quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Sibéria

Título no Brasil: Sibéria
Título Original: Siberia
Ano de Produção: 2019
País: Alemanha, Itália, Rússia
Estúdio: Vivo Film, Rai Cinema
Direção: Abel Ferrara
Roteiro: Abel Ferrara, Christ Zois
Elenco: Willem Dafoe, Dounia Sichov, Simon McBurney, Cristina Chiriac, Daniel Giménez Cacho, Anna Ferrara

Sinopse:
Nesse filme o ator Willem Dafoe interpreta um homem que é dono de uma estalagem no alto de uma montanha gelada na Sibéria. O lugar, distante e inóspito, serve de abrigo para viajantes e moradores da região que estejam em busca de Vodka e café quente. Um dia ele resolve sair com seu trenó puxado por cães da raça Husky siberiano para tentar encontrar a si mesmo no alto das montanhas.

Comentários:
Esse filme já foi definido como "Uma exploração da linguagem dos sonhos". Então não espere por uma narrativa linear ou dentro dos padrões. Nada disso. O filme tem um começo e final até convencionais, mas são apenas pontas que ligam uma sucessão de cenas que na maioria das vezes não possuem qualquer ligação racional entre si. Quando o personagem Clint (interpretado pelo sempre bom Willem Dafoe) sobe a montanha para ficar sozinho, imerso em seus próprios pensamentos e sonhos, o filme dá uma guinada rumo ao absurdo. Assim surge uma série de cenas desconexas, ora mostrando o personagem no meio de um deserto, chegando numa aldeia de Tuaregs nômades, ora procurando por um mestre de artes ocultas, até mesmo dançando alegremente ao som de um velho vinil tocando "Runaway" de Del Shannon. O que liga essas cenas ao resto do filme? Basicamente nada. São apenas momentos de imersão no mundo dos sonhos ou dos delírios do protagonista. Dessa forma acredito que poucos vão realmente gostar desse estranho filme.

Pablo Aluísio.

Destino Insólito

Título no Brasil: Destino Insólito
Título Original: Swept Away
Ano de Produção: 2002
País: Inglaterra, Itália
Estúdio: Screen Gems, SKA Films
Direção: Guy Ritchie
Roteiro: Guy Ritchie
Elenco: Madonna, Adriano Giannini, Bruce Greenwood, Michael Beattie, Jeanne Tripplehorn, David Thornton

Sinopse:
Amber (Madonna) é uma mulher americana de 40 anos, rica e fútil, que parte em férias com o marido para a Grécia e Itália. O casamento vai mal. Ela não gosta mais do marido e nem ele tem pretensões maiores de recuperar um relacionamento falido. E nesse velho mundo europeu ela acaba se apaixonando por outro homem.

Comentários:
Madonna estava apaixonada pelo diretor Guy Ritchie quando aceitou fazer esse filme bem ruim. Era para ser uma comédia romântica onde uma mulher mais velha se apaixonava por um italiano bonitão bem mais jovem do que ela quando os dois iam parar em uma ilha deserta. Que roteiro fraco. A paixão da personagem de Madonna, um marinheiro chamado Giuseppe, foi interpretado pelo ator Adriano Giannini. No meio de tanta bobagem e ideias requintadas (o roteiro não tem a menor vergonha de roubar ideias de "A Lagoa Azul"), pouca coisa se salva. O filme foi outra tentativa frustrada de Madonna em se transformar numa estrela de cinema. Entretanto trouxe uma mudança significativa em sua vida pessoal. Ela se apaixonou pela Europa e decidiu que nunca mais iria morar de novo nos Estados Unidos. Assim ela passou longos anos morando na Inglaterra e hoje em dia mora em Portugal, país que diz amar e que decidiu fincar raízes, criando seus filhos por lá. Pois é, o clima europeu pegou a popstar de jeito. Ela nem pensa mais em voltar aos Estados Unidos.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Uma Nova Chance

