sábado, 24 de março de 2018

Contra Espionagem

Título no Brasil: Contra Espionagem
Título Original: Man on a String
Ano de Produção: 1960
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: André De Toth
Roteiro: Boris Morros, Charles Samuels
Elenco: Ernest Borgnine, Kerwin Mathews, Colleen Dewhurst
  
Sinopse:
Boris Mitrov (Ernest Borgnine) é um imigrante russo nos Estados Unidos que conseguiu realizar o sonho americano. Produtor bem sucedido, ele se dá muito bem na capital mundial do cinema, Hollywood. Logo se torna um homem rico dentro da indústria cinematográfica. Por causa de sua origem começa a se envolver com outros russos que também vão aos Estados Unidos, alguns deles notórios espiões soviéticos. Isso faz com que o governo americano o leve a uma escolha crucial: ele poderá decidir entre se tornar um agente duplo dos americanos ou então ir para a cadeia, acusado de espionagem. 

Comentários:
Ernest Borgnine era aquele tipo de ator que colocava seu coração e alma em todos os filmes de que participava. Nesse "Man on a String" ele encarna um sujeito comum que é levado para o mundo da espionagem por causa da paranóia que reinava durante a guerra fria. Ao contrário de um James Bond, que dava toda a pinta de ser um agente secreto, ele aparentava ser um homem comum, acima de qualquer suspeita. Isso é curioso porque os agentes do mundo real são assim mesmo, nada parecidos com Bond, até porque se passar por uma pessoa normal já era a metade do trabalho de um verdadeiro membro do serviço secreto. Seu personagem é um russo que tem a pretensão de trazer seu pai e seus irmãos para virem morar ao seu lado nos Estados Unidos. Ele vive muito bem em uma bela casa de Los Angeles, bem longe da realidade de miséria em que vivia no mundo soviético. Ele acredita no sonho americano. Por ser russo porém ele acaba sendo vigiado dia e noite pelo serviço secreto americano e em pouco tempo é aliciado para virar um agente duplo para os Estados Unidos. Um bom filme, bem escrito, com um roteiro que privilegia a seriedade e o suspense, tudo bem longe da fanfarronice que iria se abater sobre os futuros filmes estrelados por 007. O fato de ter supostamente sido inspirado em fatos reais ajuda ainda mais em seu resultado final.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 23 de março de 2018

As Mil e uma Noites

Título no Brasil: As Mil e uma Noites
Título Original: Arabian Nights
Ano de Produção: 1942
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: John Rawlins
Roteiro: Michael Hogan
Elenco: Jon Hall, Maria Montez, Sabu
  
Sinopse:
Adaptação do famoso livro "Kitāb 'alf layla wa-layla" (As Mil e Uma Noites), compilação de estórias fantasiosas datadas do século V. No enredo o califa de Bagdá precisa se esconder com um grupo de artistas que viajam quando seu irmão usurpa repentinamente o trono. Agora ela terá que lidar com o tirano, ao mesmo tempo em que corteja a mulher de seus sonhos. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Fotografia (Milton R. Krasner e William V. Skall), Melhor Direção de Arte (Alexander Golitzen e Jack Otterson), Som (Bernard B. Brown) e Música (Frank Skinner). 

Comentários:
Essa adaptação do famoso livro oriental acabou dando origem a um novo subgênero em Hollywood: a dos filmes de aventuras das mil e uma noites! Isso mesmo, o próprio nome do filme acabou virando um adjetivo para designar filmes na mesma linha, com princesas, príncipes, vilões e monstros mitológicos, todos se passando em um Oriente Médio de mentirinha, ou naquilo que os produtores americanos acreditavam ser o Oriente Médio. Obviamente que quando o material original chegou nas mãos dos roteiristas dos grandes estúdios várias modificações foram providenciadas. O sexo e a sedução sem pudores dos textos originais foram suavizados, o mesmo valendo para a violência, que se tornou estilizada, tal como se fosse um desenho animado da Disney. E de todos os estúdios cinematográficos o que mais lucrou com essa vertente foi a Universal que criou uma verdadeira linha de produção de filmes nesse estilo. Como eram produções baratas que rendiam muito os produtores logo entenderam que tinham encontrado um novo filão garantido de bilheteria. O curioso é que o próprio produtor  Walter Wanger chegou a declarar na época que esse tipo de filme seria o "novo western" do cinema americano. Bom, olhando para trás realmente não foi, mas que trouxe muita diversão ao público isso certamente trouxe. E esse "Arabian Nights" é o grande pai de tudo o que veio depois. Se você se interessa por esse tipo de filme não deixe de assistir.

