quarta-feira, 12 de outubro de 2022

Elvis Presley - Teddy Bear / Loving You

Depois de vários meses sem um single nas lojas a RCA Victor finalmente lançou no mercado americano o novo compacto de Elvis Presley. O lado A surgia com uma música com nome no mínimo esquisito, "Teddy Bear". Na letra Elvis cantava: "Deixe-me ser seu ursinho de pelúcia" (o tal ursinho Teddy). Nem precisa esclarecer que algo assim tão carinhoso com as fãs fez com que o compacto disparasse em vendas. No Lado B o compacto trazia justamente a música que seria título de seu novo filme na Paramount Pictures. Era a balada "Loving You" que tentava repetir o mesmo sucesso de "Love Me Tender".

Na capa Elvis surgia com uma roupa estilizada de cantor country and western. A estranha estampa fazia parte do figurino de seu novo filme que em breve chegaria nos cinemas, "Loving You". E era justamente a canção título do filme que estava no Lado B do disquinho. Se Teddy Bear era puro pop inocente, "Loving You" era uma baladona que carregava nas tintas. Para dar mais consistência Elvis ainda adotou muito do estilo dos grandes cantores do passado, em especial Bing Crosby, de que era admirador. Esse single seria o primeiro do projeto Loving You a chegar aos fãs. Essa estratégia seria exaustivamente repetida pela gravadora de Elvis nos anos que viriam. Primeiro o lançamento de um single com as duas canções da trilha sonora com mais potencial de chegar nas primeiras posições da parada. Depois o lançamento do álbum com toda a trilha sonora e finalmente após algumas semanas a chegada do filme nas telas de cinema por todo o país. Durante anos esse esquema deu muito certo e trouxe muitos lucros tanto para a gravadora de Elvis quanto para os estúdios de Hollywood.

E por falar em estúdio de cinema, "Loving You" foi o primeiro a ser lançado pela Paramount Pictures, com produção do conhecido Hal Wallis. O interessante sobre a Paramount é que sua direção mantinha um padrão de qualidade que não poderia ser rompido. Assim os filmes de Elvis nesse estúdio geralmente eram bem melhores produzidos. Além disso por uma política interna da empresa as trilhas sonoras teriam que ser lançadas como álbuns completos de 10 a 12 canções. Elvis que havia lançado a trilha sonora de seu filme anterior pela Fox em compacto duplo acabou vendo então a Paramount exigir junto à RCA o material suficiente para lançar o álbum da trilha o mais breve possível. Para os executivos da Paramount a coisa era simples: O disco promovia o filme e vice-versa e ambos tinham que ter qualidade de acordo com as diretrizes do estúdio. Com apenas sete canções gravadas diretamente para o filme a RCA resolveu reaproveitar o recém compacto duplo "Just For You", colocando praticamente todas as suas canções no lado B do LP.

No tocante ao resultado comercial o single "Teddy Bear / Loving You" logo se tornou um grande sucesso de vendas. "Teddy Bear" tinha um alvo certo: as fãs adolescentes do cantor. Durante sua vida Elvis recebeu milhares de ursinhos de pelúcia. Uma revista americana divulgou sem base nenhuma que Elvis colecionava esse tipo de brinquedo. Não era verdade, mas as fãs acreditaram e enviaram ursinhos para a casa de Presley aos milhares. Para não parecer mal-educado Elvis recebeu os felpudos, mas jamais cogitou algum dia colecionar esse tipo de coisa. Para capitalizar em cima dessa história a música foi composta especialmente para ele. O curioso é que pessoalmente Elvis não estava certo sobre a canção. A letra era bobinha e iria fomentar ainda mais o boato dos ursinhos. Como era muito profissional acabou gravando a canção. O single logo chegou ao topo da Billboard se tornando assim mais um primeiro lugar consecutivo de sua carreira. Por essa época Elvis desfrutava de uma supremacia rara dentro da música americana. Qualquer coisa que lançasse era sucesso imediato e os compactos vendiam milhões de cópias antes mesmo de virarem sucessos nas rádios.

