sexta-feira, 6 de maio de 2016

O Homem que Burlou a Máfia

Charley Varrick (Walter Matthau) e sua quadrilha decidem assaltar um pequeno banco de interior nos Estados Unidos. A intenção é roubar uma quantia razoável de dinheiro e partir para mais um novo assalto em outra cidade. Os planos porém ficam pelo meio do caminho. Dos quatro membros do bando dois são mortos em confronto com a polícia na fuga. Varrick porém percebe que se tiveram azar na execução no crime, por outro lado tiveram muita sorte em relação ao valor que conseguiram roubar: uma pequena fortuna, algo que nem mesmo eles estavam esperando. Quase um milhão de dólares em dois grandes sacos. O que eles não poderiam esperar era que todo aquele dinheiro pertenceria à máfia que logo coloca um assassino profissional, Molly (Joe Don Baker), na caça de Varrick e seu comparsa. O objetivo agora passa a ser outro: sobreviver ao cerco dos mafiosos.

Don Siegel era genial. Exagero? Basta conferir esse filme para entender como esse cineasta era talentoso. Ele conta com maestria a estória de um assalto a banco que acabou saindo muito do controle. O roteiro é muito bem escrito (baseado no romance policial de  John Reese). Praticamente não há mocinhos nesse enredo, mas apenas bandidos tentando passar a perna em outros bandidos. O protagonista Varrick é um mestre em se safar da piores armadilhas. Inicialmente ele desconfia que tal montante de dinheiro só poderia vir do mundo do crime pois o assalto que realizam foi feito numa pequena agência de interior, onde geralmente circula um pequeno valor em seus cofres. Por um ato de sorte eles assaltam o lugar logo no dia em que uma fortuna da máfia está por lá, pronto para ser enviada ao exterior numa típica manobra de lavagem de dinheiro. Agora é lutar para sobreviver pois com os mafiosos não existirá julgamento e nem negociação. Todos os envolvidos são caçados para serem mortos sem piedade. Varrick só conta assim com sua esperteza e sua capacidade de se sair das piores situações. Além de Siegel outro que merece todos os elogios é o ator Walter Matthau. Ele era aquele tipo de ator que conseguia se sair bem tanto em comédias, dramas ou filmes policiais como esse. Ao seu modo o velho Matthau também era um gênio, só que da atuação.

O Homem que Burlou a Máfia (Charley Varrick, EUA, 1973) Direção: Don Siegel / Roteiro: Howard Rodman, baseado no romance de Howard Rodman / Elenco: Walter Matthau, Joe Don Baker, Andrew Robinson, Felicia Farr, Woodrow Parfrey / Sinopse: Um bando de assaltantes de bancos assalta uma agência e rouba uma pequena fortuna, para sua completa surpresa pois eles não estavam esperando colocar as mãos em tanto dinheiro como aquele. Acontece que o dinheiro roubado pertenceria na verdade à Máfia que não definitivamente não deixaria barato aquele crime. Filme premiado no BAFTA Awards na categoria de Melhor Ator (Walter Matthau).

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Terremoto - A Falha de San Andreas

O cinema catástrofe, que teve seu auge nos anos 1970, nunca realmente saiu de cena. De tempos em tempos surgem filmes nesse estilo, principalmente atualmente quando não existem mais limites para a computação gráfica. Assim temos mais um exemplo desse tipo de produção. A bola da vez agora é explorar a falha de San Andreas, um acidente geográfico que atravessa a Califórnia na costa oeste dos Estados Unidos. São duas placas que mais cedo ou mais tarde vão se chocar causando um terremoto de proporções gigantescas e imensuráveis. O roteiro do filme assim explora como seria esse desastre natural, mas procurando dar um ponto de vista subjetivo a tudo o que acontece. E esse ponto de vista é representado justamente pelo protagonista Ray (Dwayne Johnson). Em seu dia a dia ele já salva vidas pois é um piloto de helicóptero de salvamentos. Agora imagine em uma situação de calamidade pública... Ele tenta salvar sua filha no meio do caos, mas logo percebe que isso não será nada fácil.

