terça-feira, 23 de março de 2021

Sangue Sobre a Neve

Um filme clássico com temática bem diferente, diria até que extremamente exótico. Assim poderia definir esse "Sangue Sobre a Neve". Qual é a história contada no filme? Em uma parte do mundo gelado, no Ártico, vive Inuk (Anthony Quinn). Ele é um nativo selvagem que vive nos confins do Polo Norte congelado e inóspito, um esquimó com pouco contato com a civilização das cidades. Com jeito rude e direto, ele acaba sendo ofendido por um padre e sem medir as consequências de seus atos comete um assassinato. Perseguido pela polícia, ele se aventura pelas regiões mais isoladas em busca de refúgio. Escapará das leis do chamado homem civilizado?

Esse é um filme curioso sobre esquimós, com Anthony Quinn, Peter O Toole e direção de Nicholas Ray. O roteiro foca nos costumes dos nativos das regiões mais geladas do planeta e o choque que pode existir entre a cultura deles e as leis do homem dito civilizado. O roteiro do filme se apoia bastante naquela visão do "bom selvagem", algo que está bem claro até mesmo no nome original da produção, "The Savage Innocents", algo como os inocentes selvagens. É a velha teoria de que o homem nasce bom e puro até ser corrompido pela civilização dita avançada. Muitos obviamente não comprarão a ideia por trás de tudo, mas a intenção de expor esse tipo de visão não deixa de ser válida.

Em termos puramente cinematográficos vale o elogio para a boa atuação de Anthony Quinn pois o papel lhe caiu muito bem. Seu biotipo inclusive é perfeito para o personagem. Curiosamente há poucos diálogos em praticamente todo o filme e Quinn precisa utilizar bastante de uma atuação mais física do que verbal, algo em que se sai muito bem. Bem fotografado, com cenas de estúdio, intercaladas com cenas externas de locação, no norte do Canadá, terra gelada e sem fim, o filme é bem interessante, principalmente para estudantes de sociologia e ciências sociais em geral. É o que costumo chamar de "filme tese" que defende uma ideia por trás de tudo. Mesmo assim quem estiver em busca apenas de uma boa aventura clássica também não vai se decepcionar.

Sangue Sobre a Neve (The Savage Innocents, Estados Unidos, 1960) Estúdio: Paramount Pictures / Direção: Nicholas Ray / Roteiro: Hans Ruesch, Franco Solinas / Elenco: Anthony Quinn, Peter O'Toole, Yoko Tani, Carlo Giustini / Sinopse: O filme retrata a vida de um esquimó selvagem que mora no Polo Norte do planeta, em uma parte da Terra onde tudo parece inóspito e congelado. Após se envolver em um crime ele passa a ser perseguido por pessoas que querem levá-lo a um julgamento de acordo com as leis do homem civilizado. Filme indicado à Palma de Ouro no Cannes Film Festival.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 22 de março de 2021

Um Homem Chamado Cavalo

Clássico filme de faroeste dos anos 70. Muito popular no Brasil. E que história esse filme nos conta? John Morgan (Richard Harris) é um nobre inglês que entediado com a vida de riqueza e luxo que leva na Inglaterra, resolve viajar até o oeste americano em busca de aves exóticas para caçar. Numa dessas suas excursões por regiões remotas ele e seu pequeno grupo de apoio acabam sendo atacados por guerreiros nativos que, após assassinar seus assistentes, o leva cativo para sua tribo. Lá será tratado como um mero animal, um cavalo, sem direitos e com muitos deveres, como trabalhar duro e sofrer punições sempre que desobedecer as ordens impostas. Assim tudo que ele planeja e pensa é de uma forma de escapar de seus algozes, mas conforme o tempo passa ele aos poucos começa a se inserir dentro daquela comunidade nativa, revelando um lado completamente desconhecidos dos índios que o mantém como prisioneiro.

