segunda-feira, 12 de julho de 2021

Fúria em Duas Rodas

Existem filmes que eu não recomendaria para todo tipo de cinéfilo. Existem filmes que são feitos apenas para quem é interessado em um determinado tipo de assunto. É o caso desse "Fúria em Duas Rodas". Para gostar você precisa preencher certos requisitos: 1. Gostar muito de motos. 2. Colocar m primeiro plano cenas de ação... com motos! 3. Não ligar muito para o roteiro. É isso, o filme é uma grande adoração a essas máquinas velozes. Esqueça desenvolvimento de personagens, dramaturgia e coisas do tipo. O que vale aqui é mostrar em sequências sem fim, motos em alta velocidade. E tem umas garotas bonitas também, rebolando em shortinhos. Até que essa parte não é nada ruim de assistir.

Brincadeiras à parte, eu me recordo que quando esse filme foi lançado a crítica mais recorrente foi a de que ele seria na verdade uma espécie de "Velozes e Furiosos" com motos. Bingo! É isso mesmo. Não tem nem como contestar esse tipo de visão. Os produtores desejavam iniciar uma outra franquia, só que no lugar de carros velozes haveria motocicletas, centenas delas, multicoloridas, de todas as cilindradas. Desnudado em suas intenções, o diretor Joseph Kahn precisou apenas caprichar na edição, pois filmes assim demandam edições alucinantes, com quadros que duram poucos segundos. Então é isso. Curte filmes de ação e motos? Aprecia o estilo de "Velozes e Furiosos"? Então provavelmente você vai gostar desse filme.

Fúria em Duas Rodas (Torque, Estados Unidos, 2004) Direção: Joseph Kahn / Roteiro: Matt Johnson / Elenco: Martin Henderson, Ice Cube, Monet Mazur / Sinopse: Um piloto de motovelocidade retorna aos Estados Unidos, após passar alguns meses na Tailândia. De volta na América ele tenta retornar para sua ex-namorada, mas acaba envolvido na criminalidade. Uma quadrilha quer que ele se envolva no tráfico de drogas e outra quer acertar as contas com ele por algo ocorrido no passado.

Pablo Aluísio.

domingo, 11 de julho de 2021

Batman: O Mistério da Mulher Morcego

É realmente incrível como um personagem tão antigo como o Batman, criado em 1939, ainda consiga ser tão popular nos dias de hoje. Nem o criador desse personagem, o desenhista Bob Kane, poderia prever o que iria acontecer com sua criação, como ele mesmo afirmou várias vezes em entrevistas antes de sua morte. Ele chegou a dizer que quando criou o Batman pensou que ele iria durar uma ou duas edições na revista Detective Comics. Para ele o Batman no máximo chegaria nas dez edições. Só que estamos aqui, 80 anos depois e ainda comentando produtos com a marca desse sujeito que veste uma fantasia de morcego! Além dos quadrinhos, onde ainda é um dos maiorais em termos de vendas de revistas, ele ainda é explorado em filmes no cinema e animações na TV e no mercado de venda direta ao consumir. Esse "Batman: O Mistério da Mulher Morcego" é mais um produto nessa linha que não parece mais ter fim. Foi lançado inicialmente em DVD e depois foi exibido em canais de animação como o Cartoon Network.

Eu recomendo especialmente ao fã do Batman a aquisição do DVD original americano que vem com muito material extra, inclusive um interessante making-off mostrando os bastidores da produção de uma animação como essa. E quem pensa que é fácil fazer um desenho desses, é bom dar uma olhada na complexidade do trabalho envolvido nesse tipo de produção com equipe de dublagem, animação, computação gráfica, etc. E como sempre acontece em se tratando do Batman, a Warner Bros sempre capricha no resultado final.

Batman: O Mistério da Mulher Morcego (Batman: Mystery of the Batwoman, Estados Unidos, 2003) Direção: Jennifer Graves, Tim Maltby / Roteiro: Alan Burnett / Elenco: Kevin Conroy, Kimberly Brooks, Kelly Ripa / Sinopse: Uma estranha figura feminina cruza os céus de Gotham City. Ela usa um uniforme parecido com o do Batman, mas não tem qualquer ligação com ele.

