terça-feira, 27 de agosto de 2013

Dublê de Corpo

Fazia bastante tempo que tinha assistido pela última vez a esse "Dublê de Corpo". Pensei até que não iria me lembrar de nada mas conforme fui vendo o filme a memória foi voltando. Essa película faz parte da fase mais inspirada da carreira de Brian De Palma. Suas intenções são facilmente entendidas, principalmente para os amantes da sétima arte. O roteiro se torna muito interessante para os cinéfilos por essa razão. O argumento sem dúvida é muito bom e brinca bastante com inúmeras referencias cinematográficas - em especial com os filmes de Alfred Hitchcock. O voyeurismo é claramente inspirado no clássico "Janela Indiscreta" e a trama é bem parecida com a de "Disque M para Matar". Eu sempre vi essa produção como uma grande e bela homenagem do diretor De Palma ao imortal mestre do suspense. O enredo mostra as dificuldades de um ator de filmes B em levar adiante sua carreira, cada vez mais apagada. Frustrado na vida profissional ele acaba desenvolvendo um fetiche em espionar uma mulher do apartamento vizinho ao seu. Ela também parece notar o interesse do vizinho bisbilhoteiro pois não se faz de tímida em ficar nua todas as noites na janela de seu quarto.

O que parecia ser um ato voyeur sem maiores consequências acaba desencadeando uma série de problemas pois o ator começa a desconfiar que a mulher alvo de suas espiadas noturnas na realidade corre sério risco de vida. Ele então decide seguir todos os passos dela, se vendo cada vez mais inserido dentro de uma complicada rede de mistérios e assassinatos no mundo da indústria adulta americana. Revelar mais seria equivocado de nossa parte pois esse é aquele tipo de filme que quanto menos se souber de antemão, melhor. Claro que aquele que vai assistir pela primeira vez irá se divertir muito mais uma vez que o roteiro aposta na surpresa para capturar o espectador de jeito. Para quem já viu, como eu, também não deixa de ser curioso rever um filme do mestre De Palma, no auge de sua criatividade artística. Pena que depois de uma década de bons filmes o diretor tenha entrado em franca decadência. Certa vez li um artigo em que o autor defendia a tese de que qualquer cineasta só tem no máximo uma década de auge criativo, decaindo logo após. Infelizmente o grande Brian De Palma parece confirmar essa teoria. De qualquer maneira se ainda não conhece não deixe de ver. É um dos melhores suspenses da década de 80, sem a menor sombra de dúvida.

Dublê de Corpo (Body Double, Estados Unidos, 1984) Direção: Brian De Palma / Roteiro: Robert J. Avrech, Brian De Palma / Elenco: Craig Wasson, Melanie Griffith, Gregg Henry, Deborah Shelton, Guy Boyd / Sinopse: Em clima de suspense o diretor Brian De Palma conta a estoria de um ator fracassado que ao espiar sua vizinha do apartamento ao lado acaba entrando numa intrigada rede de assassinatos e crimes.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Gente Grande

Se você acha divertido ver um bando de maridos gordos e entediados com a vida de casado e um monte de esposas insuportáveis tirando onda deles e fofocando o tempo todo então o seu filme é esse "Gente Grande". Simplesmente não dá. Eu sei que o Adam Sandler tem seus fãs mas é complicado engolir mais uma comédia sem graça dele. Agora ele deixou de sempre interpretar o jovem meio idiota para fazer personagens de adultos meio idiotas. Não mudou muita coisa. O título desse filme poderia muito bem ser mudado de "Gente Grande" para "Gente Grande (e chata)" pois é bem por aí mesmo. Tudo é muito fraco, meio ao acaso, com uma sucessão de piadas que não funcionam. A impressão que se tem é que apenas o elenco é que está se divertindo, pouco ligando para o público, que fica ali vendo o filme indo para lugar nenhum. Provavelmente as pessoas simpatizam com a pessoa do Sandler, porque artisticamente ele sinceramente não tem nada a oferecer para ninguém. Só isso explica o fato de uma comédia sem graça como essa fazer sucesso de bilheteria e - pasmem! - ganhar uma continuação!!!

