quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Paul McCartney - All The Best
Dessa forma esse “All The Best” é outra exceção na discografia do cantor e compositor. Eu particularmente nunca gostei de coletâneas de sucessos. Prefiro os discos oficiais com todo o repertorio à disposição do ouvinte. Trabalhos que reúnem apenas os grandes sucessos sempre trazem uma visão muito superficial do artista. O ideal é realmente ir descobrindo tudo aos poucos, de forma gradual, inclusive com as canções obscuras que não fizeram sucesso ou que foram completamente ignoradas. De qualquer modo nem todos tem tempo ou interesse para isso. Já outros simplesmente querem ter apenas um álbum do cantor em sua coleção. Para esses eu aconselho ainda hoje esse título, mesmo após todos esses anos. Na era do vinil ele foi lançado como álbum duplo, com encartes de luxo e belíssima direção de arte (ainda tenho em minha coleção essa preciosidade). Aqui o disco capta os anos de maior sucesso de Paul. São hits e mais hits, provando o legado de sucessos do cantor. De inédita apenas as ótimas faixas “Once Upon a Long Ago" (uma sonoridade maravilhosa que ganhou um clip marcante) e a infantil “We All Stand Together” (que tem um lindo arranjo orquestral). Ouvindo esses registros – aliados a todos os seus grandes sucessos – não podemos deixar de ficar admirados com tanto talento e criatividade musical. Acredito que esse é o grande diferencial de Paul McCartney como artista. É um músico que nunca teve medo de arriscar e transitar em todos os estilos musicais, até mesmo em músicas infantis. Nem preciso falar também de suas peças compostas para grandes orquestras. Então fica a recomendação caso você queira ter apenas um disco do ex-beatle em sua coleção de CDs com o melhor de sua carreira solo. Não é o ideal para um talento do nível de um Paul McCartney mas...
Paul McCartney – All The Best (1987)
Jet
Band on the Run
Coming Up
Ebony and Ivory
Listen to What the Man Said
No More Lonely Nights
Silly Love Songs
Let 'Em In
C Moon
Pipes of Peace
Live and Let Die
Another Day
Maybe I'm Amazed
Goodnight Tonight
Once Upon a Long Ago
Say Say Say
With A Little Luck
My Love
We All Stand Together
Mull of Kintyre
Pablo Aluísio.
Paul McCartney - Press To Play
Dessa forma tudo soava a favor de seu novo lançamento, que chegaria ao mercado bem no auge de sua popularidade na carreira solo. O primeiro clip promocional do disco foi vinculado no programa Fantástico da Rede Globo (não existia ainda a MTV em nosso país) e mostrava um cantor bem à vontade pegando carona no Metrô de Nova Iorque. Era de certa forma um videoclip bem mais simples e modesto do que o material que vinha sendo apresentando antes, mas cumpria sua meta de promover o novo disco que estava para ser lançado. A canção era muito boa e tinha bom ritmo. Além disso trazia uma novidade para o nosso país: a participação talentosa do guitarrista brasileiro Carlos Alomar. Na mesma semana o disco finalmente foi lançado no Brasil.
Provavelmente eu fui uma das primeiras pessoas a comprar o disco no Brasil já que o adquiri quando ele literalmente chegou nas prateleiras. Naquele momento só conhecia mesmo "Press" que já vinha tocando regularmente nas rádios brasileiras com extrema habitualidade. Era um novo sucesso de Paul, não restava dúvidas. A direção de arte da capa de "Press To Play" era de extremo bom gosto, uma foto tirada com o mesmo equipamento usado na era de ouro de Hollywood na década de 30. Por isso a capa possui todo esse charme retrô e vintage que lhe caía muito bem. O álbum apesar de não ser duplo vinha com dupla capa, sendo que em seu interior Paul colocou dois desenhos com as respectivas fichas técnicas de forma esquematizada. Se a parte gráfica era excelente, a musical deixou a desejar.
