sábado, 6 de dezembro de 2025

Wandinha - Segunda Temporada

Título no Brasil: Wandinha
Título Original: Wednesday
Ano de Lançamento: 2025
País: Estados Unidos
Estúdio: MGM Television
Direção: Tim Burton, Gandja Monteiro
Roteiro: Alfred Gough, Miles Millar
Elenco: Jenna Ortega, Catherine Zeta-Jones, Luis Guzmán, Emma Myers, Hunter Doohan, Gwendoline Christie

Sinopse
As aventuras de Wandinha Addams na Academia Nunca Mais, um colégio para jovens com habilidades sobrenaturais, continua. Agora ela vai precisar enfrentar, de uma vez por todas, mãe e filho que se transformam em monstros selvagens. Ao mesmo tempo vai lutar contra um morto-vivo, velho desafeto de seus pais, que retornou para sua sangrenta vingaça final. 

Comentários:
Ficou alguns pontos abaixo da primeira temporada. O que ninguém fala, mas o que todos sabem, é que a personagem Wandinha não tem muitas histórias originais solo escritas pelo seu autor Charles Addams. Ela sempre foi uma coadjuvante no material original da família Addams. Então Tim Burton e sua equipe de roteiristas precisaram criar histórias do nada ou então adaptar, em episódios esporádicos, as poucas tirinhas da Wandinha que sobreviveram ao tempo. Não foi um trabalho fácil. Mas é a tal coisa, já que o sucesso da primeira temporada foi muito grande, a Netflix exigiu uma segunda e agora confirmada terceira temporada. Então haja criatividade para criar mais um grupo de historinhas da Wednesday que está cada dia mais popular. Essa segunda temporada ainda assim está OK. Para seu público alvo - o juvenil - está mais do que adequado. Só não espere por algo melhor na terceira temporada que vem por aí. Não é todo dia que santo faz milagre. 

Pablo Aluísio. 

Merlin

Título no Brasil: Merlin
Título Original: Merlin
Ano de Lançamento: 1998
País: Estados Unidos / Reino Unido
Estúdio: Hallmark Entertainment
Direção: Steve Barron
Roteiro: David Stevens, Edward Khmara
Elenco: Sam Neill, Helena Bonham Carter, Miranda Richardson, Martin Short, Isabella Rossellini, Rutger Hauer

Sinopse:
Merlin, o lendário mago, revisita sua própria vida desde o nascimento até a queda de Camelot, narrando os eventos que moldaram a lenda do Rei Arthur. Criado pelos poderes da feiticeira Mab para fazer os humanos acreditarem na antiga magia, Merlin se rebela contra ela e passa a servir ao bem. Em meio a guerras, traições, feitiços e profecias, ele orienta Arthur rumo ao trono, enfrenta as artimanhas de Morgana e luta para impedir que Mab destrua o reino dos homens. Uma jornada épica sobre destino, amor e sacrifício.

Comentários: 
No Brasil foi lançado como filme, longa-metragem (devidamente editado para caber na duração de uma fita VHS!). Na verdade se trata de uma minissérie premiada pelo Globo de Ouro e Emmy que fez bastante sucesso de audiência nos Estados Unidos e Europa. No total tinha mais de três horas de duração. E como era até comum acontecer no Brasil nos anos 90 fizeram uma edição bem meia-boca, transformando tudo em uma versão pra lá de truncada! Ainda assim era algo a se apreciar pois a produção era nota 10, com excelentes efeitos visuais! Além disso o ator Sam Neill recebeu muitos elogios por sua interpretação do famoso mago Merlin. Com caracterização bem mais amena do que aquele visual com enorme barba que estamos acostumados a ver em desenhos, etc, seu desempenho foi mesmo digno de todos os aplausos. 

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Nos Calcanhares da Máfia

Nos Calcanhares da Máfia
Depois de décadas resolvi rever esse filme "Nos Calcanhares da Máfia". Minha lembrança era a de um bom filme, algo que se confirmou nessa revisão. Aqui temos um jovem Mickey Rourke, no melhor de sua fase no cinema. Ele interpreta esse gerente de restaurante no Greenwich Village, bairro de Nova Iorque. Ele é um cara honesto, decente, bem conceituado no bairro, mas que tem seus problemas. Apesar da pouca idade já é divorciado e tem pensão para pagar ao filho pequeno. A grana é curta, mas ele tenta levar a vida em frente. Só que comete um erro, arranjando um emprego de garçom para seu primo mais jovem, um sujeito adulto, mas com jeito de "crianção". 