O filme, como era de esperar, é extremamente bem feito. A computação gráfica atingiu um nível de veracidade absurdo onde em muitos momentos não conseguimos mais distinguir o que é real e o que é digital do que vemos na tela. O ator Dwayne Johnson, vulgo The Rock, se sai bem, tanto em termos de ação - quando seu preparo físico é levado ao extremo - como nos momentos em que ele tenta trazer alguma humanidade para seu personagem, principalmente em relação à sua filha. Eu considero Johnson um ator carismático. No começo não o achava nada mais do que um halterofilista em cena, mas agora ele vem desenvolvendo bem seu carisma em cada filme, em cada nova produção que estrela. O roteiro é básico, não muito bom e nem original. Há situações em que se força muito a barra. Porém temos que entender que essa é uma característica desse tipo de produção. É preciso dar um desconto. Agora o que realmente faltou mesmo foi um desfecho melhor pois achei o final e a conclusão não muito bem bolados. De qualquer maneira, como pura diversão chiclete, até que San Andreas cumpre seus objetivos.

Terremoto - A Falha de San Andreas (San Andreas, Estados Unidos, Austrália, 2015) Direção: Brad Peyton / Roteiro: Carlton Cuse, Andre Fabrizio / Elenco: Dwayne Johnson, Carla Gugino, Paul Giamatti / Sinopse: Pai que trabalha como piloto de helicópteros de salvamento tenta salvar sua própria filha quando um enorme terremoto se instala em cidades da Califórnia, nos Estados Unidos, em decorrência de uma falha natural chamada San Andreas.

Pablo Aluísio.

Holidays

São nove contos de terror com duração de 10 a 12 minutos aproximadamente cada um. Os roteiros são temáticos explorando sempre algum feriado. Kevin Smith coordenou a produção e dirige um deles, o mais divertido sobre o Halloween. Alguns deles são ótimos, outros apenas medianos e alguns realmente ruins. Vamos comentar alguns deles brevemente. No primeiro chamado "Valentine's Day", dirigido por Kevin Kolsch, vemos uma garota sofrendo bullying na escola. Ela é apaixonada platonicamente pelo professor de natação e ganha dele um cartão no dia dos namorados. Claro que ela vai às nuvens, mas antes precisa acertar as contas com algumas garotas maldosas que sempre ficam pegando em seu pé. No final ainda consegue arranjar um "presentinho" especial para seu amado professor. Esse é certamente o mais bem bolado conto do filme. "Easter" sobre a Páscoa é um dos mais bizarros. Nele uma garotinha espera ansiosamente pela chegada do coelhinho da Páscoa, mas acaba ficando apavorada com o que encontra pela frente. Esse é especialmente recomendado para quem gosta de monstros em geral. É surrealisticamente estranho e bizarro, como já frisei.

Em "Father's Day" o diretor Anthony Scott Burns conseguiu o melhor clima de suspense. Nele uma garota encontra uma velha fita K7 gravada por seu pai que ela pensava estar morto. Seguindo o caminho descrito na velha gravação ela sai então para reencontrar seu amado pai em uma velha igreja em ruínas. Muito bom, com um final ainda melhor. Poderia até mesmo virar um longa se o enredo fosse mais desenvolvido. Os contos "St. Patrick's Day" e Mother's Day" são os mais fracos. Ambos lidam com a mitologia da serpente como começo de todo o mal. A do dia de São Patrício (feriado popular entre imigrantes irlandeses nos Estados Unidos) não convence e chega a ser bobo em seu final. Definitivamente não gostei. O do dia das mães é um pouquinho melhor, mas nada muito criativo ou interessante. Por fim, para subir o nível geral, temos os dois contos finais que são bem divertidos e com um humor negro à toda prova. Em "Halloween" o diretor e roteirista Kevin Smith coloca um dono asqueroso de site, onde shows de cam com garotas são exibidos, provando de seu próprio veneno. Ele trata mal todas as jovens com quem trabalha e acaba pagando muito caro por isso. Por fim, fechando "Holidays" temos "New Year's Eve" de Adam Egypt Mortimer. Nesse um psicopata usa sites de encontro da internet para encontrar suas vítimas, a maioria delas mulheres solitárias e deprimidas, mas acaba se dando mal em um encontro às escuras marcado justamente para a noite de  Réveillon. Em termos gerais gostei bastante do filme, fazendo me lembrar até mesmo em alguns momentos de séries de TV antigas como "Amazing Stories" e "Twilight Zone", só que mais voltados para o gênero terror. Vale a pena conhecer certamente.

