quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Elvis Presley - Let's Be Friends - Parte 1

Elvis Presley - Let's Be Friends - Parte 1
Em 1970 a RCA lançou muitos álbuns de Elvis. Como não havia tanto material novo gravado em seus arquivos, a gravadora através de seu selo azul RCA Camden jogou no marcado mais um disco de preço promocional. O LP se chamou "Let's Be Friends" e seguindo os passos do disco "Almost In Love" também era recheado de sobras de estúdio, relançamento de singles e músicas de trilhas sonoras dos anos 60. Curiosamente esse disco nunca foi lançado no Brasil, talvez porque a filial da gravadora em nosso país tenha chegado na conclusão de que não haveria mercado para tantos álbuns de Elvis sendo lançados ao mesmo tempo. Afinal não havia como comparar o nosso país com o mercado consumidor americano. E os discos internacionais, quando era lançados em nosso país, chegavam nas lojas com atraso, muito depois do lançamento americano. 

Pois bem, esse disco abria com a faixa "Stay Away, Joe". Essa era a música título do filme "Joe é Muito Vivo". Essa é uma comédia nonsense, com roteiro maluco, que nunca chega a fazer muito sentido. De certa maneira é um dos filmes mais singulares da filmografia de Elvis onde ele interpreta um mestiço, um nativo americano, que anda de moto e se envolve em confusões. O final do filme tem uma cena digna das comédias pastelões de "Os Três Patetas" com uma casa inteira vindo abaixo! A música é divertida, segue o mesmo estilo de humor, recriando tambores e sonoridades que tentam copiar as velhas melodias indígenas, mas sem querer ser fiel. É de certa maneira mais um pop ao estilo Hollywood que obviamente não acrescentou praticamente nada dentro da discografia de Elvis Presley.

A segunda música do disco era "If I'm a Fool". Outra que soava como completa novidade para os colecionadores. Naqueles tempos as capas dos discos não traziam informações sobre as datas das gravações, os músicos participantes, nada! Assim era quase um trabalho de arqueologia descobrir onde foram produzidas determinadas músicas. Na realidade essa faixa era uma sobra (embora essa denominação possa parecer inadequada) das sessões do American Studios. Uma canção que não havia sido aproveitada em lugar nenhum até aquele momento. Escrita por Stan Kesler não é bem o que se poderia chamar de uma obra prima inesquecível. Na verdade é uma balada country até bem honesta, mas nada muito além disso. Jamais iria se destacar mesmo, ainda mais se levarmos em conta a extrema qualidade do material gravado por Elvis no American. Não foi por acaso que acabou ignorada. De qualquer maneira, para não passar em branco completamente, acabou sendo colocada aqui nessa seleção pelo produtor Felton Jarvis que adorava qualquer tipo de canção country.

E depois tínhamos a música que havia dado título ao álbum, "Let's Be Friends". Esse disco não primava muito pela organização e nem por seguir qualquer critério visível. É mesmo uma colcha de retalhos sonora, muitas vezes dita como produto caça-níquel. A música título "Let's Be Friends" é boa, tem boa qualidade técnica e uma performance na média por parte de Elvis. Ela foi escrita pelo trio de compositores Calvin Arnold, David Martin e Geoff Morrow e provavelmente seria esquecida para sempre caso não tivesse dado título a esse álbum. Originalmente ela fez parte da trilha sonora do filme "Ele e as três Noviças" (Change Of Habit), tendo sido gravada em março de 1969 nos estúdios da Universal, na costa oeste. Muitos se confundem dizendo que a música teria feito parte do pacote de gravações do American Studios, mas isso é obviamente um erro.

Pablo Aluísio. 

The Beatles - I Want to Hold Your Hand / This Boy

The Beatles - I Want to Hold Your Hand / This Boy
Em fevereiro de 1964, há exatamente 60 anos, os Beatles, uma banda inglesa que poucos conheciam nos Estados Unidos, chegaram ao primeiro lugar da principal parada de sucessos americana, a Billboard, com o single "I Want To Hold Your Hand". Desde então o mundo musical jamais seria o mesmo. Nos anos seguintes os Beatles e outros conjuntos britânicos como os Rolling Stones tomariam de assalto todas as listas de mais vendidos, começando uma nova era que seria conhecida anos depois como "A Invasão Britânica". 

