sexta-feira, 4 de agosto de 2023

Amor e Liberdade

Amor e Liberdade
Na realidade essa é uma série de televisão, mas como acontecia muito no Brasil nos anos 90 ela foi lançada aqui no formato de longa-metragem. Claro que ficou tudo truncado, tudo mal editado, porque afinal de contas vários episódios foram unidos em apenas uma fita VHS com duração de um longa normal para o cinema. Mesmo assim lá estava eu nos anos 90, sempre em busca de novidade nas locadoras, levando para casa esse produto que eu mal conhecia e não sabia do que se tratava. Segundo meus arquivos de listas aluguei em janeiro de 1997.

Acabei dando três estrelas em cinco possíveis, ou seja, uma classificação de bom. Devo ter gostado pelo jeito. No geral é isso, apenas mais uma série de TV lançada em VHS no Brasil porque na época ainda não existiam canais a cabo para assinarmos, as únicas séries americanas que conhecíamos eram àquelas que passavam nos canais abertos. Eu tenho saudades de muitas coisas do passado, mas disso, obviamente, não!

Amor e Liberdade (Roar, Estados Unidos, 1997) Direção: Ian Toynton / Roteiro: Larry Barber / Elenco: Heath Ledger, Lisa Zane, Sebastian Roché / Sinopse: Na Irlanda do século V, um jovem chefe celta e seus aliados lutam contra a invasão romana e a manipuladora marionete pró-romana governante da Irlanda, a rainha Diana, e seu conselheiro imortal que busca a lança bíblica de Longinus.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Dakota

Dakota
Esse foi o filme que trouxe John Wayne de volta ao gênero cinematográfico que o havia consagrado, o Western, mais conhecido entre os brasileiros como Faroeste. Wayne tinha se afastado por dois anos dos filmes de cowboy. Nesse período ele se dedicou aos filmes de guerra, afinal de contas o mundo passava pela Segunda Guerra Mundial. Sem condições de servir no campo de batalha do mundo real, o ator resolveu se empenhar no esforço de guerra através dos filmes em que atuava. O resultado comercial para ele foi muito bom, mas os fãs que adoravam seus filmes de faroeste tinham sido deixados para trás. 

Todos os dias chegavam cartas dos fãs aos estúdios pedindo por mais filmes de John Wayne no gênero western. Só que o ator realmente, naquele momento histórico, estava atuando em outro tipo de filme. Essa produção realizada em 1945 vinha justamente para atender os anseios de seu público. É um filme muito bom, onde Wayne interpreta um tipo de personagem mais maduro e mais centrado em defender os valores que ele prezava. Com figurino mais conservador, usando um grande chapéu branco cheio de estilo em sutil homenagem ao velho cowboy Tom Mix, esse faroeste sem dúvida foi um dos bons momentos da carreira de Wayne, embora hoje em dia esteja um tanto esquecido. 

Dakota (Dakota, Estados Unidos, 1945) Direção: Joseph Kane / Roteiro: Lawrence Hazard, Howard Estabrook, Carl Foreman / Elenco: John Wayne, Vera Ralston, Walter Brennan / Sinopse: A história do filme se passa em 1871 quando um grupo de ricos homens de negócios entram em choque com fazendeiros do território de Dakota, no oeste dos Estados Unidos. 

Pablo Aluísio.

O Primeiro Assalto de Trem

O Primeiro Assalto de Trem
Filme muito bom que reconstitui um assalto real que ocorreu em 1855 quando uma quadrilha de ladrões se reuniu para roubar um carregamento de ouro e dinheiro que seriam usados para pagar o salário dos militares ingleses que estavam em uma campanha no sul da Grã-Bretanha. Esse roubo seria considerado o primeiro de grande porte ocorrido na Inglaterra e de certa maneira copiava o modus operandi que era usado por bandoleiros no oeste dos Estados Unidos. Acabou dando certo, causando um verdadeiro choque dentro da conservadora sociedade inglesa da época. 

O destaque vem do elenco que conta com um ainda jovem Sean Connery, aqui em momento da carreira em que ele tentava se desvincular do personagem mais famoso que havia interpretado nas telas, o agente 007, sim ele mesmo, Bond, James Bond. O curioso é que o ator tentava sair dessa armadilha de ser estigmatizado apenas como Bond, mas ao mesmo tempo não ousava ir muito longe, preferindo filmes mais comerciais, com um jeitão de filme de ação aos moldes do famoso agente inglês da literatura. Ele queria sair de Bond, mas sem deixar de ser um ator comercialmente viável para os estúdios. Se distanciar, mas não muito! Esse filme certamente foi uma escolha certa para ele naquele momento de sua carreira no cinema.

