quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Conquista Sangrenta

Título no Brasil: Conquista Sangrenta 
Título Original: Flesh+Blood
Ano de Lançamento: 1985
País: Holanda
Estúdio: Riverside Films
Direção: Paul Verhoeven
Roteiro: Paul Verhoeven
Elenco: Rutger Hauer, Jennifer Jason Leigh, Tom Burlinson, Jack Thompson, Susan Tyrrell, Fernando Hilbeck

Sinopse:
Um grupo de mercenários ajuda um velho nobre militar a conquistar uma cidade. E não demora muito para que todos eles sejam traídos. Expulsos da localidade, eles ganham o campo, atuando como bandidos e ladrões. Ao encontrar uma velha estátua de um santo se sentem abençoados e começam a espalhar terror por onde passam, até que decidem invadir um bonito castelo que não está tão bem seguro como seus moradores pensam. 

Comentários:
Quando esse filme foi lançado houve quem dissesse que era o filma mais sujo, violento e cruel sobre a Idade Média já produzido. Eu não chegaria a tanto, mas tampouco nego que todas essas características estejam mesmo em cada cena. De certo modo temos aqui um roteiro sensacionalista que apela em diversos momentos. Por exemplo, não era necessária incluir uma cena de estupro coletivo com uma ainda bem jovem Jennifer Jason Leigh. Aquilo me soou bem gratuito. Outros aspectos aconteceram mesmo na era medieval, como a jogada por cima das muralhas de corpos infectados pela Peste Negra. E justamente por causa desses momentos tão sórdidos acredito que Hollywood acabou abrindo as portas para o diretor Paul Verhoeven. Ele de fato iria viver um momento de ascensão em sua carreira nos anos que viriam. De uma maneira ou outra, não podemos negar que, apesar de seus óbvios excessos, esse ainda é um bom filme. Até porque a Idade Média passou longe de ser aquele momento histórico colorido que alguns filmes do passado mostraram. Estava mais para a crueldade desse roteiro mesmo. 

Pablo Aluísio.

Conan, o Bárbaro

Título no Brasil: Conan, o Bárbaro
Título Original: Conan the Barbarian
Ano de Lançamento: 1982
País: Estados Unidos
Estúdio: Dino De Laurentiis Company
Direção: John Milius
Roteiro: John Milius
Elenco: Arnold Schwarzenegger, James Earl Jones, Max von Sydow

Sinopse:
Quando criança, Conan (Arnold Schwarzenegger) viu seus pais serem mortos por uma horda de violentos guerreiros. Levado como escravo ele consegue sobreviver e agora, adulto e com enorme força, está pronto para vingar a morte deles e enfrentar um estranho culto que venera justamente o assassino de seus pais no passado. 

Comentários:
Depois de muitos anos revi esse clássico do cinema brucutu dos anos 80. Olha, o filme sobreviveu bem ao tempo. O diretor John Milius tinha fama de doido entre os produtores de Hollywood, mas sabia muito bem o que estava fazendo. Ele fez um filme sem excessos, sem exageros, na medida certa para o personagem dos quadrinhos e da literatura pulp dos anos 30. Sabia que Arnold Schwarzenegger não era um ator, mas uma montanha de músculos, então deu a ele o mínimo de diálogos para falar em cena. E como o austríaco estava no auge de sua forma física na época, ele realmente não precisava atuar em nada, apenas mostrar seu físico de brutamontes. Até os vilões são bacanas. James Earl Jones e Max von Sydow estão no filme para lhe dar prestígio, o que funcionou muito bem. Enfim, é o filme definitivo desse personagem. Nada melhor do que isso foi feito antes ou depois sobre esse bárbaro selvagem. 
 
Pablo Aluísio.

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Scaramouche

Título no Brasil: Scaramouche
Título Original: Scaramouche
Ano de Lançamento: 1952
País: Estados Unidos
Estúdio: MGM
Direção: George Sidney
Roteiro: Ronald Millar, George Froeschel
Elenco: Stewart Granger, Janet Leigh, Mel Ferrer, Eleanor Parker, Henry Wilcoxon, Richard Anderson

Sinopse:
Na véspera da chegada da Revolução Francesa, um nobre de baixa linhagem tenta se vingar da morte de seu irmão, um rapaz na flor da idade que foi morto por um Marquês sórdido. Para conseguir realizar seus planos, ele se camufla como Scaramouche, um personagem mascarado de teatro, um tipo bufão que se torna o disfarce ideal de seus objetivos de vingança e justiça pessoal. 