É interessante porque John Lennon dizia internamente para seus companheiros de banda que jamais iria tocar nos Estados Unidos se não tivesse um single (compacto) em primeiro lugar nas paradas. Isso soava tão presunçoso para eles naquele momento que os demais riram de suas afirmações. Mas John, com a personalidade que tinha, havia batido o pé nessa posição. Ele havia informado para Brian Epstein que os Beatles só tocariam na América com essa condição. E o mais surpreendente de tudo é que essa condição um dia realmente se tornou verdade e foi justamente com esse single que chegou ao primeiro lugar da Billboard, abrindo as portas dos Estados Unidos para os Beatles! 

"I Want to Hold Your Hand" foi escrita por John e Paul na casa de Jane Asher, a namorada de Paul na época. Ele havia se mudado para a casa da família dela pois se dava bem com todos os seus parentes e desde que sua mãe havia morrido, Paul sentia falta de um ambiente familiar como aquele. O Lado B vinha com a balada "This Boy" de John Lennon. Embora fosse uma música de John, Paul obviamente colaborou muito nos arranjos e na harmonia. Paul adorava canções românticas, ternas baladas de amor como essa. E podemos perceber também que John já começava a aprimorar suas letras, fugindo mais de temas genéricos e partindo para letras mais pessoais, ainda que em seus primórdios. Assim o que temos aqui nesse single são duas músicas fortes, ambas compostas por John Lennon, auxiliado de seu eterno parceiro Paul McCartney.  Um daqueles singles que mudaram a música mundial para sempre. 

I Want To Hold Your Hand (Lennon - McCartney) - Oh, yeah, I'll tell you something / I think you'll understand / When I say that something / I wanna hold your hand / I wanna hold your hand / I wanna hold your hand / Oh, please, say to me / You'll let me be your man / And, please, say to me / You'll let me hold your hand / Now let me hold your hand / I wanna hold your hand / And when I touch you I feel happy inside / It's such a feeling that my love / I can't hide, I can't hide, I can't hide / Yeah, you've got that something / I think you'll understand / When I'll say that something / I wanna hold your hand / I wanna hold your hand / I wanna hold your hand / And when I touch you I feel happy inside / It's such a feeling that my love / I can't hide, I can't hide, I can't hide / Yeah, you've got that something / I think you'll understand / When I'll feel that something / I wanna hold your hand / I wanna hold your hand / I wanna hold your hand.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

O Anjo e o Malvado

Título no Brasil: O Anjo e o Malvado
Título Original: Angel and the Badman
Ano de Lançamento: 1947
País: Estados Unidos
Estúdio: Republic Pictures
Direção: James Edward Grant
Roteiro: James Edward Grant
Elenco: John Wayne, Gail Russell, Harry Carey

Sinopse:
Quirt Evans (John Wayne) é um cowboy e pistoleiro que após ser perseguido no deserto por inimigos que querem sua morte, consegue escapar com a ajuda de uma jovem chamada Penelope Worth (Russell). Ela o leva até uma comunidade religiosa Quaker. Recuperado, Evans precisa decidir se vai voltar em busca dos homens que o caçaram no deserto ou se vai esquecer tudo, começando uma nova vida. 

Comentários:
Depois de fazer alguns filmes para o esforço de guerra (da segunda guerra mundial, obviamente) e até ter arriscado papéis de galã em filmes românticos, John Wayne decidiu que deveria voltar para as origens de sua carreira. Ele contratou o roteirista James Edward Grant e pediu que ele escrevesse uma história que lembrasse os enredos de seus primeiros filmes. Tudo bancado pelo próprio John Wayne através de sua recém criada companhia cinematográfica (a John Wayne Productions). Gostou tanto do roteiro que resolveu colocar o próprio Grant para dirigir o filme (muito embora o próprio Wayne fosse o diretor de fato dessa produção). O resultado ficou apenas regular. Não havia como voltar ao passado, a um estilo de cinema que já havia sido ultrapassado. Wayne tinha saudades de seus filmes da década de 1930, mas aquele já era um outro momento histórico, do pós-guerra. As ilusões e a inocência já não existiam mais. De qualquer forma, dentro de suas limitações, poderíamos até dizer que é um bom bang-bang, muito embora fique bem longe dos grandes filmes do ator. 

Pablo Aluísio.

