quarta-feira, 7 de março de 2018

Jumanji: Bem-Vindo à Selva

Mais um filme que está em cartaz nos cinemas brasileiros. Bom, na falta de novas ideias nada mais fácil do que ir ao passado para reciclar filmes que fizeram sucesso. Dessa vez os produtores resolveram fazer uma nova adaptação de "Jumanji", isso mesmo, aquele filme de 1995 que tinha Robin Williams como protagonista (há inclusive uma breve referência e homenagem a ele no roteiro desse novo filme). O enredo segue basicamente o mesmo. Um velho jogo de tabuleiro é encontrado. Agora adaptado para um velho game dos anos 90. Não faz muita diferença. Acontece que os que começam a jogá-lo acabam sendo transportados para o universo do jogo, bem no meio da floresta com rinocerontes brancos, hipopótamos e felinos selvagens. É uma aventura escapista, pura diversão, pipoca plena. Nada mais do que isso.

As poucas novidades se referem aos jogadores. Agora é um grupo de estudantes de um colégio. Eles são levados para o castigo e descobrem o Jumanji pegando poeira no porão da escola. Uma vez aberta a caixa de Pandora já viu... Outra novidade é que os adolescentes agora jogam com seus avatares. Assim um nerd vira o The Rock, puro músculos e coragem. O mais estranho dessas imersão no universo do jogo é que há uma jovem loira que vira o... Jack Black!!! Estranho pouco é bobagem. Pelo menos o talento cômico do Jack se sobressai pois ele tem que interpretar um personagem com cara de cartógrafo da selva com a mente de uma loirinha de high school. Não faz muito sentido. Ficou estranho, mas também levemente divertido. No mais é aquela coisa toda que já se espera de um filme como esse, com muitas cenas de ação, comédia suave e efeitos especiais de última geração. Não tem o mesmo carisma e charme do filme original, mas se você tiver uns 13, 14 anos, vai se divertir. Então se esse é o seu tipo de filme vá ao cinema sem receios de se decepcionar.

Jumanji: Bem-Vindo à Selva (Estados Unidos, Jumanji: Welcome to the Jungle, 2018) Direção: Jake Kasdan / Roteiro: Chris McKenna, Erik Sommers / Elenco: Dwayne Johnson, Jack Black, Karen Gillan, Kevin Hart / Sinopse: Depois de encontrarem um velho game dos anos 90 no porão da escola, um grupo de estudantes adolescentes são enviados para o universo de Jumanji, onde terão que sobreviver, ao mesmo tempo em que procuram uma saída de volta para casa. Pura fantasia em ritmo de diversão e aventura ao som de um velho sucesso do grupo de rock Guns N' Roses.

Pablo Aluísio.

A Vingança do Mosqueteiro

É uma espécie de sequência para o clássico "Os Três Mosqueteiros", mas sem nunca se assumir completamente como tal. O curioso é que acabou virando uma aventura de capa e espada onde os destaques não foram para D'Artagnan (interpretado por um fraco Justin Chambers), mas sim para os coadjuvantes, os vilões, que roubam a cena desde o começo do filme. E o que dizer da presença da grande Catherine Deneuve? Ela interpreta a Rainha da França, jogando ainda mais o personagem principal nas sombras. Incrível como os produtores escolheram um elenco coadjuvante excepcional e ao mesmo tempo escalaram um ator tão fraco como o D'Artagnan. Provavelmente não levaram muita fé no roteiro, preferindo se concentrar mesmo na produção, que é inegavelmente muito boa.

Na trama temos realmente uma estorinha meio fraca. D'Artagnan (Justin Chambers) vê seus pais sendo mortos pelo cruel nobre Febre (Tim Roth). Em busca de vingança e um novo recomeço ele se muda de sua cidade natal. Quer entrar para a guarda real, mas chegando em Paris descobre que os mosqueteiros estão quase destruídos por causa de intrigas políticas do Cardeal Richelieu (Stephen Rea). O mundo porém ainda não acabou, há esperanças, e ele se une aos amigos Athos (Jan Gregor Kremp), Porthos (Steven Spiers) e Aramis (Nick Moran), todos mosqueteiros, para tentar reviver a glória da antiga ordem. Basicamente é isso. Não se trata de uma adaptação literal do livro de Alexandre Dumas. Houve modificações importantes, por isso escrevi que seria um tipo de continuação não respeitosa ao livro original. De qualquer maneira como diversão funciona. Além disso há toda essa constelação de grandes astros e estrelas em papéis secundários. Eles garantem o interesse nas duas horas de duração do filme.

