segunda-feira, 26 de abril de 2021

Oscar 2021

Particularmente gostei bastante dessa cerimônia do Oscar. A pandemia mudou várias coisas e devo dizer que para melhor. Ao invés de todo aquele exagero (e breguice) dos anos anteriores, ontem tudo transcorreu de maneira bem mais simples, elegante, com sobriedade. O cineasta Steven Soderbergh dirigiu o show e acertou muito. Ao invés um palco imenso, optou-se por um palco pequeno, quase um tablado. Apenas os profissionais que concorriam ao Oscar (com no máximo dois acompanhantes) ocuparam as mesas. O interessante de tudo é que esse estilo, com mesas separadas, abajures elegantes e tudo mais, foi claramente inspirado na primeira noite do Oscar, em 1929 Na ocasião a entrega dos prêmios foi anunciada como um "jantar dançante".

Igualmente gostei da lista dos premiados. Não houve injustiças históricas e nem bobagens. Só ganhou quem realmente merecia ganhar. "Nomadland" foi o grande vencedor da noite. Foi premiado como melhor filme, melhor atriz (Frances McDormand, em excelente atuação) e melhor direção (para a mais do que talentosa Chloé Zhao). Todos os prêmios mais do que merecidos, em todos os aspectos. O filme é realmente muito bom, mostrando o lado mais sofrido dos Estados Unidos, com a pobreza, a falta de esperança e a adoção de uma vida nômade como meio de sobrevivência.

Anthony Hopkins venceu o Oscar de melhor ator pelo filme "Meu Pai". Eu torcia por ele, não vou negar. Quando escrevi sobre o filme disse que ele merecia o prêmio, era a melhor atuação do ano e uma das mais primorosas de toda a sua carreira. Também se tornou o ator mais velho a ser premiado, com 83 anos de idade. Não chegou a assistir à cerimônia, segundo seu agente. Quando seu nome foi anunciado, o bom e velho Hopkins estava dormindo em sua casa. Só veio a saber de seu prêmio hoje pela manhã. Ele já conquistou tudo na carreira, não precisa mais fazer média com ninguém (aliás nunca precisou!).

Youn Yuh-jung, também na terceira idade, venceu o Oscar de melhor atriz coadjuvante pelo seu papel de vovó fora dos padrões no drama coreano "Minari". De fato ela é alma desse filme sobre uma família de imigrantes coreanos tentando vencer na vida nos Estados Unidos. Daniel Kaluuya venceu o Oscar de melhor ator coadjuvante por sua atuação visceral no filme sobre os panteras negras, "Judas e o messias negro". Filmão politicamente consciente. "Druk - Mais uma rodada" o filme da Dinamarca que resenhei há poucos dias aqui no blog venceu na categoria de Melhor filme internacional. Quem diria... o diretor fez um longo discurso, logo no começa da cerimônia, o que assustou os produtores da festa pois se todo mundo seguisse seu exemplo o Oscar iria estourar seu tempo determinado pelo roteiro.

"Bela vingança", filme que anda muito elogiado, não saiu de mãos vazias. Levou o prestigiado Oscar de melhor roteiro original. O Oscar de melhor roteiro adaptado foi para "Meu pai". Ambas as premiações foram certeiras. Nada a criticar. A animação "Soul" levou dois prêmios, a de melhor trilha sonora e a de melhor animação. Justo demais. O estranho "Tenet" levou o Oscar de melhores efeitos especiais. De roteiro é que ele não iria levar de jeito nenhum pois foi um dos roteiros mais confusos dos últimos tempos. Por fim o tão badalado "Mank" que liderava em número de indicações ficou apenas no meio do caminho. Foi premiado em melhor direção de fotografia e melhor design de produção (direção de arte). A Netflix esperava por muito mais. Então é isso, um Oscar diferente, sóbrio, justo e bem realizado. Gostei de maneira em geral. 

 

Oscar 2021 - Lista de Indicados - Em negrito os VENCEDORES:

Melhor filme

    "Meu pai"
    '"Judas e o messias negro"
    "Mank"
    "Minari"
    "Nomadland"
    "Bela vingança"
    "O som do silêncio"
    "Os 7 de Chicago"

Melhor atriz

    Viola Davis - "A voz suprema do blues"
    Andra Day - "Estados Unidos Vs Billie Holiday"
    Vanessa Kirby - "Pieces of a woman"
    Frances McDormand - "Nomadland"
    Carey Mulligan - "Bela vingança"

