domingo, 26 de março de 2023

Respire Fundo

Título no Brasil: Respire Fundo
Título Original: A Mouthful of Air
Ano de Lançamento: 2021
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Amy Koppelman
Roteiro: Amy Koppelman
Elenco: Amanda Seyfried, Paul Giamatti, Amy Irving, Olivia Katz, Christian Kutz, Finn Wittrock

Sinopse:
Julie Davis (Amanda Seyfried) é uma jovem mãe que após o nascimento do primeiro filho desenvolve uma grande depressão. E as coisas só pioram quando ela descobre que está novamente grávida, agora de uma filha. Anteriormente ela havia tentado se matar, cortando seus pulsos, e tudo parece voltar. Para piorar, ela tem uma forte resistência em tomar os remédios prescritos, o que pode levar a uma grande tragédia naquela família. 

Comentários:
Esse filme tem uma história de cortar o coração! Lida com temas sensíveis e delicados por si mesmos. O roteiro tem que tratar de maternidade, depressão e suicidio, tudo ao mesmo tempo. Não é fácil. Por essa razão não recomendaria esse filme para todos os tipos de públicos. Há gatilhos psicológicos em sua história, mesmo que eles sejam amenizados o tempo todo pela narrativa que chega a usar elementos infantis, como desenhos animados com personagens coloridos. Só que o tema é tão pesado, o drama que se desenvolve ao redor é tão dramaticamente marcante, que nem isso consegue suavizar o filme como um todo. Em termos de elenco me surpreendi completamente com o trabalho de atuação da atriz Amanda Seyfried. Ela que construiu toda a sua carreira com filmes leves, comédias românticas, aqui interpreta uma personagem tão trágica. Merece todos os elogios. É um ótimo filme, só não espere por um final feliz. 

Pablo Aluísio.

sábado, 25 de março de 2023

Luther: O Cair da Noite

Título no Brasil: Luther: O Cair da Noite
Título Original: Luther: The Fallen Sun
Ano de Lançamento: 2023
País: Reino Unido
Estúdio: BBC Films
Direção: Jamie Payne
Roteiro: Neil Cross
Elenco: Idris Elba, Cynthia Erivo, Andy Serkis, Dermot Crowley, Thomas Coombes, Hattie Morahan

Sinopse:
O detetive John Luther (Idris Elba) cai em uma armadilha. Enquanto um velho inimigo começa a ganhar terreno com seus planos mirabolantes de vingança contra todos os que lhe prejudicaram no passado, o veterano detetive vai parar na prisão - e pelo visto não vai conseguir sair dali pelos meios mais tradicionais. Ele vai ter mesmo que fugir para colocar a situação em sua devida ordem. 

Comentários:
O púbico brasileiro não conhece muito, mas na Inglaterra esse personagem Luther é bem popular, tanto que sua série ficou no ar por longos dez anos. A novidade é que com o cancelamento da série original, o personagem desse detetive foi migrado para um novo formato, o de Longa-Metragem. O filme é bom, bem interessante. O clima em certos aspectos até mesmo me lembrou de Bond, James Bond, só que mais pé no chão. O ator Idris Elba mantém todo o interesse, pois ele é realmente muito bom nesse tipo de personagem. O vilão é interpretado por Andy Serkis, que tem uma chance de mostrar seu trabalho em um filme, sem estar escondido em um personagem digital feito de puro pixel. Talvez seu estilo seja um pouco caricato demais, entretanto dentro da proposta desse filme até que no final tudo se encaixou bem. Pelo visto o detetive seguirá em frente, pois o filme foi bem sucessido em seu lançamento, chegando a liderar a lista dos mais vistos da Netflix.

Pablo Aluísio.