Pablo Aluísio.

sábado, 10 de julho de 2021

Roma

Série excepcional retratando a queda da República Romana e o surgimento do Império. E nesse período histórico, como bem sabemos, surgiram algumas figuras centrais na história romana. A primeira delas foi Júlio César, político populista, astuto e inteligente, que tencionava ter todo o poder político em suas mãos, mesmo sabendo que (ainda) havia um senado forte, que não iria deixar isso acontecer. O principal aliado que tinha era Marco Antônio, general romano, um homem também ambicioso. Curiosamente Júlio César não foi o primeiro imperador de Roma como muitos pensam. Ele foi morto nos idos de março no Senado. Seu sobrinho Otávio é que se tornaria o primeiro imperador de Roma, recebendo alguns anos depois o título de Augusto (divino).

Essa série foi produzida pelo canal HBO, em um momento de auge criativo do canal. Eu me recordo que a HBO havia acabado de chegar no Brasil e muitos ficaram impressionados com a qualidade técnica e de produção de "Roma". Parecia realmente um épico feito para o cinema. Como se trata de uma história complexa, cheia de desdobramentos, o lugar ideal para se contar esse capítulo da história romana era mesmo em forma de série. No formato de longa-metragem muita coisa importante acaba se perdendo. Assim deixo a dica de "Roma". Se você aprecia história do mundo antigo, nada seria mais adequado.

Roma (Roma, Estados Unidos, 2005 - 2007) Direção: Michael Apted, Mikael Salomon / Roteiro: Bruno Heller, William J. MacDonald / Elenco: Ciarán Hinds, James Purefoy, Max Pirkis ; Sinopse: A série conta parte da história de Roma, quando a República decaiu, dando origem ao sistema imperial de governo, com a concentração de poderes nas mãos de um único imperador romano.

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 9 de julho de 2021

Elvis & Nixon

Esse filme conta um dos capítulos mais surreais da biografia de Elvis Presley. Em 1970 o cantor colocou na cabeça que tinha que encontrar pessoalmente o presidente Richard Nixon. Elvis dizia que estava descontente com o que acontecia na América, com os protestos contra a Guerra do Vietnã, a cultura das drogas, etc. Então ele foi até Washington para se colocar à disposição do Republicano. Além disso Elvis tinha intenção de pedir um distintivo federal. Ele queria, segundo suas palavras, se disfarçar para combater grupos subversivos aos valores americanos. Algo bem bizarro é saber que Elvis colecionava esses distintivos como se fossem figurinhas de um álbum. E por causa de sua fama ele conseguiu ser recebido pelo presidente! Essa história surpreendente já havia dado origem a um bom filme na década de 1990 chamado "Elvis Meets Nixon". Agora, com melhor produção e elenco mais conhecido, somos novamente apresentados a esse evento que pelos olhos de hoje parece ter sido bem fora do convencional. 

Michael Shannon não se parece fisicamente com Elvis Presley, entretanto isso fica em segundo plano porque ele é definitivamente um bom ator. E não caiu na caracterização de caricatura, algo que sempre atinge atores que interpretam Elvis no cinema.  Melhor se sai Kevin Spacey como Nixon. Ele capturou muito bem os trejeitos e os maneirismos do Presidente americano. Chega a sumir dentro de sua personagem. Algo que apenas grandes atores conseguem fazer. O roteiro do filme não é 100% fiel aos fatos. Ele falha muito nos detalhes e em pequenas coisas que nunca aconteceram na realidade. De qualquer maneira isso é algo esperado, afinal um roteiro sempre pede uma certa carga de ficção para melhorar seus potenciais dramáticos. A realidade pura e simples poderia deixar o filme um pouco mais chato. De qualquer maneira o saldo final é positivo. Pena que Elvis tenha escolhido um presidente tão ruim para se encontrar. Nixon foi expulso da Casa Branca e saiu pela porta dos fundos. Imagine se tivesse encontrado JFK. Daria uma história bem melhor...