Melhor ator

    Riz Ahmed - "O som do silêncio"
    Chadwick Boseman - "A voz suprema do blues"
    Anthony Hopkins - "Meu pai"
    Gary Oldman - "Mank"
    Steve Yeun - "Minari"

Melhor direção

    Thomas Vinterberg - "Druk - Mais uma rodada"
    David Fincher - "Mank"
    Lee Isaac Chung - "Minari"
    Chloé Zhao - "Nomadland"
    Emerald Fennell - "Bela vingança"

Melhor atriz coadjuvante

    Maria Bakalova - "Borat: fita de cinema seguinte"
    Glenn Close - "Era uma vez um sonho"
    Olivia Colman - "Meu pai"
    Amanda Seyfried - "Mank"
    Youn Yuh-jung - "Minari"

Melhor ator coadjuvante

    Sacha Baron Cohen - "Os 7 de Chicago"
    Daniel Kaluuya - "Judas e o messias negro"
    Leslie Odom Jr. - "Uma noite em Miami"
    Paul Raci - "O som do silêncio"
    Lakeith Stanfield - "Judas e o messias negro"

Melhor filme internacional

    "Druk - Mais uma rodada" (Dinamarca)
    "Shaonian de ni" (Hong Kong)
    "Collective" (Romênia)
    "O homem que vendeu sua pele" (Tunísia)
    "Quo vadis, Aida?" (Bósnia e Herzegovina)

Melhor roteiro adaptado

    "Borat: fita de cinema seguinte"
    "Meu pai"
    "Nomadland"
    "Uma noite em Miami"
    "O tigre branco"

Melhor roteiro original

    "Judas e o Messias negro"
    "Minari"
    "Bela vingança"
    "O som do silêncio"
    "Os 7 de Chicago"

Melhor figurino

    "Emma"
    "A voz suprema do blues"
    "Mank"
    "Mulan"
    "Pinóquio"

Melhor trilha sonora

    "Destacamento blood"
    "Mank"
    "Minari"
    "Relatos do mundo"
    "Soul"

Melhor animação

    "Dois irmãos: Uma jornada fantástica"
    "A caminho da lua"
    "Shaun, o Carneiro: O Filme - A fazenda contra-ataca"
    "Soul"
    "Wolfwalkers"

Melhor curta de animação

    "Burrow"
    "Genius Loci"
    "If anything happens I love you"
    "Opera"
    "Yes people"

Melhor curta-metragem em live action

    "Feeling through"
    "The letter room'"
    "The present"
    '"wo distant strangers"
    "White Eye"

Melhor documentário

    "Collective"
    "Crip camp"
    "The mole agent"
    "My octopus teacher"
    "Time"

Melhor documentário de curta-metragem

    "Collete"
    "A concerto is a conversation"
    "Do not split"
    "Hunger ward"
    "A love song for Natasha"

Melhor som

    "Greyhound: Na mira do inimigo"
    "Mank"
    "Relatos do mundo"
    "Soul"
    "O som do silêncio"

Canção original

    "Fight for you" - "Judas e o messias negro"
    "Hear my voice" - "Os 7 de Chicago"
    "Husa'vik" - "Festival Eurovision da Canção: A saga de Sigrit e Lars"
    "Io sì" - "Rosa e Momo"
    "Speak now" - "Uma noite em Miami"

Maquiagem e cabelo

    "Emma"
    "Era uma vez um sonho"
    "A voz suprema do blues"
    "Mank"
    "Pinóquio"

Efeitos visuais

    "Problemas monstruosos"
    "O céu da meia-noite"
    "Mulan"
    "O grande Ivan"
    "Tenet"

Melhor fotografia

    "Judas e o messias negro"
    "Mank"
    "Relatos do mundo"
    "Nomadland"
    "Os 7 de Chicago"

Melhor edição

    "Meu pai"
    "Nomadland"
    "Bela vingança"
    "O som do silêncio"
    "Os 7 de Chicago"

Melhor design de produção

    "Meu pai"
    "A voz suprema do blues"
    "Mank"
    "Relatos do mundo"
    "Tenet"

Pablo Aluísio.

Um Estranho Casal

Após o fim de seu casamento de longos anos Felix Ungar (Jack Lemmon) está disposto a acabar com sua própria vida. Ele aluga um quarto barato de um hotel no nono andar para se jogar de lá. Na última hora a janela emperra e ele tem que cancelar seus planos suicidas. Assim resolve ir até a casa de seu amigo Oscar Madison (Walter Matthau), onde encontra todos os seus velhos amigos jogando poker. Arrasado, compartilha de seu drama pessoal. Tentando ser solidário Oscar sugere que Felix fique em seu apartamento até que as coisas melhorem, uma sugestão da qual irá se arrepender muito depois!

