segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Os Queridinhos da América

Hollywood muitas vezes gosta de se auto parodiar, mostrando os aspectos mais bizarros de seus astros e estrelas. Faz parte do jogo, até porque a paródia pode muitas vezes ser usada como auto promoção também. Esse filme nasceu da parceria entre o comediante Billy Crystal (que assinou o roteiro) e a estrela e diva suprema Julia Roberts. A intenção fica óbvia desde a primeira cena, o roteiro nada mais é do que uma tentativa bem humorada de criticar a frivolidade e o superficialismo que atinge muitos astros e estrelas na indústria do cinema americano. Exigências descabidas, ataques de estrelismo e outros absurdos desfilam pela tela apenas como uma forma leve de divertir. Talvez o maior problema dessa comédia meio sem graça tenha sido justamente isso. Crystal fez uma sátira, mas tão polida e inofensiva que ficou superficial demais, diria até mesmo chatinha.

Julia Roberts parece estar se divertindo como nunca, pena que nesse processo ela esqueceu de divertir o público também. Outro aspecto interessante é que ela tentou não manchar sua imagem, assumindo um papel bonitinho, simpático, deixando a antipatia do estrelato (que muitas vezes foi atribuído a ela, Julia Roberts, na vida real) para a atriz Catherine Zeta-Jones (que curiosamente dizem ser uma pessoa muito fácil de se trabalhar, uma profissional séria e equilibrada, bem ao contrário do que se fala muito de Julia Roberts nos bastidores de seus filmes!). Talvez nisso resida toda a ironia dessa produção. A diva antipática surgindo como boazinha em cena e a excelente profissional sendo mostrada como uma estrela boba, deslumbrada com o próprio sucesso! Nessa inversão completa de papéis o espectador fica esperando pela grande graça do filme, que nunca chega. Assim, no final, percebemos que "America's Sweethearts" não consegue atingir nenhum de seus objetivos, não é ácido suficiente com as superficialidades de Hollywood e nem tampouco faz rir de verdade. Um verdadeiro desperdício.

Os Queridinhos da América (America's Sweethearts, Estados Unidos, 2001) Direção: Joe Roth / Roteiro: Billy Crystal, Peter Tolan / Elenco: Julia Roberts, John Cusack, Billy Crystal, Catherine Zeta-Jones, Stanley Tucci, Christopher Walken, Alan Arkin / Sinopse: Comédia romântica de sucesso celebrando o estrelismo da atriz Julia Roberts. Filme vencedor do ASCAP Film and Television Music Awards.

Pablo Aluísio.

domingo, 15 de novembro de 2015

O Guarda-Costas e a Primeira Dama

Dois anos antes da produção dessa pérola (no mal sentido) o ator Kevin Costner conseguiu emplacar o maior sucesso de sua carreira, o filme "O Guarda-Costas". Por certo os produtores pensaram que o público havia criado algum fetiche em relação a esse tipo de profissional o que acabou dando origem a esse abacaxi monstruoso. Sinceramente... que filme ruim! Hoje em dia Nicolas Cage perdeu o pudor de aparecer em bombas, mas naquela época ele tinha um prestígio e tanto dentro do meio cinematográfico. Qual não foi a surpresa ao vê-lo passando mico em um filmeco como esse! Pior foi o caso da atriz Shirley MacLaine! Atriz veterana, com clássicos imortais em sua filmografia, precisou passar pelo vexame de estrelar essa fitinha descartável e esquecível. 

Nada se salva, o roteiro é péssimo, não tem graça e nem razão de ser. O elenco não sabe o que fazer com um material tão ruim. O fracasso comercial praticamente destruiu a carreira do novato diretor Hugh Wilson, que a partir daí foi de mal a pior, tentando emplacar numa carreira morta em seu nascimento, assinando outras porcarias do tipo "Polícia Desmontada" e "De Volta para o Presente" (péssimo filme com o ainda mais péssimo Brendan Fraser). Enfim, desista. Se nunca viu, passe longe. Se perdeu seu precioso tempo vendo isso, os meus sinceros pêsames!

O Guarda-Costas e a Primeira Dama (Guarding Tess, Estados Unidos, 1994) Direção: Hugh Wilson / Roteiro: Hugh Wilson, Pj Torokvei / Elenco: Shirley MacLaine, Nicolas Cage, Austin Pendleton / Sinopse: Um guarda-costas é designado para cuidar da segurança de ninguém menos do que a Primeira-Dama dos Estados Unidos.

Pablo Aluísio.

