terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Roxette e os anos 80

Recentemente tivemos a notícia da morte da cantora sueca Marie Fredriksson. Ela era um dos pilares do grupo pop Roxette. É curioso que o Roxette, que era sueco, tenha sido um dos grupos mais populares dos anos 80. Na década anterior outro grupo pop da mesma Suécia tinha se tornado extremamente popular no mundo todo, o Abba. Assim o Roxette de certa forma era o herdeiro legítimo desse posto dentro do cenário musical internacional.

E apesar de tudo, das críticas e dos jornalistas especializados em música que sempre torceram o nariz para esse tipo de som, o fato é que hoje em dia esse tipo de banda faz uma falta e tanto nas rádios e no cenário musical do mundo.

Isso porque o lixo que se lança hoje em dia fica muito abaixo da qualidade das canções desse tipo de grupo. No meio de vários álbuns lançados pelo Roxette você consegue pinçar verdadeiras jóias musicais. Eles eram muito bons nos temas mais românticos. E os arranjos também surpreendiam, sejamos sinceros. Após tantos anos a sonoridade ficou meio datada? Ficou, claro, mas ainda agrada bastante. Inegável isso.

Então você achava o Roxette ruim e o Abba pior ainda? Já parou para ouvir o que se toca nas rádios atualmente? É tudo muito ruim, mas ruim mesmo! A maioria das músicas nem mereciam esse título. Não há harmonia, não há melodia, letras então, nem se fala. Por isso fica a saudade do pop meloso e pegajoso do Roxette. As músicas eram cheias de clichê sim, porém em sua simplicidade conseguiram trazer uma trilha sonora para uma época que hoje em dia soa bem nostálgica. Por isso não subestime bandas como essa, que aliás passou muito longe do rótulo de "grupo de um sucesso só" que era muito utilizado em artistas dos anos 80. Isso porque o Roxette de fato colecionou inúmeros sucessos. E provavelmente você nem saiba que conhece tantas canções desses suecos que marcaram época no pop internacional.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

George Harrison: A Vida Depois dos Beatles

Após o fim dos Beatles o guitarrista George Harrison desenvolveu uma clara aversão ao tema relacionado ao seu antigo conjunto. Ele procurava evitar falar dos Beatles em entrevistas e pouco teve contato com os ex-companheiros de grupo. Assim que os Beatles se dissolveram Harrison gozou de uma excelente fase comercial em sua carreira solo. De fato nos primeiros anos da década de 1970 ele conseguiu, para surpresa de muitos, superar seus ex-parceiros John e Paul no quesito número de cópias vendidas no mercado.

Porém contrariando todas as expectativas sua carreira solo também teve pouco fôlego. Talvez por estar envolvido demais com os problemas legais da Apple ou por causa da linha religiosa hindu que havia decidido seguir, o fato é que os discos solos de George começaram a rarear no mercado, ele pouco compôs em relação aos outros ex-Beatles e não parecia mais ter tanto interesse no trabalho de fazer novos discos todos os anos.

Na verdade George aos poucos foi se tornando um recluso. Ele parou de fazer concertos ao vivo e de aparecer em público. Para muitos George foi ficando paranoico com sua segurança. A morte de John Lennon, covardemente assassinado na frente de seu prédio em Nova Iorque, piorou ainda mais a situação. George passou a ter pavor de encontrar fãs dos Beatles ao acaso, afinal poderia ser mais um lunático como aquele que assassinou Lennon. Tragicamente para ele isso não o deixou a salvo. Muitos anos depois um maluco conseguiu invadir sua mansão. George se viu face a face com um psicótico armado com uma faca. Segundo os laudos George levou várias facadas e sobreviveu milagrosamente. Sua esposa Olivia o salvou, jogando um abajur pesado na cabeça do agressor.

Em relação aos demais Beatles George praticamente não os viu mais. Ele passou a ter uma crescente ojeriza em relação a Paul e ficava incomodado até mesmo de estar na mesma sala do que ele. Para George seria um alívio nunca mais trabalhar ao lado de Paul, mas acabou tendo que engolir seu ponto de vista ao trabalhar ao lado dele no projeto Anthology. Foi um reencontro tenso, marcado por diferenças que jamais seriam superadas. George só voltou porque estava falido. Seu empresário anterior havia se apropriado de parte de sua fortuna e sua companhia cinematográfica estava destruída financeiramente após o lançamento de vários filmes que se tornaram fracassos de bilheteria. Precisando de dinheiro ele participou do Anthology, se comprometendo a participar de três novas faixas com os demais Beatles. Acabou só fazendo duas, por não aguentar mais ter que tocar ao lado de Paul em estúdio. Foi o último suspiro dos Beatles.