Holidays (Holidays, Estados Unidos, 2016) Direção: Kevin Smith, Anthony Scott Burns, Kevin Kolsch, Nicholas McCarthy, Adam Egypt Mortimer, Ellen Reid, Gary Shore, Sarah Adina Smith, Scott Stewart, Dennis Widmyer / Roteiro: Kevin Smith, Anthony Scott Burns, Kevin Kolsch / Elenco: Kevin Smith, Lorenza Izzo, Seth Green, Ruth Bradley / Sinopse: Nove contos de terror passados em feriados como Dia dos Pais, Dia das Mães, Páscoa, Natal, Ano Novo, Halloween e Dia dos Namorados.

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 4 de maio de 2016

A Dama Dourada

Durante a Segunda Guerra Mundial os nazistas se apropriaram (roubaram mesmo) grandes coleções de arte, fossem elas de museus ou de coleções particulares. A protagonista desse filme, chamada Maria Altmann (Helen Mirren), é uma senhora de família judia que foi morar nos Estados Unidos para sobreviver ao holocausto. Seus familiares que ficaram na Europa foram mortos e seus bens, incluindo preciosos quadros, foram levados pelos alemães. Muitos anos depois ela se une a um jovem advogado, Randy Schoenberg (Ryan Reynolds), para tentar reaver essas pinturas nos tribunais. Inicialmente ela enfrenta uma barreira jurídica enorme pois a grande maioria dessas obras de arte foram parar em museus europeus após o fim da guerra. Até a Suprema Corte dos Estados Unidos se torna um empecilho para ela, que não desiste e vai em frente.

Todos os historiadores sabem que uma das paixões de Hitler era a arte. Artista frustrado na juventude (ele chegou a ser reprovado em um exame de admissão na prestigiada escola de artes de Viena) o líder nazista levou sua obsessão às últimas consequências. O curioso é que tudo deveria ser de acordo com seu gosto pessoal, o que não se enquadrava no estilo preferido de Hitler era considerado arte decadente, degenerada, espúria, que deveria ser banida. Por essa razão assim que ocupava um novo país as tropas do exército alemão eram orientadas a recolher todos os quadros e pinturas para serem levadas à Berlim. E se elas pertencessem a famílias de judeus a expropriação era seguida de punição para os antigos proprietários, sendo eles enviados para campos de concentração imediatamente. Foi o que aconteceu com todos os familiares de Maria Altmann. Vivendo de uma pequena lojinha em Los Angeles ela então decide lutar pelas obras que pertenceram à sua família no passado, entre eles um quadro avaliado em 100 milhões de dólares! O principal tema desse filme é a perenidade da justiça. Essa deve ser buscada, não importando o tempo passado. O filme é assim um belo exemplo de perseverança e luta justamente por esse valor, a justiça. Especialmente indicado para profissionais da área jurídica.