Pablo Aluísio.

A Garota Que Eu Quero

Título no Brasil: A Garota Que Eu Quero
Título Original: The Petty Girl
Ano de Produção: 1950
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Henry Levin
Roteiro: Nat Perrin, Mary McCarthy
Elenco: Robert Cummings, Joan Caulfield, Elsa Lanchester, Melville Cooper

Sinopse:
George Petty (Robert Cummings) é um artista famoso por seus retratos de calendário, onde procura mostrar toda a extensão da beleza de mulheres lindas e sensuais. Durante uma visita à escola local acaba ficando fascinado pela senhorita Victoria Braymore (Joan Caulfield), uma professora que mais parece uma modelo. Sua beleza chama a atenção de todos. Obviamente Petty tenta convencê-la a posar em seu estúdio de fotografia, mas em vão. Em sua visão Victoria é a mulher ideal, com o qual ganhará milhões de dólares, explorando sua beleza incrível em revistas e em desfiles de moda. Ela porém recusa a oferta! Petty porém está determinado a não aceitar um "não" como resposta.

Comentários:
Ah, os anos 1950! Em uma época muito moralista e fechada os produtores de cinema faziam o que era possível para trazer um pouco de sensualidade para as telas. Só o simples fato de termos um enorme número de belas pin-ups desfilando em cena em trajes de banho já era garantia de uma certa bilheteria naqueles tempos reprimidos. Nesse filme garotas bonitas não faltam. Para contrabalancear o lado de mais humorístico e bem humorado do roteiro, os produtores também resolveram acrescentar pequenos e pontuais números musicais que hoje em dia vão soar ora nostálgicos, ora datados, dependendo de cada espectador. O interesse é que o rock como gênero musical ainda não havia nascido nos Estados Unidos, mas já havia todo um clima bem propício para seu surgimento, como bem prova essa película, pois ela foi realizada obviamente focando no público mais jovem, adolescente, demonstrando que já havia um mercado consumidor para esse tipo de produto. A atriz Joan Caulfield era modelo antes de virar atriz, inicialmente em peças da Broadway, para depois ir para a costa oeste onde Hollywood começou a apostar seus dotes físicos e dramáticos. Uma típica loira dos anos 1950, não conseguiu abalar o reinado de Marilyn Monroe, mas conseguiu transmitir simpatia e carisma com seus filmes, provando que nem só de Norma Jean vivia os estúdios de cinema da época.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 22 de março de 2018

Aeroporto 77

Esse foi mais um filme da franquia de filmes "Aeroporto". Praticamente todos os filmes foram sucessos de bilheteria, repetindo basicamente a mesma fórmula, reunindo um elenco de grandes ídolos do passado ás voltas com problemas (e desastres) em viagens de avião. Aqui temos James Stewart interpretando um milionário chamado Philip Stevens. Ele está promovendo a abertura de um grande museu de arte com sua própria coleção de quadros históricos, alguns deles valendo milhões de dólares. O museu vai funcionar em uma de suas muitas mansões. Ele quer que toda a sua coleção seja apreciada pelo público. Acontece que sua inigualável coleção de arte está do outro lado do país. Assim ele manda um dos seus aviões particulares, um enorme Boeing 747, trazer todos os seus quadros para a costa oeste. Além disso o avião traz ainda um seleto grupo de convidados especiais, críticos de arte, milionários e sua filha, acompanhada do neto que ele mal conhece.

