quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Cidade das Bruxas

Título no Brasil: Cidade das Bruxas
Título Original: The City of the Dead 
Ano de Lançamento: 1960 
País: Reino Unido 
Estúdio: Vulcan Films 
Direção: John Llewellyn Moxey 
Roteiro: Milton Subotsky, George Baxt 
Elenco: Christopher Lee, Venetia Stevenson, Betta St. John, Patricia Jessel, Dennis Lotis, Valentine Dyall 

Sinopse:
A estudante universitária Nan Barlow viaja até a pacata cidade de Whitewood na Nova Inglaterra para pesquisar um passado de condenação de mulheres acusadas de bruxaria naquela região em um passado distante. Lá, ela decide se hospedar na pousada chamada Raven’s Inn, construída no local onde, séculos antes, uma mulher acusada de bruxaria foi queimada na fogueira. Conforme a jovem investiga os fatos históricos descobre que não apenas que os moradores são muitos estranhos e esquisitos, mas que também guardam segredos obscuros sobre tudo o que aconteceu. 

Comentários:
Clássico filme de terror do cinema inglês. Apesar de ter sido produzido com baixo orçamento e fotografia em preto e branco, o filme é até hoje considerado uma referência em torno da precisa construção de suspense, com uso muito inspirado de luzes e sombras, além da neblina sempre presente em cada cena. Christopher Lee é o nome mais conhecido do elenco. Ele interpreta o professor que incentiva sua jovem aluna a ir estudar a queima de bruxas na própria cidade onde tudo aconteceu, séculos atrás. Chegando lá ela começa a entender a mentalidade estranha que ainda hoje impera entre os moradores locais. Um bom filme que resgata toda a elegância do cinema clássico produzido na Inglaterra nos anos 60. Filme conhecido nos Estados Unidos como Horror Hotel. 

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Que Assim Seja, Trinity

Título no Brasil: Que Assim Seja, Trinity
Título Original: Si può fare... amigo 
Ano de Lançamento: 1972 
País: Itália 
Estúdio: Rizzoli Film SPA 
Direção: Maurizio Lucidi 
Roteiro: Ernesto Gastaldi, Rafael Azcona 
Elenco: Bud Spencer, Jack Palance, Renato Cestiè, Francisco Rabal, Dany Saval, Luciano Catenacci 

Sinopse:
Coburn (Bud Spencer), um viajante errante de bom coração, acaba envolvido na proteção de um garoto órfão, o jovem Chip, o qual herdou um rancho aparentemente abandonado. Porém, o local atrai o interesse de malfeitores: a terra esconde riquezas (petróleo), e esse fato faz com que bandidos e pistoleiros persigam o menino para tomar o terreno. Coburn então, com a ajuda de um pistoleiro (e rival) ambíguo (Jack Palance), tenta deter os bandidos e garantir a herança do garoto. 

Comentários:
Um filme solo do Bud Spencer, aqui sem seu companheiro habitual Terence Hill. Para compensar a ausência do carismático parceiro de tantos filmes, o estúdio italiano resolveu contratar o americano Jack Palance. Eu sempre o considerei um bom profissional, mas aqui ele optou por uma caracterização bem caricata mesmo, com os dentes cerrados e uma piteira de cafajeste sempre na boca. Claro, Palance parecia estar se divertindo como nunca! Aliás esse é o tom do filme, é pura diversão mesmo. Não é um faroeste para se levar à sério em nenhum momento, é puro entretenimento para as massas, com doses extras de bom humor. E o Bud Spencer provou que poderia levar um filme como esse sozinho. Ele tinha carisma para tanto, com seu jeitão de Brutus, o eterno antagonista do Popeye. Sempre considerei o Bud Spencer como um algo a mais do que ser apenas a escada em cena para o Terence Hill. Aqui ele bem demonstrou que tinha luz própria, embora seus filmes em dupla fossem inegavelmente bem melhores. De uma maneira ou outra esse filme de western spaghetti cumpre o que promete: ser boa diversão, acima de tudo. 

Pablo Aluísio. 

Amor Feito de Ódio

Título no Brasil: Amor Feito de Ódio
Título Original: The Man Who Loved Cat Dancing
Ano de Produção: 1973
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Richard C. Sarafian
Roteiro: Eleanor Perry
Elenco: Burt Reynolds, Sarah Miles, Lee J. Cobb, Jack Warden, George Hamilton, Bo Hopkins

Sinopse:
Baseado no romance escrito por Marilyn Durham, o filme conta a história do pistoleiro e ladrão de trens Jay Grobart (Burt Reynolds). Durante um de seus assaltos ele decide raptar a jovem Catherine Crocker (Sarah Miles) e se apaixona por ela.

