sexta-feira, 2 de junho de 2023

O Urso do Pó Branco

O Urso do Pó Branco
Um traficante de drogas joga uma carga de cocaína enquanto sobrevoava uma floresta. Embalada em pequenos pacotes, a cocaína acaba sendo devorada por um urso preto selvagem. Enlouquecido pela droga, ele passa então a atacar de forma violenta pessoas desavisadas que passam pelo seu território. Pois é, a premissa que parece absurda na realidade se baseia em um fato real que aconteceu nos Estados Unidos na década de 1980. O roteiro desse filme então mescla situações reais desse inusitado evento com personagens de mera ficção para obviamente criar um vínculo emocional (mínimo que seja) entre o espectador e os diversos personagens que vão acabar sendo devorados pelo urso chapado de cocaína. 

O filme foi malhado pela crítica em seu lançamento. Chegou inclusive a ser lançado nos cinemas brasileiros recentemente. Eu pessoalmente não me aborreci com o filme e nem tampouco fiquei chateado por tê-lo visto. Penso que é um filme OK. Nada memorável, daqueles que se pode assistir uma vez, sem maiores problemas. É um filme curto que vai direto ao ponto e isso é um aspecto positivo. É um filme de urso assassino matando por estar doidão de cocaína. Simples assim. Há uma tentativa também de se colocar um pouco de humor na fita, algo que definitivamente não combina muito bem com as cenas de muita violência. Ainda assim, tudo bem, não me cansou e nem me aborreceu. Foi também um dos últimos filmes do ator Ray Liotta. Os produtores colocaram uma pequena mensagem em honra à sua memória. Não foi, claro, a melhor das despedidas, mas está valendo. O filme no final das contas cumpre o que promete. 

O Urso do Pó Branco (Cocaine Bear, Estados Unidos, 2023) Direção: Elizabeth Banks / Roteiro: Jimmy Warden / Elenco: Keri Russell, Ray Liotta, Alden Ehrenreich, O'Shea Jackson Jr / Sinopse: Um urso fica enlouquecido após comer e cheirar pacotes cheios de cocaína que foram jogadas na reserva natural onde vive nos Estados Unidos. História baseada em fatos reais. 

Pablo Aluísio.

O Barbeiro de Londres

Título no Brasil: O Barbeiro de Londres
Título Original: The Tale of Sweeney Todd
Ano de Lançamento: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Emc2 Films
Direção: John Schlesinger
Roteiro: Peter Shaw
Elenco: Ben Kingsley, Campbell Scott, Joanna Lumley

Sinopse:
O conto fictício do barbeiro assassino do século XIX (Sir Ben Kinglsey) que vendeu suas carnes para um açougueiro vizinho (Joanna Lumley) por suas famosas tortas de carne. Uma jovem inocente (Selina Boyack) e o inspetor arrojado (Campbell Scott) que tenta resolver os assassinatos também são jogados na mistura.

Comentários:
Assisti a esse filme há muito tempo em um canal a cabo. Não é grande coisa, mas conta bem sua história para quem não a conhece. Importante relembrar que essa mesma história virou tema de um estranho musical dirigido pelo cineasta Tim Burton, aquele mesmo com Johnny Depp que você em algum momento da vida assistiu ou pelo menos ouviu falar. Curiosamente houve um caso no Brasil bem parecido na cidade de Porto Alegre há alguns séculos. Essa coisa de matar pessoas para fazer picadinho delas em cardápios de iguarias pelo visto não é uma completa novidade.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 1 de junho de 2023

Enfermeira

Enfermeira
Não faz muito tempo eu assisti um filme chamado "O Enfermeiro da Noite" com história muito semelhante ao dessa minissérie. E o mais assustador de tudo é saber que ambos foram baseados em histórias reais! Aqui temos uma jovem enfermeira que vai trabalhar em um hospital localizado numa cidade da Dinamarca. As coisas começam bem no novo local de trabalho. As demais colegas são amistosas e ela se torna muito próxima de uma enfermeira que tem a sua idade. Se tornam tão amigas que passam a ser apelidadas de a "Dupla Perfeita". Só que o paraíso dura pouco. A novata começa a perceber coisas estranhas. Sua colega parece ser viciada em adrenalina e seus plantões são hiper agitados. Ao que consta o número de mortes é bem superior a média de outros plantões. Tem coisa errada acontecendo nesses plantões. 