Três Formas de Amar

Outro filme que foi acusado de ser bem vulgar, não no mesmo estilo da comédia de Jim Carrey, mas sim ideologicamente vulgar. Explico. A temática passeia sobre um triângulo amoroso entre dois homens e uma mulher. O cenário é o meio universitário americano. Por um erro burocrático do campus a jovem Alex (Lara Flynn Boyle) acaba indo parar no dormitório de dois colegas de faculdade, Stuart (Stephen Baldwin) e Eddy (Josh Charles). Bom, a partir daí já sabemos muito bem que um clima de tensão sexual se instalará entre eles. Mulheres e homens vivendo sob um mesmo teto acaba despertando os instintos mais básicos do ser humano. É algo perfeitamente natural. Alex logo se apaixona por Eddy, mas Stuart também tem uma queda por ela. O problema é que Eddy é gay e na verdade esconde uma atração por seu colega de quarto, o próprio Stuart.

Como resolver uma situação como essa, onde todos parecem interessados, mas que no fundo ninguém consegue dar o braço a torcer? Eventualmente Alex propõe aos rapazes um tipo de relacionamento aberto, onde ninguém seria realmente de ninguém e todos poderiam compartilhar da mesma cama sem maiores culpas. Bem, se não houvesse sentimento envolvido até poderia dar certo, porém como há paixões no meio dessa equação todos acabam se machucando emocionalmente, de uma forma ou outra. Entre as acusações que o filme sofreu estava a de que ele seria na verdade um longo comercial ou lobby da causa gay ou bissexual. Não vejo motivos para isso. No fundo é apenas uma história de amor triangular que definitivamente não deu muito certo!

Três Formas de Amar (Threesome, Estados Unidos, 1994) Direção: Andrew Fleming / Roteiro: Andrew Fleming / Elenco: Lara Flynn Boyle, Josh Charles, Stephen Baldwin / Sinopse: O roteiro explora um conturbado triângulo amoroso.

Pablo Aluísio.

sábado, 14 de novembro de 2015

A Colina Escarlate

Bom, se você gosta de filmes de terror deve saber muito bem que alguns dos melhores já feitos na história são ingleses, basicamente realizados entre as décadas de 1940 e 1960. Foi justamente pensando nesses filmes que o diretor Guillermo del Toro realizou esse "Crimson Peak". A trama é das mais interessantes. A protagonista atende pelo nome de Edith Cushing (interpretada pela bela atriz Mia Wasikowska, de "Alice no País das Maravilhas" e "Madame Bovary"). Ela é a filha única e herdeira de um rico industrial americano. Mesmo assim passa longe de ser uma dondoca. Inteligente, deseja um dia se tornar escritora. Dona de opiniões próprias acaba surpreendendo pela personalidade que rejeita até mesmo as futilidades do meio social em que vive. Um dia ela conhece um membro da baixa realeza britânica, o galante Thomas Sharpe (Tom Hiddleston) que está na América em busca de investidores para sua máquina a vapor que ele pretende usar para retirar argila vermelha de uma mina situada em sua propriedade. O pai de Edith logo antipatiza com o sujeito e fica muito preocupado em perceber que sua filha está se apaixonando por ele. Ao contratar um investigador acaba descobrindo o passado negro de Sharpe, mas antes que possa fazer alguma coisa é brutalmente assassinado. Depois de sua morte o nobre britânico vê finalmente seu caminho livre para desposar Edith e levar de bônus toda a sua fortuna. Era justamente o que pretendia. Ao lado da esposa se muda para a Inglaterra, para viver na velha mansão de sua família conhecida como Allerdale Hall. No novo "Lar" Edith finalmente irá entender que entrou em uma armadilha mortal.

O grande destaque desse terror ao velho estilo dirigido por Guillermo del Toro vem da direção de arte (ou como alguns preferem chamar atualmente, do design de produção). A velha e decadente mansão da família Sharpe acaba se tornando ela própria uma personagem da história. Construída em cima de uma antiga mina de argila, vai afundando a cada ano, parcialmente destruída pela ação do tempo. A antiga casa é aterrorizante, escura e sombria. Lembra muito as velhas casas mal assombradas dos antigos filmes ingleses. E dentro do espírito decadente dessa pequena nobreza em ruínas se esconde todos os tipos de relações incestuosas e taras inconfessáveis. O mistério vai se revelando aos poucos em um clima que me agradou bastante. O roteiro, embora seja de certa maneira previsível, tem sua dose de charme e elegância. Os fantasmas que vão surgindo se encaixam perfeitamente no enredo, revelando aos poucos a sangrenta história do lugar. Os efeitos especiais são adequados, de bom gosto e estão inseridos na proposta de se contar bem os fatos do passado da dinastia Sharpe. O enorme cenário que foi construído para a realização do filme é real, não virtual, o que acrescentou muito no resultado final. O elenco também me agradou muito, principalmente a atuação do ator Charlie Hunnam (o 'Jax' Teller de "Sons of Anarchy"). Para quem interpreta um motoqueiro na série, não ficou nada mal como um médico vitoriano com vocação a gestos heroicos. Aliás todos os personagens do filme nos remetem àquele universo vitoriano dos antigos romances ingleses. Todos de uma maneira ou outra surgem finos, educados e sofisticados na superfície, embora na realidade sejam grotescos, gananciosos, rudes e mesquinhos no interior de suas almas. Assim não deixe de conhecer. É de fato um terror muito bom, com um irresistível sabor nostálgico, tudo embalado em um visual realmente impressionante, de encher os olhos. 

