terça-feira, 24 de janeiro de 2017

O Demonologista

Aqui vai uma dica de livro para os leitores do blog. Se trata de "O Demonologista" do escritor Andrew Pyper. Do que trata o enredo? Basicamente é uma longa narração em primeira pessoa do personagem David Ullman. Ele é um professor universitário especializado em mitologia e religião. Durante toda a sua carreira ele lançou trabalhos acadêmicos cujo objeto de estudo era justamente a mitologia envolvendo demônios e forças do mal. Certo dia ele é procurado por uma mulher misteriosa que lhe faz um convite para ir até Veneza, na Itália.

Nada fica muito claro sobre o tipo de serviço que ele fará por lá, porém como sua vida pessoal não anda nada bem (sua mulher está apaixonada por outro homem e quer o divórcio) ele resolve fazer a viagem ao lado de sua pequena filha de nove anos. Uma garota inteligente e muito parecida com ele, com o mesmo modo de ser e agir. Uma vez em Veneza o professor é convidado a ir até uma casa no subúrbio da cidade. Lá um homem misterioso o leva até um quarto nos fundos onde ele é finalmente confrontado por um sujeito acorrentado, preso a uma cadeira, supostamente possuído por um demônio secular. Pyper é um cético, um ateu convicto e por essa razão pensa estar na presença apenas de um pessoa com sérios problemas mentais, o que ele nem desconfia é que a partir daí sua vida vai literalmente virar pelo avesso.

É um livro até curto, com meras 200 páginas, que procura seguir os passos de outros livros famosos como, por exemplo, "O Código Da Vinci". O próprio personagem principal, um especialista em religião e cultura antiga já revela esse aspecto da obra. Além disso o autor não está muito preocupado em ir a fundo na questão, mas apenas em divertir (e se possível também assustar) seu leitor. A prosa por essa razão passa longe de ser rica ou rebuscada, optando por uma linguagem comum, cotidiana. De vez em quando surgem alguma citação mais profunda, mas o livro nunca deixa o superficial. Provavelmente seja levado em breve para as telas, embora particularmente acredite que não haja nada demais em suas páginas. Para quem curte literatura de horror pode até funcionar. Para quem deseja algo mais substancial certamente vai ser um pouco decepcionante.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Dominação - Curiosidades

10 Curiosidades Sobre o Filme Dominação:

1. O filme retoma o tema do exorcismo, tal como celebrado na história do cinema desde o clássico "O Exorcista". A produção está em cartaz em todo o Brasil.

2. No enredo temos um protagonista com poderes especiais. Ele é um exorcista que consegue entrar na mente das pessoas que estão possuídas por demônios. Isso lhe dá uma grande capacidade de luta contra essas possessões satânicas.

3. Seu poder porém é desafiado quando encontra um garoto que também tem os mesmos dons que o exorcista, dando origem a uma verdadeira batalha pela almas sofredoras dos que estão sob controle de Satanás.

4. O filme teve produção complicada. As filmagens foram finalizadas em 2013, mas o estúdio encontrou diversos problemas na pró-produção. Só em 2016 o filme conseguiu finalmente chegar nas telas de cinema.

5. O ator Aaron Eckhart procurou fazer uma extensa pesquisa para o filme. Seu laboratório consistiu em conhecer pessoas que lidam com o tema exorcismo na vida real. Ele se consultou com padres exorcistas autorizados pelo Vaticano para fazer o ritual secular de expulsão de demônios do corpo de fiéis..

6. Segundo o diretor Brad Peyton o ator Eckhart teria inclusive participado de um ritual de exorcismo real realizado em Nova Iorque, informação não confirmada oficialmente nem pela Igreja Católica e nem pelo estúdio.

7. O filme teve um orçamento modesto, meros cinco milhões de dólares. Isso ajudou a gerar lucro rapidamente, sendo que a produção já recuperou seus custos nas bilheterias. Vários estúdios cinematográficos estão se especializando em produzir filmes de terror a baixo custo. O retorno tem sido quase sempre certo.

8. Esse é o terceiro filme lançado em larga escala do diretor Brad Peyton e também seu primeiro terror a chegar no circuito comercial. Antes ele havia dirigido o filme de aventura ao estilo juvenil "A Viagem 2: A Ilha Misteriosa" e o filme de cinema catástrofe "Terremoto: A Falha de San Andreas".

9. Em termos de crítica "Dominação" tem sido recebido com reservas, mas o saldo acabou sendo mais positivo do que era esperado.