A estorinha do filme? Bom, não há muito o que contar. O roteiro mais parece uma sucessão de improvisações dos atores (todos amigos entre si na vida real) do que qualquer outra coisa. Tudo soa do tipo "vamos juntar um monte de gente chata e ver no que isso vai dar". Bom, obviamente boa coisa não saí de uma premissa dessas não é mesmo? Mas vamos lá... Após a morte de um querido treinador de basquete dos tempos de colégio cinco bons amigos daqueles anos resolvem se reunir no feriadão de quatro de julho (dia da independência dos EUA) para relembrar os bons e velhos tempos. Pronto, é praticamente apenas isso e nada mais. Após assistir fica a pergunta: alguma coisa se salva no final? Não, infelizmente praticamente nada! Para rir de casais chatos e sem graça não precisa pagar entrada de cinema, basta olhar ao lado - certamente você em sua vida conhece alguém assim, não é mesmo? Após ver filmes como esse o único conselho que posso deixar é não perca seu tempo. Desligue a televisão e vá ler um livro, ou procure outro filme para assistir, vai ser melhor para sua vida.

Gente Grande (Grown Ups, Estados Unidos, 2010) Direção: Dennis Dugan / Roteiro: Adam Sandler, Fred Wolf / Elenco: Adam Sandler, Salma Hayek, Kevin James, Chris Rock, David Spade, Rob Schneider, Steve Buscemi / Sinopse: Após a morte de um querido treinador de basquete dos tempos de colégio cinco bons amigos daqueles anos resolvem se reunir no feriadão de quatro de julho (dia da independência dos EUA) para relembrar os bons e velhos tempos.

Pablo Aluísio.

Truque de Mestre

Quatro mágicos ilusionistas se encontram ao responderem a uma misteriosa convocação. Eles não sabem quem exatamente deseja entrar em contato com eles ou o que seu misterioso anfitrião pretende. Um ano depois o quarteto já se autodenomina Os Quatro Cavaleiros e estrelam um show de grande sucesso em Las Vegas. Numa noite em especial decidem realizar algo ousado e fora do comum. Eles prometem ao seu público que irão literalmente roubar um banco em Paris, mesmo sem saírem em nenhum momento do palco em Vegas. Impossível? Não para esses talentosos mestres da arte da magia (ou seria do truque?). Começa assim esse "Truque de Mestre", mais uma produção recente que explora o universo dos grandes mágicos nos EUA. No filme eles são representados por J. Daniel Atlas (Jesse Eisenberg), um especialista em cartas e ilusões, não necessariamente nessa ordem; Henley Reeves (Isla Fisher), ex-assistente de palco de Atlas; Merritt McKinney (Woody Harrelson) um "mentalista" que afirma ler o pensamento das pessoas e finalmente Jack Wilder (Dave Franco), um misto de mágico de rua e trombadinha.

Para desmascarar o grupo surge o ex-mágico Thaddeus Bradley (Morgan Freeman) que agora ganha a vida revelando ao público os grandes truques dos mágicos mais famosos dos EUA. No começo ele fica realmente intrigado com os Quatro Cavaleiros mas aos poucos vai descobrindo todos os seus mais secretos truques. Como as "mágicas" da trupe sempre envolvem dinheiro, bancos e roubos, eles logo caem na mira da polícia, onde o investigador Dylan Rhodes (Mark Ruffalo) tenta de todas as formas colocar as mãos nesses verdadeiros "artistas" da arte em desviar verdadeiras fortunas da noite para o dia. "Truque de Mestre" começa muito interessante. O roteiro aposta o tempo todo em uma trama inteligente, cheia de reviravoltas e surpresas para o espectador. O problema é que assim que os golpes vão sendo revelados a qualidade também decai. Acontece que as explicações são muito bobas, inverossímeis e sem nenhuma veracidade. O que parecia ser algo realmente inspirado vai aos poucos se revelando nada crível, forçado ao extremo. Certamente a produção tem bons momentos mas isso se dilui muito rapidamente. No elenco o destaque vai mais uma vez para Morgan Freeman. Basta sua presença para o espectador se esforçar mais em compreender tudo o que acontece. Pena que tanto estilo não esconda os inúmeros fios soltos que se sobressaem no desfecho do filme. Poderia ser muito melhor.

Truque de Mestre (Now You See Me, Estados Unidos, 2013) Direção: Louis Leterrier / Roteiro: Ed Solomon, Boaz Yakin / Elenco: Jesse Eisenberg, Mark Ruffalo,  Morgan Freeman, Michael Caine, Woody Harrelson, Isla Fisher, Dave Franco, Common / Sinopse: Quatro mágicos se unem e começam a aplicar grandes golpes em espetaculares shows em Las Vegas e Nova Iorque. A ousadia do grupo logo chama a atenção da polícia, do FBI e da Interpol.

Pablo Aluísio.