Aos poucos ela vai descobrindo que a amiga de jaleco na verdade está dando injeções letais nos pacientes em seu turno. Imagine que situação delicada. A pessoa já está vulnerável por estar hospitalizada e ainda se torna vítima de pessoas que deveriam zelar por sua saúde. Na boa, depois daquele filme e dessa minissérie passei a ficar mais atento aos enfermeiros. Psicopatas trabalhando de enfermeiros parece ser um novo filão! Brincadeiras à parte, é uma boa minissérie da Netflix. É curta, com apenas 4 episódios e conta de forma eficaz sua história. Assim deixo a devida recomendação. 

Enfermeira (The Nurse, Dinamarca, 2023) Direção: Kasper Barfoed / Roteiro: Kasper Barfoed / Elenco: Josephine Park, Peter Zandersen, Fanny Louise Bernth / Sinopse: Baseada em fatos reais esse minissérie dinamarquesa conta a história real de uma enfermeira com toques de psicopatia que matava os pacientes de seu plantão em busca de fortes emoções e autopromoção dos demais profissionais de seu setor. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 31 de maio de 2023

Elvis Presley - For LP Fans Only - Parte 3

O rock "Shake, Rattle and Roll" se notabilizou e fez sucesso na voz de Bill Haley e seus Cometas. Ele foi uma espécie de pai cinquentão do Rock em seu surgimento, pois quando começou a fazer sucesso já tinha passado da idade de ser considerado um rockstar, tal como Elvis. Isso porém não o impediu de fazer muito sucesso, principalmente com seu clássico absoluto "Rock Around The Clock", considerado o primeiro grande sucesso de Rock´n´Roll nos Estados Unidos.

Elvis gravou pouco do material inesquecível e marcante de Bill Halley, mas o admirava bastante, tendo inclusive se encontrado pessoalmente com ele. É famosa a foto de Elvis, já devidamente fardado para o exército, ao lado de Halley. De qualquer maneira essa versão de Elvis não faria muito sucesso em sua voz pois seu potencial comercial já tinha se esgotado com o lançamento do single de Bill Haley.

A baladinha country "I'm Left, You're Right, She's Gone" foi gravada por Elvis Presley na Sun Records na data de 5 de março de 1955. É interessante notar que quando a Sun vendeu o passe de Elvis para a RCA Victor havia uma cláusula nesse contrato que dava para a nova gravadora direito a toda e qualquer gravação feita por Elvis no estúdio de Sam Phillips. Era o que se costumava chamar na época de "cláusula universal de direitos autorais".

Isso se referia a tudo, desde uma música completa gravada por Elvis na Sun, até pequenos takes, ensaios, restos de gravação, qualquer coisa, qualquer registro em áudio. E quando Elvis foi para a RCA também foram os tapes que ele havia gravado em Memphis. Alguns deles perfeitos e bem gravados, que não foram negligenciados pela gravadora de Nova Iorque. Assim essa música não deixou também de ter seu espaço nesse álbum com o selo da multinacional. E esse country foi até bem comercializado pela gravadora pois disquinhos de jukebox foram enviados para a região sul, principalmente ali perto do Arkansas, onde acabou fazendo bastante sucesso.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 30 de maio de 2023

Godless

Godless
Quer uma boa dica de faroeste na Netflix? Eu indico essa minissérie chamada Godless. A história se passa em uma pequena cidade do velho oeste. É uma região de mineração e quando ocorre um grave acidente dentro dessa mina praticamente todos os homens morrem. Ficam apenas as mulheres, os idosos e as crianças. Uma situação delicada, ainda mais sabendo-se que uma quadrilha de bandoleiros liderados pelo assassino e "pastor" Frank Griffin (Jeff Daniels) está chegando na região em busca de vingança. Acontece que um dos bandidos de seu grupo fugiu com o dinheiro de um roubo a banco e ele se escondeu exatamente nessa região. Coloque na galeria de bons personagens também um xerife que está ficando cego e uma jovem viúva disposta a defender seu rancho de todas as formas. 