Confesso que a primeira audição do disco me causou certa decepção. De primeira mão só consegui encontrar 3 faixas fortes no disco: Stranglehood (muito bem arranjada com inspirada execução de cordas), "Only Love Remains" (uma das mais belas baladas românticas de Paul na era pós Beatles, com lindo arranjo de piano) e a própria "Press" (com uma sonorização diferente da versão que saiu nos EUA - muito superior na minha opinião). As demais músicas do disco não ficavam à altura das expectativas. Paul chegava inclusive a requentar velhos arranjos de seu passado como os que tinha utilizado em "London Town" (na parte falada do disco "spoken word"). Também não havia nenhuma parceria digna de maior nota no restante do álbum (seu trabalho ao lado de Eric Stewart não foi muito bom na minha opinião).
O fato é que Paul formou uma banda nova para o disco, chamando músicos talentosos mas o resultado final ficou abaixo do que se esperava. O disco também não correspondeu muito bem nas paradas pois das demais músicas apenas "Only Love Remains" ganhou algum destaque, sendo promovida inclusive com um bonito videoclip (o segundo e último do disco). O LP também trazia uma sonoridade que tentava se comunicar melhor com os arranjos mais em moda dos anos 80 com farto uso de sintetizadores, o que causou o efeito oposto com o tempo o deixando bem datado hoje em dia.
Atualmente o disco está meio esquecido. As músicas não estão entre as mais populares de Paul e ele ignorou completamente o disco em suas apresentações ao vivo. "Press to Play" no final das contas demonstra que até mesmo os grandes nomes da música possuem seus momentos "menores". O fato é que depois da pouca repercussão do disco Paul acabou deixando de lado discos mais produzidos como esse para alcançar novos limites e tentar novas idéias para sua carreira, lançando, por exemplo, um disco "pirata" na União Soviética e gravando um belo trabalho ao lado de Elvis Costello (Flowers In The Dirty) para fechar com chave de ouro a década de 1980. Mas essa é uma outra história...
Paul McCartney - Press To Play (1986)
STRANGLEHOLD
GOOD TIMES COMING/FEEL THE SUN
TALK MORE TALK
FOOTPRINTS
ONLY LOVE REMAINS
PRESS
PRETTY LITTLE HEAD
MOVE OVER BUSKER
ANGRY
HOWEVER ABSURD
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Paul McCartney - Pipes Of Peace
Um dos grandes sucessos de Paul na década de 80, naqueles que foram alguns dos anos mais criativos de toda sua carreira. Aqui Paul segue com a fórmula que havia dado muito certo em Tug of War, ou seja, reunir-se a um grande nome da música com produção do maestro George Martin, seu produtor mais constante desde a época dos Beatles. Se em Tug of War tínhamos a presença muito especial de Stevie Wonder aqui Paul resolveu trazer nada mais, nada menos, do que o auto proclamado Rei do Pop, sim ele mesmo, Michael Jackson. Foi uma via de mão dupla,. Jackson participou de Pipes of Peace e em contrapartida Paul deu às caras no fenomenal disco Thriller (na ótima faixa “The Girl Is Mine”). Em Pipes of Peace Michael Jackson participa de duas excelentes canções, a simpática "Say, Say, Say" e a baladona "The Man". Ambas as músicas foram assinadas por Paul e Michael. Infelizmente a parceria bem sucedida não duraria muito pois Paul e Michael se desentenderam depois por causa da venda dos direitos autorais da discografia dos Beatles. Paul queria comprar mas Michael lhe passou a perna e as comprou antes, deixando Paul desolado. Sobre o acontecimento Jackson resumiria tudo com a seguinte frase: "Amigos, amigos, negócios à parte". Nunca mais voltaram a trabalhar juntos embora as regras de boa educação fizessem com que nas eventuais vezes que se encontraram se tratassem com a devida cordialidade.