Sexta-Feira 13

No começo da década de 80 surgiu nos cinemas um filme que marcaria época nos anos seguintes, dando origem a uma das mais longas e produtivas franquias da história do cinema americano. Era "Sexta-Feira 13", o primeiro do que seria uma fila sem fim de produções usando como personagem principal o psicopata imortal Jason (uma miscelânea de vários serial killers da vida real com seus problemas emocionais, afetivos tudo desembocando para uma explosão de violência insana e sem sentido). Como não poderia deixar de ser tudo começa numa sexta-feira 13 de 1958. Em um acampamento de verão localizado na bonita região de Crystal Lake um casal de namorados é morto de forma misteriosa. Assim que a notícia se espalha o local ganha fama de amaldiçoado pelos moradores da região. Vinte anos depois um sujeito sem noção tem a péssima ideia de reabrir o local, dando reinicio a muitas mortes em série. É curioso perceber que um filme como "Sexta-Feira 13" não teria espaço em um grande estúdio de Hollywood se fosse lançado algumas décadas antes. Sua proposta era a de mostrar violência explícita, algo que seria inaceitável nos anos 60, por exemplo.

A partir do começo dos anos 70 as coisas começaram a mudar. Várias fitas apelavam para a violência mais crua e selvagem. "O Massacre das Serra Elétrica", por exemplo, não poupava mais o espectador. Era violento além dos limites. Isso acabou dando origem a um novo filão de filmes de terror denominados pela crítica da época de "slasher". Embora violentos as produções dessa época ainda estavam longe do banho de sangue que vemos atualmente em filmes como "Jogos Mortais" mas já eram considerados extremamente fortes na época de seus lançamentos. O diferencial sobre "Sexta-Feira 13" sobre tantos outros filmes semelhantes da época era que havia um grande estúdio por trás, a Paramount, que apostava no filme como um novo "Psicose", afinal o tema sobre psicopatas sangrentos não saía da mídia e sempre despertava o interesse do grande público. Tentando capitalizar essa audiência o estúdio investiu pesado em propaganda e divulgação e o resultado comercial não decepcionou. O lucro foi espetacular pois o filme custou meros 500 mil dólares (principalmente por ter um elenco de desconhecidos e produção barata) e faturou apenas em seu ano de estreia a bagatela de quase 40 milhões de dólares - um êxito espetacular para uma película de terror nesse estilo. O diretor e roteirista Sean S. Cunningham que vinha de uma sucessão de filmes inexpressivos tirou a sorte grande. Ao criar junto de seu roteiristas o personagem Jason Voorhees mal sabia ele que estava dando vida a um dos psicopatas mais famosos da cultura pop! Imortal é pouco em se tratando de Jason.

Sexta-Feira 13 (Friday the 13th, Estados Unidos, 1980) Direção: Sean S. Cunningham / Roteiro: Sean S. Cunningham, Victor Miller / Elenco: Betsy Palmer, Adrienne King, Jeannine Taylor, Kevin Bacon / Sinopse: Em um isolado e distante acampamento de verão uma série de mortes começam a confirmar a maldição que ronda o lugar.

Pablo Aluísio.

domingo, 25 de agosto de 2013

O Detonador

Sonni Griffith (Wesley Snipes) é um agente da CIA com uma nova missão: assegurar em segurança a ida para os EUA da testemunha Nadia Kaminski (Silvia Colloca) que está na mira de uma perigosa rede de traficantes internacionais. Sua localização porém logo chega aos ouvidos dos criminosos que fazem de tudo para eliminar Sonni e sua protegida. O vazamento logo demonstra que a informação muito provavelmente partiu da própria agência de inteligência dos Estados Unidos. Lutando contra tudo e todos o jogo da sobrevivência se torna muito mais perigoso para ele. "O Detonador" é mais um fita de ação estrelado pelo ator Wesley Snipes. A produção, bem modesta e simplória, não conseguiu abrir espaço dentro do mercado americano, não chegando a ser exibida nos cinemas, indo parar diretamente no mercado de venda direta ao consumidor.

Não é de se admirar que isso tenha acontecido. Embora tenha protagonizado muitos filmes populares principalmente na década anterior o fato é que a carreira de Wesley Snipes foi decaindo cada vez mais nos últimos anos, até o ponto em que ele estrelou filmes desse tipo, sem qualquer repercussão maior, nem entre os admiradores do gênero. Os problemas legais que enfrentou também não ajudaram em nada numa pretensa retomada rumo ao sucesso perdido. Devendo uma verdadeira fortuna ao fisco americano o ator acabou tendo que dividir seu tempo entre os sets de filmagens e os tribunais. Na ânsia de ganhar dinheiro rápido, em pouco tempo ele acabou se sujeitando a entrar em projetos como esse, que no fundo não tem qualquer interesse. Mesmo assim se você curte o trabalho de Snipes então dê uma chance. Certamente não encontrará nada de muito relevante mas pelo menos não deixará passar mais essa fitinha em sua carreira. Afinal fã que é fã encara não apenas os bons momentos mas os maus também...

