quinta-feira, 2 de março de 2023

A Baleia

Título no Brasil: A Baleia
Título Original: The Whale
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: A24
Direção: Darren Aronofsky
Roteiro: Darren Aronofsky
Elenco: Brendan Fraser, Sadie Sink, Ty Simpkins, Hong Chau, Samantha Morton, Sathya Sridharan

Sinopse: 
O filme conta a história de um professor que está morrendo. Além de sérios problemas com obesidade mórbida, ele ainda sofre de um grave problema do coração. E não aceita ser tratado em um hospital. Ao seu redor, no cotidiano, ele conta com a ajuda de uma amiga enfermeira e precisa lidar com a filha adolescente rebelde, de complicado relacionamento. 

Comentários:
O que mais se destaca nesse excelente drama é o trabalho do ator Brendan Fraser. Ele está realmente excepcional em seu complexo personagem, um homem atormentado pelos fantasmas de seu passado, mas que ainda de forma muito humana conserva bons sentimentos, pensamentos positivos. Seu grande problema vem com o relacionamento conturbado com sua filha. No passado ele largou sua família para viver um amor homossexual com um de seus alunos. A filha então o culpa por tudo o que de ruim aconteceu com ela. Há também outro personagem bem interessante, a de um jovem missionário que deseja converter o professor antes de sua morte, para que ele seja salvo por Jesus. Só que o professor é um intelectual, que inclusive já leu as escrituras e de forma bem honesta acha a questão da religião uma grande bobagem. Isso abre margem para o roteiro colocar essas questões, até de forma bem sutil, no centro do argumento do filme. Enfim, belo trabalho do diretor Darren Aronofsky. Ele novamente acerta na escolha da história e principalmente do elenco. O ator Brendan Fraser inclusive é um dos favoritos ao Oscar de melhor ator nesse ano. Ele superou uma grave crise de depressão e esse filme é dado como seu grande retorno ao cinema. Veremos se ele vai levantar a estatueta na próxima cerimônia da academia. Se vencer, será um prêmio merecido.

Pablo Aluísio.

Mar Em Chamas

Título no Brasil: Mar Em Chamas
Título Original: Nordsjøen
Ano de Lançamento: 2021
País: Noruega
Estúdio: Zefyr Media Fund
Direção: John Andreas Andersen
Roteiro: Harald Rosenløw-Eeg, Lars Gudmestad
Elenco: Kristine Kujath Thorp, Henrik Bjelland, Rolf Kristian Larsen, Anneke von der Lippe, Bjørn Floberg

Sinopse:
Uma jovem engenheira especializada em robótica de investigação de embarcações afundadas e exploração submarina, vai enfrentar o desafio de sua vida quando ocorre uma grande colapso envolvendo plataformas de exploração de petróleo na costa da Noruega.

Comentários:
Eu gostei desse filme, em especial da parte tecnológica. Tem um robô de mergulho em águas profundas que me interessou bastante. Além disso o roteiro é bom, explorando a questão de um grande colapso envolvendo a costa da Noruega, uma região com muitas fendas oceânicas. Justamente o que faz a região ser rica em reservas de petróleo é a mesma que a transforma em um dos lugares mais perigosos do mundo para a extração do precioso ouro negro. E se houver um grande vazamento de óleo na costa o que se pode fazer? Bom, uma das ideias é tocar fogo no óleo, transformando o mar em chamas, justificando daí o título desse bom filme catástrofe, outro rodado na produtiva indústria cinematográfica norueguesa. Eles estão fazendo bons filmes a cada ano. Uma lição para outros países, entre eles o próprio Brasil. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 1 de março de 2023

Elvis Presley - King Creole - Parte 2

Essa trilha sonora do filme "King Creole" (Balada Sangrenta, no Brasil) é realmente muito boa. Os compositores e arranjadores tinham a complicada missão de unir o som de New Orleans e seu cenário musical mais do que rico, com a sonoridade do novo gênero musical que estava nascendo, o Rock. Não era algo fácil de fazer, mas ouvindo esse disco nos dias atuais chegamos facilmente na conclusão de que todos os envolvidos, criadores e músicos, conseguiram o que estavam procurando, com enorme êxito.