Título no Brasil: Uma Nova Chance
Título Original: Second Act
Ano de Produção: 2018
País: Estados Unidos
Estúdio: STX Entertainment
Direção: Peter Segal
Roteiro: Justin Zackham, Elaine Goldsmith-Thomas
Elenco: Jennifer Lopez, Vanessa Hudgens, Leah Remini, Treat Williams, Milo Ventimiglia, Annaleigh Ashford

Sinopse:
Por mais que se esforce, Maya (Jennifer Lopez) não consegue uma promoção no supermercado onde trabalha porque não tem um diploma de curso universitário. Insatisfeita, ela consegue emprego no ramo de cosméticos e começa uma nova fase em sua vida. O problema é que em seu currículo há mentiras cabulosas. O filho de sua amiga que fez o currrículo para ela mentiu, dizendo que ela era formada em Harvard. O que era uma tremenda marmelada.

Comentários:
Jennifer Lopez interpreta essa mulher empoderada que deseja subir na vida profissional. Só que como ela vai subir na vida se nunca foi para a universidade? O erro do roteiro é tentar varrer para debaixo do tapete o fato dela conseguir um belo emprego numa empresa de cosméticos porque foi entregue um currículo falso, afirmando que ela seria formada em Harvard, etc. E lá pelos 50 minutos de filme há um plot twist estranho quando ela descobre onde foi parar sua filha que ela não vê há décadas. Mãe solteira, resolveu dar a filha para adoção no passado, pois não tinha como sustentar ela. E anos depois a garota a reencontra no lugar mais inusitado que se podia esperar, a própria empresa onde a personagem de Lopez começa a trabalhar. Forçado demais? Claro que sim! O filme tem esses toques de novela mexicana mesmo. De positivo, por outro lado, temos o fato de que a Jennifer Lopez deixou o ego um pouquinho de lado para se assumir como uma mulher de mais de 40 anos de idade na tela, mas claro, sem deixar de lado os cabelões armados e os vestidos provocantes, afinal de contas ela sempre vai encarnar, de uma forma ou outra, essa imagem de sexy symbol latina.

Pablo Aluísio.

Um Amor Verdadeiro

Título no Brasil: Um Amor Verdadeiro
Título Original: One True Thing
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Carl Franklin
Roteiro: Karen Croner
Elenco: Meryl Streep, Renée Zellweger, William Hurt, Tom Everett Scott, Lauren Graham, Nicky Katt

Sinopse:
Baseado na novela escrita por Anna Quindlen, o filme "Um Amor Verdadeiro" conta a história da jornalista Ellen Gulden (Renée Zellweger), uma mulher bem sucedida na carreira que precisa retornar à velha casa dos pais porque sua mãe Kate (Meryl Streep) está morrendo de um câncer agressivo que lhe dará poucas semanas de vida. Filme indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro na categoria de melhor atriz (Meryl Streep).

Comentários:
Excelente drama que tem um elenco excepcionalmente bom. Tudo gira em torno de uma família que precisa passar seu passado a limpo por causa da mãe que está partindo. Ela foi diagnosticada com um câncer maligno. Esse papel da matriarca que se vai foi interpretada pela excelente e oscarizada Meryl Streep. Ela está graciosa e insuperável nesse personagem complicado, que apenas grandes atrizes teriam coragem de interpretar. Renée Zellweger é a filha que vê seu chão desaparecer da noite para o dia. Ele sempre teve problemas de relacionamento com sua mãe e agora precisa endireitar tudo, no pouco tempo de vida que resta dela. Um filme sensível, muito triste em diversos aspectos e ao mesmo assim grande cinema. Revendo deu saudades de um tempo em que o cinema americano investia bem mais nesses dramas edificantes da alma humana. São filmes que nos fazem crescer como seres humanos. Um espetáculo cinematográfico em todos os sentidos.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

O Espelho tem Duas Faces

Título no Brasil: O Espelho tem Duas Faces
Título Original: The Mirror Has Two Faces
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Barbra Streisand
Roteiro: André Cayatte, Gérard Oury
Elenco: Barbra Streisand, Jeff Bridges, Lauren Bacall, Pierce Brosnan, Mimi Rogers, George Segal

Sinopse:
Gregory Larkin (Jeff Bridges) é um professor universitário de matemática que tem uma vida sentimenal cheia de problemas. Rose Morgan (Barbra Streisand) também é uma professora universitária, mas da area de psicologia. Quando os dois se conhecem algo acontece. Mas quem disse que esse seria um relacionamento fácil? Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor atriz coadjuvante (Lauren Bacall) e melhor música original ('ve Finally Found Someone).