Muito citado, muito lembrado pelos fãs de Western, "A Man Called Horse" realmente é um grande filme. Não apenas por sua proposta ousada e diferente, mostrando em primeiro plano a vida dos nativos americanos, mas também pelo roteiro que consegue ser ao mesmo tempo muito instrutivo e realista. Filmes sobre índios americanos geralmente sofrem por abraçarem certas ideias impregnadas de ideologias e preconceitos seculares contra eles. Por exemplo, ou os indígenas eram retratados usando daquela visão simplória e romântica do "bom selvagem de coração puro" ou então se explorava o lado oposto, quando eram mostrados como selvagens sanguinários e cruéis. "Um Homem Chamado Cavalo" não adota nenhuma dessas posturas isoladamente. Certamente os índios mostrados aqui são violentos, torturadores e sádicos, mas também possuem grandes valores de honra e proteção para com seus familiares, sua cultura, sua nação. Uma etnia que tenta sobreviver aos novos tempos.

O personagem interpretado por Richard Harris é um exemplo por demais interessante de um homem civilizado colocado em choque cultural com aquele modo de vida primitivo. O interessante é que ao final ele descobre que há muito mais a se desvendar no seio daquele povo, algo bem diverso do que ele pensava dentro de sua mentalidade dita civilizada, do homem europeu. O filme até hoje chama a atenção por cenas realmente marcantes como o momento em que John Morgan (Richard Harris) é alçado pela própria pele em um brutal ritual para provar sua bravura, ou nas diversas situações aflitivas quando é tratado apenas como um animal, sendo que na visão do homem branco europeu o nativo americano é que se assemelhava a um animal selvagem, solto nas pradarias do oeste. Em suma, grande momento do cinema americano que até hoje é relembrado com respeito e admiração. Nada mais justo em vista da extrema qualidade apresentada pela película.

Um Homem Chamado Cavalo (A Man Called Horse, Estados Unidos, 1970) Estúdio: Paramount Pictures, Columbia Pictures / Direção: Elliot Silverstein / Roteiro: Jack DeWitt, Dorothy M. Johnson / Elenco: Richard Harris, Judith Anderson, Jean Gascon, Manu Tupou, Corinna Tsopei / Sinopse: Nativos do oeste dos Estados Unidos capturam um nobre inglês que passava por suas terras em uma expedição de exploração da natureza selvagem. Uma vez nas mãos dos índios, ele passa a ser tratado como um mero animal, um cavalo da tribo. Filme premiado pelo festival de cinema Western Heritage Award. Também indicado ao Laurel Awards.

Pablo Aluísio.

O Retorno do Homem Chamado Cavalo

O sucesso do primeiro filme fez com que a United Artists providenciasse uma sequência, seis anos depois do lançamento do filme original. Era de esperar pois o anterior tinha se tornado um dos filmes mais lucrativos do estúdio. Então foi produzido esse segundo filme intitulado "O Retorno do Homem Chamado Cavalo". Qual era a história dessa continuação? Após voltar para a Inglaterra, John Morgan (Richard Harris) começa a sentir falta do oeste americano, onde viveu grandes experiências de vida. Assim após pouco tempo decide retornar para o meio da nação Sioux, mas uma vez chegando lá percebe que tudo está praticamente destruído. A perseguição do homem branco arruinou o estilo de vida dos nativos locais, suas tribos, suas tradições, seus costumes, seu legado. Tomado por um grande sentimento de justiça ele resolve se vingar dos assassinos daquele povo.

Também conhecido como "A Vingança do Homem Chamado Cavalo" essa continuação de "Um Homem Chamado Cavalo" foi rodado a toque de caixa por causa do sucesso inesperado do primeiro filme. Essa produção está inserida naquilo que depois começou a ser conhecido como "western revisionista", ou seja, filmes de faroeste que procuravam por uma nova abordagem histórica. Se nos antigos filmes havia a luta entre colonizadores e nações nativas, sendo geralmente retratados os índios como os vilões, aqui o foco muda de lado. Procura-se mostrar também o lado dos Sioux, tribo guerreira que foi sendo dizimada pela cavalaria americana.

Ao invés de mostrá-los apenas como bestas selvagens assassinas, aqui o personagem de Richard Harris tenta mostrar ao espectador os costumes e as tradições daqueles povos, colocando em relevo a matança genocida que foi feita pelos soldados americanos durante a história da colonização do velho oeste. Além desse cunho social o filme também investe em muitas cenas de ação e batalhas. Richard Harris é certamente o coração desses filmes. Um ator que realmente se entregava de corpo e alma para os papéis que desempenhava. Assim como aconteceu no primeiro filme, nesse aqui ele literalmente rouba o filme para si. Aliás essa saga "A Man Called Horse" jamais sequer se justificaria sem seu grande trabalho de atuação.