Só que havia uma novidade. Elvis mostrou com Teddy Bear que conseguia vender não apenas discos, mas produtos também. Milhões de ursinhos foram vendidos e esse acontecimento despertou a curiosidade de Tom Parker que entendeu que Elvis poderia virar uma marca de sucesso em qualquer segmento comercial. A partir daí contactou empresas e colocou o nome do cantor para licenciamentos de produtos em série. Em razão disso Elvis apareceu nas mais curiosas mercadorias, chicletes, jogos de tabuleiro, brinquedos, radiolas, etc. Era mais uma boa fonte de renda para Elvis e o Coronel e esse não se fez de rogado, explorando até a exaustão o nome de Elvis Presley.

E os ursinhos? Bom, depois de "Teddy Bear" eles continuaram a chegar em maior número pelos correios a tal ponto que Elvis já não sabia o que fazer com tantos ursinhos espalhados pela casa. Até o banheiro ficou lotado desses bichinhos. Elvis não queria jogar eles fora pois respeitava muito a boa vontade de seus fãs que o presenteava. Jogar no lixo seria um desrespeito para com suas jovens fãs. Foi então que após pensar um pouco ele chegou numa solução do problema. Elvis decidiu doar as centenas de ursinhos para instituições de caridade que atendia crianças pobres ou doentes. Assim ele resolveria o seu problema de espaço, não desrespeitaria seus fãs e ainda faria a alegria de muitas crianças carentes de Memphis. Um bom desfecho que deixou todos felizes, Elvis, as fãs e claro... o próprio Teddy Bear!

Curiosidade histórica: Você sabe por que o ursinho de pelúcia americano é conhecido pelo nome carinhoso de Teddy Bear? Esse nome vem do fato do presidente americano Theodore Roosevelt ter sido um dos criadores do brinquedo. Aventureiro, metido a ir em viagens exóticas (até na Amazônia esteve) o presidente Roosevelt procurou por anos por um brinquedo que despertasse nas crianças o sentimento de amor à natureza. Esse brinquedo acabou sendo o ursinho de pelúcia que era fofinho e muito ecologicamente correto pois despertava o amor dos pequeninos pelos animais. A imprensa americana então em um misto de ironia e sátira acabou se referindo ao ursinho como Teddy Bear - o Urso Teddy - em referência ao presidente Teddy Roosevelt. O curioso é que Roosevelt também era um caçador inveterado, o que não caía muito bem com sua postura de paixão pelo Reino Animal. Mas enfim, o fato é que o apelido pegou e até hoje o brinquedo que conhecemos como ursinho de pelúcia aqui no Brasil é conhecido lá nos Estados Unidos como Teddy Bear, o ursinho do presidente Teddy Roosevelt.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 11 de outubro de 2022

10 Curiosidades - Três Homens em Conflito

10 Curiosidades sobre "Três Homens em Conflito"
1. O diretor Sergio Leone incentivou o elenco a improvisar em cena. Um dos maiores exemplos acontece na cena em que o personagem do ator Eli Wallach entra em uma loja de armas. Ali não havia nada escrito no roteiro e ele precisou improvisar praticamente toda a cena, principalmente quando manuseia os revólveres. Essa improvisão porém nem sempre deu certo. Na cena do trem o ator passou por apuros após seu cavalo se assustar com o som de um tiro dado por um dos figurantes. Com as mãos amarradas Eli Wallach passou por um aperto e tanto para controlar o animal. Curiosamente como Wallach não falava italiano e nem Leone inglês ambos decidiram se comunicar falando francês entre si.

2. O cemitério confederado chamado de Sad Hill Cemetery pelo roteiro foi totalmente construído pela equipe do filme. Não houve autorização para que Leone filmasse em um cemitério real. Assim eles resolveram recriar todo o lugar, usando como modelo uma foto antiga de um cemitério real das tropas rebeldes durante a guerra civil.

3. Embora não fosse o mesmo personagem dos dois filmes anteriores de Sergio Leone, Clint Eastwood resolveu usar praticamente o mesmo figurino que havia usado nas outras produções. O pistoleiro sem nome assim usou o mesmo ponche que havia usado em "Por um Punhado de Dólares" e "Por uns Dólares a mais". No filme o personagem de Eli Wallach o chama de "blondie", mas esse é apenas um nome genérico que significa "loiro" ou "loirinho", não sendo o verdadeiro nome do pistoleiro.

4. O filme foi um dos mais caros da carreira de Sergio Leone, realizado ao custo de mais de um milhão de dólares (uma verdadeira fortuna para a época). Na versão americana houve quatro cortes para que o filme não ficasse tão longo, o que iria prejudicar sua carreira comercial. Apenas alguns anos depois o público americano finalmente pôde assistir a versão completa que foi lançada em alguns cinemas e no mercado de vídeo.

