sexta-feira, 1 de setembro de 2000

A República Brasileira - Edição II

Prudente de Morais
A República brasileira nasceu de um golpe militar e seus dois primeiros presidentes foram militares. O resultado foi pífio. Deodoro da Fonseca renunciou e Floriano Peixoto conduziu um governo de crises, agravado pelo fato de sua legitimidade para ser presidente ser bastante contestável. Assim para muitos o primeiro presidente de fato do Brasil foi Prudente de Moraes. Ele foi o terceiro presidente da república do ponto de vista histórico e o primeiro civil a ser eleito, com mais de 200 mil votos. Era advogado, formado na prestigiosa faculdade de direito do largo de São Francisco. Uma figura importante da política nacional, sendo senador e presidente do senado republicano. Era o homem certo para aquele momento da história do Brasil.

Seu governo porém não foi isento de problemas. Os seguidores de Floriano Peixoto eram bem fanáticos e sempre havia uma ameaça de novo golpe militar no horizonte. Além disso seu vice (que era de outra chapa, essa florianista) era conspirador e segundo alguns historiadores planejou o assassinato de Prudente. Felizmente ele sobreviveu a esse atentado à sua vida.

Prudente de Morais também pode ser considerado o primeiro presidente da República Velha a dar começo à chamada política café com leite, que iria promover uma alternância de poder de presidentes de São Paulo e Minas Gerais, todos comprometidos com os interesses dos grandes fazendeiros desses dois estados. Era o começa de uma era na política brasileira que só chegaria ao fim com a revolução promovida por Getúlio Vargas, décadas após o fim da presidência de Prudente de Morais, que foi presidente de 1891 a 1894.

Memórias de um Sargento de Milícias
Esse romance é um dos clássicos da literatura brasileira. Escrito por Manuel Antônio de Almeida e publicado pela primeira vez em 1854, inicialmente em estilo de folhetim, esse livro logo chamou a atenção por sua singularidade. Não é uma obra de fácil classificação. Não pode ser considerado um livro clássico da era romântica e nem tampouco um livro com características do realismo literário brasileiro. Então onde se enquadra? Basicamente em nenhuma escola da literatura.

O autor Manuel Antônio de Almeida morreu muito jovem, de um naufrágio na costa do Rio de Janeiro. Com isso ele ficou imortalizado basicamente por um único livro que foi justamente esse "Memórias de um Sargento de Milícias". O enredo se passava na época de Dom João VI, mas o escritor não estava preocupado em trazer em detalhes o Rio de Janeiro da era colonial. Nada disso, ele só queria mesmo era contar uma boa história, de preferência com muita diversão.

Por essa razão muitos críticos afirmam que "Memórias de um Sargento de Milícias" é uma obra picaresca, com um protagonista que foge totalmente do estereótipo do herói romântica mais tradicional. As personagens femininas também não eram mocinhas românticas em busca do grande amor de suas vidas, nada disso, era mulheres fortes, forjadas na dureza da vida. Enfim, se você não leu nos tempos de colégio, não deixe de dar uma segunda chance a esse livro singular dentro da história da literatura de nosso país. 

Dom Pedro II e a Rainha Vitória
As relações diplomáticas entre Brasil e Inglaterra não iam muito bem no século XIX. A chamada questão Christie havia criada uma tensão entre os dois países. Mas o que deu origem a tudo isso? Um navio inglês foi saqueado na costa do Rio Grande do Sul. A carga foi roubada e a tripulação agredida. Pouco tempo depois três marinheiros ingleses no Rio de Janeiro foram presos e também agredidos por policiais. O embaixador inglês no Brasil, chamado Christie, culpou o império brasileiro.

Só com a mediação do imperador Belga é que a situação se resolveu. Ele decidiu a questão Christie em favor do Brasil, o que gerou um pedido de desculpas formais por parte da Rainha Vitória da Inglaterra. Então um encontro entre os dois monarcas foi marcado. Na realidade ao longo de sua vida Dom Pedro II iria se encontrar com a rainha Vitória por três vezes, em momentos diferentes de suas vidas.