10. O roteirista Ronnie Christensen jamais havia escrito um roteiro de terror. Sobre isso ele disse: "As pessoas hoje em dia andam bem céticas sobre assuntos espirituais, como rituais de exorcismo, etc. Acredito que há um mistério envolvendo essas coisas que fogem da racionalidade e compreensão dos seres humanos. É certo que existe algo a mais, basta procurar."

Pablo Aluísio.

domingo, 22 de janeiro de 2017

Sozinho em Berlim

Título no Brasil: Sozinho em Berlim
Título Original: Alone in Berlin
Ano de Produção: 2016
País: Inglaterra, França, Alemanha
Estúdio: IFC Films
Direção: Vincent Perez
Roteiro: Achim von Borries, Vincent Perez
Elenco: Emma Thompson, Daniel Brühl, Brendan Gleeson, Mikael Persbrandt
  
Sinopse:
Baseado numa história real o filme conta o que aconteceu com o casal alemão Quangel em Berlim durante a II Guerra Mundial. No campo de batalha morre o único filho de     
Otto (Brendan Gleeson) e Anna Quangel (Emma Thompson). Eles ficam devastados quando recebem a notícia. E o mais doloroso de tudo é saber que o jovem morreu por causa de uma ideologia mentirosa e falsa, que estava enganando todo o povo da Alemanha. Como eles poderiam resistir ao Nazismo naquele momento tão conturbado? Eles resolvem então espalhar por toda a cidade cartões com mensagens contra o regime. Uma oposição feita nas sombras e com coragem.

Comentários:
Esse filme foi indicado ao Urso de Ouro no último Berlin International Film Festival. É uma história muito interessante, mas pouco conhecida, de um casal que procurou resistir ao Nazismo dentro da própria Alemanha, diante de um dos regimes mais duros e opressivos que já se conheceu. Após o filho morrer servindo ao III Reich, marido e esposa resolvem distribuir cartões de oposição ao Nazismo pelas ruas, prédios e casas. Tudo feito de maneira sutil e nas sombras. Não havia imprensa livre e era impossível criticar os absurdos do regime de Hitler. Qualquer manifestação contrária ao seu regime era considerado um crime de alta traição punido com a morte. Assim Otto e sua mulher Anna fazem o que era possível diante daquele sistema. Eles escrevem pequenos cartões com mensagens contra Hitler e o Nazismo. Depois os distribuíam em lugares públicos, sem que ninguém os vissem. Os cartões obviamente logo chegaram nas mãos das autoridades e assim começa imediatamente uma verdadeira caça aos subversivos ao pensamento nazista. O filme se desenrola durante esse período. Otto, um trabalhador comum, um homem do povo, lutando com as armas que tinha em mãos contra a dominação brutal de Hitler e seus seguidores.

Essa história tem nuances bem importantes, que mostra nitidamente a importância de certos valores democráticos como a livre imprensa, o direito de opinião e a necessária existência de uma oposição política. Nada disso existia durante o regime nazista alemão, demonstrando o quanto pode ser desastroso um sistema onde não existem barreiras democráticas para barrar os abusos e ilegalidades dos que estão no poder. Outro aspecto interessante é desvendar como mesmo dentro das entranhas do poder nazista havia arbitrariedades, como no caso mostrado no filme de um investigador policial inteligente e profissional que era completamente subjugado pelos violentos membros da famigerada SS. A estupidez se impondo pela força contra a inteligência e a racionalidade dedutiva do trabalho de investigação. Outro ponto importante desse filme é demonstrar que havia sim um pensamento de oposição dentro da própria sociedade alemã, mesmo que ele fosse violentamente suprimido pela truculência nazista. Em suma, um bom filme que resgata mais uma história de coragem durante a Guerra. Uma história aliás que deveria ser bem mais conhecida nos dias de hoje.

Pablo Aluísio.

sábado, 21 de janeiro de 2017

Segredos de um Crime

Título no Brasil: Segredos de um Crime
Título Original: Shadow of Doubt
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Largo Entertainment
Direção: Randal Kleiser
Roteiro: Myra Byanka, Raymond De Felitta
Elenco: Melanie Griffith, Tom Berenger, Craig Sheffer, James Morrison
  
Sinopse:
Após a morte brutal da filha de um bem sucedido homem de negócios, o rapper Bobby Medina é preso, acusado do crime. Com um histórico de envolvimento com drogas e violência ele se torna o principal suspeito do assassinato. A advogada Kitt Devereux (Melanie Griffith) é então enviada para atuar na sua defesa perante o tribunal. Ela desconfia que tudo não passa de uma grande conspiração para a prisão do acusado. O que se busca é efetivamente livrar o verdadeiro assassino da prisão.