Western dos bons, com bom roteiro que valoriza cada personagem, dando espaço a cada um deles. Foi particularmente gratificante ver também um bom ator como Jeff Daniels voltando a fazer algo relevante. E ele está ótimo no papel desse bandido com inspirações religiosas. Uma bíblia e um colt ao lado, velho tema explorado nos antigos filmes de faroeste. Também vale salientar a boa presença da atriz Michelle Dockery que interpreta uma das personagens centrais, uma bela mulher, mas firme e forte que defende seu rancho de criação de cavalos. Quem está acostumado a vê-la na popular série inglesa Downton Abbey vai ter uma surpresa. A beleza feminina não significa fraqueza, muito pelo contrário. Enfim, gostei muito. Espero que a Netflix produza mais material nessa linha. Os assinantes agradecem. 

Godless (Estados Unidos, 2017) Direção: Scott Frank / Roteiro: Scott Frank / Elenco: Jeff Daniels, Michelle Dockery, Jack O'Connell, Merritt Wever, Thomas Brodie-Sangster / Sinopse: Uma quadrilha de bandoleiros liderados pelo procurado assassino Frank Griffin (Jeff Daniels) parte em direção a uma pequena cidade do velho oeste habitada apenas por mulheres, idosos e crianças. Ele quer vingança contra um de seus comparsas que fugiu levando todo o dinheiro de um roubo a banco. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 29 de maio de 2023

Um Rei em Nova York

Um Rei em Nova York
Chaplin tinha planos de filmar uma fábula que havia escrito na Suíça onde morou em seus anos finais. Era a estorinha de uma adolescente que um dia acordava com asas. O projeto não foi em frente porque era uma produção complicada, com muitos efeitos especiais e só poderia ser produzida em Hollywood. Como ele também não queria voltar aos Estados Unidos resolveu filmar esse outro roteiro que havia escrito, uma comédia em tom de sátira sobre um monarca de um pequeno país da Europa que ia até Nova Iorque passar férias e acabava se tornando uma espécie de celebridade televisiva. Não demorava muito e acabava sendo acusado de ser um comunista infiltrado na América por direitistas fanáticos da extrema direita norte-americana. 

Chaplin aproveitava essa história ficcional para disparar algumas farpas contra a direita americana, uma vez que ele próprio havia sido acusado de ser um comunista antes de fazer as malas e ir embora definitivamente dos Estados Unidos. É um filme interessante, o último em que Chaplin realmente trabalhou com afinco como ator. Ele porém não gostou muito do produto final. Era um perfeccionista por excelência e nunca chegou a ficar contente com o corte final do filme. Sem a estrutura de Hollywood, o veterano artista se viu fazendo concessões em termos de produção que ele jamais faria em seus tempos de glória no cinema. Ainda assim considero um bom filme. Um retrato dos anos finais de Chaplin, quando ele já estava praticamente aposentado. De fato podemos considerar esse seu último filme verdadeiro atuando como ator, aparecendo em praticamente todas as cenas. Foi uma despedida digna do ator Chaplin, não há como negar. 

Um Rei em Nova York (A King in New York, Reino Unido, 1957) Direção: Charles Chaplin / Roteiro: Charles Chaplin / Elenco: Charles Chaplin, Maxine Audley, Jerry Desmonde, Oliver Johnston, Dawn Addams / Sinopse: O filme "A King in New York" cconta a história de um monarca de uma pequenino país do leste europeu que vai a Nova Iorque de férias e acaba se envolvendo em diversas confusões, tanto do ponto de vista pessoal como também político. Filme premiado pelo Cahiers du Cinéma.

Pablo Aluísio.

domingo, 28 de maio de 2023

O Milagre

O Milagre
Esse filme conta a história de uma menina que passa a ser considerada santa em um pequeno vilarejo da Irlanda durante o século XVIII. Os moradores passam a pensar assim depois que ficam sabendo que ela não se alimenta mais, vivendo apenas da fé em Deus. Uma enfermeira inglesa então é enviada para observar e analisar o caso. Provavelmente aqueles velhos homens do conselho da vila queriam algum tipo de aprovação da ciência sobre o que estaria acontecendo, mas a realidade é que assim que a enfermeira passa a ter suas conclusões, começa a sofrer forte pressão desses mesmos homens. Só vale se ela confirmar as crenças deles. Qualquer conclusão diferente iria realmente causar problemas para ela.