Pablo Aluísio.

Rolling Stones - Aftermath

Considerado o primeiro álbum dos Stones a realmente romper com a musicalidade dos primeiros discos do grupo, considerados ainda muito influenciados pelo estilo "Yeah, Yeah, Yeah" dos Beatles. Depois de tantas comparações como essa os Stones perderam a paciência e resolveram provar que não era apenas um conjunto genérico do quarteto de Liverpool. Assim Brian Jones resolveu enriquecer cada faixa do disco, acrescentando inúmeros instrumentos que não faziam parte do cotidiano de uma banda de rock da época. O grupo também decidiu dar um tempo nos covers do rock blues americano, optando por gravar um material 100% próprio com apenas canções compostas pela dupla Jagger / Richards. Nesse ponto queriam provar que poderiam ser tão criativos como a dupla Lennon e McCartney. Como se pode perceber os Beatles, por sua fama e sucesso, tinham se tornando uma sombra sempre presente. O grupo também passava por problemas internos. Brian Jones ainda se considerava o líder da banda, mas a cada dia ia ficando mais ofuscado pela parceria entre o vocalista Mick Jagger e o guitarrista Keith Richards. Foram eles inclusive que resolveram escalar o produtor Andrew Loog Oldham para trabalhar no álbum. Embora ainda fosse uma das mentes pensantes da banda, a verdade pura e simples era que Jones se afundava cada vez mais no abuso de drogas, algo que o levaria a uma morte precoce na piscina de sua casa alguns meses mais tarde.

"Aftermath" nasceu inicialmente como projeto para o cinema pois os Stones estavam interessados em compor trilhas sonoras para Hollywood mas conforme as semanas foram passando Mick Jagger mudou radicalmente de opinião e resolveu levar todo o grupo para os Estados Unidos com a intenção de gravar um álbum convencional. Os estúdios escolhidos pelos Stones foram os da RCA na costa oeste, onde havia a tecnologia necessária para dar a qualidade que eles desejavam para as canções - novamente absorvendo críticas de que seus três primeiros discos não tinham sido muito bem gravados. Além do núcleo central composto por Jagger, Richards e Jones, ainda tocaram com muito empenho no disco os músicos Charlie Watts e Bill Wyman (também eles próprios membros efetivos dos Stones), além dos convidados Jack Nitzsche e Ian Stewart (praticamente um gênio subestimado). O resultado desse esforço coletivo é muito bom pois "Aftermath" deixa bem claro a intenção dos Stones em melhorar seu som em todos os níveis, tanto do ponto de vista técnico como de poesia. Curiosamente a sonoridade providenciada por Brian Jones, que tanto elogios ganhou em seu lançamento, talvez seja o principal responsável pelo álbum ser considerado um pouco datado nos dias de hoje. Para muitos os experimentos de Jones deixaram o LP com baixo teor roqueiro, sendo por essa razão "Aftermath" uma mera relíquia curiosa dos anos 60 hoje em dia. Cabe a cada um tocar o disco para tirar suas próprias conclusões.

Rolling Stones - Aftermath (1966)
Mother's Little Helper
Stupid Girl
Lady Jane
Under My Thumb
Doncha Bother Me
Goin' Home
Flight 505
High and Dry
Out of Time
It's Not Easy
I Am Waiting
Take It or Leave It
Think / What to Do.

Pablo Aluísio.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Melissa Etheridge - This Is M.E.

De tempos em tempos é bom mudar um pouquinho, caso contrário o artista fica saturado e parado no mesmo lugar, ano após ano. Visando sair dessa armadilha (que já pegou muita gente boa no passado) a cantora Melissa Etheridge resolveu testar seus limites. Ela, é claro, pode arriscar sempre que desejar, uma vez que já tem uma base de fãs tão leais quanto fiéis. O interessante é que ao mesmo tempo em que busca coisas novas, Melissa consegue manter sua sonoridade mais tradicional, deixando os mais conservadores e quadrados mais calmos.Take it easy! Afinal de contas mudar é uma coisa, enfiar o pé na jaca é outra completamente diferente. Ela passou longe de errar em suas novas escolhas.