Comentários:
Não se enganem, durante os anos 70 o ator Burt Reynolds foi um dos maiores astros de Hollywood. Seus filmes faziam muito sucesso e ele era considerado um dos grandes campeões de bilheteria do cinema americano. Tanto que ele acabou passeando por praticamente todos os gêneros cinematográficos. Um de seus momentos mais interessantes na carreira aconteceu nesse western romântico. Isso mesmo, o roteiro passeava pelo faroeste mais tradicional, porém com fartas doses de romantismo. Até porque o material original, o romance que deu origem ao roteiro, havia sido escrito por uma mulher, Marilyn Durham. Nada mais curioso do que ver o velho oeste, com seus foras-da-lei e pistoleiros, tudo recriado pela imaginação de uma talentosa escritora. E o filme é até muito bom. Alguns se incomodaram um pouco com o romance do casal central, até pela forma como ele começou, mas penso diferente. Acredito que dentro da mitologia do velho oeste tudo seria cabível, até mesmo a história de amor de um bandoleiro e uma dama raptada. Assim deixo o convite para assistir a esse faroeste diferente, criado a partir do ponto de vista puramente feminino.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

As Chaves do Reino

Título no Brasil: As Chaves do Reino
Título original: The Keys of the Kingdom
Ano de Produção: 1944
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Fox
Direção: Joseph L. Mankiewicz, John M. Stahl
Roteiro: Joseph L. Mankiewicz, Nunnally Johnson
Elenco: Gregory Peck, Thomas Mitchell, Vincent Price, Roddy McDowall, Edmund Gwenn, Peggy Ann Garner

Sinopse:
O filme conta a história do Padre Francis Chisholm (Gregory Peck). Assim que se ordena ele é enviado para uma missão na China. Suas ordens é de restaurar uma paróquia que foi destruída pela guerra. Ao chegar no distante país descobre que tudo está em ruínas e que colocar tudo em ordem novamente vai levar anos e anos. Ainda assim aceita esse grande desafio. Roteiro baseado no romance de grande sucesso escrito por de A.J. Cronin. 

Comentários:
Gregory Peck faz parte de um panteão de grandes atores da era clássica de Hollywood que jamais fez um filme medíocre em sua vida. O cinéfilo mais antigo já sabe, se no elenco estiver o nome de Peck, pode assistir sem qualquer receio. Vai ver um filme bom, com certeza. Esse é mais um deles. E o tema não deixa de ser espinhoso, mostrando a vida de um Padre tentando colocar novamente em pé uma paróquia católica em ruínas. Não vai ser algo fácil de realizar. Os chineses possuíam sua própria religiosidade, que nada tinha a ver com as doutrinas do catolicismo. Além de falta de seguidores ainda havia a desconfiança natural daquele povo contra estrangeiros em geral. Sua sorte é que acaba salvando a vida do filho de um poderoso Mandarim. Não com fé, mas com ciência, pois faz um tratamento contra uma infecção no garoto. Esse homem rico e influente acaba lhe ajudando a levantar uma nova igreja, um novo convento e tudo mais. Só que sempre há novos problemas surgindo no horizonte, um atrás do outro! Só com muita fé mesmo para resistir a tantas adversidades. Enfim, filme corajoso, muito bem atuado por todo um elenco acima da média e contando com a direção do mestre Joseph L. Mankiewicz. Realmente nada falta nesse grande filme do passado. 

Pablo Aluísio. 

Capitães do Mar

Capitães do Mar
Apesar do título e de grande parte de sua história se passar em alto mar, esse filme é mais centrado na relação de um avô com seu neto, do que propriamente ser um filme de aventura. O capitão Bering Joy (interpretado pelo ótimo ator Lionel Barrymore) é um velho lobo do mar. Ele é bisneto de marinheiros, então a tradição do mar em sua família é algo que vem de gerações. Comandando um navio baleeiro ele viaja até o Atlântico Sul em busca de baleias, cujo produto mais precioso era justamente seu óleo, algo que deu origem a uma verdadeira indústria no século XVIII. No navio viajam ao seu lado seu pequeno neto, apenas um garotinho (interpretado por Dean Stockwell quando tinha apenas 10 anos de idade!) e um jovem imediato, com formação universitária, interpretado pelo sempre competente Richard Widmark.