Cinco Pistolas com Sede de Sangue

Título no Brasil: Cinco Pistolas com Sede de Sangue
Título Original: Gli uomini dal passo pesante
Ano de Lançamento: 1965
País: França, Itália, Espanha
Estúdio: Mancori Films
Direção: Albert Band, Mario Sequi
Roteiro: Albert Band, Ugo Liberatore
Elenco: Gordon Scott, James Mitchum, Franco Nero

Sinopse:
Soldado da Guerra Civil volta para casa de seu pai após o fim desse sangrento conflito. Só que o velho não consegue aceitar a derrota dos confederados no campo de batalha. E isso faz surgirem conflitos graves que acabam dividindo a família.

Comentários:
Qual foi o primeiro faroeste do Franco Nero? Foi esse aqui mesmo, uma produção entre França e Itália, praticamente todo rodado naqueles desertos infernais do interior da Espanha. Enfim, cinema europeu em todos os aspectos de produção, mas com roteiro e história tentando imitar os filmes de western dos Estados Unidos. No Brasil foi relançado uma segunda vez nos cinemas, mas com um título modificado, que as distribuidoras nacionais acharam mais comercial. Nesse retorno aos cinemas acabou se chamando "Cinco Pistolas Manchadas de Sangue". E foi assim que também foi exibido pela primeira vez na TV brasileira, na Rede Record, durante os anos 70. O elenco trazia o ator que havia interpretado Tarzan nos Estados Unidos e o filho do veterano Robert Mitchum tentando emplacar sua carreira no cinema. Enfim, faroeste italiano raiz para quem apreciava esse tipo de filme, com muitos tiros, poeira de deserto espanhol e ação sem freios. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

As Vidas de Marilyn Monroe - Parte 35

Marilyn Monroe na Columbia Pictures
Assim como aconteceu com os Beatles, que foram esnobados pela gravadora Decca, antes de se tornarem famosos, Marilyn Monroe também foi desprezada pela Columbia Pictures, antes de se tornar a estrela de cinema mais popular de sua época. De fato Marilyn Monroe começou sua carreira na Columbia, onde apareceu nos primeiros filmes, ainda como uma garota bonita, uma extra, sem diálogos para falar para as câmeras.

Na verdade a Columbia não soube aproveitar Marilyn. Havia centenas e centenas de moças jovens e bonitas andando pelos estúdios em busca de uma chance e os diretores de elenco da Columbia não entenderam que tinham uma jóia em mãos. Isso porque apesar de Marilyn ser sim uma starlet, como todas as outras, ela tinha um natural talento para comédias e isso nunca foi enxergado pelos executivos da Columbia.

Assim, mais ou menos um ano depois de ter assinado seu primeiro e único contrato com a Columbia ela foi demitida sem maiores explicações. Simplesmente o estúdio lhe avisou que não tinha mais interesse nela. E como há mudanças que levam para novos caminhos, Marilyn saiu da Columbia e assinou com a Fox, onde iria se tornar a mais popular atriz de Hollywood de seu tempo. Imagine a cara dos diretores da Columbia ao perceberem que tinham dispensado uma mina de ouro em bilheterias!

Dos quatro grandes estúdios de Hollywood, a Columbia era a que tinha mais problemas de caixa e orçamento. Em determinado momento o estúdio ficou prestes a falir e assim, numa tentativa de evitar o fechamento, demitiu dezenas de atrizes, entre elas Marilyn. A jovem loira havia percebido que as garotas bonitas eram bem desprezadas na Columbia, pois não tinham direito a camarins próprios e muitas vezes tinham que levar sua própria maquiagem, pois o estúdio não iria fornecer esse tipo de coisa para elas. Anos depois Marilyn Monroe lembraria em entrevistas que as atrizes eram mal tratadas na Columbia. Quando foi demitida ela ficou bem chateada, pois iria voltar para a fila do desemprego, mas depois de poucos dias esse desânimo passou e ela voltou pra luta. Assim Marilyn não lamentou deixar a Columbia. Pelo menos na Fox ela teria melhor tratamento. Além disso a Fox estava no topo dos grandes estúdios. De certa maneira foi a sorte grande dela, embora não soubesse disso na época. 

Pablo Aluísio.

A Verdadeira História de Marilyn Monroe

Título no Brasil: A Verdadeira História de Marilyn Monroe
Título Original: Norma Jean & Marilyn
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Home Box Office (HBO)
Direção: Tim Fywell
Roteiro: Anthony Summers, Jill Isaacs
Elenco: Ashley Judd, Mira Sorvino, Josh Charles

Sinopse:
Este filme segue Norma Jean desde sua juventude simples e ambiciosa até seu auge de estrela em Hollywood, onde se torna a atriz mais popular do cinema em sua época de ouro. Marilyn passa assim de amante em amante. Ela encontra a fama, mas nunca a felicidade, apenas conhece a sedução, mas não o amor pleno que tanto procurava. 