Comentários:
Barbra Streisand dirigiu esse belo filme na década de 90 com a intenção de reviver os antigos clássicos românticos de Hollywood, so que com um viés mais moderno. Visualmente o filme realmente parece um daqueles dramas românticos estrelados por Rock Hudson, mas os problemas de relacionamentos explorados pelos personagens era algo bem familiar em 1996, quando o filme chegou aos cinemas. Quando revejo filmes elegantes, charmosos e sofisticados como esse, fico me perguntando o que aconteceu com a carreira de Barbra Streisand no cinema? Veja como ela tinha potencial para fazer ótimos filmes e depois de um tempo sua carreira cinematográfica simplesmente parou! Que grande pena! É algo a se lamentar. E perceba também como ela tinha prestígio nessa época, com cacife de contratar o próprio "James Bond" Pierce Brosnan para um papel secundário! E o que dizer de um dos mitos da Hollywood em seus tempos de ouro, a atriz Lauren Bacall? Todos contribuindo para um filme realmente saboroso de se assistir.

Pablo Aluísio.

Dirt

Título no Brasil: Dirt - Levantando Poeira
Título Original: Dirt
Ano de Produção: 2018
País: Estados Unidos
Estúdio: ESX Entertainment
Direção: Alex Ranarivelo
Roteiro: John Ducey
Elenco: Kevin Dillon, DeRon Horton, Christina Moore, Ntare Guma Mbaho Mwine, Dominic DeVore, Matthew Glave

Sinopse:
Dez Truss (DeRon Horton) é um jovem envolvido com roubos de carros que vê sua grande chance de mudar de vida ao ir trabalhar na equipe de automobilismo comandada por Rick Radden (Kevin Dillon). E para sua surpresa ele acaba sendo escalado como piloto na categoria Off-Road, uma das mais populares dos Estados Unidos.

Comentários:
O filme se chama "Dirt" que em português significa "sujeira". E nas corridas de carros mostrados no filme o que não falta é isso mesmo, muita sujeira. As competições são realizadas em pistas de terra, com muita lama e poeira para todos os lados. Os carros são turbinados justamente para levantar muita poeira nesses circuitos barulhentos. Apesar de ser um filme modesto em seu orçamento, o diretor Alex Ranarivelo realizou uma fita bem feita, com ótimas cenas de carros em alta velocidade e uma edição caprichada, algo que nunca pode faltar em filmes de corridas. O roteiro tem muitos clichês e poucas surpresas, mas nesse tipo de produção isso no final das contas nem tem muita importância. O ator Kevin Dillon é irmão de Matt Dillon, esse bem mais conhecido e famoso. São extremamente parecidos, até no jeito de falar, andar e interpretar seus personagens. Ele são de uma família de artistas de longa tradição. Para se ter uma ideia eles são sobrinhos netos de Alex Raymond, o criador de Flash Gordon. Então a arte realmente está no DNA dessa gente. Enfim, um bom filme, pouco conhecido, mas que vale a pena, principalmente para quem aprecia automobilismo em sua face mais radical.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Coração de Dragão

Título no Brasil: Coração de Dragão
Título Original: DragonHeart
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Rob Cohen
Roteiro: Patrick Read Johnson, Charles Edward Pogue
Elenco: Dennis Quaid, Sean Connery, Dina Meyer, Pete Postlethwaite, Jason Isaacs, Brian Thompson

Sinopse:
Em uma era de fantasia e dragões, um corajoso cavaleiro medieval chamado Bowen (Dennis Quaid) decide matar todos os dragões de seu reino. Ele acredita que esses seres são responsáveis pelo coração cruel do tirano de sua nação. Ao conhecer o dragão Draco (Sean Connery) que lhe contará toda a verdade, ele finalmente passa a entender o que realmente está acontecendo. 