E o que afinal há de novo nesse CD? Etheridge está visivelmente interessada em buscar fundo nas suas raízes R&B. Para isso ela não se intimidou e convidou alguns medalhões para dar dicas e somar com seu talento no resultado final. O que temos depois disso é um som forte, robusto e muito mais rico em termos de arranjos do que em seus últimos trabalhos. Algumas das canções são apenas medianas como, por exemplo, "Stranger Road" ou até mesmo "A Little Bit Of Me" (a mais criticada em resenhas internacionais), mas tudo é compensado em momentos maravilhosos como "A Little Hard Hearted" ou "All The Way Home", saudosista e nostálgica nas dosagens certas. Melissa Etheridge mostra assim que mudar é bom, saudável, mas desde que seja em direção ao caminho certo. Apostar em um som mais rico, pautado em grandes standards do passado, logo se revela uma escolha feliz. Afinal de contas quem fica parado é poste, minha querida!

Melissa Etheridge - This Is M.E. (2015)
1. I Won't Be Alone Tonight
2. Take My Number
3. A Little Hard Hearted    
4. Do It Again
5. Monster
6. Ain't That Bad
7. All The Way Home
8. Like A Preacher
9. Stranger Road
10. A Little Bit Of Me
11. Who Are You Waiting For

Pablo Aluísio.

Adele - 25

Bom, não é novidade para ninguém que Adele dominou o cenário musical nesse fim de ano. Esse seu novo álbum "25" conseguiu vender apenas em sua primeira semana mais de 3 milhões e 300 mil cópias apenas dentro no mercado americano! Números dessa magnitude em um tempo em que a indústria fonográfica está praticamente falida são realmente de se surpreender. E a cantora anunciou na semana passada que vai começar uma grande turnê mundial, ou seja, muito provavelmente esse CD consiga atingir a marca dos dez milhões de cópias vendidas em pouco tempo, sem esquecer que o álbum já é o mais vendido do ano. São números impressionantes e o melhor de tudo é que eles refletem um bom trabalho, digno de todo esse êxito comercial. Vejo em Adele várias coisas positivas.

O mundo da música de uma maneira em geral vem sofrendo muito nos últimos anos com fórmulas que se repetem e se desgastam muito rapidamente. Depois que o Rock entrou em decadência - de maneira até justa, devemos confessar - a indústria correu atrás de outros gêneros musicais para sobreviver. Tivemos o advento do rap e do hip hop (com resultados sofríveis) e depois a massificação de artistas da linha pop adolescente, algo que se você tiver mais de 16 anos dificilmente irá se interessar. De uma hora para outra as pessoas com um gosto musical mais refinado ficaram praticamente sem ter o que ouvir. Apenas cantoras geniais como Norah Jones, com seu jazz sofisticado e rico, conseguiram romper essa barreira que havia se criado.

Adele também se encontra nesse pequeno grupo de artistas talentosos que conseguem fazer sucesso. A receita dela, como todos sabem, é investir de forma bem sincera em um romantismo latente, que procura criar um vínculo diretamente com o coração de seu público. Aliás credito o sucesso de Adele a essa necessidade das pessoas em terem algum artista que represente esse lado mais sentimental da vida de cada um de nós. Em um mundo onde o cinismo e o desamor parecem imperar de forma absoluta, a cantora Adele consegue com coragem romper esse escudo de insensibilidade que se criou no meio social. Ela canta sobre amor e sentimento e não parece ter a menor vergonha disso, o que acaba deixando até mesmo embaraçados os cínicos de plantão. Até porque esses que transformaram o amor em piada e escárnio já morreram internamente.

Adele supera todos eles com apenas algumas notas musicais. É uma ótima intérprete e compositora, sempre muito sincera em expressar aquilo que sente. Também indiretamente traz uma bela mensagem subliminar para suas admiradoras, mostrando que uma mulher pode ser bonita e desejada sendo apenas uma pessoa comum. Ela certamente não se enquadra dentro dos padrões rígidos que são impostos pelo mundo da moda e da beleza, do marketing agressivo. Ao invés disso tem uma imagem de uma mulher normal, sem loucuras de tentar ser o que não é. Sua imagem me passa uma sinceridade tocante. Afinal apenas pessoas vazias e destituídas de profundidade julgam alguém apenas pela aparência. Uma cantora cheia de atitude e sentimentos sinceros. Algo que faltava muito no combalido mundo musical dos dias atuais. Assim não deixe de ouvir "25". Vai ser uma ótima audição.