Basta colocar o disco para tocar e ouvir as primeiras notas da música tema, "King Creole", para perceber que vinha coisa muito boa por aí. Essa canção foi encomendada especialmente para a dupla Leiber e Stoller. Eles já tinham uma parceria de enorme sucesso ao lado de Elvis. Basta lembrar da trilha sonora anterior, "Jailhouse Rock" para bem entender que essa união de talentos tinha dado mais do que certo. Essa é uma faixa forte, com arranjos marcantes e letra relevante. Nada de bobagens, apenas um recado duro e visceral. Interessante é que a interpretação de Elvis da música no filme é um tanto convencional, dentro dos padrões. Para uma música tão marcante o diretor Curtiz deveria ter pensado em algo mais forte, contundente.

E as semelhanças de fórmula com outras trilhas sonoras continuavam. Afinal o que era "Lover Doll" a não ser uma nova tentativa de repetir o êxito de Teddy Bear. Só que havia um diferencial por aqui. O personagem de Elvis no filme era um sujeito que vivia em uma linha divisória bem clara, entre ser um bom rapaz ou cair na marginalidade. Na cena do filme ele canta e encanta com essa canção de tema tão pueril enquanto seus comparsas de quadrilha roubam a loja. Pois é meus caros, penso que esse personagem Danny Fisher foi o papel mais forte e marcante de Elvis no mundo do cinema. Falavam muito em James Dean, mas o Danny de Elvis estava mais para um jovem James Cagney, o ator que mais interpretou gângsters famosos nas telas de cinema.

E apesar de Danny ser um cara forjado nas ruas, vivendo em espeluncas administradas pela máfia, ele tentava vencer na vida com os estudos. A família dele acreditava que apenas a formação educacional iria salvar ele do mundo do crime, o que era uma visão certa do mundo naquela fase histórica. Só que ele tinha dois lados. Em uma cena poderia representar o bom moço, para em outra se envolver com pequenos crimes, furtos e coisas do tipo. Para representar o lado bom de Danny, a trilha sonora trazia a canção "Steadfast, Loyal and True", algo como uma espécie de hino escolar, muito tradicional nos Estados Unidos. Os jovens aprendiam a música da escola e depois que se formavam esses temas musicais funcionavam como boas lembravas, como símbolo de nostalgia dos tempos colegiais. Elvis cantou a música praticamente sozinho, com o mínimo de acompanhamento. Um bom momento do disco para curtir apenas sua voz, sem banda e grupo de apoio. Ficou bem bonito.

Pablo Aluísio.

Norah Jones - First Sessions

Alguns artistas já nascem prontos. Basta ouvir suas primeiras sessões de gravação para entender bem isso. Se tem dúvidas procure ouvir as primeiras gravações de alguns mitos da música no passado como, por exemplo, Elvis Presley ou The Beatles. Tirando a maior falta de experiência todos eles já se pareciam em quase tudo com o que um dia iriam se tornar. Elvis já era Elvis na Sun Records. O mesmo com os Beatles na Decca. Duvida? Basta ouvir. O mesmo se aplica aqui, tirando obviamente as devidas proporções, nesse primeiro EP (compacto duplo na definição da velha escola) da cantora Norah Jones. São apenas cinco faixas, mas Norah já é Norah. Engraçado que essas primeiras gravações conseguem ser extremamente superiores inclusive ao que ela vem apresentando ultimamente em seus CDs. A cantora está involuindo? Não necessariamente. Acredito que o grande problema para Norah nos dias atuais é a escolha errada de repertório. Ela tentou mudar nesses últimos tempos, o que vejo como um erro. Alguém precisa lembrar a ela a velha máxima de que "em time que se está ganhando não se mexe".