5. Sergio Leone resolveu que não haveria nenhum diálogo nos dez primeiros minutos de filme, algo que assustou os produtores. Leone queria captar o clima do velho oeste. O estúdio só aceitou a decisão do diretor quando o ator Clint Eastwood o apoiou. Ninguém queria ter problemas com o astro e maior chamariz de bilheteria do filme.

6. Leone queria realismo total. Para isso acabou tendo problemas com o ator Lee Van Cleef. Numa das cenas ele deveria bater em uma mulher, lhe aplicando vários murros e chutes. A cena incomodou Cleef que tentou convencer o diretor a mudar de ideia. Leone porém não aceitou as sugestões de Lee Van Cleef e ordenou que tudo fosse feito como estava no roteiro. Para Lee Van Cleef a cena acabou sendo uma das mais complicadas de realizar, conforme ele diria depois em uma entrevista.

7. Apenas Clint Eastwood, Lee Van Cleef e Eli Wallach falavam inglês de forma fluente. Todos os demais atores ou só falavam italiano ou espanhol. Para resolver esse problema o diretor Sergio Leone determinou que eles falassem suas línguas naturais durante as filmagens. Apenas depois todos seriam dublados em inglês para o lançamento internacional do filme.

8. O famoso tema do filme foi composto pelo genial maestro e compositor Ennio Morricone. Anos depois ele explicaria que sua intenção na melodia foi imitar o som de um chacal no meio do deserto. Quando foi contratado por Sergio Leone ele resolveu tentar várias ideias por duas semanas antes de mostrar a música para o diretor. Só depois de gravar tudo com sua orquestra é que finalmente mostrou a Leone o resultado final. Esse tema acabou se tornando um dos mais conhecidos do gênero western em todos os tempos, chegando a ser lançado como trilha sonora não apenas no mercado europeu, mas no americano também, se tornando campeão de vendas, algo raro nesse segmento na época.

9. Orson Welles aconselhou Sergio Leone a desistir de mostrar imagens da guerra civil americana, isso porque Welles achava que filmes sobre a guerra civil estavam fora de moda e não fariam mais sucesso de bilheteria. Leone, felizmente, não seguiu seus conselhos. O filme, como se sabe, foi um grande sucesso de bilheteria.

10. Charles Bronson foi convidado duas vezes para fazer parte do elenco. Na primeira vez Sergio Leone o chamou para viver o personagem Tuco e depois para interpretar o pistoleiro vilão que acabou sendo feito por Lee Van Cleef. Embora Bronson estivesse muito interessado em trabalhar no filme não houve tempo. Ele estava trabalhando em "Os Doze Condenados" e o filme acabou atrasando seu cronograma original, levando muito tempo para ficar pronto. Assim ele teve que desistir. Já Clint Eastwood aceitou participar em troca de um cachê de 250 mil dólares, mais uma Ferrari dada pelo estúdio italiano.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 10 de outubro de 2022

As Vidas de Marilyn Monroe - Parte 27

Certa vez o ator Tony Curtis foi entrevistado pelo canal E! afirmando que iria publicar um livro de memórias intitulado “Making of Some Like It Hot” em que contaria os bastidores das filmagens do clássico de Billy Wilder “Some Like It Hot” (Quanto Mais Quente Melhor, no Brasil). Entre as revelações Curtis prometia contar toda a verdade sobre o suposto romance que teve com a estrela do filme, a atriz Marilyn Monroe e mais: Tony garantia que Marilyn engravidou dele durante o caso amoroso ocorrido nos sets de filmagens, tudo acontecendo debaixo do nariz do marido dela na época, o escritor Arthur Miller. Será verdade? Principalmente depois de tudo o que sabemos sobre a complicada e problemática filmagem de um dos mais famosos filmes de Monroe.

Todos que participaram da produção de "Quanto Mais Quente Melhor" concordam que as filmagens foram tudo, menos um mar de rosas. Na realidade o caos imperou no set. Marilyn Monroe estava simplesmente impossível durante as gravações levando todos, do diretor aos membros da equipe de apoio, à loucura. Atrasos, ataques de estrelismo, esquecimento de falas, brigas e muitas faltas marcaram a atuação de Monroe nesse filme. Certa vez Marilyn chegou ao local de filmagens tão fora de si que todos pensaram que ela iria ter um ataque ou algo parecido. As filmagens foram canceladas e mais um dia foi perdido.