A Rainha Vitória mantinha um diário pessoal onde escrevia todos os aspectos de seu dia a dia. E ela também escreveu sobre seus encontros com o imperador do Brasil. Segundo seus próprios escritos ela teve uma boa impressão de Dom Pedro II. Escreveu que ele era um homem alto e robusto, de traços finos, que não gostava da vida da alta sociedade. O imperador passou para a Rainha Vitória uma impressão de ser um homem simples, de bons hábitos.

A Rainha Vitória escreveu que ele acordava cedo e era um homem bem ativo. Acordava às seis e às sete já estava cuidando de seus negócios, de seus afazeres. Vitória também apreciou os elogios que Pedro deu ao seu Palácio e depois à sua residência pessoal. Foi um bom e agradável encontro entre os dois monarcas que juntos governaram suas nações por décadas durante o século XIX. 

Getúlio Vargas
O presidente Getúlio Vargas foi um dos líderes políticos mais importantes da história do Brasil. Sua trajetória política foi muito rica em termos de detalhes históricos e todos os estudantes de história a conhecem nas fileiras escolares, por isso não vou aqui repetir tudo. Escrevo esse texto com outro objetivo, apenas de trazer minhas impressões pessoais sobre esse presidente.

Como sou um profissional do direito que lida com os direitos trabalhistas, tenho uma ligação com esse nome da nossa história. Getúlio Vargas foi um homem extremamente inteligente e organizado que planejou elevar o Brasil a um novo patamar. Criou estatais importantes e deu vida ao conjunto de leis trabalhistas que evitou a exploração de trabalhadores por todos esses anos, a CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas.

Getúlio Vargas apenas errou quando flertou com o autoritarismo e a ditadura. O Estado Novo foi uma mancha negra em nossa história. Ele voltaria pelo voto popular ao poder, como deveria ter sido desde o começo, mas não suportou as pressões que sofreu. Acabou se matando, saindo da vida para entrar na história. Seu maior legado foi justamente a legislação do trabalho, a mesma que hoje em dia tentam destruir. Nos tempos de Getúlio os presidentes lutavam pelo povo trabalhador, hoje em dia luta pelo capital financeiro. È a nova realidade dos novos tempos de exploração.

Pablo Aluísio.

A República Brasileira - Edição I

Marechal Deodoro da Fonseca: O Primeiro Presidente
O primeiro presidente da República brasileira foi um militar, o Marechal Deodoro da Fonseca. Essa figura histórica guarda algumas curiosidades interessantes. A mais interessante delas é que ele foi nunca foi um republicano, pelo contrário, Deodoro era um monarquista que inclusive era considerado um "bom amigo" pelo imperador D. Pedro II. Então porque ele proclamou a república? Há muitas teses sobre isso. As mais conhecidas afirmam que o exército, após a guerra do Paraguai, tomou uma grande consciência de sua importância. Aos poucos o exército brasileiro avançou nos campos políticos e sociais. E depois de um tempo assumiu o controle do próprio Estado brasileiro.

Sim, a República nasceu de um golpe militar, muito embora nem todos gostem de ver esse fato histórico sob esse ângulo. Porém foi exatamente isso que aconteceu. A República nasceu sem nenhum apoio popular, até porque o imperador Dom Pedro II era bem visto pelo povo em geral. Homem honesto e culto, foi sem dúvida um dos maiores líderes da história do Brasil. O mesmo não se podia dizer do Marechal Deodoro. Ele era, segundo pessoas que o conheceram, um homem bem rude, avesso à leitura, um tanto inculto e ignorante.

Assumiu o poder como primeiro presidente, mas não tinha vocação nenhuma para isso. Ficava irritado de ter que ouvir o congresso nacional. Era chucro e pouco educado. Além disso não tinha a diplomacia e a sofisticação intelectual necessárias para comandar um Estado nacional complexo, como era o Brasil já naquela época. Acabou largando a presidência em mais um ato impensado. Aliás esse mesmo tipo de arroubo precipitado havia sido o estopim da proclamação da República. Então é isso, o primeiro presidente da história do Brasil não foi nem um pouco uma figura admirável. Muito longe disso. 