Elvis & Nixon (Estados Unidos, 2016) Direção: Liza Johnson / Roteiro: Joey Sagal, Cary Elwes / Elenco: Michael Shannon, Kevin Spacey, Alex Pettyfer, Colin Hanks, Johnny Knoxville / Sinopse: O filme conta a história real de quando o cantor Elvis Presley decidiu ir conhecer pessoalmente o presidente dos Estados Unidos Richard Nixon na Casa Branca.

Pablo Aluísio.

Sob o Sol da Toscana

Embora muitos não assumam esse tipo de pensamento, o fato é que existe dentro da sociedade um certo preconceito contra ver em filmes e peças, romances protagonizados por mulheres mais velhas. Coisa de gente ignorante e preconceituosa. Filmes como esse "Sob o Sol da Toscana" surgem para mudar esse tipo de mentalidade medieval e.sem sentido. Não existe idade para se viver um belo romance. E é justamente o que vemos aqui nessa história estrelada por uma belíssima Diane Lane. Ela interpreta uma escritora americana que decide ir morar na Itália. Ela escolhe a Toscana, região no centro do país, conhecida por sua rica história e maravilhosa tradicão cultural.

No começo os italianos são retratados de forma um pouco estereotipada, mas curiosamente o roteiro se ajusta nesse ponto e essa visão meio distorcida dos americanos em relação aos italianos se dissolve. Sobra então um bom retrato da típica hospitalidade e generosidade desse povo europeu. E como também não poderia deixar de ser o filme se aproveita das lindas paisagens e também dos belos monumentos culturais e artísticos para trazer ainda mais beleza ao filme como um todo. Dessa maneira "Sob o Sol da Toscana" se torna um daqueles filmes bonitos de se assistir, leve e com uma boa mensagem em seu roteiro.

Sob o Sol da Toscana (Under the Tuscan Sun, 2003) Direção: Audrey Well / Roteiro: Audrey Wells, Audrey Wells / Elenco: Diane Lane, Sandra Oh, Lindsay Duncan, Raoul Bova / Sinopse: O filme conta a história da escritora norte-americana Frances Mayes (Diane Lane), que em determinado momento de sua vida decide mudar tudo. Ela vai até a Toscana onde passa a viver novas experiências de vida, encontrando um novo amor.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 8 de julho de 2021

Minamata

Esse filme apresenta uma história real. Seu roteiro é baseado em fatos históricos ocorridos na década de 1970, no Japão, em uma pequena e humilde vila de pescadores. As pessoas naquela região de Minamata começaram a ficar muito doentes. A culpa era de uma indústria local, produtora de produtos químicos. Essa indústria, de forma criminosa, começou a jogar mercúrio nas águas de Minamata. Primeiro nos rios, depois na costa oceânica. Os primeiros atingidos foram justamente os pescadores. A intoxicação por elementos químicos provenientes do mercúrio é das mais terríveis. Destrói completamente o sistema nervoso central dos contaminados. As pessoas perdem os movimentos dos membros, braços e pernas e começam a ter convulsões sem cessar.

E toda essa história terrível chegou no fotógrafo americano W. Eugene Smith (Johnny Depp). Um profissional veterano que havia se consagrado com suas fotografias tiradas durante a guerra do Vietnã. Ele logo procurou o diretor da revista Life para fazer uma reportagem no Japão sobre o que estava acontecendo. Um tipo com problemas de alcoolismo, mas ao mesmo tempo bem íntegro e honesto com seu trabalho. Acabou indo para a vila de Minamata, presenciou a luta daquelas pessoas contra os crimes ambientais e acabou sentindo na própria pele os absurdos cometidos pela indústria química. Filme muito bom, mostrando a importância de se proteger o meio ambiente e de ter leis de proteção ambiental que protejam não apenas a natureza, mas igualmente a vida e a saúde das pessoas.

Minamata (Minamata, Estados Unidos, Japão, 2021) Direção: Andrew Levitas / Roteiro: David Kessler, Stephen Deuters / Elenco: Johnny Depp, Bill Nighy, Akiko Iwase, Katherine Jenkins, Tadanobu Asano / Sinopse: O filme conta a história real da contaminação por mercúrio que ocorreu na costa do Japão, na região de Minamata, na década de 1970. Um jornalista e fotógrafo norte-americano foi até lá para documentar tudo com sua sensibilidade para a fotografia, trabalhando para a revista Life.