O diretor Billy Wilder, sempre irônico e com um humor mordaz recordou: "Quase enlouqueci com esse filme. Marilyn me deixava horas e horas esperando por ela nos estúdios. Todos a postos, equipe e atores, tudo pronto mas nada dela aparecer. Algumas vezes Marilyn aparecia com até seis horas de atraso e quando aparecia parecia uma morta viva - mal conseguia falar e não sabia nenhuma de suas falas! Sabe, eu tenho uma tia que decora todas as falas, chega nos estúdios na hora certa, é extremamente pontual e profissional. Na bilheteria ela deve valer uns cinco centavos! Entende o que digo? Tivemos que engolir muitos sapos para ter Marilyn Monroe nesse filme!" Só um grande diretor do nível de Wilder para controlar e administrar tantos problemas. Ele completou: "Só consegui dormir normalmente novamente depois que o filme acabou. Sinceramente, nunca mais quero passar por isso de novo, prefiro que meu próximo filme renda cinco centavos na bilheteria!".

Com os demais atores a situação foi ainda mais caótica. Como não aparecia regularmente para trabalhar Marilyn logo ganhou a antipatia de seu partner em cena, Tony Curtis, que após o filme declarou publicamente: "Beijar Marilyn Monroe é como beijar Hitler!" Em outra ocasião durante uma grande discussão com o ator, Marilyn jogou uma taça de vinho em seu rosto, causando um grande tumulto durante as filmagens. Com todo esse histórico fica realmente complicado acreditar que Marilyn teria tido um romance amoroso com Curtis, resultando ainda mais em gravidez. Infelizmente todos os demais envolvidos (como o diretor Billy Wilder e o ator Jack Lemmon) estão falecidos. A última palavra ficará realmente com Tony Curtis.

Marilyn Monroe foi sem a menor sombra de dúvidas um dos maiores mitos da história do cinema. Tinha uma vida pessoal marcada por inúmeros problemas (infância abandonada e infeliz, casamentos desfeitos, romances escandalosos, vício em medicamentos, problemas mentais, entre outros) e por isso é muito complicado nos dias de hoje determinar o que realmente aconteceu e o que são apenas estórias inventadas para faturar em cima de seu mito. Tony Curtis foi um grande nome do cinema também, tendo uma carreira vitoriosa nos anos 50 e 60. Porém com os anos 70 sua carreira no cinema estagnou e ele ficou com sérios problemas financeiros. Estaria apenas tentando ganhar algum dinheiro extra com sua bombástica revelação? Só o tempo dirá...

Pablo Aluísio.

A História de Rock Hudson - Parte 12

Foram amigos por toda a vida. Rock Hudson a adorava e Elizabeth Taylor retribuiu a bela amizade. O maior momento da carreira de ambos aconteceria no mesmo filme, "Assim Caminha a Humanidade". No enredo Rock era um durão fazendeiro do Texas que acabava se interessando pela dondoca garota do sul. Ao se casar com ela a leva para sua distante e isolada casa - onde viveriam juntos por longos anos, vivenciando as mudanças no comportamento e modo de ser do povo texano.

A amizade começou no set. Rock Hudson geralmente se dava muito bem com as atrizes com quem contracenava. Geralmente criava uma bela amizade com elas. Em relação a Liz a primeira coisa que lhe chamou a atenção foi sua beleza. Rock costumava dizer a ela que nunca tinha visto nenhuma mulher tão bela com olhos tão marcantes. Elizabeth Taylor fazia pouco caso, dizendo a Rock que se achava parecida com Minnie, a namorada do ratinho Mickey Mouse da Disney.

O curioso é que por essa época Elizabeth ainda não sabia que Rock era gay e muitas vezes interpretava seus elogios como cantadas nada sutis. Enquanto foi vivo Rock jamais abriu o jogo a ela, embora em pouco tempo Liz tenha sabido por fofocas que Rock já havia se relacionado com homens em seu estúdio de coração, a Universal. Como estavam agora trabalhando na Warner, Liz procurou ser a mais discreta possível.