Os Verdadeiros Bandeirantes
Os bandeirantes paulistas idealizados pelos historiadores do século passado (em especial os da década de 1920) mais pareciam mosqueteiros franceses da literatura. Na verdade os bandeirantes eram caçadores de tribos nativas e aventureiros em busca de esmeraldas. Os índios eram escravizados em grande número e depois vendidos no litoral e as pedras preciosas eram o grande motivo, o motor, para se adentrar os sertões em busca de riquezas.

Eles também não eram figuras heroicas. Muitos deles mal falavam o português, mas sim o Tupi, conhecido na época como "a língua geral" falada no Brasil. Um bispo que encontrou o famoso bandeirante Domingos Jorge Velho diria depois que ele era na realidade "um selvagem" que mal conseguia se comunicar em língua portuguesa.

Outro fato curioso é que eles não usavam essa denominação de bandeirantes. Isso foi criado séculos depois por historiadores que queriam criar uma mitologia de história paulista. Na verdade eles se viam mais como sertanistas, desbravadores do sertão, que nada mais era do que uma simplificação do termo "desertão", que era como as pessoas da época se referiam ao interior inexplorado do território brasileiro. De qualquer forma eles também tiveram sua importância. Muito do que séculos depois foi considerado território do Brasil se deveu ás expedições desses homens que eram pessoas de seu tempo, que sim eram violentos e assassinos, mas que jogavam de acordo com as regras vigentes nos séculos XVII e XVIII. 

Lampião e o Sangue no Sertão
Lampião virou símbolo cultural do nordeste. A figura do cangaceiro é uma das mais conhecidas de nossa cultura. Até aí tudo bem. Porém historicamente não há como escapar do fato de que Lampião foi um criminoso e um assassino violento. Ao lado de seu bando, que contava com outros cangaceiros infames como Corisco, Lampião espalhou terror pelo sertão nordestino. Seus atos de violência estão por todas as pequeninas cidades nordestinas.

Certa vez ele matou uma família inteira porque esses não tinham dinheiro para lhe pagar. Lampião chegava nas fazendas distantes e mandava recados pedindo dinheiro. Muitos desses nordestinos que viviam em propriedades rurais não tinham dinheiro para pagar por esse tipo de extorsão. Assim Lampião simplesmente os matava. E matava pai, filho e neto. Ao longo de sua carreira criminosa ele cometeu atos e crimes chocantes.

Em outra feita se indispôs com mulheres de determinada região. Sabe-se lá a razão implicou com o penteado e o corte de cabelo que elas usavam. E o que fez depois disso? As marcou com ferro quente no rosto, como se fosse gado. O executor desse crime foi um cangaceiro chamado Zé Baiano, que inclusive havia matado sua própria mulher por causa de uma infidelidade dela, dentro do próprio bando de cangaceiros. Enfim, pessoas realmente criminosas, sem um pingo de compaixão pelo próximo. De certo modo tiveram o destino que mereciam. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 1 de agosto de 2000

Renée Zellweger - Jerry Maguire


Renée Zellweger - Jerry Maguire: A Grande Virada
Foi a primeira vez que coloquei os olhos na atriz Renée Zellweger no cinema. Ela fazia a partner romântica do Tom Cruise nesse filme que fez bastante sucesso de público e crítica. Essa texana era tão bonita, com um jeito tão carismático que virei fã na hora que a vi. Depois disso fui atrás de seus filmes nas locadoras ou onde fosse possível encontrar. Gamei nessa garota, essa é a verdade! Ah que saudades dos anos 90...

Pablo Aluísio. 

Vencedores do Oscar - Platoon


Vencedores do Oscar - Platoon
Charlie Sheen em cena do filme "Platoon" de Oliver Stone. Passado durante a Guerra do Vietnã, o filme mostra a história de um jovem soldado levado ao campo de batalha no sudeste asiático. Parcialmente inspirado na vida do próprio diretor, o filme foi o grande vencedor do Oscar de melhor filme no ano de 1987.