A viagem com tantas obras de arte caríssimas chama a atenção de um grupo de criminosos. Eles se infiltram na tripulação. Seu plano é tomar controle do avião, tirando ele da vista dos radares, o levando para uma velha pista de pouso abandonada desde a II Guerra Mundial. Essa pista fica em uma ilha isolada do Caribe. Eles querem obviamente roubar toda a galeria de arte, onde estão quadros de Renoir, Picasso, Van Gogh, etc. Cada um desses quadros valem milhões de dólares. No começo o plano criminoso sai bem, mas logo o copiloto, que também faz parte da quadrilha, perde o controle do 747 e o grande avião sofre um acidente. O piloto é interpretado por Jack Lemmon. Ele tenta de todas as formas salvar a vida dos passageiros, mas isso não será algo fácil de fazer. O avião cai no mar e vai afundando aos poucos. O roteiro é um clássico da série "Aeroporto". Todos os grande atores do elenco, com exceção de James Stewart e Jack Lemmon, tem poucas chances de desenvolver seus personagens. A grande dama Olivia de Havilland, por exemplo, não tem maiores possibilidades de mostrar seu talento. Ela interpreta uma passageira milionária que no final das contas tenta apenas sobreviver ao desastre. Idem para o "Drácula" Christopher Lee. Casado com uma mulher insuportável ele acaba tendo um final trágico. Enfim, um filme que não decepcionou os fãs do cinema catástrofe. Como foi mais um sucesso de bilheteria abriu espaço para outras produções da mesma linha. Nos anos 70 os filmes "Aeroporto" eram sucessos certos nos cinemas.

Aeroporto 77 (Airport '77, Estados Unidos, 1977) Direção: Jerry Jameson / Roteiro: Arthur Hailey, Michael Scheff / Elenco: Jack Lemmon, James Stewart, Christopher Lee, Olivia de Havilland, George Kennedy, Lee Grant, Joseph Cotten / Sinopse: Grande avião Boeing 747 é sequestrado, sofre um acidene e cai no mar. Enquanto vai afundando o piloto tenta uma forma de salvar as vidas de todos os passageiros. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Direção de Arte (George C. Webb e Mickey S. Michaels) e Melhor Figurino (Edith Head, Burton Miller).

Pablo Aluísio.

Minha Doce Gueixa

Esse filme é uma comédia romântica estrelada pela atriz Shirley MacLaine (fazendo par com Yves Montand) que fez bastante sucesso nos cinemas em seu lançamento original. Na estória ela interpreta uma atriz americana de cinema de sucesso. Casada com um diretor francês (interpretado por Montand) eles formam um belo par, tanto dentro como fora das câmeras. Só que o marido decide que chegou a hora de alcançar novos desafios. Ele decide ir para o Japão para dirigir uma nova versão de "Madame Butterfly" apenas com atrizes japonesas, captando bem a alma daquele país oriental distante. Assim sua esposa acaba ficando fora do projeto por isso. Só que ela não desiste assim tão fácil de participar do novo filme do maridão. Viaja escondida para o Japão e usando uma forte maquiagem de gueixa consegue enganar o diretor, ganhando o papel para o filme. Quem interpreta o produtor é o grande ator Edward G. Robinson.

O roteiro se apoia muito (para não dizer totalmente) em uma única piada que é o fato de Shirley MacLaine estar disfarçada de gueixa japonesa enquanto o marido nem desconfia de quem ela seja na verdade. Claro que sob trajes típicos, com o rosto pintado e com os olhos puxados, ela fica bem diferente, porém é preciso uma grande dose de cumplicidade do espectador para acreditar que nem seu próprio marido a reconheça por semanas e semanas. Shirley MacLaine como sempre está uma graça. Sempre a considerei muito bonita, uma atriz diferente que não procurou seguir os passos de ninguém. No mundo de cinema da época onde reinavam loiras exuberantes como Marilyn Monroe, ela surgia nos filmes com cabelos ao estilo "joãozinho", com cara de moleca, sem forçar nenhum tipo de sensualidade artificial. Aqui a maquiagem muito bem feita a transformou numa verdadeira japonesa tradicional, mas nada que pudesse enganar nem o próprio marido. Por isso o enredo bobinho vai se saturando até o final. O que acaba valendo a pena mesmo é a presença sempre carismática de  Shirley MacLaine. Fora isso a estorinha hoje soa meio bobinha mesmo. O tempo cobrou seu preço.