Pois bem. Nesses primeiros registros já temos uma amostra do talento de Norah Jones, algo que ficaria claro em seu primeiro álbum oficial - que venderia milhões e seria consagrado pela crítica e público. A seleção musical é das melhores, com Norah simplesmente perfeita. Quando ouvi pela primeira vez o CD há muitos anos, percebi já em primeira audição de forma imediata, o extremo bom gosto das faixas. Hoje em dia é algo raro - até mesmo entre colecionadores - adquirir a primeira edição do EP, isso porque foram produzidos apenas 10 mil cópias. Norah Jones praticamente bancou de forma independente sua estreia nos estúdios, os vendendo geralmente ao público que comparecia em seus primeiros concertos. Mais indie do que isso impossível. Na seleção alguns verdadeiros clássicos do repertório de Norah com destaque para "Don't Know Why" (que verdadeiramente amo de paixão) e "Lonestar" (baladinha country que me faz ainda ter esperanças no gênero). Em suma, um belo trabalho que demonstra acima de tudo que Norah já estava pronta desde os seus primeiros momentos dentro de um estúdio. Talento já nasce com o artista, não tem jeito.

Norah Jones - First Sessions (2001)
Don't Know Why
Come Away with Me
Something Is Calling
Turn Me
Lonestar
Peace

Pablo Aluísio.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Desbravando o Oeste

Título no Brasil: Desbravando o Oeste
Título Original: The Way West
Ano de Lançamento: 1967
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Andrew V. McLaglen
Roteiro: Ben Maddow, Mitch Lindemann
Elenco: Kirk Douglas, Robert Mitchum, Richard Widmark, 
Lola Albright, Jack Elam, Stubby Kaye

Sinopse
O filme conta a história de um grupo de pioneiros que viaja em direção ao velho oeste, tendo como destino final o território do Oregon. A caravana enfrenta muitos desafios durante a longa jornada, entre eles o ataque de guerreiros nativos, a natureza selvagem da região, além da falta de água e comida naquela imensidão desértica, esquecida por Deus.

Comentários:
Excelente clássico do faroeste. O filme é valorizado por vários aspectos positivos, entre eles um bom roteiro e um elenco realmente excepcional. Os personagens dentro da história são bem desenvolvidos. O personagem de Kirk Douglas é o chefe da caravana, um tipo autoritário, implacável, que diz ter sido senador no passado, muito embora ninguém saiba ao certo se ele está dizendo a verdade. O destino de seu personagem na história gerou uma certa polêmica com o estúdio que queria um final diferente. O ator manteve posição e pediu respeito ao livro original. Sem dúvida uma escolha corajosa para a época. Já Robert Mitchum interpreta o guia da caravana. Um sujeito veterano, ponderado, de bom senso. Seu maior desafio pessoal é o fato de estar ficando cego. Enfim, um grande western, com uma ótima galeria de tipos e personagens bem estruturados. Um grande filme, sem a menor sombra de dúvidas. Um item para se ter na coleção particular de todo cinéfilo, para assim ver e rever sempre que desejar. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Minha Bela Dama

Título no Brasil: Minha Bela Dama
Título Original: My Fair Lady
Ano de Lançamento: 1964
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: George Cukor
Roteiro: Alan Jay Lerner, George Bernard Shaw
Elenco: Audrey Hepburn, Rex Harrison, Stanley Holloway, Wilfrid Hyde-White, Gladys Cooper, Jeremy Brett

Sinopse:
Um professor de fonética e um estudioso da linguagem e sotaques das classes sociais da Inglaterra faz uma aposta com um amigo de que pode transformar uma mulher pobre e do povo em uma verdadeira lady da alta sociedade londrina apenas ensinando a ela como pronunciar corretamente as palavras e mudando seu comportamento social. Filme vencedor de oito categorias no Oscar, entre elas a de melhor direção e melhor filme. 