A Dama Dourada (Woman in Gold, Inglaterra, 2015) Direção: Simon Curtis / Roteiro: Alexi Kaye Campbell, E. Randol Schoenberg / Elenco: Helen Mirren, Ryan Reynolds, Katie Holmes, Elizabeth McGovern / Sinopse: Uma senhora judia, dona de uma pequena lojinha em Los Angeles, decide lutar nos tribunais pela propriedade de antigas e valiosas obras de arte que foram roubadas de sua família pelos nazistas durante a II Guerra Mundial.

Pablo Aluísio.

Operação Resgate

Depois de conferir esse novo filme do Bruce Willis cheguei na conclusão de que talvez seja melhor ele se aposentar mesmo. Pelo visto Bruce chegou ao fundo do poço. Eu sei que é clichê falar que um filme como esse tem muitos clichês, mas nesse caso aqui não existe mesmo outra saída. Da primeira à última cena tudo o que você verá são amontoados de clichês baratos em um roteiro que não apresenta absolutamente nada de original, um zero absoluto em termos de criatividade. O enredo? Vejam que coisa saturada e batida: Bruce Willis interpreta um agente da CIA que durante uma operação tem sua esposa morta por criminosos internacionais. Apenas seu filho sobrevive e mesmo assim com uma grande culpa pois estava armado na ocasião da morte de sua mãe e não teve a devida coragem para atirar para defendê-la. Os anos passam e o garoto se torna um adulto que desejando impressionar seu pai também entra na CIA, mas jamais consegue ser um agente de campo, ficando sempre atrás de uma mesa, em serviços burocráticos.

Isso muda completamente quando seu pai cai nas garras de bandidos internacionais que estão em busca de uma moderna arma tecnológica. Agora ele terá que mostrar ao seu pai de uma vez por todas que tem coragem e sabe resolver situações como essas. O filho de Bruce Willis no filme é interpretado pelo "ator" Kellan Lutz. Não o conhecia até assistir a esse filme (ainda bem!). Mesmo com todo a boa vontade do mundo você não terá outra opinião do trabalho do rapaz a não ser que ele é mesmo muito ruim pois não atua nada bem, sendo completamente inexpressivo. Tudo bem que seu papel também não exige muito, até porque na verdade ele só entra em cena para sair na pancadaria contra os inúmeros inimigos anônimos que vão cruzando seu caminho.  Absurdamente porém nem isso o tal de Lutz consegue fazer direito. Há ainda uma terceira personagem interpretada pela bonita Gina Carano, mas que também faz pouca diferença. Acreditar que ela seja uma agente da CIA super treinada é tão absurdo quanto aceitar qualquer coisa que aconteça nesse filme de ação muito ruim e sem novidades. Uma grande perda de tempo (e olha que o filme nem é tão grande assim). Melhor ignorar completamente.

Operação Resgate (Extraction, Canadá, 2015) Direção: Steven C. Miller / Roteiro: Max Adams, Umair Aleem / Elenco: Bruce Willis, Kellan Lutz, Gina Carano / Sinopse: Harry Turner (Lutz) é um agente da CIA novato que deseja provar ao pai, um veterano da agência de inteligência, que ele tem coragem e garra para enfrentar situações perigosas. Quando seu pai Harry (Willis) cai nas mãos de terroristas internacionais que querem uma moderna arma tecnológica para dominar os meios de comunicação do globo, ele vê a grande chance de provar seu valor.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 3 de maio de 2016

Operação França

"Operação França" é um caso raro dentro do cinema americano. Foi um dos poucos filmes do gênero policial que foi premiado pelo Oscar na categoria de Melhor Filme! Mais surpreendente do que isso é constatar que se formos bem sinceros numa avaliação isenta perceberemos que não há nada de excepcional nessa produção. Claro que o diretor William Friedkin (que também dirigiu outra obra prima, "O Exorcista") era um cineasta realmente excepcional, mas devo dizer que aqui temos apenas um filme de policiais e bandidos bem realizado, porém nada muito além disso. O cenário é um Nova Iorque saturada, em plenos anos 70. Uma cidade mal cuidada, suja e cheia de criminosos pelas ruas. Em um fervor quase messiânico o tira da narcóticos Jimmy "Popeye" Doyle (Gene Hackman) faz da caça de traficantes de drogas o seu objetivo na vida. Durante um happy hour em um bar local com outro policial, Buddy Russo (Roy Scheider), ele implica com um bandido italiano pé de chinelo chamado Sal Boca (Tony Lo Bianco).