O Primeiro Assalto de Trem (The First Great Train Robbery, Estados Unidos, Reino Unido, 1978) Direção: Michael Crichton / Roteiro: Michael Crichton / Elenco: Sean Connery, Donald Sutherland, Lesley-Anne Down / Sinopse: Quadrilha se une para roubar um valioso carregamento de ouro e dinheiro em um trem. História baseada em fatos reais ocorrida no século XIX. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Elvis Presley - For LP Fans Only - Parte 5

A faixa "Lawdy Miss Clawdy" foi gravada no dia 3 de fevereiro de 1956. Nessa época Elvis já era um cantor profissional contratado pela grande multinacional RCA Victor. Os dias de quase amadorismo, da Sun Records, tinham ficado para trás. Agora ele viajava bastante, não apenas para fazer shows, mas também para gravar nos melhores estúdios de gravação, fossem localizados em Nova Iorque, Nashville ou Los Angeles. Elvis estava sempre ocupado, cumprindo seus compromissos de agenda. Relembrando o passado, conferindo a carga de trabalho a que era submetido, realmente apenas um jovem de sua idade iria conseguir manter aquele pique. E o mais incrível é que Elvis conseguia produzir muito, com qualidade artística.

Essa canção "Lawdy Miss Clawdy" havia sido composta pelo talentoso Lloyd Price. Era uma das preferidas de Elvis, tanto que assim que ele colocou os olhos na set list enviada pela RCA, com a lista das músicas sugeridas para gravação, ele a escolheu rapidamente, sem pensar duas vezes. Inicialmente a RCA pensou em colocar a faixa no primeiro disco de Elvis, mas essa ideia inicial não foi para a frente. Depois ela foi escolhida para fazer parte do segundo álbum do cantor na gravadora, mas igualmente foi deixada de lado. Entender porque uma canção tão boa foi sucessivamente cancelada nesses discos é uma questão sem resposta. É complicado entender o que se passava na cabeça desses executivos e produtores que montavam o repertório dos álbuns de Elvis nessa época distante.

Já "Mystery Train" vinha do repertório do acervo herdado da Sun Records pela RCA. Quando Elvis foi contratado pela grande gravadora de Nova Iorque ficou estipulado em seu contrato que a RCA também teria direito a todas as gravações que ele havia feito na gravadora de Sam Phillips. E essas canções foram sendo lançadas (ou relançadas) aos poucos. Em discos como esse "For LP Fans Only" surgia mais uma boa oportunidade de colocar essas gravações antigas no mercado novamente. Essa aqui foi gravada em julho de 1955, em um tempo em que Elvis ainda estava decidindo se iria virar cantor profissional mesmo ou fazer um curso de eletricidade para trabalhar na companhia de energia de Memphis. Nesses tempos ele apenas dirigia o caminhão da firma.

Em relação aos valores artísticos de "Mystery Train" devemos relembrar que para muitos críticos essa foi uma das maiores e melhores gravações de Elvis em sua carreira. Para Sam Phillips, por exemplo, não havia a menor dúvida que tinha sido o melhor que Elvis havia produzido em sua pequena gravadora. E de fato chega a ser incrível como aqueles jovens músicos conseguiram chegar em um take tão perfeito, com tão poucos recursos disponíveis. A tecnologia de gravação da época era rudimentar. Fazer edições era praticamente impossível. Assim era mesmo uma questão de se chegar em um momento especial para capturar o talento dos artistas. No caso de Elvis, Scotty e Bill, isso aconteceu justamente aqui. Foi mesmo algo fantástico por parte deles. Algo que aliás nunca mais se repetiria ao longo de sua persmanência na Sun de Memphis.

Pablo Aluísio.

As Máquinas Quentes

As Máquinas Quentes
O primeiro filme de Robert Redford na década de 1970. Na época ele chegou a dizer que era o melhor script que tinha lido em sua vida. Claro, um exagero absoluto, fruto de sua inexperiência naqueles tempos hoje distantes. O que temos aqui é até um bom filme, mas com uma clara intenção de seguir os passos de "Sem Destino". A diferença é que aquele tinha uma forte ligação com a cultura hippie e a flower power enquanto essa produção era bem mais convencional e nada revolucionária. Um filme que só queria divertir o público que fosse ao cinema, nada mais. 