Pablo Aluísio.

Tropas Estelares 2

Olhando para o passado chego na conclusão de que essa franquia "Tropas Estelares" nunca me convenceu. Nunca mostrou boas qualidades cinematográficas, mesmo dentro de seu pequeno nicho, em seu restrito subgênero. Isso porque vamos ser sinceros, nem era uma coisa nova. Filmes dos anos 50 já traziam essa ideia, essa coisa de colocar seres humanos combatendo insetos gigantes. E naqueles primeiros filmes essa criaturas nem eram aliens. Eram apenas mutações causadas pela energia nuclear (sim, a paranoia da guerra fria estava em alta naquela década, hoje bem distante no tempo).

O primeiro "Tropas Estelares" foi lançado nos cinemas, levou pancada de toda a crítica, mas mesmo assim ainda teve uma certa repercussão. Foi inclusive acusado de ter um roteiro com tendências claramente fascistas. Esse segundo nem isso conseguiu. De maneira em geral foi solenemente ignorado, tanto pela crítica como pelo público. Sua estreia foi tão desanimadora que os produtores decidiram cancelar sua chegada aos cinemas, indo diretamente para o mercado de vídeo. Curiosamente a franquia não iria morrer por aqui. O universo de "Tropas Estelares" seria ainda aproveitada no universo das animações digitais algum tempo depois.

Tropas Estelares 2 (Starship Troopers 2: Hero of the Federation, Estados Unidos, 2004) Direção: Phil Tippett / Roteiro: Edward Neumeier / Elenco: Billy Brown, Richard Burgi, Kelly Carlson / Sinopse: No meio de uma guerra que parece nunca ter fim,  um grupo de soldados se refugia em um posto avançado abandonado após lutar contra insetos alienígenas, sem perceber que o pior ainda está por vir.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 7 de julho de 2021

Água Negra

Tive a oportunidade de assistir a esse filme no cinema. Duas lembranças ficaram bem nítidas em minha mente. A primeira, mais óbvia, é a do mofo preto na parede do apartamento da protagonista. A segunda, bem realista, veio das imagens das partes menos turísticas de Nova Iorque, com seus portos cheirando mal, navios enferrujados e um clima de decadência moral e econômica daqueles lugares sujos. Pontos da cidade onde os turistas certamente jamais vão visitar. A coisa toda cheirava mal, era mofada e apodrecia as paredes do pequeno e acanhado apartamento que a protagonista alugava no começo do filme. Uma jovem mulher (interpretada com garra por Jennifer Connelly), sem muitos recursos, vivendo de seu modesto salário que não dava para pagar por algo melhor. Pior era levar sua filhinha para morar em um lugar daqueles.

Esse filme me surpreendeu de forma positiva em vários aspectos. É tecnicamente um filme de terror, mas não vá esperando por sustos fáceis, cenas baseadas em clichês idiotas. O roteiro é um primor do conhecido (e reconhecido) terror psicológico. As coisas são bem sutis, as sombras muitas vezes assustam mais do que toneladas de efeitos digitais. E o elenco está ótimo. O cineasta brasileiro Walter Salles foi um maestro e tanto para dirigir essas atrizes brilharem, interpretando mãe e filha. "Dark Water" é um daqueles filmes que ficam em sua mente por muito tempo.  É o terror que nasce da vida cotidiana insuportável que certas pessoas vivem em seu dia a dia.

Água Negra (Dark Water, Estados Unidos, 2005) Direção: Walter Salles / Roteiro: Hideo Nakata, Rafael Yglesias / Elenco: Jennifer Connelly, John C. Reilly, Tim Roth, Dougray Scott / Sinopse: Mãe e filha vão morar em um apartamento velho e mofado de Nova Iorque. A vida é dura, a mãe precisa não apenas garantir a sobrevivência das duas, como também lutar com o ex-companheiro na justiça pela guarda de sua única filha. E dentro daquele apartamento úmido e escuro começam a surgir eventos sobrenaturais.

Pablo Aluísio.