A Colina Escarlate (Crimson Peak, Estados Unidos, Canadá, 2015) Direção: Guillermo del Toro / Roteiro: Guillermo del Toro, Matthew Robbins / Elenco: Mia Wasikowska, Jessica Chastain, Tom Hiddleston, Charlie Hunnam, Jim Beaver / Sinopse: Edith Cushing (Mia Wasikowska) é uma jovem herdeira americana que é seduzida pelo galante nobre inglês Thomas Sharpe (Tom Hiddleston). Membro de uma realeza arruinada financeiramente ele precisa do dinheiro de Edith para a construção de uma máquina a vapor inovadora que irá agilizar a extração de argila vermelha de uma velha e abandonada mina que pertence à sua família há gerações. Depois de se casar com Edith ele a leva para morar na vitoriana mansão de Allerdale Hall. A velha casa, decadente e destruída, esconde segredos terríveis que logo Edith irá descobrir.

Pablo Aluísio. 

Mia Wasikowska

Dessa nova geração de atrizes é bom ficar de olho em Mia Wasikowska. Embora seja nascida na Austrália, ela tem origem familiar na Polônia. Aos 26 anos ela já tem uma boa filmografia, com várias adaptações de livros famosos. Muitos a conhecem principalmente por causa do filme de Tim Burton, "Alice no País das Maravilhas", onde interpretava justamente a protagonista Alice. Esse em minha opinião é paradoxalmente o seu pior filme, apesar de ter sido o grande sucesso de bilheteria de sua carreira. Espalhafatoso, ultra kitsch e exagerado, já é um típico exemplar da pior fase do diretor, embora como seja sabido tenha realmente caído no gosto popular faturando mais de 1 bilhão de dólares mundo afora. Em minha maneira de entender nem isso salva o filme, que é realmente muito fraco. A única coisa boa é justamente a presença dela.

Tirando Alice de lado eu destacaria outros filmes dela de que gostei bastante. Entre eles o recente "A Colina Escarlate", um filme que relembra os antigos clássicos ingleses de terror. Nesse roteiro ela está particularmente bonita e atraente com um figurino belíssimo de época. Longos vestidos brancos que inclusive nos remetem ao visual fantasmagórico mais utilizado em filmes de casas mal assombradas do passado. Sua personagem Edith é uma jovem que não deseja apenas viver de sua beleza e da fortuna de seu pai, um rico industrial, mas sim vencer como escritora e jornalista. Embora o filme não explore todo o potencial dela, o fato é que o resultado se revela muito bom, seja você um romântico ou apenas um admirador de fitas de terror ao velho estilo.

É bom também que se diga que Mia Wasikowska fica excepcionalmente bem em adaptações de romances históricos como "Madame Bovary" (cuja resenha pretendo escrever em breve) e "Jane Eyre", os dois filmes que melhor exploraram sua beleza e talento até agora. "Jane Eyre" é um livro romântico muito cultuado do século XIX, escrito por Charlotte Brontë. É um clássico absoluto da literatura inglesa e já ganhou inúmeras versões cinematográficas ao longo dos anos. A estrelada por Mia foi lançada em 2011 e contou com uma produção refinada e muito luxuosa, marca registrada da BBC Films. Embora a direção seja um pouco burocrática, sem grandes ousadias narrativas, o filme acabou sendo salvo exatamente por causa de sua elegância e charme irretocáveis. É outro filme que Mia também se destaca muito por causa dos figurinos de época.

