme. Sim, bem diferente em suas propostas visuais, mas mesmo assim um grande filme, belo ao extremo, tal como as imortais pinturas de Van Gogh.

Com Amor, Van Gogh (Loving Vincent, Estados Unidos, Inglaterra, Polônia, Suíça, Holanda, 2017) Direção: Dorota Kobiela, Hugh Welchman / Roteiro: Dorota Kobiela, Hugh Welchman / Elenco: Saoirse Ronan, Douglas Booth, Jerome Flynn, Robert Gulaczyk / Sinopse: O jovem filho de um carteiro vai até o último vilarejo onde viveu o pintor Van Gogh para entregar sua última carta. Uma vez lá conhece moradores do local que conheceram a conviveram com o artista. Filme indicado ao Oscar, ao Globo de Ouro e ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Filme de Animação.

Pablo Aluísio.