Comentários:
Filme muito bem produzido! Chegou a me impressionar o capricho nos figurinos, cenários, reconstituição de época, etc. Nesse aspecto o filme realmente impressiona ao espectador mais criterioso. Agora, o Scaramouche nunca chegou a emplacar muito bem no cinema. Ele tinha vários elementos presentes em outro personagem famoso da época, o Zorro. Só que jamais chegou perto do sucesso do justiceiro mascarado. Penso que a próprio figura do Scaramouche atrapalhava nesse aspecto, afinal ele era um bufão de peças teatrais ao estilo Burlesco, naqueles tempos pré-revolucionários. Não tinha nem o visual e nem o espírito certo para atrair um público mais moderno e mais jovem. Ainda assim devemos elogiar as cenas ricamente coreografadas de lutas de espada e o bom desempenho do ator Stewart Granger. Ele era conhecido como o "Grande Caçador Branco" e tinha o mesmo agente do Rock Hudson. Só que não era apenas um galã, como tantos outros. Como esse filme bem prova, era também um bom ator e tinha também talento para o humor, mesmo que refinado. Enfim, é isso. Para quem aprecia filmes antigos de capa e espada, Scaramouche ainda é uma boa pedida. Um dos melhores já feitos em Hollywood na sua era de ouro. 

Pablo Aluísio.

A Árvore da Vida

Título no Brasil: A Árvore da Vida 
Título Original: Raintree County
Ano de Lançamento: 1957
País: Estados Unidos
Estúdio: MGM
Direção: Edward Dmytryk
Roteiro: Millard Kaufman, Ross Lockridge Jr
Elenco: Elizabeth Taylor, Montgomery Clift, Eva Marie Saint, Rod Taylor, Lee Marvin, Agnes Moorehead

Sinopse:
Um jovem nortista se apaixona e se casa com uma garota do Sul. Ela tem segredos em seu passado, como a morte misteriosa de toda a sua família em um grande incêndio nunca devidamente explicado. E com a chegada da guerra civil, que colocou como inimigos o Norte e o Sul dos Estados Unidos, a situação fica ainda mais delicada entre o casal que se ama, mas que nunca conseguiu ser realmente feliz. 

Comentários:
Esse filme tenta seguir os passos do grande clássico "E O Vento Levou", mas não consegue chegar em seu objetivo.  Enquanto o original era grandioso e épico, esse só consegue ser um tanto indeciso, pois passeia em vários estilos cinematográficos tentando se encontrar, mas nunca chegando a um bom termo. Nas cenas românticas nunca decola. Na cenas de campo de batalha nunca impressiona. E nos momentos em que tenta fazer humor (como na corrida no meio da cidade) a coisa toda fica sem graça. É um filme longo e em muitos momentos cansativo. Nem o elenco está muito bem. Montgomery Clift nunca funcionou muito bem em papéis meramente românticos e Elizabeth Taylor era muito jovem para dar a profundidade psicológica que sua personagem exigia. Isso fica bem claro nos momentos em que ela perde a razão, caindo nas raias da loucura. Assim temos um filme grande, mas que nunca consegue mesmo se tornar um grande filme. Uma pena pelos nomes envolvidos, pois particularmente sempre fui fã de todos eles. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

O Sol por Testemunha

Título no Brasil: O Sol por Testemunha 
Título Original: Plein soleil
Ano de Lançamento: 1960
País: França
Estúdio: Robert et Raymond Hakim
Direção: René Clément
Roteiro: Patricia Highsmith, René Clément
Elenco: Alain Delon, Maurice Ronet, Marie Laforêt, Romy Schneider, Erno Crisa, Frank Latimore

Sinopse:
Tom Ripley (Delon) vai até a Itália com o objetivo de trazer de volta à França um jovem aspirante à pintor, filho de família rica, que está há anos viajando pelo velho continente. Na presença dele, o pobre Ripley começa a invejar e cobiçar sua riqueza, o que dará origem a um terrível crime que ele vai tentar esconder a todo custo. 

Comentários:
Como se pode perceber com a existência desse filme clássico do cinema europeu, não é de hoje que se produzem adaptações de Ripley para o cinema. Nos anos 90 tivemos "O Talentoso Ripley" e mais recentemente a ótima minissérie "Ripley" da Netflix que considero a melhor adaptação. Só que voltemos a esse filme. Estrelado pelo maior astro francês da época, Alain Delon, esse filme fez sucesso, inclusive nos Estados Unidos e também no Brasil. Muita gente ficou chocada com o personagem de Delon, pois era basicamente um assassino golpista, só que realmente esqueceram que esse astro francês tinha mesmo uma atuação especializada também nesses tipos marginais. Basta assistir a esse filme para bem comprovar isso. No quadro geral é um bom filme, com pequenas ressalvas. O ritmo do cinema europeu é bem diferenciado, por isso o público acostumado com o estilo do cinema americano vai estranhar um pouco. Também há pulos e saltos na história. E Houve sem dúvida um receio no final de mostrar Ripley triunfando, o que mostrou um certo medo dos realizadores com as críticas e a reação do público. Apesar disso, minha avaliação do filme sem dúvida é positiva! Recomendo para quem nunca assistiu. 