O Fotógrafo de Mauthausen

Título no Brasil: O Fotógrafo de Mauthausen
Título Original: El fotógrafo de Mauthausen
Ano de Lançamento: 2018
País: Espanha
Estúdio: Film Factory
Direção: Mar Targarona
Roteiro: Roger Danès, Alfred Pérez Fargas
Elenco: Mario Casas, Richard van Weyden, Alain Hernández, Stefan Weinert, Eduard Buch, Stefan Weinert

Sinopse:
A história do filme, baseada em fatos reais, mostra um grupo de prisioneiros judeus no campo de concentração alemão de Mauthausen. Eles foram instruídos a queimarem e destruírem todo o material fotográfico que havia sido produzido no campo. A guerra havia virado e os nazistas queriam apagar todas essas provas, mas esse grupo de judeus conseguiu com muita luta salvar os negativos desses registros. 

Comentários: 
O Holocausto foi uma tragédia sem igual na história da humanidade. A máquina de genocídio nazista realmente produziu coisas chocantes e muitas são as histórias importantes que precisam ser resgatadas pela história e pelo cinema, pela cultura em geral. Aqui temos uma história importante envolvendo um jogo de acobertamento promovido pelos nazistas. Eles queriam apagar os rastros de seus crimes, queimando o material fotográfico que havia sido feito no campo de concentração de Mauthausen. Só que um grupo de judeus corajosos conseguiu preservar esse vasto material mostrando os nazistas se vangloriando de seus crimes contra a humanidade. Entre o material havia inclusive fotos do chefe da SS Heinrich Himmler em visita ao local da morte de milhares de judeus. Choca as cenas, como bem podemos esperar. E ainda mais chocante é ver como os nazistas quase escaparam dessa verdadeira destruição de provas. O filme em si não é tão bem produzido como poderia se esperar, mas conta uma história importante que precisa ser conhecida pelas novas gerações. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 23 de março de 2023

Red Rocket

Título no Brasil: Red Rocket
Título Original: Red Rocket
Ano de Lançamento: 2021
País: Estados Unidos
Estúdio: A24
Direção: Sean Baker
Roteiro: Sean Baker, Chris Bergoch
Elenco: Simon Rex, Bree Elrod, Suzanna Son, Brittney Rodriguez, Judy Hill, Brenda Deiss

Sinopse:
Mikey (Simon Rex) volta para sua cidade natal do Texas após viver muitos anos fazendo filmes adultos na Califórnia. Volta para a casa de sua ex-mulher e sua sogra que o conhecem muito bem, sabem que vem confusão pela frente. Ele tenta se adaptar novamente na vida de interior, mas é complicado, principalmente porque não tem emprego para ninguém por ali. Não demora muito passa a vender maconha e fica apaixonado por uma linda jovem que trabalha numa pequena loja de doces. 

Comentários:
Tecnicamente esse filme nem é uma comédia, mas vocè certamente vai dar algumas boas risadas nervosas ao assisti-lo, justamente por causa do protagonista, um sujeito bem sem noção. Ele volta para sua cidadezinha natal no Texas após viver por longos anos em Los Angeles. Ganhava a vida fazendo filmes pornôs. Quebrado e sem dinheiro, ele precisa arranjar algum trabalho, mas quem vai dar emprego para ele? Ainda mais naquele lugar onde a maioria da população também é desempregada. Então ele passa a vender baseados de maconha na vizinhança, ao mesmo tempo em que fica apaixonado por uma linda garota que vende rosquinhas em uma loja perto de sua casa. E ele pensa em levá-la para Los Angeles, para fazer filmes adultos! E a garota que parece um anjo, também é meio maluquinha! Enfim só vendo a maluquice do filme para acreditar. De minha parte gostei bastante. Mostra um lado da América pobre que muita gente ignora, a dos jovens que tentam qualquer coisa, uma saída para ganhar a vida! E salve-se quem puder! 

Pablo Aluísio.