Comentários:
Só nos anos 90 se tornou possível a realização de um filme como esse. A tecnologia digital deu saltos impensáveis no passado e assim se tornou crível a transposição de um personagem inteiramente feito por computação gráfica para as telas de cinema. Esse foi o dragão Draco que foi dublado pelo grande Sean Connery. Não por acaso o filme acabou sendo indicado ao Oscar na categoria de melhores efeitos especiais (sob o comando do especialista Scott Squires e sua equipe). Realmente, tecnicamente falando, o filme foi um marco nesse quesito. Em termos gerais também é uma bela fábula juvenil. Provavelmente eu não tenha curtido tanto quanto deveria pois mesmo na época de seu lançamento original eu já tinha passado da faixa etária certa para esse filme, que é especialmente indicado para a garotada ali na faixa dos 12 a 14 anos de idade. Mesmo assim o filme tem um belo visual, design de produção muito bem produzida e boas cenas de ação. Além, é claro, do Sean Connery que mesmo participando apenas com sua voz dá um baile de interpretação no restante do elenco. Sucesso de bilheteria (mais de 160 milhões arrecadados nos cinemas), o filme teve sequências, nenhuma delas digna de nota. Foram filmes lançados diretamente no mercado de vídeo VHS, sem a presença de Sean Connery. Mesmo assim fica a indicação caso o espectador queira ir além desse bom filme de fantasia, espadas e aventuras.

Pablo Aluísio.

Evita

Título no Brasil: Evita
Título Original: Evita
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Hollywood Pictures, Cinergi Pictures
Direção: Alan Parker
Roteiro: Tim Rice, Alan Parker
Elenco: Madonna, Jonathan Pryce, Antonio Banderas, Jimmy Nail, Laura Pallas, María Luján Hidalgo

Sinopse:
O filme é uma adaptação para o cinema do musical de sucesso baseado na vida de Eva Perón. Evita Duarte era uma atriz argentina de cinema B que acabou se casando com o presidente argentino Juan Domingo Perón, se tornando nesse processo a mulher mais amada e odiada da Argentina. Filme vencedor do Oscar na categoria de melhor música original ("You Must Love Me" de autoria da dupla Andrew Lloyd Webber e Tim Rice).

Comentários:
Para muitos críticos de cinema esse foi o melhor momento da cantora Madonna na sétima arte. O filme é um musical com linguagem mais tradicional, com a grande maioria das cenas cantadas, o que proporcionou para a cantora ter um momento bem ao estilo Broadway em sua carreira no cinema. O diretor Alan Parker inclusive sempre foi um dos cineastas mais talentosos de sua geração. Pessoalmente sempre foi um dos meus diretores de cinema preferidos. Ele conseguiu arrancar da Madonna, sempre criticada por ser uma "atriz amadora", uma interpretação bem convincente. Parker se esforçou bastante nesse sentido. Valeu a pena toda a paciência no set de filmagens. Além da boa produção, com figurinos e reconstituição de época bem perfeita, o filme ainda contou com a promoção da própria música de Madonna. A canção "Don't Cry for Me Argentina" se tornou um hit mundial, fazendo bonito nas paradas de sucesso, ajudando na divulgação do filme como um todo. Eu pessoalmente achei um filme muito bonito visualmente de se ver, embora deva confessar que o excesso de números musicais também pode soar um pouco cansativo para o público comum. De qualquer forma é uma daquelas obras cinematográficas que conseguem ser bem maiores inclusive do que as personalidades que retratam. Nesse aspecto Evita Peron nunca foi tão bem louvada como aqui. Algo bem longe até de sua verdadeira história real.

Pablo Aluísio.