Claro que no meio do oceano o velho capitão vai enfrentar diversos desafios, inclusive uma perigosa batida contra um iceberg, porém nem isso o impede de tentar formar o cárater de seu jovem neto. O menino está na tripulação e o seu avô quer acima de tudo lhe ensinar os segredos dos sete mares. Outro ponto interessante do roteiro vem do choque de gerações que surge entre o velho capitão e seu imediato no comando. Enquanto o veterano acredita em seus escolhas baseadas na velha escola, o novo auxiliar pretende aplicar o que aprendeu na universidade e isso significava ter uma visão mais baseada na ciência. Enfim, um belo filme, muito bem produzido e centrando força no desenvolvimento de todos os personagens, todos bem humanos e bem escritos nesse caprichado roteiro.

Capitães do Mar (Down to the Sea in Ships, Estados Unidos, 1949) Direção: Henry Hathaway / Roteiro: John Lee Mahin / Elenco: Richard Widmark, Lionel Barrymore, Dean Stockwell / Sinopse: Um velho capitão, seu neto e um jovem imediato, partem em um navio para o Oceano com o objetivo de caçar baleias. E nessa jornada aprendem não apenas sobre a arte da navegação, mas também sobre relações humanas.

Pablo Aluísio.

domingo, 7 de dezembro de 2025

Imperador Romano Aureliano

Imperador Romano Aureliano
Mais um imperador romano que subiu ao poder máximo no Império por seus próprios méritos militares. Aureliano vinha de uma família de pessoas pobres, camponeses que viviam na província rural de Sérdica, nos ringões do domínio de Roma. Era um lugar sem qualquer importância. Quando completou a idade para o serviço militar entrou para o exército, um dos únicos caminhos a se seguir para um homem de origem tão humilde como ele.

Forjado na disciplina militar, não conheceu outra vida. Sua casa era o acampamento militar onde se encontrava, em cada campanha. Roma estava nessa época sob ataque! Todas as fronteiras do Império Romano estavam sendo invadidas por povos bárbaros. Não havia uma única região do império que não estivesse sendo invadida. Militar exemplar, Aureliano foi subindo na hierarquia do exército. No ano de 268 já era um homem admirado dentro das fileiras das legiões romanas. Quando o núcleo de poder político civil em Roma ruiu, ele entrou em conflito direto com outro general romano pela luta em torno do trono imperial. Uma nova guerra civil surgiu no horizonte do Império. Assim venceu Quintilo no campo de batalha e se tornou o novo imperador. 

Foi um imperador romano ausente da própria cidade de Roma. Para falar a verdade os romanos mal conheciam seu novo imperador. Ele estava sempre indo de um campo de batalha para o outro e não passava mais que alguns poucos dias em Roma por ano. A situação militar do Império era tão desesperadora que ele não podia se dar ao luxo de desfrutar a vida de um Imperador ao velho estilo, levando uma vida de privilégios em palácios luxuosos na cidade eterna. Era um General antes de se tornar Imperador e continuou sendo um depois de assumir o poder máximo.

Era um homem de fé, mas não no Cristianismo. Não gostava dos cristãos aos quais diziam ser péssimos soldados romanos. Ao invés disso prestava honras à Deusa Mitra, muito popular nas fileiras do Exército Romano. Apesar de suas opiniões religiosas, Aureliano jamais promoveu qualquer tipo de perseguição contra os cristãos dentro do Império Romano. Esse tempo já havia ficado para trás. 

Foi Imperador Romano por cinco anos e colecionou vitórias no campo de batalha vencendo diversos povos bárbaros como os vândalos, jutungos, sármatas e carpos. Só não conseguiu vencer a traição dentro de sua própria família. Vários historiadores defendem a tese de que foi envenenado pela própria esposa, Úlpia Severina. Era uma mulher vil que queria assumir o poder em Roma ao lado de um bando de traidores. Com fama de prostituta e de ter uma origem familiar obscura, não pensou duas vezes em trair o marido de todas as formas possíveis. Afirma-se que ela serviu um copo de vinho com veneno ao Imperador que morreu no dia seguinte, no mês de outubro de 275. O Imperador tinha 61 anos de idade. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 6 de dezembro de 2025

Wandinha - Segunda Temporada

Título no Brasil: Wandinha
Título Original: Wednesday
Ano de Lançamento: 2025
País: Estados Unidos
Estúdio: MGM Television
Direção: Tim Burton, Gandja Monteiro
Roteiro: Alfred Gough, Miles Millar
Elenco: Jenna Ortega, Catherine Zeta-Jones, Luis Guzmán, Emma Myers, Hunter Doohan, Gwendoline Christie

Sinopse
As aventuras de Wandinha Addams na Academia Nunca Mais, um colégio para jovens com habilidades sobrenaturais, continua. Agora ela vai precisar enfrentar, de uma vez por todas, mãe e filho que se transformam em monstros selvagens. Ao mesmo tempo vai lutar contra um morto-vivo, velho desafeto de seus pais, que retornou para sua sangrenta vingaça final. 