Antes deles também seria interessante destacar sua atuação em "Minhas Mães e Meu Pai" onde ela interpretou uma adolescente criada por duas lésbicas que em determinado momento de sua vida decide ir atrás do seu pai biológico. O roteiro explorou muito bem essas novas formações familiares que nasceram dentro da sociedade atual, onde o velho modelo de pai e mãe acaba sendo substituído por uma nova forma de entidade familiar, geralmente proveniente de uniões homoafetivas. Nesse filme Mia teve a oportunidade de contracenar com duas grandes atrizes, Julianne Moore e Annette Bening, que estavam perfeitas em cena. Um belo aprendizado, ainda mais para ela que ainda era bem jovem. Por falar em contracenar com veteranas talentosas, Mia tem tido muita sorte nesse quesito. Basta lembrar de seu trabalho ao lado de Glenn Close no subestimado "Albert Nobbs". O roteiro explora a curiosa história de uma mulher inglesa do século XIX que para se proteger passa a assumir o comportamento e a identidade de um homem. Outro bom filme de época que vale a pena conhecer.

Indicada a vários prêmios ao redor do mundo Mia ainda tem muito a mostrar. Esperamos que sua carreira siga nesse ritmo de bons filmes, sempre bem produzidos, com enredos edificantes. Seus próximos filmes prometem. Ela estará em "HHH", um filme ambientado na Segunda Guerra Mundial baseado no romance de Laurent Binet. Também retornará ao papel que a tornou conhecida no mundo inteiro, a da garota Alice. Em "Alice Através do Espelho" a atriz voltará para o País das Maravilhas mais uma vez. O filme é uma super produção dos estúdios Disney para 2016 dirigida por James Bobin (o mesmo cineasta do sucesso recente "Os Muppets"). A produção está sendo vista como uma das grandes apostas da companhia para o ano que vem. Então é isso, fiquem de olho em Mia. Certamente é uma das mais promissoras jovens atrizes de Hollywood.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Quarteto Fantástico

De todas as adaptações cinematográficas baseadas em quadrinhos essa nova versão do Quarteto Fantástico foi a que mais decepcionou público e crítica. O filme foi mal nas bilheterias, os fãs que entendem de comics odiaram e a produção não agradou a praticamente ninguém. O resultado foi tão ruim que há poucas semanas o estúdio anunciou que uma continuação está definitivamente fora de cogitação. O futuro desses personagens assim segue incerta. Apesar do mal humor generalizado ainda volto a afirmar que não é tão ruim como dizem. Como um filme de origens, que tenta explicar de onde teriam vindo todos os heróis, o roteiro realmente se perde um pouco, fica truncado, mas passa longe de ser um desastre completo. Depois do lançamento do filme o diretor Josh Trank acusou a Twentieth Century Fox de ter mudado o filme e que não teria culpa sobre o que se vê na tela.

Essa acabou sendo mais uma polêmica envolvendo o filme. Logo na apresentação do material promocional muitos leitores de quadrinhos ficaram revoltados com a escalação do ator negro Michael B. Jordan como o Tocha Humana já que o personagem original era loiro. Acusações de oportunismo barato foram dirigidas contra os produtores. Após isso parece que o inferno astral se instalou e se agravou ainda mais quando o filme surgiu nos cinemas. Deixando as brigas e ofensas de lado o filme só se perde mesmo na divisão errada da trama. Se perde tempo demais tentando desenvolver psicologicamente cada personagem e quando finalmente eles partem para enfrentar o vilão em uma realidade de outra dimensão não há mais tempo para nada. Tudo se resolve rápido demais, sem capricho e sem cuidado. Todos torcem que agora os personagem de Stan Lee sejam adaptados pela Marvel Studios. Problemas legais envolvendo direitos autorais parecem ser o grande empecilho para que isso venha a acontecer. Porém com o fracasso desse reboot é bem provável que a Fox largue mão e entregue tudo para a Marvel realmente, ficando apenas com parte do lucro nas bilheterias. Vamos esperar para ver o que acontecerá.

Quarteto Fantástico (Fantastic Four, Estados Unidos, 2015) Direção: Josh Trank / Roteiro: Jeremy Slater, Simon Kinberg / Elenco: Miles Teller, Kate Mara, Michael B. Jordan, Jamie Bell, Toby Kebbell /  Sinopse: Dois amigos de infância acabam criando um mecanismo que permite a transposição de matéria entre universos paralelos. O tempo passa e eles acabam envolvidos em acontecimentos extraordinários que acabarão dando origem a uma equipe de super-heróis, o Quarteto Fantástico. Adaptação para o cinema dos quadrinhos criados por Stan Lee.

Pablo Aluísio.