Acontece que Boca está muito bem vestido, em ternos impecáveis, usufruindo da presença de pessoas bem acima do que ele na hierarquia do crime. Para Popeye só há uma explicação para o que ele está vendo: Boca deve estar envolvido em algo grande. Dito e feito. O policial e seu parceiro começam a seguir os passos do italiano e em pouco tempo descobrem uma conexão internacional de tráfico de drogas para Nova Iorque. A partir daí o tempo fecha. Popeye não é conhecido por sua delicadeza, muito pelo contrário, ele geralmente chega nos lugares tocando o terror na bandidagem, com métodos violentos e fora das regras. A melhor cena do filme, que inclusive foi imitada por anos e anos, acontece quando Popeye sai em disparada na perseguição de um atirador de elite sob comando da máfia francesa. O sujeito segue no metrô, enquanto Popeye o persegue em um velho carro todo estropiado. Na década de 70 havia uma preocupação maior com realismo e por essa razão não espere por cenas muito espetaculares como o público se acostumaria nos anos 80, com seus filmes ultra violentos. Para Friedkin o importante era contar de forma eficiente sua estória e nesse ponto ele novamente se saiu muito bem.

Operação França (The French Connection, EUA, 1971) Direção: William Friedkin / Roteiro: Ernest Tidyman, baseado no livro escrito por Robin Moore / Elenco: Gene Hackman, Roy Scheider, Fernando Rey, Tony Lo Bianco / Sinopse: Dois tiras do departamento de narcóticos da cidade de Nova Iorque investigam um criminoso italiano de baixo nível que muito provavelmente está envolvido num grande esquema de tráfico de drogas internacional, com carregamentos de cocaína vindos diretamente da França. Filme premiado pelo Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Gene Hackman), Melhor Direção (William Friedkin), Melhor Roteiro Adaptado (Ernest Tidyman) e  Melhor Edição (Gerald B. Greenberg). Também indicado ao Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Roy Scheider).

Pablo Aluísio.

Ipcress: Arquivo Confidencial

"Ipcress: Arquivo Confidencial" é um filme de espionagem inglês passado durante a guerra fria. Naqueles tempos o mundo estava dividido em dois blocos: o capitalista ocidental, liderado pelos Estados Unidos e o socialista oriental, comandado pela União Soviética (Rússia e demais nações fronteiriças invadidas por Moscou). Durante esse período histórico houve o auge dos serviços de espionagem dos países europeus. Isso porque era vital descobrir os planos do inimigo em uma época onde a tensão internacional era enorme. Nesse filme Michael Caine interpreta Harry Palmer, um membro do serviço de inteligência inglês. Indisciplinado, insolente, insubordinado e com tendência para atos criminosos (segundo sua própria ficha no departamento) ele é designado para uma nova missão.

Vários "cérebros" (físicos, químicos e cientistas em geral) estão desaparecendo do Reino Unido. A situação preocupa o governo inglês que resolve investigar. Palmer é então designado para essa operação. Provavelmente algum país socialista estaria planejando sabotar os ingleses eliminando justamente seus melhores quadros científicos. Aos poucos Palmer vai chegando na verdade, algo que o colocará em sério risco de vida. "Ipcress" é bem interessante porque segue de certa maneira os passos dos filmes de James Bond, mas tudo sob um ângulo mais realista, pé no chão. Não é tão fantasioso como 007. O próprio agente Palmer não é um super-herói, bem ao contrário, é apenas um agente comum, sem grandes heroísmos. Os vilões do filme são albaneses. A Albânia teve um dos regimes comunistas mais sombrios e fechados do mundo. Na época isso causou um certo mistério em relação a eles e o roteiro aproveita esse aspecto. No geral é um bom filme, com aquela sofisticação e elegância que sempre marcou o cinema inglês. Não é uma aventura tão movimentada como os filmes de Bond e nem se propõe a ser. A intenção é ser um filme de espionagem mais intelectual, mais introspectivo.