Comentários:
Telefilme feito para a HBO, naquela época ainda em seus primórdios nos Estados Unidos. É tecnicamente bem realizado, com Marilyn sendo interpretada, em fases diferentes de sua vida, por duas boas atrizes. Isso porém não livra o filme de também apresentar defeitos e problemas, principalmente em seu roteiro que derrapa muito cedo no dramalhão, ficando bem parecido com uma novelona da Globo. Eu pude perceber também que o filme tampouco faz jus ao verdadeiro sucesso que Marilyn Monroe alcançou em sua carreira em Hollywood. De uma forma ou outra o filme foi lançado em uma época em que não havia muitos filmes sobre Marilyn no mercado. Anos depois seriam lançados filmes bem melhores sobre sua história, isso sem contar com os ótimos documentários que existem hoje em dia. Para os anos 90, vamos colocar nesses termos, até que era um bom filme. 

Pablo Aluísio.

domingo, 4 de fevereiro de 2024

Imperador Romano Domiciano

Imperador Romano Domiciano
Domiciano era filho do imperador Vespasiano e irmão do imperador Tito. Quando esse último morreu de forma inesperada, rumores se espalharam por toda a Roma afirmando que Domiciano havia matado o irmão Tito para assumir o poder e se declarar imperador. Algo que nunca foi provado, mas que iria cobrar seu preço pois o povo de Roma jamais iria gostar de Domiciano. Além disso o novo imperador era introspectivo, não parecia gostar do povo e poucas vezes aparecia em público. O que sempre ganhavam destaque eram seus atos de violência e terror contra inimigos, reais ou imaginários. Ele havia tido uma educação privilegiada, mas o mundo em que vivia era realmente muito solitário. Mal chegou a conhecer direito seus familiares que viviam no exterior em campanhas militares. Quando Tito morreu, Domiciano não aparentou nenhum sentimento de dor ou sofrimento pela morte dele, sendo essa mais uma causa para o povo desconfiar de seus atos. Como consequência foi o mais impopular imperador da história de Roma. Para a plebe ele seria incapaz de mostrar afeto por qualquer pessoa, seja do povo, seja da elite romana. 

Muitos imperadores romanos demonstravam claros sinais de psicopatia, mas Domiciano certamente foi um dos mais cruéis ao subir no poder máximo do Império Romano. Ele se tornou imperador por um lance de sorte ou de crime, uma daquelas circunstâncias que pareciam nunca se cumprir, mas que se cumpriram. Filho de um grande imperador, ele foi imperador por quinze anos, mas nunca conquistou a afeição dos romanos. Pelo contrário, era odiado em Roma, tanto pelos Patrícios como pelos Plebeus. E motivos não faltavam para justificar todo esse ódio. 

Logo ficou claro que ele odiava religiões e pessoas religiosas, a começar pela própria religião romana. Domiciano passou a perseguir e matar diversas virgens vestais. Essas eram mulheres que viviam nos principais templos de Roma. Elas tinham que viver uma vida de castidade e santidade, para agradar aos Deuses. Caso fossem pegas se envolvendo com algum homem eram punidas e expulsas do templo. Ele afirmava que estava reformando a religião romana, mas na verdade estava perseguindo as pessoas que se dedicavam à ela. 

Para Domiciano isso era pouco. Ele logo criou decretos que condenavam à morte as virgens vestais que traíssem os seus votos de castidade. Matou centenas delas com acusações dos mais diversos tipos de perversões sexuais. Para historiadores, eram julgamentos forjados em mentiras. Ao que tudo indica ele era mesmo um imperador que odiava mulheres em geral. Tanto que também inovou nos jogos de gladiadores, fazendo com que elas fossem martirizadas e mortas nas arenas, algo que chocou a população romana. Ver uma mulher sendo morta por um gladiador era demais, até mesmo na violenta Roma antiga. 

Para os cristãos, Domiciano determinou que todos fossem condenados a morrer na cruz, tal como seu estranho deus judeu. Também determinou que os líderes religiosos cristãos fossem queimados no momento em que eram pendurados nas cruzes romanas. Eles deveriam virar tochas humanas, tal como fazia Nero. E por falar em judeus, Domiciano os odiava em especial, criando uma série de leis que oprimiam e confiscavam bens e propriedades de judeus, que formavam uma das comunidades mais ricas e prósperas de toda a Roma. Os que resistiam e enfrentavam o imperador eram mandados para a morte no Coliseu, onde eram devorados por feras selvagens. 