Uma Virada do Destino

Michael McCann (Steve Martin) tem boas razões para odiar o mundo. Depois de muitos anos de casado acaba descobrindo que o filho que criava não era seu. Sua esposa o havia traído anos atrás. Isso faz com que seu mundo venha abaixo. Humilhado, ele decide se mudar para uma pequena cidade, para morar sozinho, longe de tudo e todos, remoendo suas mágoas. O que parece ser um destino solitário e amargo acaba mudando da noite para o dia quando uma garotinha entra em sua vida. Ele adota a menina e vê uma nova chance para recomeçar, até que o passado da criança volta para estragar tudo novamente.

Steve Martin, entre comédias de sucesso e filmes apenas medianos, para não dizer medíocres, ele procurou sobreviver em Hollywood da melhor forma possível. Esse aqui até que não é tão mal. O roteiro é redondinho e bem familiar, o que acabou agradando ao público. Filmes com crianças também dificilmente desagradam. Assim Martin acabou conseguindo uma bilheteria até que muito boa em seu lançamento. Apesar de hoje em dia estar meio datado vale a pena uma espiada, por causa das boas intenções de seu roteiro. Além disso Steve Martin sempre compensa com seu carisma natural.

Uma Virada do Destino (A Simple Twist of Fate, Estados Unidos, 1994) Direção: Gillies MacKinnon / Roteiro: Steve Martin / Elenco: Steve Martin, Gabriel Byrne, Laura Linney / Sinopse: Comédia romântica dos anos 90 estrelada pelo ator e comediante Steve Martin.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Grace de Mônaco

Fui ver com a maior boa vontade do mundo. Ok, eu estava com um pé atrás pois li uma quantidade considerável de críticas negativas. Como sou uma criança pura e santa, cheia de bons sentimentos de açúcar no coração ainda acreditei que veria um filme ao menos bom. Até porque o elenco contava com a maravilhosa Nicole Kidman, uma das minhas paixões subliminares. Não colou. Perdi meu olhar inocente. O filme é muito, muito fraco e ruim. Chega a ser constrangedor. O pior é que me decepcionou justamente naquilo que considerava jogo ganho, ou seja, na produção fina e elegante. Não é nada disso. Havia um canal na Inglaterra de nome Hallmark que era especialista nisso. Ele tentava fazer filmes sobre a realeza britânica porém quase nunca tinha grana para isso. Então as coisas saiam bem mal feitas, parecendo telefilme barato. Acabava virando comédia involuntária com todas aquelas encenações de jantares finos da realeza com talheres ordinários e cenários da plebe. Um horror!

Grace de Mônaco parece telefilme barato, sinto muito dizer. A Grace Kelly era um símbolo de glamour em Hollywood e depois foi ser princesa em Mônaco. Quer coisa mais fina do que isso santa? Se não tinham recursos para contar uma história dessas então era melhor nem fazer o filme. Fizesse da Dilma, mostrando ela como guerrilheira fuinha nos anos 60. Seria mais adequado. Pior foi colocar Kidman como isca para os desavisados (inclusive esse que aqui está lamentando em breves e decepcionadas linhas). Tenham consideração senhores produtores. Esse filme tal como ficou merecia no máximo ser exibido numa quarta-feira à noite no Hallmark e olhe lá! Tudo para rirmos somente. No Brasil resolveram jogar Grace nos cinemas e pegaram muita gente pelo pé. E antes que termine fica o recado: se você for cinéfilo e fã da Grace atriz, esqueça. O roteiro, insosso até o osso, se concentra mesmo no romancezinho fake de Grace com o Príncipe Rainer II, que de Príncipe tinha pouca coisa pois era feio e tinha rosto de furão de árvore (com aquele bigodinho fora de moda e patético que o deixava ainda mais freak). Melhor para a Marilyn Monroe que convidada pelo sapo se recusou a se casar com ele. De burra a loira não tinha nada. Pelo menos a eterna deusa do cinema se safou de depois pagar mico na tela grande com um filme tão fraquinho como esse. Grace, a verdadeira, merecia destino melhor e a Kidman, com quem ainda vou me casar, não merecia participar de um filme tão sem importância e esquecível.  Desce o pano!

Grace de Mônaco (Grace of Monaco, Estados Unidos, França, Bélgica, Itália, Suíça, 2014) Direção: Olivier Dahan / Roteiro: Arash Amel / Elenco: Nicole Kidman, Frank Langella,Tim Roth, André Penvern / Sinopse: Adaptação para o cinema de parte da vida da atriz Grace Kelly que largou uma carreira de estrela em Hollywood em seu auge para se tornar princesa do pequeno reino de Mônaco na Europa. Filme baseado em fatos reais.

Pablo Aluísio.