Assim o relacionamento entre eles jamais avançou para uma fase mais adulta, ficando bem juvenil, como dois jovens vivendo a melhor época de suas vidas. Rock gostava de piadas e da companhia de Liz e ambos festejaram bastante durante as filmagens de "Giant". Numa noite, com o frio à toda, Rock lembrou que ela e Liz tiveram a ideia de misturar chocolate derretido e Martini com gelo, dando origem a um novo drink, que acabaria se tornando bem popular nos Estados Unidos durante os anos 1950.

Pablo Aluísio.

domingo, 9 de outubro de 2022

O Alfaiate

Aqui vai mais uma boa dica sobre o bom cinema inglês. Trata-se desse filme, chamado "O Alfaiate". Vejam, que história interessante. Um alfaiate inglês vai morar em Chicago nos anos 1930. Ele aprendeu o seu ofício nos melhores estabelecimentos comerciais de Londres. Um ofício que une técnica e arte ao mesmo tempo. Com o passar dos anos, ele foi se desiludindo, pois a moda do jeans chegou na Inglaterra. E em seu modo de pensar, não haveria como ser elegante vestindo aquele tipo de roupa. Estão ele parte para morar nos Estados Unidos. Agora pense um pouco. O que vem na sua mente quando eu falo em Chicago na década de 1930? Obviamente você vai lembrar dos grandes gângsters daquela época. Bandidos sim, mas bandidos muito elegantes e bem-vestidos. E essas pessoas passam a ser as principais clientes desse alfaiate inglês. 

Só que nessa proximidade, surgem problemas. Ele começa a deixar que recados, cartas e mensagens sejam trocados na parte interior de seu pequeno estabelecimento comercial. E aí já viu... ele acaba se envolvendo também com o submundo do crime de Chicago. O filme é muito bom e muito bem roteirizado. Em certos momentos, me lembrou de alguns filmes de Alfred Hitchcock. Com direito até mesmo a um corpo escondido dentro de um baú na sala principal. Lembrou de "Festim Diabólico"?. Pois é, exatamente isso. Bom filme, que mantém uma boa história e um desfecho que vai surpreender muita gente.
  
O Alfaiate (The Outfit, Inglaterra, 2022) Direção: Graham Moore / Roteiro: Graham Moore, Johnathan McClain / Elenco: Mark Rylance, Zoey Deutch, John Gumley-Mason / Sinopse: Um alfaiate inglês trabalhando na Chicago dos anos 1930, infestada por Gangsters, acaba se envolvendo com o submundo do crime.

Pablo Aluísio.

O Duque

Na década de 1960 um histórico quadro retratando o Duque de Wellington foi roubado de um museu em Londres. Inicialmente a Scotland Yard pensou se tratar de um bem elaborado plano de roubo, coisa de profissionais. Algo vindo de ladrões profissionais de alta arte. O caso teve grande repercussão na Inglaterra. Principalmente pelo valor histórico da pintura em si. Só que algumas semanas depois, os policiais e a sociedade inglesa foram surpreendidas quando um velhinho chegou ao museu para devolver a tal obra. Uma história muito inusitada. O sujeito era um senhor idoso, espirituoso, boa praça. Um tipo daqueles que gostam de conversar sobre os velhos tempos. Obviamente, ele foi levado a julgamento, mas acontece que através dos jornais, o seu carisma foi conquistando os ingleses em geral. 

Ele sempre tinha uma resposta espirituosa sobre todas as questões que lhe eram feitas. Essa história real rendeu um filme muito interessante. O cinema inglês é muito caracterizado e conhecido por esse tipo de humor, bem ao estilo dos britânicos. É o humor que nasce da fina ironia de certas situações da vida que não eram para ser engraçadas. O protagonista desse filme não era da nobreza, mas sim da classe trabalhadora. Entretanto também tinha seu próprio estilo de ser. Sua história fora do comum acabou virando esse bom filme inglês. Um fato que surpreendeu os ingleses na época e que irá surpreender quem assistir ao filme nos dias de hoje.

O Duque (The Duke, Inglaterra, 2020) Direção: Roger Michell / Roteiro: Richard Berg / Elenco: Jim Broadbent, Helen Mirren, Heather Craney, Stephen Rashbrook / Sinopse: Um famoso quadro pintado por Goya, retratando o duque de Wellington, figura histórica da Inglaterra, é roubado causando grande comoção dentro da sociedade inglesa. E quando foi revelado o autor do crime, todos foram surpreendidos novamente.