Interpretado por Eric Roberts, esse sujeito sem noção começa a roubar no restaurante. O resultado é que os dois primos vão para o olho da rua. Pior do que isso. Ele resolve colocar em prática o roubo de um cofre e enfia seu primo honesto (Rourke) na cilada. Tudo até corre mais ou menos bem, a não ser por um detalhe mais do que crucial. O cofre pertence a um chefe da máfia de Little Italy. Então eles estão mais do que enrascados! Agora estão com a cabeça colocada à prêmio pela máfia de Nova Iorque! 

Algumas coisas me chamaram a atenção nessa reprise. Mickey Rourke já estava um pouco mais livre na sua interpretação. Sem essa de tentar se parecer com o jovem Marlon Brando dos anos 50. Isso trouxe uma naturalidade e uma espontaneidade para sua interpretação que não vemos em outras películas do ainda promissor Rourke. Já Eric Roberts exagerou um pouco na dose em sua interpretação. OK, ele basicamente interpreta um personagem idiota, então era algo meio previsível, mas não precisava ser tão absurdamente irritante. Toda vez que surge em cena, estraga tudo. Inclusive há um claro contraste entre o tom mais equilibrado de Mickey Rourke com os devaneios de seu parceiro em cena. Outro ator no lugar de Roberts faria bem melhor, tenho certeza disso. 

No saldo geral gostei bastante. É um daqueles filmes que não envelheceram mal, muito pelo contrário. A história flui muito bem, o ritmo é bom e agradável. Até o elenco secundário chama a atenção, como uma bela e jovem Daryl Hannah interpretando a namorada de Rourke, passando pelo chefão mafioso asqueroso em bom momento de Burt Young (da série Rocky). Pois é, mesmo os filmes ditos medianos dos anos 80, eram bem melhores do que os que vemos atualmente sendo lançados. Assim vamos continuar revendo boas películas do passado como no caso desse filme. 

Nos Calcanhares da Máfia (The Pope of Greenwich Village, Estados Unidos, 1984) Direção: Stuart Rosenberg / Roteiro: Vincent Patrick / Elenco: Mickey Rourke, Eric Roberts, Daryl Hannah, Burt Young, Geraldine Page / Sinopse: Dois primos são despedidos do restaurante onde trabalham e resolvem entrar numa jogada arriscada. Eles vão roubar um cofre que está desprotegido em um lugar remoto do bairro. Só não sabem que o dinheiro que está ali pertence á máfia de Nova Iorque. 

Pablo Aluísio.

Fuga à Meia Noite

Fuga à Meia Noite
Nem só de grandes clássicos vivem os grandes atores. Um exemplo é esse policial “Fuga à Meia Noite” estrelado por Robert De Niro. Hoje em dia o ator vive uma fase negligente na carreira, estrelando filmes medíocres, comédias bobas que nada acrescentam a ele, mas na década de 80 De Niro ainda era visto como um dos monstros sagrados da interpretação. Por isso a surpresa quando chegou nos cinemas esse policial sem grandes novidades, praticamente rotineiro, que pensando bem poderia ser estrelado por qualquer outro ator especializado em filmes de ação. Na época De Niro explicou que era necessário fazer de vez em quando filmes assim, mais simples, menos pretensiosos. Sempre interpretei essa postura dele como uma espécie de válvula de escape, afinal não era todo dia que se podia estrelar um “Touro Indomável” ou um “Poderoso Chefão II”. Na verdade temos aqui uma fita descartável, ideal para o mercado de vídeo. Seu nome ajudaria a vender a produção, o espectador se divertiria um pouco em casa e depois esqueceria do que viu.