Pablo Aluísio.

O Visitante Noturno

Título no Brasil: O Visitante Noturno
Título Original: The Night Visitor
Ano de Lançamento: 1971
País: Suécia
Estúdio: Hemisphere Pictures
Direção: Laslo Benedek
Roteiro: Guy Elmes, Samuel Roeca
Elenco: Max von Sydow, Trevor Howard, Liv Ullmann

Sinopse:
Depois de ser acusado injustamente de um assassinato que ele não cometeu, um homem é enviado para um manicômio judiciário. De uma maneira ou outra, ele consegue arranjar uma forma de fugir do lugar durante as madrugadas para se vingar de todos os culpados de seu condenação. 

Comentários:
Foi bem interessante assistir a um filme onde um jovem Max von Sydow interpretava um sujeito bem atlético, que conseguia escalar altos muros, subir em árvores altas, tudo com o objetivo de buscar vingança contra pessoas (e familiares) que o tinham enviado para uma espécie de hospício para criminosos. O jogo consistia em fugir nas madrugadas para acertar contas, voltando para o manicômio pela manhã sem ser visto. Um filme acima de tudo curioso, embora muitas vezes soe pouco plausível por causa das fugas mirabolantes do protagonista. Fica complicado aceitar que as autoridades seriam tão incompetentes a ponto de não perceberem o que estaria acontecendo. Ainda assim vale assistir, principalmente, como já frisei, pela atuação física e atlética do Max von Sydow. Vai ser uma surpresa e tanto para quem apenas o conhecia já idoso, interpretando personagens da terceira idade no cinema americano. 

Pablo Aluísio.

domingo, 17 de novembro de 2024

Marilyn Monroe

Marilyn Monroe 
Estamos lançando o segundo livro de Cinema Clássico de nossos blogs. O primeiro trazia a filmografia e a vida do ator Marlon Brando. Agora trazemos um livro com 190 páginas com todos os filmes comentados da atriz Marilyn Monroe. Além de textos sobre sua vida, curiosidades, fatos interessantes, etc. Um ótimo presente de Natal nesse fim de ano para aquele seu amigo cinéfilo ou sua namorada que esteja interessada nessa grande Deusa da Sétima arte! Segue abaixo um resumo desse novo livro de Marilyn, inclusive com os links para adquirir a edição nos principais sites de vendas de livros na internet. 

Nesse livro você encontrará uma grande quantidade de informações sobre a atriz Marilyn Monroe. A filmografia completa dessa grande estrela do cinema está comentada filme a filme. Dados pessoais de sua vida pessoal, seus casamentos conturbados, além de crônicas e textos sobre ela. Como adicional ainda encontrará uma seleção dos melhores livros, filmes e discos dessa inesquecível estrela de Hollywood. Para comprar o Livro da Marilyn click nos links abaixo:




Pablo Aluísio. 

sábado, 16 de novembro de 2024

Elvis Presley - Kissin' Cousins - Parte 3

Elvis Presley - Kissin' Cousins - Parte 3
Em 1964 enquanto Elvis estava gravando músicas para trilhas sonoras como essa, a Beatlemania tomava conta dos Estados Unidos. O único artista grande o suficiente para enfrentar essa invasão britânica era o próprio Elvis Presley. Só que preso em contratos draconianos com os estúdios e as companhias cinematográficas, ele na verdade nada poderia fazer. Não tinha mesmo material de qualidade para enfrentar o furacão Beatles que devastava toda a América (e o mundo!). 

Então para o fã de Elvis daquela época só sobrava ir nas lojas de discos para comprar um exemplar dessa trilha sonora para ouvir em casa. Um fato digno de nota é que não há grandes hits nesse álbum. Nenhuma das músicas tocou nas rádios com consistência e nem se destacou nas paradas. Embora o disco tenha até vendido bem, realmente não trazia material relevante para Elvis naquele momento crucial de sua carreira. E quando isso acontece, já sabemos bem, o próprio artista deixa de ser relevante! 