A base do enredo porém surgia bem parecido, mostrando dois motoqueiros, seus amores e experiências de vida. Ambos possuem personalidades bem diferentes. Redford interpreta o piloto boa pinta e mulherengo, enquanto seu amigo vai mais para a linha do humor. Um filme bacana, com a cara daquela época. Não deixa de ser uma boa diversão mesmo revisto nos dias atuais. E Redford, claro, estava mais galã e "golden boy" do que nunca nessa produção. Era considerado o mais bonito ator de cinema dos anos 70. 

As Máquinas Quentes (Little Fauss and Big Halsy, Estados Unidos, 1970) Direção: Sidney J. Furie / Roteiro: Charles Eastman / Elenco: Robert Redford, Michael J. Pollard, Lauren Hutton / Sinopse: Dois pilotos de motos tentam se dar bem na vida profissional e no amor na década de 1970, no interior dos Estados Unidos. Em cada nova corrida, uma vitória, uma derrota e um novo amor!

Pablo Aluísio.

terça-feira, 1 de agosto de 2023

Os Filmes de Faroeste de John Wayne - Parte 16

Os Filmes de Faroeste de John Wayne - Parte 16
Em 1942 o mundo estava em guerra. O ataque japonês ao porto norte-americano de Pearl Harbor colocou os Estados Unidos no conflito. Vários atores e diretores entraram nas forças armadas, mas curiosamente John Wayne não conseguiu entrar para o exército. Além da idade, havia problemas de saúde com o já veterano Wayne. Isso iria de certa forma manchar um pouco sua fama de grande patriota, mas Wayne percebeu que sua carreira iria se tornar gloriosa a partir daquele momento. Sem a concorrência dos grandes astros, excelentes roteiros lhe foram oferecidos. O tempo de filmes B tinha ficado para trás. 

Embora estivesse em busca de filmes de guerra, outro gênero ao qual iria se dedicar naqueles anos, John Wayne não pretendia negligenciar seus filmes de faroeste, ainda que isso tenha realmente acontecido. Afinal havia sido eles que lhe trouxeram fama e sucesso no cinema. Por isso ainda em 1942 ele voltou a vestir a velha vestimenta de cowboy, subiu em um cavalo e estrelou o filme "Caminho Fatal". Com direção de William C. McGann, esse era um western tradicional, como nos velhos tempos. No filme Wayne interpretava um sujeito que se mudava de Boston para uma cidade no velho oeste, bem no meio da corrida ao ouro. Em tempos de violência, ele iria aprender rapidamente as regras do jogo naquele lugar distante da civilização. 

O mais interessante de tudo é que ele daria um tempo depois dessa produção nos filmes de faroeste. Na realidade ficaria dois anos afastado do gênero, justamente os anos da guerra. Nesse período, como era de se esperar, ele atuou em filmes com temáticas militares para levantar a moral dos soldados americanos que lutavam na Europa e no Pacífico. Seu maior sucesso nessa fase foi "Tigres Voadores" sobre uma esquadrilha de bravos pilotos americanos lutando na guerra. Se ele não podia lutar a guerra real, iria se dedicar, pelo menos por um tempo, em ser um modelo de herói dos filmes que estavam passando nos cinemas. Deu certo e todos essas produções foram bem nas bilheterias. 

Ele só retornaria mesmo ao velho estilo em 1945, no mesmo ano em que a guerra chegou ao seu final. John Wayne atendia assim aos inúmeros pedidos de fãs que chegavam todos os dias no estúdio. Ele estava de volta ao mundo do velho oeste. O filme que marcou seu retorno era intitulado "Dakota", justamente o nome de um estado do meio-oeste dos Estados Unidos. A história do filme se passava em 1871, onde empresários nortistas desonestos lutavam contra fazendeiros de trigo da região de Dakota, com o objetivo de aproveitar o desenvolvimento trazido pela nova ferrovia inaugurada na região. Tudo para controlar a cidade de Fargo, considerada a mais rica daquele estado. Esse sem dúvida foi um bom filme de sua carreira naquele período. 

Pablo Aluísio. 

Sangue Acusador

Sangue Acusador
Esse filme estaria esquecido completamente na história do cinema se não fosse por algumas peculiaridades em sua produção e elenco. Essencialmente é um filme B da Universal, lançado no final da década de 1940. Naquele período do pós segunda guerra, tudo o que os americanos queriam era um pouco de diversão nos cinemas, para afastar e superar os traumas do maior conflito armado da história. E os filmes contando histórias de detetives caíam muito bem no gosto popular. Traziam boas histórias, boas tramas envolvendo crimes e tinha aquele clima sombrio do cinema noir que agradava em cheio ao público.   