Comentários:
Ficou alguns pontos abaixo da primeira temporada. O que ninguém fala, mas o que todos sabem, é que a personagem Wandinha não tem muitas histórias originais solo escritas pelo seu autor Charles Addams. Ela sempre foi uma coadjuvante no material original da família Addams. Então Tim Burton e sua equipe de roteiristas precisaram criar histórias do nada ou então adaptar, em episódios esporádicos, as poucas tirinhas da Wandinha que sobreviveram ao tempo. Não foi um trabalho fácil. Mas é a tal coisa, já que o sucesso da primeira temporada foi muito grande, a Netflix exigiu uma segunda e agora confirmada terceira temporada. Então haja criatividade para criar mais um grupo de historinhas da Wednesday que está cada dia mais popular. Essa segunda temporada ainda assim está OK. Para seu público alvo - o juvenil - está mais do que adequado. Só não espere por algo melhor na terceira temporada que vem por aí. Não é todo dia que santo faz milagre. 

Pablo Aluísio. 

Merlin

Título no Brasil: Merlin
Título Original: Merlin
Ano de Lançamento: 1998
País: Estados Unidos / Reino Unido
Estúdio: Hallmark Entertainment
Direção: Steve Barron
Roteiro: David Stevens, Edward Khmara
Elenco: Sam Neill, Helena Bonham Carter, Miranda Richardson, Martin Short, Isabella Rossellini, Rutger Hauer

Sinopse:
Merlin, o lendário mago, revisita sua própria vida desde o nascimento até a queda de Camelot, narrando os eventos que moldaram a lenda do Rei Arthur. Criado pelos poderes da feiticeira Mab para fazer os humanos acreditarem na antiga magia, Merlin se rebela contra ela e passa a servir ao bem. Em meio a guerras, traições, feitiços e profecias, ele orienta Arthur rumo ao trono, enfrenta as artimanhas de Morgana e luta para impedir que Mab destrua o reino dos homens. Uma jornada épica sobre destino, amor e sacrifício.

Comentários: 
No Brasil foi lançado como filme, longa-metragem (devidamente editado para caber na duração de uma fita VHS!). Na verdade se trata de uma minissérie premiada pelo Globo de Ouro e Emmy que fez bastante sucesso de audiência nos Estados Unidos e Europa. No total tinha mais de três horas de duração. E como era até comum acontecer no Brasil nos anos 90 fizeram uma edição bem meia-boca, transformando tudo em uma versão pra lá de truncada! Ainda assim era algo a se apreciar pois a produção era nota 10, com excelentes efeitos visuais! Além disso o ator Sam Neill recebeu muitos elogios por sua interpretação do famoso mago Merlin. Com caracterização bem mais amena do que aquele visual com enorme barba que estamos acostumados a ver em desenhos, etc, seu desempenho foi mesmo digno de todos os aplausos. 

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Nos Calcanhares da Máfia

Nos Calcanhares da Máfia
Depois de décadas resolvi rever esse filme "Nos Calcanhares da Máfia". Minha lembrança era a de um bom filme, algo que se confirmou nessa revisão. Aqui temos um jovem Mickey Rourke, no melhor de sua fase no cinema. Ele interpreta esse gerente de restaurante no Greenwich Village, bairro de Nova Iorque. Ele é um cara honesto, decente, bem conceituado no bairro, mas que tem seus problemas. Apesar da pouca idade já é divorciado e tem pensão para pagar ao filho pequeno. A grana é curta, mas ele tenta levar a vida em frente. Só que comete um erro, arranjando um emprego de garçom para seu primo mais jovem, um sujeito adulto, mas com jeito de "crianção". 

Interpretado por Eric Roberts, esse sujeito sem noção começa a roubar no restaurante. O resultado é que os dois primos vão para o olho da rua. Pior do que isso. Ele resolve colocar em prática o roubo de um cofre e enfia seu primo honesto (Rourke) na cilada. Tudo até corre mais ou menos bem, a não ser por um detalhe mais do que crucial. O cofre pertence a um chefe da máfia de Little Italy. Então eles estão mais do que enrascados! Agora estão com a cabeça colocada à prêmio pela máfia de Nova Iorque! 