O Lado A da trilha sonora fechava com duas canções pop. Duas músicas que eu até simpatizo de certa maneira, mas que ficavam muito distantes daquele Elvis roqueiro que revolucionou o mundo da música nos anos 50. "Catchin' On Fast" até tinha bom ritmo e poderia até mesmo ser trabalhada pela RCA nas rádios, mas a gravadora parecia muito preguiçosa nesse aspecto. Como praticamente tudo que Elvis lançava trazia lucro, eles nem mais se esforçavam em divulgar melhor o material. 

Eu gosto de "Tender Feeling". Essa balada era uma amostra que Elvis estava muito bem nos vocais, ainda mais em músicas românticas. É uma bela canção que se tivesse sido lançada alguns anos antes iria se destacar nas paradas musicais. Apesar de todos os problemas Elvis nunca perdeu seu talento para esse tipo de canção, essa era a verdade. 

Pablo Aluísio. 

The Beatles - Beatles For Sale - Parte 3

The Beatles - Beatles For Sale - Parte 3
Há duas músicas de Carl Perkins nesse disco dos Beatles. "Honey Don't" é a primeira. Esse country music foi escolhido a dedo por John Lennon para ser a faixa que Ringo Starr cantaria no álbum. Como se sabe os Beatles sempre deixavam uma música para Ringo cantar nos discos oficiais do grupo. Era uma maneira de valorizar o baterista, fazendo com que ele ganhasse auto confiança em si mesmo. E o timbre de Ringo era muito adequado para esse tipo de sonoridade. Nos primeiros discos dos Beatles sempre que surgia um country no estúdio, todo mundo já sabia, essa faixa seria gravada pelo Ringo.

"Everybody's Trying to Be My Baby" foi a outra composição de Carl Perkins que os Beatles escolheram para fazer parte do disco. Carl Perkins era um artista da Sun Records, a mesma gravadora de Memphis que havia descoberto Elvis Presley e Johnny Cash, entre outros tantos pioneiros da primeira fase do rock americano. Os Beatles eram fãs dessa geração de artistas. 

Na época era bem complicado achar um disco de Perkins na Inglaterra, mas eles conheciam suas músicas, principalmente por causa do rádio. O fato de Liverpool ser um dos portos mais movimentados da Inglaterra também ajudava aos rapazes. Havia sempre algum marinheiro disposto a vender cópias de discos para eles. E assim os Beatles foram conhecendo a nata da música dos Estados Unidos.  

"Kansas City / Hey-Hey-Hey-Hey!" era outro cover do rock americano. Essa foi composta pela excelente dupla Leiber e Stoller, que escreveram alguns dos maiores sucessos da carreira de Elvis Presley. É interessante que a ideia do medley surgiu quando os Beatles estavam em turnê nos Estados Unidos. Eles iriam tocar na cidade de Kansas City e improvisaram esse número para homenagear o público dessa cidade americana. A coisa deu tanto certo, teve tão boa receptividade, que John e Paul decidiram fazer uma versão de estúdio. Ficou, como era de esperar, realmente excelente.

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Garganta do Diabo

Título no Brasil: Garganta do Diabo 
Título Original: Cold Creek Manor
Ano de Lançamento: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Mike Figgis
Roteiro: Richard Jefferies
Elenco: Dennis Quaid, Sharon Stone, Stephen Dorff, Juliette Lewis, Christopher Plummer, Kristen Stewart

Sinopse:
Uma família de Nova Iorque, cansada da rotina massacrante da cidade grande, decide comprar uma propriedade no interior. Uma bela casa, com preço bem abaixo de seu real valor de mercado. O problema é que um sujeito que mora na região cresceu ali com sua família. A casa foi perdida para o banco, por dívidas. E ele é um daqueles psicóticos que não vão aceitar que novos moradores se mudem para aquela casa. 

Comentários:
Um filme com estilo daqueles ótimos thrillers de suspense que reinaram durante os anos 90. Assim poderia definir esse bom filme. Com elenco acima da média e uma boa história para contar, esse é aquele tipo de roteiro que nunca deixa o espectador tranquilo, pois há sempre um clima de tensão no ar. Mesmo a bela casa, a bonita família, a piscina no verão, nada consegue amenizar o clima geral. Ficamos com a impressão que algo muito terrível vai acontecer na próxima cena. E acredite nisso mesmo, pois vai acontecer. Só que não espere por exageros e nem cenas sangrentas, afinal esse é um filme da Touchstone, um estúdio que pertence ao império Disney. Sim, tem cenas de suspense e violência, mas nada que fuja do aceitável ou do normal. No fundo o filme também é uma crônica entre choques culturais, envolvendo pessoas cosmopolitas e caipiras sinistros do interior! 

Pablo Aluísio.