O Detonador (The Detonator, Estados Unidos, 2006) / Direção: Po-Chih Leong / Roteiro:  Martin Wheeler / Elenco: Wesley Snipes, Silvia Colloca, Tim Dutton, William Hope, Matthew Leitch, Bogdan Uritescu  / Sinopse: Agente da CIA (Snipes) tenta manter viva uma importante informante e testemunha que será peça chave na prisão de um poderoso grupo internacional de tráfico de drogas.

Pablo Aluísio.

A Morte do Demônio

Cinco jovens acabam chegando numa cabana abandonada no meio da floresta. O lugar parece estar vazio há muitos anos mas algo chama a atenção de alguns deles. Um velho gravador e um livro chamado "Livro dos Mortos" acabam virando o foco da conversa. Ao ligar o velho gravador eles começam a ouvir uma narração em uma língua estranha que desconhecem. Em pouco tempo entenderão que acabaram de libertar poderosas forças do mal. Pouco a pouco cada um dos jovens começa a ser possuído, exceto Nash, que terá que lutar com as armas que possui contra todas essas manifestações sobrenaturais. Começa assim "Evil Dead" um dos maiores clássicos do terror americano. Filme rodado com produção mais do que modesta que acabou agradando em cheio ao público por causa de sua crueza temática e fortes imagens de possessão e delírio. Claro que por ter sido tão imitado por tantos anos o primeiro filme "A Morte do Demônio" pode ser considerado ultrapassado e datado nos dias de hoje mas isso depende do ponto de vista de cada um.

O curioso é que não apenas os atores eram jovens mas o diretor também. Sam Raimi tinha apenas 22 anos quando começou a filmar "Evil Dead" com apenas 600 mil dólares, uma quantia irrisória para os padrões de Hollywood. Com custo mínimo e contando com a ajuda dos atores - que eram todos seus amigos - ele acabou revolucionando o gênero que andava sem criatividade e ideias inovadoras desde "O Exorcista". Raimi usou ousadas tomadas de cena e levou até as últimas consequências a chamada visão subjetiva, que colocava o espectador praticamente dentro do enredo. O filme causou polêmica em seu lançamento chegando a ser proibido em alguns países europeus, entre eles a Inglaterra, mas ganhou status de cult quando finalmente chegou no mercado de vídeo. Revisto hoje em dia mantém o impacto, tanto que chegou a dar origem a duas sequências e a um remake, mas todos eles empalidecem diante desse "Evil Dead" original que sem dúvida é um grande filme de terror.

A Morte do Demônio (Evil Dead, Estados Unidos, 1981) Direção: Sam Raimi / Roteiro: Sam Raimi / Elenco: Bruce Campbell, Ellen Sandweiss, Richard DeManincor / Sinopse: Cinco jovens acabam libertando terríveis forças do mal em uma cabana isolada no meio da floresta.

Pablo Aluísio.

Sem Dor, Sem Ganho

Daniel Lugo (Mark Wahlberg) é um personal Trainer em Miami. Apesar de trabalhar em uma das melhores academias da cidade ele se sente frustrado pois percebe que jamais conseguirá ter fama e dinheiro naquele emprego. Em sua visão distorcida ele é um vencedor e merece muito mais do que aquilo que possui. Para tornar o sonho americano uma realidade ele começa a criar uma ideia mirabolante na cabeça. Um de seus clientes costuma lhe contar a vida de luxos e riquezas em que vive e isso desperta a cobiça de Lugo. Assim Danny resolve se unir a um ex-presidiário convertido ao cristianismo, Paul Doyle (Dwayne Johnson), e a um outro amigo fisiculturista, Adrian Doorbal (Anthony Mackie), para dar início a um plano criminoso. Eles planejam sequestrar o empresário para forçar ele a passar todo o seu dinheiro e patrimônio para o grupo. O problema é que o trio além de não ter noção sobre nada ainda consegue cometer todos os erros possíveis e imagináveis na execução do sequestro. Depois, sedentos por mais dinheiro, cometem um erro grosseiro contra o chamado Rei do Pornô da cidade e sua esposa. Algo que sai completamente errado. A partir daí acabam virando alvo do departamento de polícia de Miami que junto a um experiente detetive (interpretado por Ed Harris) pretende colocar o grupo criminoso atrás das grades. 