Adele - 25
1. Hello
2. Send My Love (To Your New Lover)
3. I Miss You
4. When We Were Young
5. Remedy
6. Water Under the Bridge
7. River Lea
8. Love in the Dark
9. Million Years Ago
10. All I Ask
11. Sweetest Devotion

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Ringo Starr

Há poucos dias Ringo Starr, o baterista dos Beatles, completou 76 anos de idade... quem diria! Ringo segue sendo um dos Beatles mais queridos pelos fãs, não apenas por causa de seu eterno complexo de vira-lata (ele sempre foi considerado um sortudo e o menos talentoso membro dos Beatles) como também por seu carisma. A imprensa internacional (em especial a inglesa) sempre dá destaque aos aniversários dos ex-beatles. Principalmente dos que ainda estão vivos. Ringo, apesar de ser um alcoólatra por anos e anos, conseguiu sobreviver e está aí para contar sua história. É um sobrevivente, vamos admitir

Entre as reportagens interessantes publicadas sobre Ringo Starr algumas me chamaram a atenção. Uma delas sobre uma nova biografia que está prestes a ser lançada na Inglaterra trazendo fatos inéditos de sua trajetória. A mais curiosa revela as razões do fim do primeiro casamento de Starr. Ele foi casado por dez anos com Maureen Cox. Juntos tiveram três filhos (Zek, Lee e Jason). Ela cuidava do cabelo de Ringo e o conhecia desde os tempos em que ele era baterista do grupo Rory Storm and the Hurricanes (o nome das bandas inglesas de Liverpool eram hilárias!).

Pois bem, certo dia a esposa de George Harrison pegou o marido Beatle na cama com Maureen, a esposa de Ringo! Sim, George traiu Ringo, dormindo com sua mulher! Imagine o escândalo! Nada nunca foi confirmado oficialmente, mas o fato é que Ringo a deixou logo após os boatos surgirem entre os amigos mais próximos do quarteto. Dizem que Brian Epstein, o empresário dos Beatles, abafou tudo para que a imprensa inglesa não explorasse as picantes histórias de alcova envolvendo os bastidores do grupo de Liverpool. Eu sabia que George havia sido traído pela esposa com Eric Clapton, mas não que ele havia traído o próprio colega de banda levando sua esposa para debaixo dos lençóis!

Outro fato divertido envolvendo o aniversário de Ringo veio de uma entrevista completamente nonsense que deu a uma publicação americana recentemente. Perguntado sobre o boato "Paul is Dead" (aquele mesmo que afirmava que Paul McCartney havia morrido em 1966, sendo substituído por um sósia chamado Billy Shears), Ringo confirmou tudo!!! Claro que foi um ato de puro besteirol, mas como os teóricos de conspiração adoram uma coisa desse tipo tudo acabou virando um tremendo carnaval, principalmente na internet. Pois é, mesmo perto dos 80 anos, Ringo ainda consegue inovar e mais do que tudo, divertir os fãs dos Beatles...

Pablo Aluísio. 

James Taylor - Before This World

Certa vez, conversando com um amigo sobre James Taylor, ele me perguntou se o cantor ainda estava vivo! Infelizmente Taylor passou por um ostracismo bem duradouro em sua carreira, fruto de anos de má administração de seu empresário e também pela gravação de discos que sinceramente falando não lhe ajudavam em nada a sair das sombras do esquecimento. Como desapareceu da grande mídia e sendo um artista veterano, muita gente pensou por ai que ele teria deixado essa para melhor, como aliás muitos outros de sua geração. Pois bem, agora temos esse novo álbum, "Before This World" que marca, após 13 longos anos de afastamento, sua volta aos estúdios para a gravação de faixas inéditas.