Crack: Cocaína, Corrupção e Conspiração

Título no Brasil: Crack: Cocaína, Corrupção e Conspiração
Título Original:  Crack: Cocaine, Corruption & Conspiracy
Ano de Lançamento: 2021
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Stanley Nelson
Roteiro: Stanley Nelson
Elenco: Ronald Reagan, Nancy Reagan, Bill Clinton, George Bush, Oliver North, Elizabeth Hinton

Sinopse:
Documentário da Netflix mostrando a chegada do crack nas ruas das principais cidades norte-americanas durante a década de 1980. A nova droga, um subproduto químico da cocaína, devastou as periferias. Altamente viciante aterrorizou as comunidades pobres do país. Uma nova situação social para o qual o governo não estava preparado. 

Comentários:
O crack chegou nos Estados Unidos nos anos 80 e foi uma explosão dentro daquela sociedade. Viciou milhões de pessoas e trouxe para os pobres os efeitos mais devastadores da própria cocaína que era considerada uma droga de ricos por causa de seu alto valor. Feito do lixo da coca, o crack era acessível aos mais pobres e essa foi uma combinação explosiva. Ao mesmo tempo o documentário mostra como o governo Reagan foi pego de surpresa. Pior do que isso, o próprio governo estava envolvido numa operação ilegal chamada "Contras da Nicarágua" que usou inclusive o tráfico de cocaína como arma de guerra contra o governo socialista que se instalava naquele pequeno país da América Central. Ou seja, tudo estava errado, no lugar errado, na pior época possível. Não é de se admirar que o tráfico de drogas, do crack, tenha obtido tanto sucesso nas ruas das grandes cidades. Uma verdadeira tragédia social que segue até os dias atuais . 

Pablo Aluísio.

Hot Girls Wanted

Título no Brasil: Hot Girls Wanted 
Título Original: Hot Girls Wanted 
Ano de Lançamento: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Two to Tangle Productions
Direção: Jill Bauer, Ronna Gradus
Roteiro: Brittany Huckabee
Elenco: Tressa Silguero, Riley Reynolds, Rachel Bernard, Lucy Tyler, Farrah Laurel Abraham, Sasha Grey

Sinopse:
Este documentário da Netflix acompanha um grupo de garotas de 18 anos de idade rumo a Miami, considerada a atual capital norte-americana da pornografia. Elas querem trabalhar com conteúdo adulto na internet.

Comentários:
Eu fiquei muito surpreso com esse documentário, porque ele mostra uma realidade bem fugaz. Eu sou de um tempo em que a carreira de uma atriz no mercado adulto durava em média de 5 a 6 anos. Hoje em dia, como vemos neste documentário, a carreira delas dura no máximo 3 meses! É um absurdo completo, uma alta rotatividade de meninas que vão para esse lado obscuro em busca de trabalho e independência pessoal. O curioso desse documentário é que ele mostra uma dessas garotas e seus problemas familiares. Os pais, obviamente, ficam chocadas ao saberem que ela participou de algo assim. Pior fica o namorado tentando convencê-la a não voltar para a pornografia! São mulheres muito jovens e, na maioria das vezes, não possuem a maturidade suficiente para jogar esse jogo. Eu achei bem interessante o documentário e recomendo para quem está interessado em descobrir os bastidores desse mundo.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 22 de março de 2023

Elvis Presley - King Creole - Parte 3

A gravação da música "Crawfish" trouxe uma novidade dentro da discografia de Elvis. Era a primeira vez que o cantor dividia os microfones com uma cantora. Acontece que o Coronel Parker era completamente contrário a Elvis realizar duetos em seus discos. Na visão do empresário isso diminuía Elvis, o seu prestígio como artista. Elvis deveria vender discos apenas com seu talento, sem precisar de ninguém. Era um tipo de orgulho sem sentido que o Coronel trazia dos seus dias de homem de circo, de gerenciador de artistas de parques de diversões. Uma coisa até mesmo bizarra se formos analisar bem.