O Retorno do Homem Chamado Cavalo (The Return of a Man Called Horse, Estados Unidos, 1976) Estúdio: United Artists / Direção: Irvin Kershner / Roteiro: Jack DeWitt, Dorothy M. Johnson / Elenco: Richard Harris, Gale Sondergaard, Geoffrey Lewis / Sinopse: Cinco anos após os acontecimentos do primeiro filme, o Lord inglês John Morgan (Richard Harris) decide que é hora de superar os traumas do que viveu no oeste dos Estados Unidos. Ele então pega o primeiro navio e retorna para a mesma região onde foi aprisionado por nativos. E lá descobre que a situação está ainda mais séria do que quando deixou aquele lugar no passado. Filme dirigido por Irvin Kershner, o mesmo diretor de "O Império Contra-Ataca" e "007 - Nunca Mais Outra Vez".

Pablo Aluísio.

domingo, 21 de março de 2021

Cidadão Kane

Esse clássico do cinema é até hoje considerado por muitos críticos de cinema como o melhor filme já realizado na história. Um título que poucos filmes conseguiram sustentar por décadas e décadas. O interessante é que o filme acabou sendo ao mesmo tempo a obra-prima de Orson Welles e também sua maior desgraça profissional. O roteiro, brilhantemente escrito por Herman J. Mankiewicz, era na verdade uma versão nada lisonjeira da vida do magnata das comunicações William Randolph Hearst, que ficou indignado quando soube da existência do filme. Ele então usou de todo o seu poder e dinheiro para destruir o filme de Orson Welles. Dono de centenas de jornais ao redor dos Estados Unidos, ele colocou seus jornalistas numa ampla campanha de destruição do filme. Também pressionou pessoalmente para que donos de cinemas não exibissem "Cidadão Kane". A campanha surtiu efeitos. O filme não conseguiu fazer sucesso de bilheteria, sequer conseguindo recuperar seus custos. A consagração só viria mesmo muitos anos depois quando o filme foi redescoberto por estudiosos da sétima arte. Inovador em vários aspectos, seu reconhecimento, ainda que tardio, veio para consagrar a genialidade de seus realizadores.

"Cidadão Kane" é uma experiência única dentro da historia do cinema, com ótimas e inovadoras tomadas de cena, ângulos inusitados e todos os tipos de experimentação imaginada. Não havia nada parecido assim na década de 1940. Consagrado para sempre como o ápice da vida de Orson Welles também se concretizou em sua ruína pessoal. Dito como maldito pelos grandes estúdios de Hollywood, ele viu sua carreira praticamente ser destruída. De qualquer forma, mesmo com todas as adversidades, boicotes e artimanhas que foram feitas contra o filme, o fato é que no final de tudo a arte venceu. A sétima arte venceu.

Cidadão Kane (Citizen Kane, Estados Unidos, 1941) Direção: Orson Welles / Roteiro: Herman J. Mankiewicz, Orson Welles / Elenco: Orson Welles, Joseph Cotten, Dorothy Comingore, Agnes Moorehead, Ruth Warrick  / Sinopse: Após a morte do magnata editorial Charles Foster Kane (Orson Welles), jornalistas audaciosos lutam para descobrir o significado de sua declaração final; 'Rosebud'. Filme vencedor do Oscar na categoria de melhor roteiro original. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor filme, melhor ator (Orson Welles), melhor direção (Orson Welles), melhor direção de fotografia (Gregg Toland), melhor direção de arte, melhor som, edição e música (Bernard Herrmann).

Pablo Aluísio.

O Vento e o Leão

Título no Brasil: O Vento e o Leão
Título Original: The Wind and the Lion
Ano de Produção: 1975
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures, Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: John Milius
Roteiro: John Milius
Elenco: Sean Connery, Candice Bergen, Brian Keith, John Huston, Geoffrey Lewis, Steve Kanaly

Sinopse:
Um chefe árabe tribal desencadeia um incidente internacional ao sequestrar uma viúva americana e seus filhos no meio das areias de um deserto sem fim. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor trilha sonora incidental (Jerry Goldsmith) e melhor som (Harry W. Tetrick). Também indicado ao BAFTA Awards e ao Grammu Awards na categoria de melhor trilha sonora original.