Para surpresa de muitos (e do próprio James Taylor) o disco emplacou nas paradas americanas chegando ao cobiçado primeiro lugar da Billboard após vender 96 mil cópias na semana de seu lançamento. Trocando em miúdos, sim, James Taylor ainda está vivo e faturando bem. Outro fato digno de nota sobre esse lançamento é que foi a primeira vez que ele chegou na posição 1, isso depois de 45 anos de carreira. Taylor nunca foi um popstar ou um astro de vendagens expressivas. Credito esse sucesso atual a um justo reconhecimento por parte do público em relação a ele, que sempre foi um batalhador e um guerreiro no mundo da música. Além do mais, em uma época tão ruim de belas baladas, nada mais justo do que o surgimento de um verdadeiro baladeiro romântico de mão cheia para trazer alguma harmonia e melodia nas rádios dos Estados Unidos e Europa.

Nove das dez canções foram escritas por ele mesmo. Uma prova de que embora estivesse longe dos estúdios por todos esses anos (seu último disco de inéditas havia sido "October Road" em 2002) ele seguia compondo e criando novas músicas. A única exceção vem com o duo "Before This World / Jolly Springtime" que foi escrita ao lado do amigo Sting. O conjunto da obra é muito bom de se ouvir. Predomina o estilo que todos conhecemos. Para quem não se recorda ou não sabe, James Taylor começou ao lado dos Beatles, lá nos distantes anos 1960. A gravadora do grupo inglês abriu as portas para que ele finalmente gravasse seu primeiro disco. Ele era talentoso, mas desconhecido até então. Com o sucesso Taylor resolveu deixar a Apple Records, o que lhe causou um pesado processo judicial, algo que anos depois Paul definiria como uma "vergonha". Afinal processar o colega de profissão não condizia muito com a imagem que os Beatles cultivavem na época. Os anos passaram e Taylor continuou seguindo em frente, nem sempre sendo honesto e fiel ao seu estilo. Agora ele tem finalmente a chance de se redimir. Não chegaria ao ponto de dizer que "Before This World" é uma obra prima, mas que é melhor do que 99% do que se ouve por aí atualmente isso certamente é.

James Taylor - Before This World (2015)
Today Today Today
You and I Again
Angels of Fenway
Stretch of The Highway
Montana
Watchin' Over Me
SnowTime
Before This World / Jolly Springtime
Far Afghanistan
Wild Mountain Thyme

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Paul McCartney - Silly Love Songs

Recentemente Paul disse em uma entrevista que o grupo Wings, que ele próprio formou após o fim dos Beatles, era "terrível". Sim, terrível no sentido de ser ruim. Já tinha imaginado Paul McCartney falando uma coisa dessas?! É de surpreender! O grupo teve vários grandes sucessos e emplacou discos de sucesso, alguns deles chegando ao ponto de liderar a parada americana. Mesmo assim Paul se justificou dizendo que Linda, sua esposa, por exemplo, nem sabia tocar para ficar em cima de um palco fingindo estar tocando teclados. Bom, cada um sabe de si. Em minha opinião duas coisas talvez expliquem a opinião devastadora de Paul sobre o Wings. A primeira foi uma série de críticas disparadas por John Lennon na década de 70. Parece que elas fincaram fundo na alma de Paul. A segunda vem do fato de que alguns álbuns do Wings eram realmente um pouco irregulares.

Veja o caso de "Wings at the Speed of Sound". Esse é aquele tipo de disco que fazia você se empolgar com uma canção maravilhosa (no caso "Silly Love Songs", um hit absoluto nas rádios da época). Assim você comprava o LP, mas ao chegar em casa descobria que havia mesmo apenas uma ou duas músicas realmente acima da média. Todo o restante era um pouco decepcionante. Em minha opinião esse disco se enquadra exatamente nisso. "Silly Love Songs" e "Let 'Em In" são obras primas no meio de várias canções bem descartáveis. A primeira inclusive foi composta em resposta a John Lennon que vinha destroçando os discos de Paul. Ele dizia que McCartney só sabia compor músicas melosas de amor. Então Paul respondeu na letra dessa faixa: O que há de errado nisso? E mandou ver em uma das mais belas e imortais músicas do Wings, esse grupo tão "terrível"!

Música: Silly Love Songs
Compositor: Paul McCartney
Álbum: Wings at the Speed of Sound
Data de Gravação: janeiro de 1976
Local de Gravação: Abbey Road Studios, Londres
Produtor: Paul McCartney
Músicos: Paul McCartney (vocais, guitarra, baixo), Linda McCartney (vocais, teclados), Denny Laine (vocais, violão, baixo, guitarra), Jimmy McCulloch (baixo), Joe English (bateria).

Pablo Aluísio.