terça-feira, 2 de agosto de 2022
Bravura Indômita
Eu fiz questão de rever o original poucos dias antes de assistir a esse remake justamente para ter uma base melhor de comparação com o filme dos irmãos Coen. A minha impressão é a de que essa nova versão preferiu seguir o caminho da refilmagem mais fiel ao original, sem inovações impertinentes ou banais. Os diretores tiveram um certo respeito pelo filme original. Embora seguindo lado a lado com o filme de John Wayne, o remake também apresenta pequenas e pontuais novidades. Afinal os irmãos Coen, tão autorais em sua filmografia, não iriam dirigir um filme totalmente desprovido de originalidade.
Não resta dúvida, por exemplo, que essa nova versão tem um roteiro bem mais explicativo do que o filme de 1969, mostrando mais aspectos do livro que deu origem aos dois filmes. A reconstituição histórica também segue mais condizente com a época em que se passa a história. Esses são certamente pontos positivos aqui. É um filme, como disse antes, muito bem feito, com tudo colocado no lugar certo, mas curiosamente sem grandes surpresas, chegando a ser até mesmo um pouco convencional, isso claro se compararmos com o primeiro filme. Burocrático? Não chega a incomodar nesse aspecto. Respeitoso em excesso com o filme original? Certamente.
Um dos grandes méritos dessa nova versão vem de seu elenco. E aqui temos que destacar o trabalho do ator Jeff Bridges. É fato que Rooster Cogburn é um personagem à prova de falhas, pois foi ótimo para John Wayne e novamente caiu muito bem na caracterização de Bridges. O que mais me chamou a atenção é que a interpretação no novo remake é quase uma homenagem velada ao desempenho anterior de Wayne. Até a entonação vocal é extremamente semelhante. Bridges, em certos momentos, é quase uma paródia de Wayne, tudo muito igual e parecido. É uma homenagem ao grande ator do passado, que inclusive foi premiado com o Oscar, após longos anos de carreira, justamente pela interpretação desse personagem. Palmas para Jeff Bridges! No final de tudo, gostei desse novo filme. Penso que o caminho certo a seguir por remakes é justamente esse. Ser bem fiel ao livro original, preservando aspectos do filme clássico.
Bravura Indômita (True Grit, Estados Unidos, 2010) Direção: Ethan Coen, Joel Coen / Roteiro: Joel Coen, Ethan Coen baseado na novela escrita por Charles Portis / Elenco: Jeff Bridges, Matt Damon, Hailee Steinfeld / Sinopse: Jovem garota (Hailee Steinfeld) resolve contratar velho agente federal gordo e bêbado chamado Rooster Cogburn (Jeff Bridges) para encontrar um grupo de criminosos que mataram seu pai. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Jeff Bridges), Melhor Atriz Coadjuvante (Hailee Steinfeld), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Fotografia (Roger Deakins), Melhor Figurino, Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som e Melhor Direção de Arte.
Pablo Aluísio.
Sabata, o Homem que Veio para Matar
Título Original: Ehi Amico... C'è Sabata, Hai Chiuso
Ano de Produção: 1968
País: Itália
Estúdio: Produzioni Europee Associati (PEA)
Direção: Gianfranco Parolini
Roteiro: Renato Izzo, Gianfranco Parolini
Elenco: Lee Van Cleef, William Berger, Ignazio Spalla
Sinopse:
A construção da estrada de ferro acaba atraindo todos os tipos de foras da lei para a região do velho oeste americano, onde oportunidades de assaltos e crimes surgem em todos os lugares. Para piorar até mesmo os políticos se rendem ao estado de corrupção e crime reinantes e nenhum deles querem perder a oportunidade de ficarem ricos, mesmo de forma desonesta. Todos porém terão que enfrentar antes um infame pistoleiro e matador, Sabata (Lee Van Cleef).
Comentários:
O ator americano Lee Van Cleef (1925 - 1989) fez mesmo a festa no cinema europeu durante os anos 1960. Nem pensou duas vezes e foi morar na Itália onde a indústria de cinema do país fervia numa efervescente produção de filmes de faroeste que acabariam sendo chamados de Western Spaghetti. Foi uma decisão muito inteligente por parte de Cleef pois lá ele acabaria se tornando um astro de dezenas de películas, que nem é necessário dizer logo se tornaram grandes sucessos de bilheteria. "Sabata, o Homem que Veio para Matar" é outro de seus clássicos, uma fita muito bem movimentada que tenta lançar mais um personagem marcante ao estilo Django ou Trinity! Uma espécia de Sartana particular de Lee Van Cleef! O cenário e o palco de toda a ação acontece na chamada corrida rumo ao velho oeste, com a construção das grandes estradas de ferro rumo ao Pacífico. O diretor Gianfranco Parolini assina o filme como Frank Kramer, como se fosse um cineasta americano. Hoje em dia isso é visto como algo desnecessário pois os italianos são reconhecidos como talentosos artesãos da sétima arte. Apenas o preconceito da época justificava algo assim. De qualquer modo aí está outro faroeste europeu para você colocar em sua lista de produções imperdíveis.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 1 de agosto de 2022
Lolita
E o que justificava tanta polêmica? Ora, Lolita contava a história pouco aceita socialmente de um tórrido interesse de um homem bem mais velho por uma adolescente, a ninfeta Lolita. Nabokov não pintou seus personagens de culpa, arrependimentos ou pecado. Ao contrário disso ele procurou mostrar aquele desejo do velho homem como algo natural mesmo, da natureza humana. E talvez isso tenha gerado tantos problemas para ele. Kubrick, em seu filme, também segue pelo mesmo caminho. Para interpretar a Lolita ele acertou em cheio ao escolher a jovem Sue Lyon. Além de linda a atriz era talentosa e esperta, ou seja, era de certa forma a própria personificação da Lolita de Vladimir Nabokov. Para uma adaptação cinematográfica não poderia haver escolha melhor.