Comentários:
Um bom filme de tribunal que hoje em dia segue pouco lembrado. Ok, muitos jamais vão conseguir engolir a estrela Melanie Griffith como uma advogada astuta e inteligente. A atriz nunca foi por essa linha em sua carreira. Suas personagens sempre foram bem diferentes disso. O curioso porém é que ela acaba convencendo, principalmente por causa do roteiro que é bem estruturado e não deixa falhas e nem pontas soltas em seu enredo. Tom Berenger também é outro bom motivo para se rever essa produção. Sempre admirei seu trabalho como ator, desde os tempos de "Platoon". Ele nunca chegou a se tornar um astro de primeira grandeza em Hollywood, isso é verdade, mas tampouco deixou de atuar em bons filmes como esse. Outro fato que contas pontos em favor de "Shadow of Doubt" é a própria trama de mistérios que envolve o crime. Em uma só linha de investigação você encontrará todos os tipos de conspirações, envolvendo até mesmo uma candidatura à presidente dos Estados Unidos. Para quem gosta desse tipo de filme, com muitas reviravoltas na história, é um prato cheio. Assista e tente seguir o fio da meada, descobrindo antes a identidade do verdadeiro assassino.

Pablo Aluísio.

Shakespeare Apaixonado

Título no Brasil: Shakespeare Apaixonado
Título Original: Shakespeare in Love
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: John Madden
Roteiro: Marc Norman, Tom Stoppard
Elenco: Gwyneth Paltrow, Joseph Fiennes, Geoffrey Rush, Tom Wilkinson, Judi Dench
  
Sinopse:
William Shakespeare (Joseph Fiennes) é um jovem escritor, ainda em busca de seu próprio espaço, que se apaixona pela linda e perfeita Viola De Lesseps (Gwyneth Paltrow) que passa a ser sua musa, fonte de inspiração para sua obra e arte. Completamente apaixonado ele vai finalmente entender que sua paixão simplesmente não basta para transformar seus sentimentos em uma bela história de amor.

Comentários:
Sempre achei muito superestimado esse filme. Em seu ano ele levou todos os grandes prêmios da Academia, inclusive melhor filme, melhor atriz (Gwyneth Paltrow), atriz coadjuvante (Judi Dench), roteiro, direção de arte, figurinos, etc... Um exagero! Quando o filme recebeu essa tonelada de prêmios cheguei a me animar e fui ao cinema conferir - imaginem a decepção! O que encontrei foi um filme pop, falsamente histórico, com um enredo piegas e meloso demais para se levar à sério. Pior do que isso, o filme falha miseravelmente onde não poderia falhar, pois a química entre Gwyneth Paltrow e Joseph Fiennes não existe, é zero! Como um romance pode se sustentar se o espectador não consegue se convencer que os personagens estão efetivamente apaixonados e enamorados, vivendo o amor de suas vidas? Absurdo! Aliás devo dizer que a atriz Gwyneth Paltrow sempre fracassou nesse tipo de papel. Ela tem uma personalidade fria, sem muito calor humano. Sua personagem, que deveria ser pura paixão, acaba sendo apenas pura frieza, com isso tudo desmorona. Claro que há uma bela produção desfilando em cena, com figurinos, reconstituição de época e tudo mais. Em termos de luxo nada falta - porém só isso não faz um grande filme. Tem que ter alma, paixão, romance... coisas que "Shakespeare in Love" definitivamente não tem para passar ao público.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Temporada de Caça

Título no Brasil: Temporada de Caça
Título Original: Affliction
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Largo Entertainment
Direção: Paul Schrader
Roteiro: Paul Schrader
Elenco: Nick Nolte, Sissy Spacek, James Coburn, Willem Dafoe
  
Sinopse:
O xerife Wade Whitehouse (Nick Nolte) tem muitos problemas pessoais. Criado por um pai autoritário e brutal, ele tem problemas para se relacionar bem com amigos e mulheres. Agora ele até passa por uma fase mais calma e tranquila em sua vida ao namorar uma boa garota que entende e aceita seus defeitos. Tudo muda porém quando um homem é morto durante a temporada de caça na região. Ele teria levado um tiro acidental, mas as investigações acabam demonstrando que pode haver algo por trás de tudo.