Minha Doce Gueixa (My Geisha, Estados Unidos, 1962) Direção: Jack Cardiff / Roteiro: Norman Krasna / Elenco: Shirley MacLaine, Yves Montand, Edward G. Robinson / Sinopse: Lucy Dell (Shirley MacLaine) é uma atriz americana que para participar do novo filme do marido se disfarça de japonesa tradicional, assumindo a identidade de uma gueixa chamada Yoko Mori. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Figurino (Edith Head).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 21 de março de 2018

Em Busca do Ouro

É um dos clássicos mais conhecidos de Charles Chaplin. Aqui ele leva Carlitos, o adorável vagabundo, para o Alaska, na corrida ao ouro. Logo no começo do filme duas coisas interessantes. Chaplin denomina seu personagem de "Aventureiro Solitário". Também faz questão de qualificar o filme como uma comédia dramática. O roteiro, escrito pelo próprio Chaplin, vai bem por esse caminho. O pequenino e frágil Carlitos tem que enfrentar as durezas de uma vida que era para poucos. Muitos que foram em busca do ouro morreram naquelas montanhas geladas. Quando o filme começa ele vaga pela imensidão branca do lugar, com fome e frio. Acaba encontrando uma cabana bem no meio do nada. O problema é que lá está também um foragido da lei, um sujeito que tenta expulsar ele do lugar de todo jeito (o que acaba dando origem a várias cenas engraçadas com o humor físico de Chaplin).

Depois chega outro aventureiro, um sujeito rude, barbudo, um ogro. Os três então tentam sobreviver à grande tempestade de neve. Com seus personagens morrendo de fome Chaplin traz a primeira cena antológica do filme, quando ele prepara sua própria botina como se fosse uma iguaria gourmet. O couro da bota vira um bom filé e os cadarços uma macarronada saborosa. Outra cena sempre muito lembrada acontece quando seu companheiro de cabana, já delirando pela fome, começa a enxergar Carlitos como se fosse um enorme e suculento frango. Há também a genial dança dos pãezinhos, inesquecível. Um marco de Chaplin no cinema. Depois desses apertos finalmente o "aventureiro solitário" chega numa pequena vila, daquelas erguidas da noite para o dia pelos mineradores. E lá Chaplin traz um pouco mais de leveza romântica ao filme, com seu vagabundo se apaixonando platonicamente por uma bela do lugar. Enfim, todos os elementos Chaplinianos estão presentes no filme. Mais um belo momento desse gênio do cinema que conseguiu atravessar o teste do tempo.

Em Busca do Ouro (The Gold Rush, Estados Unidos, 1925) Direção: Charles Chaplin / Roteiro: Charles Chaplin / Elenco: Charles Chaplin, Mack Swain, Tom Murray / Sinopse: Carlitos (Chaplin)  vai até o Alaska onde ouro foi descoberto, causando uma verdadeira febre do ouro, com milhares de pessoas tentando a sorte nas montanhas geladas da região. Com fome e morrendo de frio ele finalmente alcança uma cabana, onde começa sua aventura em busca da riqueza. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Som (RCA Sound) e Melhor Música (Max Terr).

Pablo Aluísio.

O Bárbaro e a Geisha

O roteiro desse filme é baseado numa história real. O ano é 1856. O primeiro diplomata americano é enviado para o Japão. O país asiático ficou séculos isolado do resto do mundo, com uma grande aversão a estrangeiros em geral. Townsend Harris (John Wayne) assim precisa quebrar muitas barreiras, inclusive culturais. Ele chega numa cidade da costa japonesa acompanhado apenas por um intérprete. Logo nos primeiros dias ele sente toda a hostilidade do governador local. Ele se recusa a reconhecer Harris como agente diplomático e pior do que isso, começa a fazer de tudo para que ele vá embora. As coisas só começam a mudar quando Harris age em favor do povo em um surto de cólera, doença desconhecida pelos japoneses, mas que Harris sabe muito bem como combater - chegando ao ponto de incendiar praticamente toda uma vila para erradicá-la da região.