Só que no caso dessa canção não havia outra alternativa. Elvis cantava a bela música em uma sacada em New Orleans enquanto uma senhora negra passava pela rua vendendo lagostim. Ela anunciava seus produtos à venda cantando, ao qual o personagem de Elvis respondia, também cantando. Uma bela cena, evocativa do dia a dia daquela cidade, de seus vendedores ambulantes e dos hábitos culinários da região. Quando foi a hora de decidir se a música traria ou não a participação da cantora Kitty White no álbum, o Coronel tentou tirar a participação dela da trilha sonora. Só que isso iria deixar a música sem sentido. Assim a RCA e a Paramount Pictures decidiram que ela estaria sim no disco e como eles mandavam por questões contratuais, a decisão foi mantida. Sabiamente ninguém deu ouvidos aos absurdos do Coronel. Até porque isso também poderia ser interpretado como uma questão de racismo, o que iria pegar muito mal perante os fãs de Elvis.

De todas as músicas de "King Creole" a única que Elvis levou em frente na sua carreira foi "Trouble". Ela inclusive iria ter uma importância incrível dentro do NBC TV Special em 1968. De fato é uma canção com vida própria, que poderia ser mesmo aproveitada dentro da carreira de Elvis dissociada desse filme e do contexto onde ela era apresentada no cinema. A letra também era ideal para o personagem de Elvis em "Balada Sangrenta", uma vez que ele tinha seu lado sombrio, vinculado ao submundo do crime em New Orleans. Aliás os únicos personagens de Elvis no cinema que tinham esse lado mais perigoso e criminal eram justamente o Danny de "King Creole" e o Vince de "Jailhouse Rock", não por acaso seus papéis mais fortes na sétima arte.

"As Long As I Have You" é uma boa balada do disco. Não teve muito uso fora da trilha sonora do filme. Todos os filmes de Elvis tinham sua dose de canções românticas. Fazia parte do pacote, afinal naqueles tempos os filmes de Elvis poderiam ser considerados como romances musicais (em alguns casos, comédias musicais), onde seus personagens invariavelmente tinham que cortejar a mocinha do filme, namorar com ela, tudo para encantar seu público feminino na época que no caso era formado nessa fase de sua carreira por uma imensa maioria de adolescentes. Fazia parte dos roteiros ter sempre uma ou mais cenas românticas onde essas baladas se encaixavam perfeitamente bem.

Pablo Aluísio.

Terror Atômico

Título no Brasil: Terror Atômico
Título Original: Danger Woman
Ano de Lançamento: 1946
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Lewis D. Collins
Roteiro: Josef Mischel
Elenco: Don Porter, Brenda Joyce, Patricia Morison, Milburn Stone, Samuel S. Hinds, Kathleen Howard

Sinopse:
Um cientista especialista em energia nuclear, que foi um dos cérebros por trás da bomba atômica, agora trabalha na iniciativa privada, tentando adaptar a energia atômica para fins comerciais. Um dia, sua esposa há muito afastada - que o abandonou anos antes e se envolveu com uma série de namorados - aparece alegando querer uma reconciliação, mas logo o cientista se encontra no centro do que parece ser um trama para roubar seus segredos.

Comentários:
Numa primeira vista pode parecer mais um daqueles típicos filmes B da Universal daqueles anos hoje distantes, com monstros atômicos gigantes destruindo as cidades feitas de papelão. Para minha surpresa o roteiro até tenta levar para um lado mais sério da trama, apostando até mesmo em aspectos sutis dos relacionamentos dos principais personagens, algo inesperado em um filme como esse, vamos convir. Não podemos nos esquecer que nessa época os filmes Sci-Fi tinham um ingrediente sempre presente que era o temor e a paranoia em relação a tudo que fosse nuclear. Era uma tecnologia nova, perigosa e de certa forma desconhecida, ideal para que os roteiristas explorassem esse medo do inconsciente coletivo. O destaque no elenco vai para Patricia Morison, uma atriz especializada na época em interpretar mulheres fatais. A carreira dela não foi muito longe pois ela resolveu abandonar o cinema. Curiosamente teve uma vida longa só falecendo em 2018, com mais de 100 anos de idade! 

Pablo Aluísio.