Duas coisas chamam a atenção nesse filme "Sem Dor, Sem Ganho". A primeira é a de que a história é baseada em fatos reais. Esse grupo de fisiculturistas de Miami cometeu todos os tipos de chantagens, extorsões e homicídios possíveis, mesmo sem ter qualquer noção de como isso seria feito. A cada erro cometido eles tinham que dar um jeito na base do improviso, levando a outros crimes e mais a outros, numa montanha russa sem fim. O curioso de tudo isso é perceber que a Polícia de Miami levou muito tempo para se interessar pelo caso. Enquanto isso eles começaram a levar uma vida de luxos e excessos na parte rica da cidade. Olhando sob um ponto de vista crítico o trio nada mais queria do que levar uma vida de ricaços, mesmo que isso significasse cometer todos os tipos de crimes. A segunda coisa que chama muito a atenção é o fato do filme ter sido dirigido por Michael Bay. Nada de Transformers ou monstros destruindo cidades. Aqui Bay ousou sair de sua linha tradicional, se contentando em lidar com uma história real, sem nenhum traço de efeitos digitais em excesso. Infelizmente também comete seus exageros ao mostrar tudo de forma histérica, alucinada, em certos momentos. O que salva o filme no final das contas é a diversão pois Bay resolve injetar uma dose extra de humor negro no desenvolvimento do que mostra na tela. O resultado é sem dúvida seu melhor trabalho no cinema até o momento, quem diria...

Sem Dor, Sem Ganho (Pain & Gain, Estados Unidos, 2013) Direção: Michael Bay / Roteiro: Christopher Markus, Stephen McFeely / Elenco: Mark Wahlberg, Dwayne Johnson, Anthony Mackie, Ed Harris / Sinopse: Um grupo de fisiculturistas de Miami resolve subir na vida a todo custo. Após sequestrar um empresário bem sucedido eles começam a cometer uma série de crimes sem fim. Apenas um detetive obstinado poderá deter a gangue de criminosos.

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de agosto de 2013

O Fugitivo

O Dr. Richard Kimble (Harrison Ford) é um respeitado cirurgião que se vê envolvido numa trama diabólica. Ele é acusado injustamente de ter assassinado a própria esposa. Para piorar várias evidências apontam para sua participação no crime. Como ninguém acredita em sua versão não resta outra alternativa para o médico senão escapar da prisão, se tornando assim um fugitivo que ao mesmo tempo em que tenta fugir das garras da lei procura pelo verdadeiro autor da morte de sua mulher. Temos aqui uma adaptação de uma famosa série americana que bateu todos os recordes de audiência em sua exibição original na TV CBS naquele país. Nos episódios televisivos o personagem do Dr. Kimble era interpretado pelo ator David Janssen que fez fama e fortuna com o papel. Exibida em quatro temporadas, que durou de 1963 a 1967, "O Fugitivo" parou os Estados Unidos em seu episódio final quando finalmente os telespectadores ficaram finalmente conhecendo a identidade do verdadeiro criminoso.

Já essa adaptação para o cinema da antiga série cumpre seus objetivos. Embora fosse extremamente complicado adaptar uma estória que durou tantos episódios na TV o resultado final se mostrou bem satisfatório. O diretor do filme, Andrew Davis, optou por valorizar mais a ação do que propriamente os dramas pessoais dos personagens (que era o forte da série). O resultado é um filme ágil, movimentado e bem articulado. Outro ponto alto é o trabalho de Tommy Lee Jones, fazendo o tipo durão e obstinado, estilo de interpretação que iria sedimentar seu caminho para o sucesso anos depois. Já Harrison Ford segue em frente em uma das melhores fases de sua carreira quando conseguiu emplacar vários sucessos de bilheteria em sequência. Enfim, não resta dúvida que "O Fugitivo" é um ótimo entretenimento, com o melhor do cinema de ação do cinema americano da década de 90.

O Fugitivo (The Fugitive, Estados Unidos, 1993) Direção: Andrew Davis / Roteiro: Jeb Stuart, David Twohy / Elenco: Harrison Ford, Tommy Lee Jones, Sela Ward, Julianne Moore / Sinopse: Adaptação para o cinema da famosa série de TV da década de 60, "O Fugitivo". Aqui Harrison Ford interpreta o personagem Dr. Richard Kimble (Harrison Ford), um respeitado cirurgião que é acusado injustamente de matar sua própria esposa.

Pablo Aluísio.