O melhor filme com a dupla Lemmon / Matthau. Escrito pelo ótimo Neil Simon o enredo é uma comédia de costumes das mais bem boladas. Assim que Felix (Lemmon) se muda para o apartamento de Oscar (Matthau) sua vida vira um inferno. Oscar é um divorciado beberrão, que adora passar as noites jogando com seus amigos. Seu lar mais parece uma lata de lixo com pedaços de comida pelo chão, roupas espalhadas e caos completo. Já Felix é um obcecado por limpeza e ordem (uma das razões que levaram seu casamento ao fim).

O choque dessas duas personalidades tão diferentes convivendo em um mesmo espaço acaba sendo o mote das principais situações engraçadas de todo o filme. Neil Simon usou o texto para criticar de forma muito bem humorada o próprio casamento tradicional como um todo, mas ao invés de usar um casal comum formado por marido e esposa, colocou dois amigos divorciados para viverem juntos, compartilhando das mesmas situações! O resultado é hilário, com excelentes diálogos e ótimas interpretações da dupla central (em especial Walter Matthau que deita e rola com seu tipo habitual, a do sujeito bonachão, que não está nem aí para nada). Juntos os atores fizeram vários filmes mas nenhum melhor do que esse aqui, que afinal de contas tem um roteiro primoroso com a assinatura de Neil Simon. Diversão garantida.

Um Estranho Casal (The Odd Couple, Estados Unidos, 1968) Estúdio: Paramount Pictures / Direção: Gene Saks / Roteiro: Neil Simon / Elenco: Jack Lemmon, Walter Matthau, John Fiedler / Sinopse: Dois amigos acabam indo morar juntos e sem querer desenvolvem cacoetes de um casal normal, como se fosse marido e mulher! Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Roteiro e Melhor Edição. Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme (comédia ou musical) e Melhor ator (Walter Matthau e Jack Lemmon).

Pablo Aluísio.

domingo, 25 de abril de 2021

Nomadland

O filme conta a história de Fern (Frances McDormand). Ela perdeu o marido, que morreu de câncer. Sem filhos e sem emprego, teve que sair de casa por não conseguir pagar o aluguel. O único bem de valor que lhe sobrou foi sua van. Sem ter onde morar passou a morar dentro do carro. Viajando sempre pelo país, ela procura sobreviver com empregos temporários, bicos e alguma ajuda que encontra pelas estradas. Também passa a conhecer outras pessoas que estão na mesma situação. Pessoas mais velhas que o mercado de trabalho não quer. Desempregados errantes em busca de alguma esperança.

O filme "Nomadland" mostra o outro lado dos Estados Unidos. O lado dos pobres, dos excluídos, dos que não tem casa, nem endereço fixo. A crise econômica criou toda uma geração de pessoas que vivem como nômades, morando em seus carros, procurando por algum tipo de trabalho que conseguem encontrar. São professores, profissionais, pessoas inteligentes, mas que foram cuspidas fora pelo sistema capitalista. Alguns, mais velhos e sem família, vão vivendo um dia de cada vez. Não é uma vida fácil, mas é o que lhes sobrou em uma vida dura, cheia de privações.

O mais interessante é que existem apenas três atores profissionais em cena. O restante do elenco é formado por pessoas reais que vivem nessa situação, são verdadeiros nômades modernos. Vivem pelas estradas, em busca de alguma oportunidade. A atriz Frances McDormand interage com todos esses excluídos do sistema, muitas vezes sem script, apenas na base da conversação comum, na improvisação. O resultado ficou excelente. O espectador nem se dá conta do estilo do filme, que pode ser encarado também como sendo quase um documentário. Enfim, excelente filme, mostrando a pior face do capitalismo selvagem dos Estados Unidos e sua exclusão social.

Nomadland (Estados Unidos, 2020) Direção: Chloé Zhao / Roteiro: Jessica Bruder, Chloé Zhao / Elenco: Frances McDormand, David Strathairn, Linda May, Angela Reyes, / Sinopse: O filme mostra a vida de uma nômade moderna, que vive pelas estradas dos Estados Unidos, morando em seu próprio carro, sempre em busca de algum trabalho para sobreviver. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor filme, melhor atriz (Frances McDormand), melhor direção, melhor roteiro adaptado, melhor edição e melhor direção de fotografia (Joshua James Richards). Filme vencedor do Globo de Ouro nas categorias de melhor filme - Drama e melhor direção (Chloé Zhao).

Pablo Aluísio.