Pablo Aluísio.

sábado, 8 de outubro de 2022

Um Passado Sombrio

Pode existir um crime mais terrível do que o assassinato de um bebê? As duas protagonistas desse filme cometeram esse crime horripilante no passado. E elas tinham apenas 9 anos de idade quando fizeram essa atrocidade! Aos 18 anos elas são colocadas em liberdade, em um sistema penal bem parecido com o brasileiro. E de volta às ruas, como vão conseguir recomeçar a vida com um passado tão terrível? Uma delas se emprega em um pequeno comércio local. A outra fica perdida na vida, sofrendo com problemas de obesidade e traumas psicológicos graves. Elas nunca mais voltam a se encontrar e vivem culpando uma a outra pelo assassinato da criança. O roteiro, isso é bem interessante, não desvenda a verdade sobre quem seria a verdadeira assassina. O roteiro não está preocupado em explicar isso ao espectador. Ao contrário disso, planta várias dúvidas na mente de quem está assistindo ao filme. É um ponto positivo.

E as coisas começam a ficar muito complicadas quando um bebê desaparece na mesma cidade onde elas moram. É Claro que os moradores começam a desconfiar delas, justamente por causa do passado. E os policiais começam a investigação e realmente descobrem que há algo de estranho na vida daquelas garotas. Será que elas teriam alguma culpa? Alguma coisa a ver com o desaparecimento dessa criança? Estariam de volta ao passado para cometerem mais um crime atroz como que fizeram no passado? São dúvidas que eu deixo sem respostas. Assista ao filme e se surpreenda pela boa qualidade desse roteiro. É um dos filmes mais interessantes que assisti nos últimos tempos. Extremamente bem roteirizado. Um filme de fato muito bom!

Um Passado Sombrio (Every Secret Thing, Estados Unidos, 2014) Direção: Amy Berg / Roteiro: Nicole Holofcener / Elenco: Dakota Fanning, Diane Lane, Brynne Norquist, Eva Grace Kellner / Sinopse: Duas jovens que ano passado foram condenados pela morte de um bebê são suspeitas do desaparecimento de uma criança após elas ganharem a Liberdade. Será que realmente teriam algo a ver com esse novo crime?

Pablo Aluísio.

Ecos do Mal

Como estamos em época de Halloween, os canais a cabo estão programando vários filmes de terror em sua grade de programação. No meu caso, é uma boa notícia, pois eu gosto desse gênero cinematográfico. E no cardápio há diferentes tipos de filmes, desde os mais escatológicos até os mais sutis e elegantes. Esse aqui fica no meio termo. É um bom filme, que mexe com uma história tradicional, mas de uma maneira bem inteligente, coesa. Na história, um ex presidiário sai da prisão após cumprir pena por longos anos. Como ele precisa recomeçar a vida e não tem emprego, ele acaba indo morar no apartamento que era de sua mãe, onde morava. Ela faleceu há algumas semanas. O lugar é antigo e meio abandonado. E ele logo descobre que seus vizinhos não são boas pessoas. 

Há uma família de um policial morando na porta ao lado. O policial é um sujeito violento, que espanca a mulher e os filhos. Parece ser um homem sempre no limite, sempre prestes a estourar e partir para a violência. Como o protagonista é um ex presidiário ele mantém uma certa distância, mas chega um momento em que a violência doméstica explode. Ele tem que agir. O grande mote do filme vem justamente dessa família. Pois há várias surpresas no roteiro. Gostei do plot twist. Em relação a isso, achei bem bolado. Além de bem filmado com boa fotografia, o filme tem como destaque justamente essas boas ideias desse roteiro que surpreende até mesmo um fã de terror veterano e mais experiente nesse estilo de filme.

Ecos do Mal (The Echo, Estados Unidos, 2008) Direção: Yam Laranas / Roteiro: Eric Bernt / Elenco: Jesse Bradford, Amelia Warner, Carlos Leon / Sinopse: Depois de passar anos na prisão, um ex detento ganha a Liberdade e vai morar no apartamento que pertenceu à sua mãe. E descobre que no lugar existem manifestações paranormais e uma estranha família que mora ao lado, onde há muita violência física e psicológica.

Pablo Aluísio.