Algumas coisas me chamaram a atenção nessa reprise. Mickey Rourke já estava um pouco mais livre na sua interpretação. Sem essa de tentar se parecer com o jovem Marlon Brando dos anos 50. Isso trouxe uma naturalidade e uma espontaneidade para sua interpretação que não vemos em outras películas do ainda promissor Rourke. Já Eric Roberts exagerou um pouco na dose em sua interpretação. OK, ele basicamente interpreta um personagem idiota, então era algo meio previsível, mas não precisava ser tão absurdamente irritante. Toda vez que surge em cena, estraga tudo. Inclusive há um claro contraste entre o tom mais equilibrado de Mickey Rourke com os devaneios de seu parceiro em cena. Outro ator no lugar de Roberts faria bem melhor, tenho certeza disso. 

No saldo geral gostei bastante. É um daqueles filmes que não envelheceram mal, muito pelo contrário. A história flui muito bem, o ritmo é bom e agradável. Até o elenco secundário chama a atenção, como uma bela e jovem Daryl Hannah interpretando a namorada de Rourke, passando pelo chefão mafioso asqueroso em bom momento de Burt Young (da série Rocky). Pois é, mesmo os filmes ditos medianos dos anos 80, eram bem melhores do que os que vemos atualmente sendo lançados. Assim vamos continuar revendo boas películas do passado como no caso desse filme. 

Nos Calcanhares da Máfia (The Pope of Greenwich Village, Estados Unidos, 1984) Direção: Stuart Rosenberg / Roteiro: Vincent Patrick / Elenco: Mickey Rourke, Eric Roberts, Daryl Hannah, Burt Young, Geraldine Page / Sinopse: Dois primos são despedidos do restaurante onde trabalham e resolvem entrar numa jogada arriscada. Eles vão roubar um cofre que está desprotegido em um lugar remoto do bairro. Só não sabem que o dinheiro que está ali pertence á máfia de Nova Iorque. 

Pablo Aluísio.

Fuga à Meia Noite

Fuga à Meia Noite
Nem só de grandes clássicos vivem os grandes atores. Um exemplo é esse policial “Fuga à Meia Noite” estrelado por Robert De Niro. Hoje em dia o ator vive uma fase negligente na carreira, estrelando filmes medíocres, comédias bobas que nada acrescentam a ele, mas na década de 80 De Niro ainda era visto como um dos monstros sagrados da interpretação. Por isso a surpresa quando chegou nos cinemas esse policial sem grandes novidades, praticamente rotineiro, que pensando bem poderia ser estrelado por qualquer outro ator especializado em filmes de ação. Na época De Niro explicou que era necessário fazer de vez em quando filmes assim, mais simples, menos pretensiosos. Sempre interpretei essa postura dele como uma espécie de válvula de escape, afinal não era todo dia que se podia estrelar um “Touro Indomável” ou um “Poderoso Chefão II”. Na verdade temos aqui uma fita descartável, ideal para o mercado de vídeo. Seu nome ajudaria a vender a produção, o espectador se divertiria um pouco em casa e depois esqueceria do que viu.

Como você já deve ter percebido a trama é das mais comuns. Robert De Niro interpreta o ex-policial Jack Walsh. Sua missão é levar um contador especializado em fraudes financeiras, Jonathan "The Duke" Mardukas (Charles Grodin), de Nova Iorque até Los Angeles. Seu objetivo não será nada fácil uma vez que Mardukas tem sua cabeça à prêmio por ter enganado famílias mafiosas poderosas. Isso significa que não será uma viagem das mais tranqüilas. “Fuga à Meia Noite” tem muitos clichês em seu roteiro batido. Robert De Niro, como não poderia deixar de ser, está obviamente no controle remoto. Ele certamente sabia que o material era de rotina e por isso não se esforçou muito. O diretor Martin Brest era especialista em fitas assim, policiais com bastante ação. Seu grande sucesso até aquele momento era “Um Tira da Pesada”. De Niro, por sua vez, certamente estava em procura de algo nessa linha, um filme policial com toques de humor que rendesse bastante bilheteria. Se essa era a sua intenção então não deu muito certo pois “Fuga à Meia Noite” teve um retorno comercial apenas morno.

Fuga à Meia-Noite (Midnight Run, Estados Unidos, 1988) Direção: Martin Brest / Roteiro: George Gallo / Elenco: Robert De Niro, Charles Grodin, Yaphet Kotto / Sinopse: Ex-policial tenta levar um contador jurado de morte pela máfia de Nova Iorque até Los Angeles.

Pablo Aluísio.