Fama

Título no Brasil: Fama
Título Original: Fame
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Alan Parker
Roteiro: Christopher Gore
Elenco: Eddie Barth, Irene Cara, Lee Curreri, Laura Dean, Antonia Franceschi, Boyd Gaines

Sinopse:
Uma crônica da vida de vários adolescentes que frequentam uma escola de segundo grau em Nova York para alunos talentosos nas artes cênicas e dança, sempre a dança, como forma de expressão de todos eles. Filme vencedor do Oscar na categoria de melhor música original.

Comentários:
Muitos acreditam que o primeiro grande musical dos anos 80 foi "Flashdance". O pioneiro, o primeiro de uma linha de musicais de sucesso. Essa opinião está errada. O primeiro grande musical dos anos 80 foi "Fama", um excelente filme dirigido por Alan Parker, que não canso de dizer sempre foi um dos meus diretores preferidos. Parker, genial como ele era, resolveu inovar bastante nesse filme. Ora, se o roteiro contava a história de um grupo de jovens em busca do sucesso e da fama no meio artístico, nada melhor do que contratar para atuar no filme esses mesmos jovens que viviam isso em suas vidas reais. Pois é, praticamente todo o elenco foi escolhido em escolas de dança e academias de Nova Iorque. Uma moçada jovem, alguns em seu primeiro filme no cinema. O resultado não se mostrou apenas verdadeiro como cheio de alma. E, para encerrar, não poderia deixar de citar a trilha sonora com pelo menos três grandes sucessos, big hits mesmo. Quem viveu aquela época lembrará imediatamente nos primeiros acordes. A nostalgia dos anos 80 certamente vai bater forte ao ouvir esses sucessos.

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de abril de 2021

O Resgate do Titanic

Título no Brasil: O Resgate do Titanic
Título Original: Raise the Titanic
Ano de Produção: 1980
País: Inglaterra
Estúdio: ITC Films
Direção: Jerry Jameson
Roteiro: Adam Kennedy, Eric Hughes
Elenco: Jason Robards, Alec Guinness, Richard Jordan, David Selby, Anne Archer, Bo Brundin

Sinopse:
Um grupo de pesquisadores se une a uma equipe especializada em mergulho em águas profundas para tentar localizar o Titanic, afundando em abril de 1912 após colidir com um iceberg no Atlântico Norte. A missão, considerada pioneira, começa então a enfrentar inúmeras dificuldades.

Comentários:
Então você pensava que o filme de James Cameron havia sido o primeiro a tratar esse tema? Melhor repensar seus conceitos cinéfilos, meu caro. Esse filme do começo dos anos 80 já trazia todos os elementos que Cameron depois iria utilizar novamente em seu blockbuster de 200 milhões de dólares. Revendo esse "O Resgate do Titanic", filme inglês muito bom, fiquei com a clara sensação de que o diretor James Cameron não apenas assistiu a essa produção, como também, na cara de pau, roubou vários elementos de seu roteiro. Algo que beira o plágio mesmo. Claro que no começo dos anos 80 não havia ainda a tecnologia necessária para se fazer um filme tão grandioso como "Titanic", mas os elementos, a ideia central, já era essa mesma vista nesse filme. Com um bom elenco em cena, com destaque para Sir Alec Guinness, esse filme merece ser redescoberto não apenas pelos cinéfilos, como também pelos que se interessam pelo tema envolvendo esse colosso dos mares que foi a pique após bater em uma gigantesca pedra de gelo nos mares gelados do norte. O TItanic era, segundo seu próprio construtor, um "navio que nem Deus poderia afundar". Deu no que deu.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 23 de abril de 2021

Druk - Mais Uma Rodada

Título no Brasil: Druk - Mais Uma Rodada
Título Original: Druk, Another Round (EUA)
Ano de Produção: 2020
País: Dinamarca
Estúdio: Zentropa Entertainments
Direção: Thomas Vinterberg
Roteiro: Thomas Vinterberg, Tobias Lindholm
Elenco: Mads Mikkelsen, Thomas Bo Larsen, Magnus Millang, Lars Ranthe, Maria Bonnevie, Susse Wold

Sinopse:
Tanto a vida pessoal como a vida profissional vão mal para o professor de ensino médio Martin (Mads Mikkelsen). Os pais de alunos até mesmo andaram reclamando de seu trabalho na escola. Ao lado de amigos Martin decide beber antes da aulas, para melhorar seu desempenho, algo que definitivamente não dará muito certo.