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 9 de junho de 2000

Homens Perigosos


Homens Perigosos 
Nos anos 90 muitos bons filmes que nunca foram lançados nos cinemas poderiam ser encontrados nas locadoras de vídeo. Esse foi um deles. Assisti naqueles anos e fiquei satisfeito com o que vi. Filmes de Gangsters já eram raridade naqueles tempos. No enredo criminosos que dominam o bairro do Harlem precisam defender seu território da invasão de mafiosos italianos e judeus. A direção foi de Bill Duke. O filme foi lançado originalmente em 1997 e contava em seu elenco com Laurence Fishburne, Tim Roth e Vanessa Williams.

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 8 de junho de 2000

O Homem Que Sabia de Menos


O Homem Que Sabia de Menos
Eu sempre gostei do Bill Murray, mas convenhamos que essa comédia que satiriza velhos filmes de espionagem era bem fraquinha. Na história ele interpretava um cara comum que era confundido com um espião, um assassino profissional internacional! E para piorar ele deveria parar uma grande conspiração envolvendo os interesses de seu próprio país! Lançado em 1997 fez pouco sucesso, até mesmo no Brasil, indo parar diretamente nas prateleiras de fitas VHS. Enfim, bem dispensável mesmo! Direção de Jon Amiel. O elenco contava com Bill Murray, Joanne Whalley e Peter Gallagher

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 7 de junho de 2000

Medidas Desesperadas


Medidas Desesperadas
Desperate Measures, 1998
Direção: Barbet Schroeder
Roteiro: David Klass
Elenco: Michael Keaton, Andy Garcia, Brian Cox

Sinopse: Frank Conner é um policial honesto que precisa desesperadamente salvar a vida do filho. No entanto, depois de perder toda a esperança, ele descobre que o criminoso Peter McCabe, preso, é seu único salvador.

Pesquisa: Pablo Aluísio. 

terça-feira, 6 de junho de 2000

Os Pervertidos


Os Pervertidos
This World, Then the Fireworks, 1997
Direção: Michael Oblowitz
Roteiro: Jim Thompson, Larry Gross
Elenco: Billy Zane, Gina Gershon, Christian Durango

Sinopse: Na década de 1950, dois amantes incestuosos, um jornalista depravado e elegante e sua irmã prostituta, igualmente depravada, planejam enriquecer por meio de sedução e assassinato. As coisas se complicam quando sua mãe, de mente fraca, começa a suspeitar de algo.

Pesquisa: Pablo Aluísio. 

segunda-feira, 5 de junho de 2000

Kissinger & Nixon


Kissinger & Nixon
Kissinger and Nixon, 1995
Direção: Daniel Petrie
Roteiro: Walter Isaacson, Lionel Chetwynd
Elenco: Ron Silver, Beau Bridges, Ron White

Sinopse: Narrado principalmente do ponto de vista de Henry Kissinger, este filme explora a triste traição do Vietnã do Sul aos comunistas cometida por Kissinger enquanto trabalhava no governo Nixon. Mostra suas tentativas de negociar com o Vietnã do Norte comunista às custas do Sul, a fim de obter a retirada dos EUA a qualquer preço. Esses esforços levaram aos Acordos de Paz de Paris de 1973, que por sua vez levaram à tomada total do Vietnã do Sul pelos comunistas em 1975.

Pesquisa: Pablo Aluísio. 

Máquina Quase Mortífera


Máquina Quase Mortífera
Sátira, ou melhor dizendo, um típico besteirol dos anos 90. Por aquela época esses filmes cheios de nonsense faziam muito sucesso. Esse filme aqui satirizava os filmes de ação, em especial Máquina Mortífera. Não é dos filmes mais engraçados daquele ano, que inclusive já estavam saturados e não conseguiam mais espaço nos cinemas, sendo muitas dessas fitas lançadas diretamente em VHS. Essa comédia besteirol foi lançada em 1993 e contava em seu elenco com Emilio Estevez, Samuel L. Jackson, William Shatner, Tim Curry e Charlie Sheen. A direção foi de Gene Quintano. 

Pablo Aluísio.