Lolita (Lolita, Estados Unidos, Inglaterra, 1962) Direção: Stanley Kubrick / Roteiro: Stanley Kubrick, baseado na obra de Vladimir Nabokov / Elenco: James Mason, Sue Lyon, Shelley Winters, Gary Cockrell / Sinopse: Homem bem mais velho, já coroa, cai de amores e sedução por uma jovem adolescente, uma ninfeta chamada Lolita. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor roteiro adaptado.
Pablo Aluísio.
O Amante da Morte
Título no Brasil: O Amante da Morte
Título Original: The War Lover
Ano de Produção: 1962
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Philip Leacock
Roteiro: Howard Koch, John Hersey
Elenco: Steve McQueen, Robert Wagner, Shirley Anne Field, Gary Cockrell, Michael Crawford, Bill Edwards
Sinopse:
A história do filme se passa em 1943, na Inglaterra, durante a II Guerra Mundial. Dois pilotos americanos, Buzz Rickson (McQueen) e Ed Bolland "Bo" (Robert Wagner), voam em potentes bombardeiros B17 (conhecidos como Fortalezas Voadoras). Sua missão é jogar bombas em instalações industriais da Alemanha nazista.
Comentários:
Também conhecido como "O Amante da Guerra" esse bom filme se passa durante a II Guerra. Os dois protagonistas são pilotos da USAF que estão estacionados em uma base aérea na Inglaterra, perto do Londres. São dois tipos de personalidades bem diferentes. Enquanto Bo (Wagner) é um militar certinho que tenta seguir as normas das forças armadas, seu companheiro de avião, Buzz (McQueen) é o extremo oposto. Ele é considerado um ótimo piloto por seus oficiais superiores, mas também é visto como insubordinado, irresponsável e indisciplinado. Chega ao ponto de dar voos rasantes na base apenas para se divertir. As coisas andam bem entre os dois pilotos, mas logo a coisa azeda quando entra em jogo uma garota inglesa que ambos estão interessados. Assim o roteiro proporciona o melhor de dois mundos para o público. Quem estiver interessado na parte da aviação militar não vai se decepcionar pois há ótimas sequências de combate nos céus da Alemanha. E quem estiver em busca de um melhor desenvolvimento dos personagens também não vai ter do que reclamar, pois o roteiro é muito bom nesse aspecto. Enfim, um filme de guerra completo.
Pablo Aluísio.
domingo, 31 de julho de 2022
Blackfish - Fúria Animal
sábado, 30 de julho de 2022
O Soldado Que Não Existiu
sexta-feira, 29 de julho de 2022
O Telefone Preto
quinta-feira, 28 de julho de 2022
Os Dez Mandamentos
O resultado certamente soa grandioso na tela, não apenas pelos exageros de cenários, figurinos, etc, mas também pela longa duração do filme, o que assustou um pouco os donos de cinema da época, pois eles acreditavam que isso iria ser prejudicial nas bilheterias. Não foi, "Os Dez Mandamentos" se tornou uma das maiores bilheterias da época e acabou abrindo caminho para outras megaproduções que seguiam na mesma linha. Para o ator Charlton Heston esse clássico foi um divisor de águas pois interpretar Móises marcou para sempre sua carreira. Enfim, um dos filmes que melhor captaram o que Hollywood poderia fazer de melhor naquele período histórico.
Os Dez Mandamentos (The Ten Commandments, Estados Unidos, 1956) Direção: Cecil B. DeMille / Roteiro: Dorothy Clarke, A.E. Southon / Elenco: Charlton Heston, Yul Brynner, Anne Baxter / Sinopse: O filme conta a história de Moisés (Heston), líder religioso e político do povo hebreu que liderou sua saída do Egito, onde viveram como escravos por longos anos. Filme premiado com o Oscar na categoria de melhores efeitos especiais (John P. Fulton).
Pablo Aluísio.