Comentários:

Bom filme, uma bem sucedida fusão de filme policial com drama, que explora um crime que embora pareça meramente acidental, esconde algo misterioso nas sombras. O elenco é liderado por Nick Nolte, um ator que nem sempre conseguiu encontrar bons projetos ao longo da carreira. Há um background dramático em seu personagem pois ele sofreu abusos físicos e emocionais quando era mais jovem. Seu pai, interpretado pelo ótimo astro do passado James Coburn, era um homem irascível, irracional e violento. Isso lhe traz um trauma psicológico e uma herança emocional negativa complicada de superar. O bom roteiro foi baseado no romance policial escrito por Russell Banks. O veterano James Coburn foi premiado (justamente) com o Oscar de Melhor Ator coadjuvante por esse papel. Foi uma surpresa pois já estava na fase final da carreira e nunca tinha sido indicado antes ao prêmio. Um dos mais conhecidos profissionais do cinema, que havia se destacado tanto no passado interpretando vilões e pistoleiros em dezenas de filmes, finalmente havia sido reconhecido. Como diz o ditado "antes tarde do que nunca" Nick Nolte também foi lembrado pela Academia, sendo indicado ao Oscar de Melhor Ator. Não venceu, mas já ficou honrado pela lembrança. Isso tudo prova que apesar de "Temporada de Caça" ter uma ótima trama, seu grande mérito vem mesmo do elenco, em momento inspirado.

Pablo Aluísio.

Irresistível Paixão

Título no Brasil: Irresistível Paixão
Título Original: Out of Sight
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Steven Soderbergh
Roteiro: Scott Frank
Elenco: George Clooney, Jennifer Lopez, Ving Rhames, Steve Zahn
  
Sinopse:
Baseado no romance policial escrito por Elmore Leonard, "Irresistível Paixão" conta a estória de Jack Foley (George Clooney). Ladrão profissional, ele é preso e condenado a cumprir pena em uma penitenciária de segurança máxima. Com inteligência acima da média consegue fugir do lugar, usando um veículo pertencente a uma agente do próprio FBI, a agente federal Karen Sisco (Jennifer Lopez). Em pouco tempo se apaixonam!

Comentários:
Esse filme foi muito superestimado pela crítica na época em que foi lançado a tal ponto que conseguiu arrancar duas indicações ao Oscar nas categorias de Melhor Roteiro Adaptado (Scott Frank) e Melhor Edição (Anne V. Coates). Na verdade o que temos é um filme bem mediano, beirando o ruim, que se apoio totalmente no carisma da dupla central de protagonistas. George Clooney, ainda procurando espaço no cinema após ser astro de TV, repete um tipo de personagem que seria recorrente em sua carreira. Cheio de charme canastrão ele tenta convencer no papel de um criminoso bonzinho! Já Jennifer Lopez continua na mesma, uma cantora que sempre tentou se tornar atriz, com altos e baixos no cinema. Aqui ela não convence em nada como agente federal. Ao invés disso desfila sua beleza pelas cenas (algo que sempre foi o grande chamariz dela em termos de bilheteria). No geral considero um filme fraco, apesar de ter sido dirigido pelo talentoso Steven Soderbergh. É um de seus primeiros filmes e bem inferior aos anteriores "Sexo, Mentiras e Videotape", "Kafka", "O Inventor de Ilusões" e "Obsessão". Ao tentar ser comercial e pop demais acabou perdendo parte de sua essência. Enfim, um produto descartável de um grande diretor de cinema.

Pablo Aluísio.

Palhaços Assassinos

Título no Brasil: Palhaços Assassinos
Título Original: Killer Klowns from Outer Space
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Diamant Pictures
Direção: Stephen Chiodo
Roteiro: Charles Chiodo
Elenco: Grant Cramer, Suzanne Snyder, John Allen Nelson, John Vernon, Michael S. Siegel, Peter Licassi

Sinopse:
Também conhecido como "Palhaços Assassinos do Espaço Sideral" esse filme conta a história de um grupo de alienígenas que assumem a forma de palhaços de circo para aterrorizar os moradores de uma pequena cidade do interior.

Comentários:
Outro terror que foi campeão de reprises no SBT durante os anos 80 e 90. Hoje em dia esse terror com sabor trash já pode ser considerado uma pequena obra-prima do gênero lançado nos anos 80. O que mais surpreende é a qualidade da maquiagem do filme. Os tais palhaços vindos do espaço são extremamente bem feitos e realmente aterrorizaram muita gente que assistiu ao filme na época. O roteiro também acertou em misturar Sci-fi barata com personagens de puro terror. Além disso nem preciso lembrar que muitas pessoas sofrem mesmo de uma certa coulrofobia (medo de palhaços). Então o filme não precisou ir muito longe para assustar. No mais deixo a dica desse bom filme (por mais surpreendente que isso possa parecer!). Quem assistiu uma vez nunca mais esqueceu!

Pablo Aluísio.