Comentários:
Os tempos de glória da juventude desse ótimo elenco já tinha passado, segundo a crítica da época do lançamento dessa película, mas isso não significava que eles iriam abraçar filmes ou projetos medíocres. Assim, mesmo já um tanto envelhecidos, Sean Connery e Candice Bergen aceitaram o convite para atuar nesse texto clássico. E apesar de seu tom nitidamente teatral, o que temos aqui é sem dúvida, grande cinema. Perceba como o entrosamento desses veteranos é perfeito em cena. Nada mais natural para dois profissionais de longa experiência, tanto no mundo do cinema, como do teatro. Eu acredito inclusive que o texto ganhou ainda mais força quando declamado por esses dois grandes nomes. Fruto de uma fase mais madura da atriz Candice Bergen, esse filme soa como um testemunho inigualável de seu grande talento. Palmas para essa grande dama da atuação. E o que dizer do grande Sean Connery? Assim como os vinhos ele só iria melhorar com o passar dos anos. E iria soterrar de vez aquela opinião de que ele havia sido apenas um excelente James Bond.

Pablo Aluísio.

sábado, 20 de março de 2021

Judas e o Messias Negro

Esse filme está bem cotado ao Oscar nesse ano, concorrendo em diversas categorias. A história é baseada em fatos reais acontecidos no final da década de 1960. Naquela época o grupo Panteras Negras começava a chamar a atenção do FBI porque alguns de seus líderes começaram a pregar ideais revolucionários, inclusive com sugestão de luta armada. Dentro do discurso também havia claros elementos socialistas, o que naquele período histórico conturbado era visto com extrema cautela pelo governo americano, afinal não podemos esquecer que aqueles eram tempos de guerra fria entre Estados Unidos e União Soviética.

E entre os líderes dos Panteras Negras começou a se destacar um jovem chamado Fred Hampton (Daniel Kaluuya). Com apenas vinte e poucos anos ele inflamava as multidões que chegavam para ouvir seus discursos. Com receios que ele se tornasse um novo Malcolm X, o FBI resolveu infiltrar um informante dentro dos Panteras Negras, um sujeito chamado Bill O'Neal (LaKeith Stanfield). Ele tinha histórico de roubo de carros, com passagem pela polícia. O mais curioso é que ele também fingia ser um agente do FBI, o que era claramente uma mentira e um crime. O agente Roy Mitchell (Jesse Plemons) passaria então a coordenar esse esquema de infiltração dentro do grupo. E assim o roteiro se desenvolve, sempre com O'Neal passando diversas informações dos Panteras Negras para o FBI, agindo como se diz na gíria policial americana, como um "rato".

"Judas e o Messias Negro" é um ótimo filme. Ele me lembrou em diversas ocasiões desse outro clássico moderno desse estilo, o hoje ainda cultuado "Mississípi em Chamas". É curioso perceber nesses filmes como o FBI poderia ficar de um lado ou de outro no que diz respeito às lutas pelos direitos civis pela população negra. Ora os agentes estavam garantindo os direitos constitucionais dessa parcela da população americana, ora estava combatendo certos grupos mais radicais envolvidos nessa questão. Agora, o que realmente deixa perplexo um observador mais atento é perceber que após mais de 5 décadas a questão racial nos Estados Unidos ainda segue sem resolução. O clima de racismo e segregação ainda persiste e piorou muito nos últimos anos. Terá algum dia uma solução?

Judas e o Messias Negro (Judas and the Black Messiah, Estados Unidos, 2021) Direção: Shaka King / Roteiro: Will Berson, Shaka King / Elenco: Daniel Kaluuya, LaKeith Stanfield, Jesse Plemons, Dominique Fishback, Algee Smith / Sinopse: Agente do FBI coordena um esquema de infiltração de um informante da agência dentro do grupo negro radical Panteras Negras, durante a década de 1960. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor filme, melhor ator coadjuvante (Daniel Kaluuya), melhor ator coadjuvante (LaKeith Stanfield), melhor música original ( "Fight for You" de H.E.R, D'Mile e Tiara Thomas), melhor roteiro original e melhor direção de fotografia (Sean Bobbitt). Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria de melhor ator (Daniel Kaluuya).