Além de Michael Jackson, Paul resolveu formar uma nova banda para as gravações, formação essa que eu pessoalmente considero das melhores: Ringo Starr (dispensa maiores apresentações), Denny Laine (do Wings), Eric Stewart (ex-10cc) e Stanley Clarke.(um instrumentista excepcionalmente talentoso). Tantos talentos juntos geraram um excelente álbum com músicas excepcionais como a própria música título, "Pipes of Peace", que ganhou um dos melhores videoclips da carreira de McCarntey. Passada na I Guerra Mundial a estória relembra um pequeno evento, baseado em fatos reais, que aconteceu quando dois exércitos inimigos resolveram bater uma bolinha nos campos enlameados do front durante uma trégua. Paul inclusive surge dos dois lados, como um inglês e um alemão. Extremamente bem produzido o clip até hoje é lembrado, tal sua qualidade. A música "Say, Say, Say" também virou um videoclip bastante divertido com Paul e Michael interpretando charlatões no século passado. A canção se tornou o carro chefe do disco e foi lançada em single que trazia uma estranha capa com Paul e Michael com pernas enormes, realmente desproporcionais.
No lado B "Ode a Koala Bear", uma musiquinha muito simpática e bem arranjada. Um fato curioso é que Paul na época da gravação desse disco estava muito envolvido no projeto para um musical a ser lançado no cinema. Assim as coisas ficaram meio atropeladas. Tentando ganhar tempo Paul acabou incluindo várias composições que iriam entrar em Tug Of War mas ficaram de fora do disco como "Keep Under Cover", "Hey Hey", "Tug Of Peace" e "Sweetest Little Show". Talvez por essa razão "Pipes of Peace" ganharia uma injusta fama de ser uma “sobra” de "Tug of War". Tal forma de pensar é bem injusta pois o álbum apesar de sofrer influências do disco anterior certamente tem identidade própria. No final o disco fez sucesso, e apesar dos pesares conseguiu emplacar nas paradas, chegando a vender 1 milhão de cópias apenas nos EUA. O sucesso prosseguiu em vários outros países conquistando vários discos de ouro e platina. Paul McCartney assim confirmava mais uma vez sua grande vocação para o sucesso.
Paul McCartney – Pipes of Peace (1983)
Pipes of Peace
Say Say Say
The Other Me
Keep Under Cover
So Bad
The Man
Sweetest Little Show
Average Person
Hey Hey
Tug of Peace
Through Our Love
Pablo Aluísio.
Paul McCartney - Tug Of War
Além da presença marcante de George Martin, Paul resolveu escalar um grupo de excelentes músicos para lhe acompanhar no projeto. Assim ele convidou Steve Wonder para participar (e dividir a autoria) em dois belos momentos do disco: What's That You're Doing? e Ebony and Ivory, essa última lançada em single de grande sucesso. Para homenagear suas raízes musicais trouxe o lendário cantor da Sun Records, Carl Perkins e com ele gravou uma das faixas mais deliciosas de Tug Of War, Get It. Stanley Clarke, famoso músico de jazz também se uniu ao grupo que ficou completo com a participação muito especial do ex-Beatle Ringo Starr. Como o disco foi gravado meses após a trágica morte de John Lennon, Paul resolveu homenagear seu antigo amigo e parceiro musical na linda faixa Here Today. A faixa título traria uma temática que seria depois desenvolvida no próximo trabalho de McCartney, Pipes Of Peace, e Ballroom Dancing se tornaria uma das mais conhecidas (e dançantes) faixas de toda a carreira de McCartney. Completando o LP, Paul ainda emplacou aquela que está entre algumas de suas mais bonitas melodias, Wanderlust. Em suma o disco é ótimo em qualquer aspecto que se analise.
Com ele Paul foi logo aclamado pela crítica e pelo público, fazendo com que o álbum logo se tornasse o mais vendido nas principais paradas musicais do mundo, como a Billboard e a NME (em ambas Tug Of War chegaria ao primeiro lugar). Esse grande sucesso comercial acabou colocando Paul em contato com Michael Jackson, que naquele mesmo ano desenvolvia seu fenomenal disco Thriller. Paul até mesmo participaria do disco do astro na faixa The Girl Is Mine e no ano seguinte lançaria um single ao lado de Michael, Say, Say, Say, mas essa é uma outra história...
Paul McCartney - Tug Of War (1982)
Tug of War
Take It Away
Somebody Who Cares
What's That You're Doing?