Com o passar dos anos o imperador foi ficando paranóico. Dizia-se em Roma que ele era a reencarnação do pérfido Tibério que voltara do mundo dos mortos para se vingar da elite romana. Domiciano realmente tinha bastante em comum com o velho imperador, tanto que chegara a admitir que via nele uma espécie de modelo. Só que seu governo tirânico começou a criar muito ódio entre os patrícios, a elite romana, que logo começou a planejar uma maneira de eliminar o tirano imperial. 

E assim foi feito. Domiciano foi morto a punhaladas, na emboscada, durante uma noite de lua cheia em Roma. Para eliminá-lo foi contratado um famoso matador romano, um sujeito que se infiltrou nos aposentados do imperador e o apunhalou de surpresa. Domiciano ainda reagiu, conseguindo lutar com seu assassino, dando-lhe facadas de vingança, mas não resistiu aos ferimentos, vindo a falecer em 18 de setembro de 96. O Povo de Roma não lamentou sua morte. Ao contrário disso, todos pareciam felizes. Dizia-se nas ruas que esse imperador jamais havia gostado de qualquer ser vivo, seja um ser humano, seja um animal. Sempre foi considerado um imperador arrogante e frio, sem qualquer traço de bondade ou piedade com o sofrimento alheio, principalmente dos mais pobres, que desprezava. Nas ruas gritavam: "Morreu o imperador que nunca gostou de ninguém em sua vida!". Com a morte de Domiciano também chegou ao fim a curta história da dinastia Flaviana que no final das contas só contou com 3 imperadores romanos. 

Pablo Aluísio. 

Egito Antigo - Faraó Quéops

Quéops é o nome em grego do faraó Khufu, que reinou no século 26 antes de Cristo no Egito Antigo. Khufu foi o segundo faraó da quarta dinastia. Ele herdou o trono de seu possível pai, o faraó Sneferu. Seu nome poderia ter sido apagado nas areias do tempo se não fosse pela famosa pirâmide construída em Gizé. A maior pirâmide leva justamente seu nome. Uma das sete maravilhas do mundo antigo se tornou o maior monumento construído pela humanidade por séculos. Até hoje se debate como construções daquelas proporções foram possíveis em uma era tão remota da história, onde a tecnologia e os conhecimentos ainda eram rudimentares.

Infelizmente por ter reinado em um tempo muito remoto da história pouco sobrou sobre sua verdadeira biografia. Existem algumas tradições e lendas, mas nenhum documento verdadeiramente importante comprovando aspectos biográficos de sua vida e seu reinado.Até mesmo sua tumba, localizada no centro da grande pirâmide foi encontrada sem pinturas ou escritos que trouxessem maiores informações sobre esse faraó.

A única imagem de sua vida provém de uma pequena estatueta de marfim de apenas 3 polegadas que foi encontrada em um templo em ruínas localizado em Abydos no ano de 1903 (foto acima). Todas as demais estátuas e relevos desse faraó não sobreviveram ao tempo. Algumas foram encontradas destruídas, com pequenos fragmentos impossíveis de serem restauradas. Assim as poucas informações sobre esse monarca do Egito Antigo foram encontradas em sua necrópole em Gizé. Documentos antigos, de complicada comprovação histórica também trazem pequenas historietas sobre Khufu. 

Esses registros datam de aproximadamente 300 antes de Cristo. Os historiadores romanos e gregos Manetho, Diodoro e Heródoto o descrevem como um tirano sanguinário. Um assassino de massas que usou seu poder sem limites para aniquilar os povos inimigos e quaisquer tipo de oposição interna ao seu reino. Ele teria sido pouco misericordioso, promovendo decapitações em centenas de inimigos. Curiosamente os textos também trazem pequenos elogios à administração do faraó, afirmando que ele procurou preservar o maravilhoso patrimônio histórico cultural do Egito durante seu longo reinado que teria durado de 16 a 27 anos - a data precisa também se perdeu nas areias do tempo.De uma forma ou outra seu nome ficou eternizado mesmo pela grande pirâmide, essa um monumento da grandeza do homem em realizar obras magníficas.

Pablo Aluísio.