Como você já deve ter percebido a trama é das mais comuns. Robert De Niro interpreta o ex-policial Jack Walsh. Sua missão é levar um contador especializado em fraudes financeiras, Jonathan "The Duke" Mardukas (Charles Grodin), de Nova Iorque até Los Angeles. Seu objetivo não será nada fácil uma vez que Mardukas tem sua cabeça à prêmio por ter enganado famílias mafiosas poderosas. Isso significa que não será uma viagem das mais tranqüilas. “Fuga à Meia Noite” tem muitos clichês em seu roteiro batido. Robert De Niro, como não poderia deixar de ser, está obviamente no controle remoto. Ele certamente sabia que o material era de rotina e por isso não se esforçou muito. O diretor Martin Brest era especialista em fitas assim, policiais com bastante ação. Seu grande sucesso até aquele momento era “Um Tira da Pesada”. De Niro, por sua vez, certamente estava em procura de algo nessa linha, um filme policial com toques de humor que rendesse bastante bilheteria. Se essa era a sua intenção então não deu muito certo pois “Fuga à Meia Noite” teve um retorno comercial apenas morno.

Fuga à Meia-Noite (Midnight Run, Estados Unidos, 1988) Direção: Martin Brest / Roteiro: George Gallo / Elenco: Robert De Niro, Charles Grodin, Yaphet Kotto / Sinopse: Ex-policial tenta levar um contador jurado de morte pela máfia de Nova Iorque até Los Angeles.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Soldado Anônimo

Soldado Anônimo
"Soldado Anônimo" se propõe a mostrar o tedioso cotidiano de um soldado comum das forças armadas americanas durante a invasão do Iraque na Operação Tempestade do Deserto. Dessa safra de produções realizadas após essa operação em larga escala das tropas de libertação do Kuwait esse é um dos filmes mais interessantes. O roteiro é bem escrito e o filme se concentra no "antes" da invasão propriamente dita. Assim ficamos sabendo o que os soldados americanos faziam no deserto antes de cruzar a fronteira do país de Saddam Hussein. Bom, basicamente eles não faziam nada, mas isso acaba sendo o grande mérito do filme. Ele me lembrou vagamente "Nascido para Matar" pela estrutura do roteiro mas obviamente fica bem abaixo da obra prima do mestre Kubrick. Uma das coisas que chamam a atenção em tudo o que vemos na tela é a pouca idade dos combatentes e sua completa falta de maturidade sobre o conflito em que estavam prestes a se envolver. De uma maneira em geral o bate papo entre os soldados revelam personalidades ainda em formação, quase adolescentes bobos, falando sobre mulheres, esportes e demais assuntos típicos da idade. Eles na realidade mal sabiam os motivos políticos que os levaram àquele conflito. Em essência se comportam como se fossem estudantes de high school conversando sobre trivialidades da escola. A diferença é que fazem parte do poderio bélico da nação mais poderosa do mundo. Despreparados intelectualmente e psicologicamente para o que lhes esperam, só lhes restam seguir as ordens de seus superiores de maneira quase cega.

"Soldado Anônimo" foi dirigido pelo talentoso cineasta Sam Mendes de poucos, mas excepcionais filmes, como "Beleza Americana", "Estrada Para a Perdição" e a mais recente aventura do agente inglês James Bond, " 007 - Operação Skyfall". O roteiro foi inspirado no livro de Anthony Swofford, um marine que fez parte das forças de ocupação dos Estados Unidos durante a operação "Tempestade do Deserto". Isso é bem interessante pois o fato do relato ter sido escrito por alguém que esteve lá no front traz uma dose extra de veracidade ao material em si. O elenco também é muito bom. Atores jovens que entraram completamente nas peles de seus personagens. O destaque obviamente vai para Jake Gyllenhaal. Ele surge completamente à vontade como um soldado raso prestes a invadir o território inimigo. Sua narração em off traz uma dose extra de ironia, sarcasmo e melancolia, tudo junto em um mesmo caldeirão. Jamie Foxx como o sargento Sykes também é outro destaque. Ele mantém a tradição de se mostrar esses sub-oficiais durões durante o treinamento de seus subordinados. Entre as cenas mais marcantes destaco a transloucada festa e a cena final quando os soldados marcham no deserto com os poços de petróleo em chamas ao longe. Uma imagem tão surreal como bela. Enfim que tal acompanhar uma tropa de jovens "jarheads", garotos comuns recentemente saídos do colegial mas jogados num evento histórico que marcou bastante o século XX? Nada como um bom filme como esse para conhecermos os protagonistas anônimos desse marco histórico.