Comentários:
Mais um bom exemplo do cinema escandinavo. O filme é estrelado pelo ator Mads Mikkelsen, um nome internacional, muito conhecido do público americano. Ele interpreta esse professor que é considerado um chato insuportável por seus próprios alunos. Durante um jantar com amigos ele descobre que existe uma pesquisa que afirma que o corpo humano tem uma defasagem de álcool em seu organismo. Assim uma dose ou duas por dia ajudaria melhor na conversação, no humor, etc. Então Martin decide beber todos os dias antes de dar aula. O que começa como algo inofensivo logo desanda. Seus amigos, também professores, embarcam nessa teoria maluca e começam a encher a cara. Não é complicado imaginar os problemas que vão surgir daí. Filme bom, que apesar do tema consegue ser até leve e divertido, embora também tenha seus momentos de drama. Só achei estranha a mensagem um tanto dúbia desse roteiro. Ao mesmo tempo que tenta demonstrar que a bebida pode trazer problemas na vida dos personagens, há algo ali que também corrobora a tese de que alguns drinks antes do trabalho também podem ajudar bastante.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 22 de abril de 2021

O Nimitz Volta ao Inferno

Título no Brasil: O Nimitz Volta ao Inferno
Título Original: The Final Countdown
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: Bryna Productions
Direção: Don Taylor
Roteiro: Thomas Hunter, Peter Powell
Elenco: Kirk Douglas, Martin Sheen, Katharine Ross, James Farentino, Ron O'Neal, Charles Durning

Sinopse:
Rompendo as barreiras que separam o tempo e o espaço, o USS Nimitz, Um porta-aviões moderno da Marinha dos Estados Unidos é lançado no tempo até 1941, perto do Havaí, poucas horas antes do ataque japonês a Pearl Harbor.

Comentários:
Muita gente ficou surpresa com esse filme em seu lançamento original nos cinemas, no começo da década de 1980. Isso porque o público em geral pensava que iria assistir a um filme de guerra convencional. Afinal era estrelado pelo veterano Kirk Douglas. A história se passava em um porta-aviões da US Navy. Porém na realidade não era disso que o filme tratava. Era uma ficção, muito fora dos padrões da época, envolvendo viagem no tempo, noções de física quântica e tudo o mais que ninguém tinha a menor ideia em ver nesse tipo de filme. E assim esse estranho "O Nimitz Volta ao Inferno" virou uma peça rara dentro do cinema americano. Claro que os antigos fãs de Kirk Douglas não gostaram da proposta do filme. Porém os mais jovens curtiram, livrando o filme de se tornar um fracasso de bilheteria. Embora não tenha sido sucesso, se pagou e gerou um pequeno lucro para o estúdio. E, apesar de tudo, não podemos deixar de reconhecer a coragem de Kirk Douglas. Naquela fase da carreira ele teve ousadia em atuar aqui. Mostrou que não tinha receios de inovar, procurar por novos rumos em sua filmografia.

Pablo Aluísio.

A Última Missão

Título no Brasil: A Última Missão
Título Original: The Last Detail
Ano de Produção: 1973
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Hal Ashby
Roteiro: Robert Towne, Darryl Ponicsan
Elenco: Jack Nicholson, Randy Quaid, Otis Young, Clifton James, Carol Kane, Michael Moriarty

Sinopse:
Dois marujos da Marinha são obrigados a trazer um jovem infrator para a prisão, mas decidem mostrar-lhe uma última boa oportunidade ao longo do caminho. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor ator (Jack Nicholson), melhor ator coadjuvante (Randy Quaid) e melhor roteiro adaptado (Robert Towne).

Comentários:
Apesar de ter sido indicado em três categorias ao Oscar, esse filme segue sendo pouco conhecido, até mesmo pelos fãs do trabalho de Jack Nicholson. Foi um de seus primeiros sucessos na carreira, em um ponto de sua vida que ele ainda não era um dos grandes nomes de Hollywood. O filme tem uma linha de bom humor, mas não pode ser considerado uma comédia. Essa premissa de jovens marujos e irresponsáveis desfrutando de uma Nova Iorque deslumbrante já havia sido usada pelo cinema antes. A maior referência vem de um velho filme com Frank Sinatra e Gene Kelly chamado "Um Dia em Nova Iorque". Só que esse clássico era um musical, cheio de canções e danças e esse filme dos anos 70 com Jack Nicholson era puro deboche e cinismo. Tempos diferentes, épocas diversas, exigindo mesmo novas abordagens. De qualquer maneira esse "A Última Missão" não deixa de ser mais uma amostra do grande talento do bom e velho Jack Nicholson.

Pablo Aluísio.