Here Today
Ballroom Dancing
The Pound Is Sinking
Wanderlust
Get It
Be What You See (Link)
Dress Me Up as a Robber
Ebony and Ivory
Pablo Aluísio.
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Paul McCartney - McCartney II
Um feito e tanto para John que sempre soltava farpas em direção ao trabalho solo de seu ex-companheiro de banda. Já "Waterfalls" mostrava o lado mais romântico e melódico de McCartney. Canção linda que virou inclusive single em junho de 1980. Paul explicaria depois que a compôs pensando nas lindas paisagens naturais, como aquelas que são vistas em comerciais de estações de turismo. As demais faixas do álbum seguiam um lado mais experimental, com uma sonoridade bem diferente, que inclusive valeu ao disco o apelido de projeto “maluquinho” de Paul. O exemplo maior era justamente "Temporary Secretary", que mais parecia uma farra de estúdio do que uma gravação convencional. Mesmo assim o álbum virou sucesso e chegou ao primeiro lugar na Inglaterra, provando a Paul que o caminho a seguir era esse mesmo. De qualquer modo, mesmo com sua verniz alternativa, não há como negar o incrível charme que “McCartney II” possui. Um disco que se tornou um perfeito retrato desse novo artista que renascia mais uma vez em sua maravilhosa trajetória musical.
Paul McCartney - McCartney II (1980)
Coming Up
Temporary Secretary
On the Way
Waterfalls
Nobody Knows
Front Parlour
Summer's Day Song
Frozen Jap
Bogey Music
Darkroom
One of These Days
Pablo Aluísio.
Paul McCartney - Back to the Egg
Se fosse dizer qual realmente seria o núcleo básico do Wings diria que ele era formado mesmo apenas por Paul, sua esposa Linda e Denny Laine. Os demais membros era temporários, iam e viam de acordo com as necessidades de Paul. Isso, convenhamos não é grupo de rock nenhum, mas sim um mero nome comercial que esconde o fato de estarmos diante da carreira solo de Paul McCartney e seus vários músicos de palco e estúdio. Nada mais do que isso. Além dos habituais membros do Wings, prestes a desaparecer, Paul resolveu ainda chamar grandes nomes para tocar numa faixa super especial que ele havia composto chamada "Rockestra Theme". Entre os convidados estavam o mito David Gilmour do Pink Floyd (provavelmente o maior guitarrista de todos os tempos), Pete Townshend do The Who e dois membros do Led Zeppelin, John Paul Jones e John Bonham. Esse padrão de convidar grandes músicos se tornaria regra para Paul nos anos que viriam já que em pouco tempo ele estaria dividindo o microfone com gente como Michael Jackson e Stevie Wonder, com maravilhosos resultados. Eu considero "Back to the Egg" um dos melhores trabalhos de Paul onde hits convivem com faixas menos conhecidas. Infelizmente essa minha opinião não é compartilhada nem mesmo pelo próprio McCartney que numa entrevista anos depois afirmou que o disco era "super produzido demais", mostrando que se fosse mais simples seria de seu agrado. Deixe a modesta opinião de Paul de lado e conheça esse excelente momento de sua discografia nos anos 70, você certamente não irá se arrepender.