Soldado Anônimo (Jarhead, Estados Unidos, 2005) Direção: Sam Mendes / Roteiro: William Broyles Jr baseados no livro de Anthony Swofford / Elenco: Jake Gyllenhaal, Jamie Foxx, Lucas Black, Peter Sarsgaard,  Ming Lo / Sinopse:  Anthony Swofford (Jake Gyllenhaal) é um soldado comum que faz parte das tropas americanas que estão prestes a invadir o Iraque durante a operação Tempestade do Deserto. O filme mostra seu cotidiano ao lado dos amigos de farda. Em meio a tensão dos preparativos da invasão os jovens soldados agem como pessoas típicas de suas idades.

Pablo Aluísio.

Rambo: Até o Fim

Título no Brasil: Rambo - Até o Fim
Título Original: Rambo - Last Blood
Ano de Produção: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: Balboa Productions
Direção: Adrian Grunberg
Roteiro: Sylvester Stallone, Matthew Cirulnick
Elenco: Sylvester Stallone, Paz Vega, Yvette Monreal, Óscar Jaenada, Sergio Peris-Mencheta, Adriana Barraza

Sinopse:
Após anos de lutas e batalhas, John Rambo (Stallone) parece ter encontrado finalmente a paz. Ele agora vive em um rancho do Arizona ao lado de seus poucos parentes vivos. Sua vida porém muda novamente quando sua sobrinha cai nas garras de uma perigosa quadrilha de criminosos mexicanos. Assim Rambo precisa cruzar a fronteira para salvá-la desse trágico destino.

Comentários:
Pode chamar de Rambo V, sem problemas. O filme tem sido criticado por causa da violência. Bem, Rambo é um personagem violento. Atribuo esse tipo de crítica ao fato de que agora as mortes são mais explícitas. Numa cena Rambo joga fora da janela de seu carro a cabeça de seu inimigo. Na outra arranca o coração dele, ainda vivo, após uma série de flechadas certeiras. Isso sem contar as inúmeras cabeças que ele arranca com um facão. Hoje em dia esse grau de violência só é esperado em filmes de terror, do estilo gore. Mesmo assim não vejo problemas. Aliás é bom salientar que o filme, que é curto, rápido e eficaz, não se apoia apenas em cenas de extrema violência. Pelo contrário, o roteiro procura desenvolver o lado mais humano do personagem. Em sua curta duração se gasta um bom tempo mostrando o relacionamento de Rambo com seus poucos familiares ainda vivos, em especial sua sobrinha. Para falar a verdade a parte mais violenta do filme ocupa mesmo apenas os 12 minutos finais do filme. Todo o resto é um grande preparo para a vingança que virá. Outro aspecto positivo desse novo filme é que Stallone não levou seu velho soldado para a selva. Seria uma repetição desnecessária. Ele agora está no meio urbano, vivendo uma vida relativamente comum, em um rancho. Aspectos de sua personalidade são demonstrados, como o fato dele ter que tomar remédios para controlar seus impulsos e traumas. No quadro geral gostei bastante do filme. O John Rambo que surge nele é mais parecido com o velho Logan do que qualquer outra coisa. Alguém que procura a paz e o equilíbrio, mas que sempre precisa ter que lidar com a guerra e a violência. Se for o último filme da franquia será certamente uma boa despedida desse personagem.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Vampira Humanista Procura Suicida Voluntário

Título no Brasil: Vampira Humanista Procura Suicida Voluntário
Título Original: Humanist Vampire Seeking Consenting Suicidal Person
Ano de Lançamento: 2023
País: Canadá
Estúdio: Metafilms
Direção: Ariane Louis-Seize
Roteiro: Ariane Louis-Seize, Christine Doyon
Elenco: Sara Montpetit, Félix-Antoine Bénard, Steve Laplante, Sophie Cadieux, Noémie O’Farrell, Patrick Hivon

Sinopse: 
Sasha é uma adolescente. E como toda adolescente ela tem seus problemas emocionais e pontos de atritos com os pais. O pior deles é que ela se recusa a seguir a tradição familiar. E aqui vai o aspecto que a diferencia de todas as outras adolescentes do mundo. Ela faz parte de uma família de vampiros, mas se recusa a saciar sua fome com sangue humano. Ao invés disso se aproxima de um jovem normal que tem problemas de auto estima e depressão. E desse encontro improvável nasce algo maior, para horror de seus familiares. 