Comentários:
A atriz Audrey Hepburn sempre foi um símbolo de elegância e sofisticacão em Hollywood. Por essa razão eu pude perceber desde a primeira cena desse filme um certo desconforto dela em seu papel, a de uma mulher grossa que vende flores no meio das ruas de Londres. Apenas quando ela se propõe a ser uma mulher fina e elegante é que o filme finalmente engrena e passa a funcionar. O diretor George Cukor era um homossexual no armário e nesse filme ele soltou todos os aspectos mais íntimos de sua personalidade gay. Por isso o filme tem esse excesso de luxo, glamour, muitas plumas e paetês. Um filme inegavelmente bonito de se assistir, com tudo o que a presença de uma Audrey Hepburn tinha direito. É um filme longo, um musical com mais de 3 horas de duração, por isso se exige um certo comprometimento do espectador, mas não se preocupe, a trilha sonora é repleta de boas músicas e o filme não se torna cansativo em nenhum momento. É um belo clássico do cinema.

Pablo Aluísio.

Amor à Italiana

Título no Brasil: Amor à Italiana
Título Original: Strange Bedfellows
Ano de Lançamento: 1965
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Melvin Frank
Roteiro: Norman Panama, Melvin Frank
Elenco: Rock Hudson, Gina Lollobrigida, Gig Young, Edward Judd, Howard St. John, Peggy Rea

Sinopse:
Nessa comédia romântica o ator Rock Hudson interpreta um executivo norte-americano que se apaixona e se casa com uma italiana de gênio forte, que gosta de uma boa briga, vivida pela estrela italiana Gina Lollobrigida. A situação fica tão ruim que ele pensa em divórcio. Só que vai precisar manter as aparências de um casamento perfeito para ter a promoção que tanto sonha na empresa onde trabalha. 

Comentários:
Nessa época as comédias românticas com o Rock Hudson já estavam saturadas pela repetição. Ele se acomodou nesse tipo de filme por anos, então um dia o público iria se cansar de ver a mesma coisa. Foi exatamente o que aconteceu. Nem a presença de puro carisma da atriz Gina Lollobrigida mudou esse quadro. Ela já tinha trabalhado ao lado de Rock em um filme bem melhor anos antes, mas a mesma química não rolou novamente nesse filme. Sua personagem tem muitos exageros, sempre jogando objetos no marido em brigas de fúria que parecem nunca ter fim! Ficou caricato, cansativo e nem um pouco engraçado. O filme até tem alguns bons momentos que nos arrancam alguns sorrisos, mas no quadro geral só serve mesmo para ter saudades das comédias que Rock Hudson fez ao lado de Doris Day, aquelas sim muito divertidas, com muito humor inteligente. Esse filme aqui soa apenas como uma cópia mal acabada. 

Pablo Aluísio.

Tarzan e a Tribo Nagasu

Título no Brasil: Tarzan e a Tribo Nagasu
Título Original: Tarzan's Fight for Life
Ano de Lançamento: 1958
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: H. Bruce Humberstone
Roteiro: Thomas Hal Phillips
Elenco: Gordon Scott, Eve Brent, Rickie Sorensen, Jil Jarmyn, James Edwards, Carl Benton Reid

Sinopse:
Dr. Sturdy está tentando estabelecer um hospital moderno na selva. Seus esforços são fortemente combatidos pelos guerreiros nativos da tribo Tribo Nagasu. Há sequestros, uma corrida contra o tempo pelo soro que vai ajudar os pacientes, a captura de Tarzan e a luta da medicina moderna contra a magia africana.

Comentários:
Eu gosto de chamar o Tarzan do Gordon Scott de "O Tarzan de brilhantina", pois era disso mesmo que se tratava. Ele surgia nas telas de cinema muito educado, muito polido, com inglês impecável, ou seja, nada parecido com o personagem original criado por Edgar Rice Burroughs em seus primeiros escritos de literatura de bolso do século passado. Ainda assim, o Gordon Scott teve sua importância nas aventuras do Tarzan no cinema da época. Os filmes eram lucrativos e mantinham a chama do personagem acessa. Ele era halterofilista e tinha a imagem certa para o papel, embora apresentasse características erradas ao personagem original. Esse foi um de seus filmes menos conhecidos. Hoje em dia o filme é uma raridade. De qualquer forma ele faria vários filmes como Tarzan, sempre com a brilhantina em dia, claro!

Pablo Aluísio.