Pablo Aluísio. 

Cherry

Título no Brasil: Cherry - Inocência Perdida
Título Original: Cherry
Ano de Produção: 2021
País: Estados Unidos
Estúdio: The Hideaway Entertainment
Direção: Anthony Russo, Joe Russo
Roteiro: Angela Russo-Otstot, Jessica Goldberg
Elenco: Tom Holland, Ciara Bravo, Michael Rispoli, Jeff Wahlberg, Forrest Goodluck, Michael Gandolfini

Sinopse:
Cherry (Tom Holland), um jovem americano comum, decide entrar nas forças armadas por estar sem rumo na vida. No Exército ele é enviado para o Iraque, onde presencia atrocidades na guerra. Com problemas psicológicos retorna aos Estados Unidos e desenvolve uma séria dependência química.

Comentários:
Gostei bastante desse filme, a ponto inclusive de achar que ele foi um dos esquecidos do Oscar nesse ano. Basicamente é uma crônica, narrada em primeira pessoa, mostrando a vida do protagonista, um jovem que entra para o exército, sofre todos os problemas da vida militar e ao voltar acaba se viciando em heroína. Ao lado da mulher eles formam um casal Junkie como há tempos não se via na tela. E para sustentar o vício e não ser morto por traficantes ele entra para o mundo do crime, assaltando bancos. Algo fora de um planejamento maior, crimes praticados no calor do desespero de arranjar dinheiro de todas as formas, o mais rapidamente possível. A droga escraviza e como destrói a vida pessoal do viciado, ele precisa arranjar dinheiro a todo custo, mesmo sem ter emprego ou sem ter onde morar. É um ciclo vicioso que muitas famílias já sentiram na pele com parentes e conhecidos. Tom Holland está ótimo no papel de Cherry, um sujeito que não tem má índole, mas que apenas foi tragado pelas circunstâncias da vida. Acontece muito, ainda mais nos tempos de crise em que vivemos no mundo atual.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 19 de março de 2021

Os 7 de Chicago

Título no Brasil: Os 7 de Chicago
Título Original: The Trial of the Chicago 7
Ano de Produção: 2020
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Dreamworks Pictures, Amblin Partners
Direção: Aaron Sorkin
Roteiro: Aaron Sorkin
Elenco: Frank Langella, Michael Keaton, Eddie Redmayne, Joseph Gordon-Levitt, Sacha Baron Cohen, Jeremy Strong

Sinopse:
No final da década de 1960, um grupo de manifestantes contra a guerra do Vietnã entrou em violento confronto contra policiais nas ruas de Chicago. Embora fosse um movimento difuso, sem liderança central, vários supostos líderes foram presos. O filme mostra o julgamento dessas pessoas. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor filme, melhor ator coadjuvante (Sacha Baron Cohen), melhor roteiro original, melhor edição, melhor direção de fotografia (Phedon Papamichael) e melhor música original ("Hear My Voice").

Comentários:

Outro filme que está concorrendo ao Oscar de melhor filme do ano. Tem certas semelhanças com "Judas e o Messias Negro", principalmente em relação ao tema e ao contexto histórico em que se passa sua história. O que os diferencia porém é que esse é um filme de tribunal, onde praticamente noventa por cento da história se passa em um longo e cansativo julgamento pelo qual passou os acusados. O grupo dos réus era formado por pessoas bem diferentes, desde um homem mais velho, já passado dos 50 anos de idade, até jovens hippies ao estilo "Maluco beleza" e um idealista universitário mais intelectualizado. O que os unia em comum era o fato de todos eles participarem de manifestações contra a guerra do Vietnã durante os anos 60. O roteiro denuncia o julgamento viciado ao qual foram submetidos. O juiz do caso (em mais uma excelente interpretação de Frank Langella) estava ali para condenar um a um deles, sem imparcialidade nenhuma. O ator Michael Keaton interpreta um ex-procurador geral da República que tenta ajudá-los, por saber que se tratava de uma cilada, um jogo sujo. Filme muito bom, com tema importante.

Pablo Aluísio.