Comentários: 
Já temos o filme de vampirismo para a geração Z. Trata-se desse "Vampira Humanista Procura Suicida Voluntário" cujo título já explica quase tudo que você precisará entender da história do filme. A protagonista é uma adolescente progressista, que tem muita empatia com os seres humanos. Ela é uma vampira, mas nada de se alimentar dos colegas da escola! Ela tem verdadeiro pavor disso. Ao invés de caçar os jovens humanos de sua idade ela faz amizade com eles, procura ser amiga, compreensiva e tudo mais. Ela prioriza empatia para com os que sofrem. É uma garota indie descolada, que coleciona discos de vinil e faz a linha vegetariana. Bem geração Z mesmo. Obviamente abomina os valores dos próprios pais, um bando de sanguinários, embora pareçam à primeira vista com pais normais de classe média suburbana. O filme tem seu próprio ritmo, que algumas vezes vai parecer devagar, quase parando. Resista ao sono e veja até o final. Para minha surpresa acabei gostando do que assisti! 

Pablo Aluísio. 

Cloverfield - Monstro

Título no Brasil: Cloverfield - Monstro
Título Original: Cloverfield
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Matt Reeves
Roteiro: Drew Goddard
Elenco: Mike Vogel, Jessica Lucas, Lizzy Caplan

Sinopse:
Um grupo de jovens acaba gravando por acaso com sua câmera o surgimento de um monstro colossal em uma grande cidade americana. Tentando sobreviver ao desastre eles fazem de tudo para escapar do local enquanto vão filmando todos os acontecimentos por onde passam.

Comentários:
"A Bruxa de Blair", queiram ou não os críticos, fez escola. E criou uma nova linguagem nos filmes de terror e ficção. Nos Estados Unidos esse tipo de estética é chamada de Mockumentary. Tudo surge ao espectador como se fossem imagens captadas de forma amadora mas que registram eventos fantásticos. Esse "Cloverfield" segue essa linhagem, ou seja, tudo aparece na tela como se tivesse sido registrado por uma pessoa comum, por isso os excessos de imagens sem foco, tremidas, sem objetivo. No caso aqui temos, como foi dito muito ironicamente por um observador mais atento, um cruzamento de "Godzilla" com "A Bruxa de Blair". O resultado é bem irregular. Com orçamento muito enxuto (o filme custou meros 25 milhões de dólares rendendo quatro vezes mais apenas no mercado americano), "Cloverfield" nada mais é do que uma tentativa de trazer uma nova visão para uma ideia bem antiga. Afinal já se faziam filmes em série com monstros como esse nos anos 50. Novidade certamente não há nesse aspecto. A produção, é claro, tem seus defensores mas em minha forma de ver, além da falta de novidades, há uma sensação de ausência de direção no que vemos na tela. O filme muitas vezes cai no lugar comum, se perde com momentos sem importância e desnecessários, banais. Um roteiro melhor desenvolvido também cairia muito bem. Do jeito que está não consegue convencer aos fãs do gênero que vão perdendo o interesse gradativamente ao longo do filme. Quando o tal monstrengo finalmente resolve aparecer em close já se perdeu o interesse nele há muito tempo. Game Over.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Um Homem, um Cavalo, uma Pistola

Título no Brasil: Um Homem, um Cavalo, uma Pistola 
Título Original: Un uomo, un cavallo, una pistola
Ano de Lançamento: 1967 
País: Itália / Alemanha Ocidental 
Estúdio / Produção: Juventus Films
Direção: Luigi Vanzi 
Roteiro: Tony Anthony 
Elenco: Tony Anthony, Daniele Vargas, Dan Vadis, Jill Banner, Marina Berti, Raf Baldassarre 

Sinopse
Um homem estranho e misterioso chega num pequeno vilarejo do velho oeste. Ele é um pistoleiro e caçador-de-recompensas errante. No lugar isolado e dominado por bandidos, descobre que uma diligência supostamente carregada com muito ouro vai passar pelas redondezas. E todos aqueles facínoras querem colocar as mãos naquela fortuna roubada. 