Gostei muito do filme. O tema é por demais interessante, lidando com fanatismo religioso e a verdadeira face de certas pessoas que se dizem cristãs. Cuidado com gente que vive colocando sua religião na cara dos outros, na maioria das vezes se trata de pessoas sórdidas. E é justamente o que vemos nesse filme. Os tais membros do conselho no fundo não querem a verdade dos fatos. Eles querem apenas a comprovação de suas crentices mais aburdas. E qualquer coisa que vá contra isso será combatido. São hipócritas! E não importa se a menina vai ou não morrer de fome, eles no fundo não ligam para ela, mas apenas para seus fanatismos. Nesse aspecto o filme realmente se supera, abrindo margem para muitas reflexões pessoais sobre as armadilhas (algumas delas fatais) colocadas dentro do pensamento religioso fanatizado. 

O Milagre (The Wonder, Reino Unido, Estados Unidos, 2022) Direção: Sebastián Lelio / Roteiro: Sebastián Lelio / Elenco: Florence Pugh, Tom Burke, Kíla Lord Cassidy / Sinopse: Uma menina passa a ser vista como santa em uma vila irlandesa após passar 11 dias sem comer nada. Uma comissão da vila contrata uma enfermeira para observar tudo, mas as coisas não saem exatamente como eles queriam. 

Pablo Aluísio.

sábado, 27 de maio de 2023

65: Ameaça Pré-Histórica

65: Ameaça Pré-Histórica
A premissa desse filme é inegavelmente muito boa. Uma nave espacial vinda de um planeta distante cai no planeta Terra após ser atingida por pedaços de um grande asteroide. Isso foi há 65 milhões de anos! Nessa era primitiva não existia nem sequer a humanidade habitando nosso planeta. O mundo era dominado por grandes dinossauros. Da tripulação da nave acidentada só sobrevive o piloto e uma jovem garota. E agora nesse mundo de monstros devoradores gigantes eles precisam acima de tudo sobreviver e encontrar uma nave pequena que foi parar no alto de uma colina após o acidente, que poderá tira-los da Terra. Bom enredo Sci-fi não é mesmo? Só que o que começa bem vai ficando banal e acaba em um final clichê que, particularmente em meu caso, soou muito decepcionante. 

Pense bem. Temos um homem e uma mulher chegando no planeta Terra há 65 milhões de anos. Não existe a humanidade. O que você pensaria de um enredo desses? Ora, no meu caso pensei que esse casal iria se tornar a origem da vida humana na Terra. Uma espécie de fonte primordial de nossa espécia por aqui, um Adão e Eva vindos do espaço. Eram os deuses astronautas? Seria uma boa sacada, um lance muito bem orquestrado nessa fantasia de ficção. Mas o que acontece no final do filme? Os roteiristas perdem uma grande chance de escrever um final arrebatador para tudo. Surge um final onde impera a banalidade e a previsibilidade no desfecho da história. Esqueceram de que todo grande filme de ficção apresenta igualmente um grande final. Basta lembrar, só para citar um exemplo, do final de "O Planeta dos Macacos". Esqueça! Talvez isso seja demais para roteiristas do mundo atual. 

65: Ameaça Pré-Histórica (65, Estados Unidos, 2023) Direção: Scott Beck, Bryan Woods / Roteiro: Scott Beck, Bryan Woods / Elenco: Adam Driver, Ariana Greenblatt, Chloe Coleman / Sinopse: A história do filme se passa 65 milhões de anos no passado. Uma nave vinda de um planeta distante cai no primitivo planeta Terra, um mundo dominado por dinossauros. Da tripulação só sobrevive o piloto e uma jovem garota que agora tentarão sobreviver nesse mundo selvagem e pré-histórico. 

Pablo Aluísio.