Paul McCartney - Back to the Egg (1979)
1. Reception
2. Getting Closer
3. We're Open Tonight
4. Spin It On
5. Again And Again And Again
6. Old Siam, Sir
7. Arrow Through Me
8. Rockestra Theme
9. To You
10. After The Ball/Million Miles
11. Winter Rose / Love Awake
12. The Broadcast
13. So Glad To See You Here
14. Baby's Request
15. Daytime Nighttime Sufferin*
16. Wonderful Christmastime*
* Incluídas no lançamento posterior em CD.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Paul McCartney - London Town
O Wings também sofreu baixas durante as gravações e por isso o disco soa hoje sem identidade. As faixas vão do belo ("London Town", "I´m Carrying", "With a Little Luck") ao medíocre ("Famous Groupies" e "Morse Moose And The Grey Goose"). De qualquer forma há preciosidades perdidas no conjunto como por exemplo a ótimo e injustamente desconhecida até hoje, "I've Had Enough". Uma faixa simples apenas com guitarra, bateria e baixo, como convém aos grandes rocks. Na minha concepção uma canção que poderia entrar facilmente em qualquer discos dos Beatles em sua primeira fase. A pegada é excelente - impossível não lembrar dos primeiros registros do quarteto de Liverpool ainda nos tempos do Cavern. Outra música injustamente esquecida é "Girlfriend" que ganharia um ano depois uma regravação com Michael Jackson em seu LP "Off The Wall". No mesmo lirismo juvenil encantador ainda há "Children, Children" - o típo de música que não vemos mais atualmente em discos atuais pois o cinismo reinante poderia facilmente as qualificar como "bobas" ou "pueris" demais.
O interessante de London Town é a ausência entre as faixas de um dos maiores sucessos da carreira de Paul: "Mull of Kintyre". Paul a lançou em single pouco antes de "London Town" chegar ao mercado e por uma decisão infeliz a deixou fora do álbum (na época ainda imperava certas estratégias de marketing antigas como o lançamento exclusivo em compactos para subirem rapidamente nas paradas). O fato é que "Mull Of Kintyre" vendeu tanto na época que acabou se tornando o single mais vendido na Inglaterra, um feito e tanto. Sucesso merecido aliás pois é de grande beleza sonora com rico e sofisticado arranjo tradicional. Não faz mal, anos depois Paul finalmente consertaria o erro e a incluiria entre as faixas de "London Town" na reedição do disco em Compact Disc. Antes tarde do que nunca! Em síntese poderia dizer que "London Town" apesar de sua irregularidade, consegue atingir um excelente nível em suas melhores músicas. Só isso já vale a audição com absoluta certeza.
Paul McCartney - London Town (1978)
London Town
Cafe On The Left Bank
I'm Carrying
Backwards Traveller
Cuff Link
Children Children
Girlfriend
I've Had Enough
With a Little Luck
Famous Groupies
Deliver Your Children
Name And Address
Don't Let It Bring You Down
Morse Moose And The Grey Goose
Pablo Aluísio.
Paul McCartney - Wings at the Speed of Sound
“Wings at the Speed of Sound” é o retrato disso. Existem dois grandes clássicos na seleção, todas obviamente de Paul McCartney. A primeira a destacar é também o maior sucesso de Paul nos Estados Unidos: “Silly Love Songs”. A canção foi composta como uma resposta bem humorada de Paul a uma crítica de John Lennon que havia declarado a um jornal americano que “Paul só sabia fazer baladas românticas”. Diante da “acusação” Paul escreveu essa bela balada onde ele perguntava o que afinal havia de errado nisso? Nem precisa dizer que a melodia é maravilhosa e seu refrão pegajoso grudou nas rádios americanas como poucas vezes foi visto. A segunda grande música do álbum é “Let 'Em In”. Aqui o ritmo é suave, quase sussurrado, numa bela faixa. Paul usou uma melodia recorrente, que vai e volta ao mesmo ponto várias vezes. Mesmo assim tudo soa muito agradável aos ouvidos. Infelizmente tirando essas duas lindas canções o que sobra é o abismo. Nada mais de memorável se salva, nem as canções escritas por Denny Laine e nem muito menos as de Jimmy McCulloch. E o que dizer da ridícula “Cook of the House” de Linda McCartney? Sem comentários. O fato é um só. Não há como competir com um talento como Paul McCartney. Se ele quis aqui provar que os Wings eram mais do que ele próprio o feitiço acabou virando contra o feiticeiro pois “Wings at the Speed of Sound”, o álbum, provou justamente o contrário do que ele pretendia.
Wings - Wings at the Speed of Sound (1976)
Let 'Em In
The Note You Never Wrote
She's My Baby
Beware My Love
Wino Junko
Silly Love Songs
Cook of the House
Time to Hide
Must Do Something About It
San Ferry Anne
Warm and Beautiful
Pablo Aluísio.