Comentários: 
Dentro de seu nicho, um filme como esse não poderia dar errado. É o segundo de uma franquia informal conhecida como “The Stranger”. Esse western spaghetti tem alguns elementos que o tornam especial. O protagonista não foge em nada daquele tipo que bem conhecemos, a do "Estranho sem Nome" que chega em um lugar desolado, cujo nome real sequer é conhecido. Não se sabe de onde veio e nem para onde vai. Só que nessa breve passagem pela cidadezinha do velho oeste ele muda o destino de várias pessoas que ali moram. Um dos personagens mais divertidos é a de um Pastor ladrão e picareta conhecido como "O Profeta". Um daqueles tipos que sobem num banquinho para falar a palavra do Senhor no meio da rua, tentando com isso arrancar alguns trocados dos que passam. Há também uma quadrilha, com todos aqueles tipos asquerosos de bandidos e até um regimento da cavalaria. Só que a cereja do bolo vem mesmo da diligência que todos querem roubar. No começo pensam que dentro há um grande baú com muito ouro! Só que estão enganados, a própria diligência é feita de ouro! Quer coisa mais ao estilo do faroeste italiano do que isso? Simplesmente não há! 

Pablo Aluísio. 

Zorro e a Cidade de Ouro Perdida

Zorro e a Cidade de Ouro Perdido
Mais um longa-metragem com o personagem Lone Ranger (Cavaleiro Solitário) para o cinema. Aqui no Brasil o nome de Zorro foi definitivamente assumido com o título nacional da produção embora isso seja obviamente um erro pois o Lone Ranger nada tem a ver com o Zorro verdadeiro. Talvez o fato de ambos os personagens usarem máscara tenha incentivado a distribuidora nacional a adotar o nome comercial de Zorro. Deixando isso de lado aqui temos mais um típico western de matinê com muitas aventuras, tiroteios e heroísmo por parte do Lone Ranger e seu fiel companheiro Tonto (que sofre bastante nas mãos dos bandidos). Novamente os atores Clayton Moore e Jay Silverheels assumem os persongens principais, Lone Ranger e Tonto, respectivamente. O enredo gira em torno da busca de um medalhão dividido em cinco partes que uma vez reunidos revela o mapa da localização de uma lendária cidade formada de ouro, mito conhecido pelos espanhóis que chegaram na América colonial como El Dorado.

Um velho cacique resolve então distribuir as partes do medalhão a pessoas de sua estima. Aos poucos porém esses são mortos misteriosamente, o que leva Lone Ranger a desconfiar que tudo não passa de uma tentativa de se apoderar das partes do medalhão para assim colocar as mãos no tesouro da cidade dourada. A pista leva a uma fazendeira e seu capanga violento. Com toques das antigas aventuras dos anos 40, essa nova fita do Cavaleiro Solitário investe em elementos bem fantasiosos que obviamente fizeram a festa da garotada que frequentava as matinês na década de 1950. Um ponto digno de nota também é a sutil mensagem contra o preconceito racial que surge no personagem do Dr. James Rolfe (Dean Fredericks). Ele é um médico bondoso da cidade que atende indígenas sem pedir nada em troca. O que poucos sabem é que ele tem sangue pele vermelha, fato que revelará em um ponto crucial da estória, ensinando aos mais jovens a importância de se ter orgulho de sua raça, seja indígena, negra ou qualquer outra. Uma bela lição que valoriza ainda mais o filme como um todo. Assista e se divirta com o sabor nostálgico das antigas matinês com o Lone Ranger. 

Zorro e a Cidade de Ouro Perdido (The Lone Ranger and the Lost City of Gold, Estados Unidos, 1958) Direção: Lesley Selander / Roteiro: Eric Freiwald, Robert Schaefer / Elenco: Clayton Moore, Jay Silverheels, Douglas Kennedy / Sinopse: Lone Ranger (Cavaleiro Solitário) e seu leal parceiro Tonto tentam desvendar a morte de vários indígenas. Depois de investigar eles descobrem que cada um deles era dono de partes de um medalhão que uma vez reunidos indicam a localização de uma lendária cidade toda feita de ouro puro. Agora eles tentarão descobrir os autores dos crimes.

Pablo Aluísio.