A direção foi do conhecido produtor de fitas B, William Castle. Ele era bem famoso por causa de seus filmes sobre aranhas gigantes e coisas do tipo. Filmes de detetives, ao estilo noir, nem sempre faziam parte de sua filmografia. Apesar disso se deu bem aqui. E teve visão para entender que o jovem Rock Hudson que estava no elenco, interpretando um detetive, iria se destacar no cinema. Ele fotografava muito bem em cena e tinha o tipo ideal de galã naquela fase da indústria norte-americana. Castle inclusive declarou: "Com o agente certo e os filmes bem selecionados esse ator pode se tornar um grande astro nos próximos anos". Acertou em cheio na sua previsão. 

Sangue Acusador (Undertow, Estados Unidos, 1949) Direção: William Castle / Roteiro: Arthur T. Horman, Lee Loeb / Elenco: Scott Brady, John Russell, Dorothy Hart, Rock Hudson / Sinopse: Um condenado em liberdade condicional é acusado de assassinato e procura se livrar de uma nova prisão antes que a polícia o encontre. Uma nova condenação seria o fim definitivo de sua liberdade. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 31 de julho de 2023

A História de Rock Hudson - Parte 16

A História de Rock Hudson - Parte 16
Conforme a carreira de Rock Hudson decolava, ele passou a ser cortejado por outros grandes estúdios de Hollywood. A Warner queria Rock de todo jeito. Ele era considerado o galã ideal para os filmes dessa empresa cinematográfica, que era bem conhecida pela classe de seus filmes. A Warner produzia filmes para a elite dos Estados Unidos, para o topo da sociedade. Eram filmes refinados, muito bem produzidos, contando com excelentes diretores. Só faltava Rock Hudson para completar o time, mas o ator tinha contrato de exclusividade com a Universal Pictures. 

A Universal fazia filmes para as massas, para a classe trabalhadora, para os operários, para o povão. O seu público alvo era o homem comum que pagaria um ingresso de cinema para ter um pouco de diversão. Grande parte do faturamento da companhia vinha de uma grande série de filmes B de faroeste que eram rodados e lançados de maneira industrial, tudo filmado no próprio rancho da Universal, nos arredores de Los Angeles. Esses filmes de western eram muito lucrativos, custavam pouco e nunca decepcionavam na bilheteria. Era o que mantinha o estúdio funcionando e com boa saúde financeira. A Universal também detinha os direitos autorais para adaptação ao cinema de todos aqueles monstros clássicos da literatura de terror. Drácula, Lobisomem, a múmia, o monstro de Frankenstein e o Homem Invisível, entre outros. O terror era uma marca registrada da Universal naqueles anos. 

Sabendo do grande interesse da Warner, o agente de Rock, a velha raposa Henry Wilson, renegociou um excelente novo contrato com a Universal, com duração de sete anos. Entre outras coisas aumentava e muito o cachê de Rock, além de dar poder de veto ao ator nas escolhas de roteiro, diretores e até mesmo dos demais atores do elenco. Além disso a cláusula de exclusividade foi retirada, dando oportunidade de Rock trabalhar em outros estúdios se assim desejasse. Rock optou por continuar na Universal por lealdade, pois havia sido o primeiro estúdio que havia lhe dado uma chance real, bem no começo de sua carreira, quando ele não era conhecido por ninguém em Hollywood. Rock adorava o pessoal da Universal. Todos se consideravam da família. Rock era amigo próximo de pessoas que trabalhavam nos figurinos, na construção de cenários, dos operadores de câmera etc. Todo mundo se conhecia e se tratava como amigo. Ele não queria deixar aquele ambiente de trabalho tão acolhedor. 

Com o dinheiro da renovação de seu contrato com a Universal, Rock resolveu comprar um veleiro e foi morar nele. Quando todos pensavam que Rock iria comprar uma casa ou apartamento novo, ele surpreendeu a todos ao comprar um grande barco que ficava ancorado na praia de Malibu, bem em frente à casa de Paul Newman. E Rock sabia o que estava fazendo. Ele havia sido marinheiro na Segunda Guerra Mundial, tinha experiência e treinamento para ter um veleiro como aquele. De fato Rock adorava a vida no mar e aquele tipo de sensação de liberdade que havia desfrutado quando servia na Marinha de guerra havia voltado. Ele tinha grandes planos de viagem, o que sempre causava um grande receio por parte da Universal Pictures, afinal grande investimento havia sido feito e ninguém queria que algo de ruim acontecesse a ele nessas longas viagens mar adentro. 

Pablo Aluísio.