Ipcress: Arquivo Confidencial (The Ipcress File, Inglaterra, 1965) Direção: Sidney J. Furie / Roteiro: W.H. Canaway, James Doran / Elenco: Michael Caine, Nigel Green, Guy Doleman / Sinopse: Com o desaparecimento de um grande número de cientistas o governo inglês determina que seu serviço secreto comece a investigar o que de fato estaria acontecendo. O agente Harry Palmer (Michael Caine) é então designado para o solucionar o mistério. Filme premiado pelo BAFTA Awards nas categorias de Melhor Fotografia (Otto Heller), Melhor Direção de Arte (Ken Adam) e Melhor Direção (Sidney J. Furie).

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 2 de maio de 2016

A 5ª Onda

A vida de uma garota normal, Cassie Sullivan (Chloë Grace Moretz), que ainda está no ensino médio, muda para sempre quando uma nave alienígena surge nos céus dos Estados Unidos. Os aliens são criaturas parasitas que precisam dos seres humanos para servirem como hospedeiros. Em pouco tempo a humanidade entra em pânico pois os alienígenas estão se apoderando das pessoas sem que ninguém consiga saber ao certo quem é um ser humano e quem é um alien. Esse novo filme "A 5ª Onda" sofre de uma falta de originalidade de dar pena. A própria base do roteiro é uma coisa antiga que já vimos desde o clássico "Vampiros de Almas" que inclusive comentei recentemente aqui no blog. Junte isso com fórmulas batidas como colocar adolescentes e crianças como guerreiros e soldados (alguém ai lembrou de "Jogos Vorazes"?) e você entenderá como não existe praticamente nenhuma ideia realmente original nesse roteiro.

Para piorar a protagonista interpretada por Chloë Grace Moretz não convence. Ela passa praticamente todo o filme correndo pra lá e pra cá com um ursinho de pelúcia de seu irmão dentro de uma bolsa colegial em suas costas. Quando é preciso usa armas de grosso calibre para matar as ameaças. Enquanto o mundo é invadido ela ainda arranjar tempo para se apaixonar (?) por um jovem híbrido, metade homem e metade alien (cujas origens o roteiro nem se preocupa em explicar direito). O design dos invasores espaciais lembra demais também a franquia Aliens, pois são seres que entram na cabeça de suas vítimas para sugar seus cérebros! Sinceramente, nem um pingo de ideias novas! Por fim para soterrar qualquer pretensão de assistir um bom filme Sci-Fi há ainda poucos efeitos especiais, todos pontuais e discretos. Provavelmente faltou orçamento para investir mais nisso. Em suma, uma grande perda de tempo. Melhor rever clássicos como "Guerra dos Mundos" ou até mesmo "Vampiros das Almas" que pelo menos eram originais e criativos. Esse aqui é apenas uma cópia sem qualquer novidade.

A 5ª Onda (The 5th Wave, EUA, 2016) Direção: J Blakeson / Roteiro: Susannah Grant, Akiva Goldsman / Elenco: Chloë Grace Moretz, Matthew Zuk, Gabriela Lopez / Sinopse: Cassie Sullivan (Chloë Grace Moretz) é uma jovem colegial precisa sobreviver enquanto o planeta Terra é alvo de uma invasão de aliens parasitas. Ela precisa encontrar seu jovem irmão que desapareceu logo nos primeiros dias da chegada dos alienígenas.

Pablo Aluísio.