Esse é um filme muito interessante assinado pelo mestre John Huston. Na época de seu lançamento original alguns fãs de John Wayne não gostaram muito do resultado, afinal o filme de uma maneira em geral não era bem o que Wayne estava acostumado a fazer. É um drama romântico, com ênfase nas primeiras aproximações políticas entre japoneses e americanos. O roteiro trabalhava bem também no relacionamento entre o diplomata americano e uma gueixa japonesa, enviada para servi-lo pelo governador geral. Outro ponto positivo ao meu ver foi mostrar o primeiro encontro entre o cônsul interpretado por Wayne e o imperador japonês, um jovem de apenas 17 anos de idade! O choque cultural se tornou inevitável. Harris (Wayne) quer que o imperador assine um tratado de mútua cooperação internacional entre os dois países, o que desperta a ira dos poderosos que rejeitam completamente a ideia. Bem fotografado, com ótima produção, esse filme pode até ser um ponto fora da linha do tipo de filme que John Wayne era acostumado a estrelar, porém suas qualidade cinematográficas (e diria até históricas) são inegáveis. Mais um excelente filme de John Huston, um dos grandes diretores da história de Hollywood. Era um gênio da sétima arte.

O Bárbaro e a Geisha (The Barbarian and the Geisha, Estados Unidos, 1958) Direção: John Huston / Roteiro: Charles Grayson, Ellis St. Joseph / Elenco: John Wayne, Eiko Ando, Sam Jaffe, Sô Yamamura / Sinopse: O filme conta a história do diplomata Townsend Harris (John Wayne). No século XIX ele se torna o primeiro agente diplomático dos Estados Unidos a chegar ao Japão. Seu objetivo é instalar um consulado, fazendo com que o imperador japonês assine um tratado de aproximação com o governo de seu país, só que desde o primeiro dia em que chega em solo japonês, Harris começa a ser hostilizado pelo povo e pelas autoridades da região, inclusive pelo governador Tamura (Sô Yamamura) que fará de tudo para ele ir embora.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 20 de março de 2018

Domino Kid, O Vingador

Título no Brasil: Domino Kid, O Vingador
Título Original: Domino Kid
Ano de Produção: 1957
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Ray Nazarro
Roteiro: Kenneth Gamet, Hal Biller
Elenco: Rory Calhoun, Kristine Miller, Andrew Duggan
  
Sinopse:
Após passar longos anos fora, lutando na guerra civil americana, Domino Kid (Rory Calhoun) finalmente retorna ao lar. Ao entrar no rancho de seu pai descobre que tudo está em ruínas. Pior, seu próprio pai está morto! Um choque em sua vida, mas nada é tão ruim que não possa piorar. Domino acaba sendo informado que ele foi covardemente assassinado por um grupo de bandidos, cinco facínoras que não atenderam seus pedidos de misericórdia antes de ser morto. A partir desse momento Domino decide fazer justiça pelas próprias mãos, indo atrás dos responsáveis pela morte de seu velho pai.

Comentários:
Esse western foi estrelado pelo galã Rory Calhoun (1922–1999), uma das apostas da Universal em emplacar um novo astro nas telas. Ele surgiu quase na mesma época do que outro grande campeão de bilheteria do estúdio, o grandalhão Rock Hudson. Os destinos porém entre eles foi bem diverso. Rock Hudson definitivamente se transformou em um astro, um ator que trouxe muito dinheiro para a Universal ao longo de sua carreira. Rory porém não teve a mesma sorte. Após ser escalado em vários filmes românticos ele acabou sendo deixado de lado pela Universal por não ter correspondido muito bem nas bilheterias. Assim em fins dos anos 1950 ele começou a ser cedido para outros estúdios menores, como a Columbia. Essa não perdeu muito tempo e o escalou em diversos faroestes B de sua linha de produção. "Domino Kid" é um western dessa fase. O personagem era claramente uma adaptação das histórias em quadrinhos populares na época, escrita em um roteiro bem trabalhado pelo talentoso Kenneth Gamet. Havia até mesmo uma expectativa de transformar Domino em um personagem de seriado de TV. O resultado comercial morno porém enterrou esse projeto. De uma forma ou outra temos aqui um bom filme, valorizado justamente por esse estilo mais comic. Vale pela aventura e por boas cenas de ação.

Pablo Aluísio.