A Vingança do Mosqueteiro (The Musketeer, Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos, 2001) Direção: Peter Hyams / Roteiro:  Gene Quintano, baseado na obra de Alexandre Dumas / Elenco: Justin Chambers, Catherine Deneuve, Tim Roth, Stephen Rea, Mena Suvari, Jan Gregor Kremp / Sinopse: D'Artagnan (Justin Chambers) parte para a vingança após a morte de seus pais. Ele se muda para Paris com o sonho de entrar para a guarda do rei, os mosqueteiros, mas descobre que eles estão sendo perseguidos impiedosamente pelo Cardeal Richelieu.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 6 de março de 2018

Jason Bourne

Depois de ficar anos fora da franquia o ator Matt Damon resolveu retomar um dos seus personagens mais famosos. Esse então é o quarto filme Bourne com Damon no papel. Antes dele (só para situar o leitor) tivemos "A Identidade Bourne" (2002), seguida das sequências "A Supremacia Bourne" (2004) e "O Ultimato Bourne" (2007). Está quase virando uma franquia do tipo James Bond 007. O diretor Paul Greengrass deu um ritmo muito acelerado a esse quarto filme. Uma das coisas que mais me incomodaram foi justamente a edição, que parece cada vez mais frenética e ansiosa do que nunca, causando até mesmo mal estar para quem viu o filme no cinema - onde o impacto visual é maior. Por isso também afirmo sem receios que esse é o filme com o roteiro mais fraco, quase vazio de conteúdo. As cenas são tão alucinantes que sequer tiveram o cuidado de contarem uma boa história.

Por isso não espere muita coisa da trama. Após roubar dados sigilosos da CIA (a agência de inteligência dos Estados Unidos) Nicky Parsons (Julia Stiles) decide se encontrar com Jason Bourne (Damon) na Grécia, em meio aos protestos violentos que acontecem no país. Ao mesmo tempo o diretor da CIA, Robert Dewey (Tommy Lee Jones) decide colocar dois de seus melhores agentes para localizar e destruir Bourne e sua amiga. Basicamente é isso. Uma perseguição em diversas cidades, com Jones tentando pegar Damon, enquanto ele vai escapando, obviamente em cenas de ação para deixar qualquer um tonto ao assistir. Por fim um aspecto que também me chamou a atenção. O filme traz uma sequência de perseguições de motos que dura mais de 30 minutos! Nem Steve McQueen em seus anos mais apaixonados nesse tipo de sequência iria gostar. Ficou muito excessivo e exagerado.Espero que se fizerem um quinto filme que pelo menos trabalhem melhor o roteiro, porque cena de ação atrás de cena de ação acaba entediando o espectador.

Jason Bourne (Jason Bourne, Estados Unidos, 2016) Direção: Paul Greengrass / Roteiro: Paul Greengrass, Christopher Rouse  / Elenco: Matt Damon, Tommy Lee Jones, Julia Stiles, Vincent Cassel, Alicia Vikander / Sinopse: Quarto filme da franquia "Bourne" com o ator Matt Damon. Aqui ele tenta escapar da CIA que está atrás dele para elimina-lo o mais rapidamente possível. Sua atuação se torna uma questão de segurança nacional.

Pablo Aluísio. 

Dia de Treinamento

Denzel Washington ten uma filmografia maravilhosa. Mesmos seus filmes considerados "menores" ainda assim são grandes filmes se formos comparar com as demais produções de Hollywood. Esse "Dia de Treinamento" nunca foi dos meus filmes preferidos com o ator. Sempre considerei um filme bem cru, seco, algumas vezes até cruel. O personagem de Denzel Washington também tem características repugnantes, o que para ele como ator deve ter sido um presente. Ele interpreta um policial chamado Alonzo. Não é um tira comum. Forjado nas ruas, vivendo numa tênue linha entre o mundo do crime e o mundo da lei, ele faz suas próprias regras. Agora imagine um cara como esse tendo um novato como parceiro. O sujeito que deseja ser todo certinho, seguindo o livro de regrinhas da Academia de polícia. Claro que o choque se torna inevitável.

Embora a estrutura do roteiro possa ser considerado clichê em termos de filmes policiais, com aquela velha coisa de dupla de tiras com personalidades diferentes, o diretor Antoine Fuqua pegou essa situação banal e transformou em um filme muito bom, que deixa o espectador sempre no interesse do que vai acontecer a seguir. O filme foi bem nas bilheterias, mas não tanto quanto se esperava. Conseguiu faturar praticamente o dobro de seu custo, chegando aos 100 milhões de dólares arrecadados. O curioso é que Denzel deixou um pouco os dramas mais artísticos para se arriscar em um filme para ser comercialmente bem sucedido. Ficou no meio do caminho. O filme porém lhe valeu o Oscar de Melhor Ator naquele ano, algo que como ele mesmo explicou algum tempo depois jamais esperaria acontecer. Afinal ele queria mesmo era fazer sucesso em um filme policial feito para as massas. Nem sempre se acerta no alvo, mas com Denzel uma coisa é certa, sempre vem algo bom pela frente.

Dia de Treinamento (Training Day, Estados Unidos, 2001) Direção: Antoine Fuqua / Roteiro: David Ayer / Elenco: Denzel Washington, Ethan Hawke, Scott Glenn / Sinopse: Alonzo (Denzel Washington) é um policial veterano que joga com suas próprias regras. Após trabalhar anos nas ruas, enfrentando a criminalidade na divisão de narcóticos, ele já não está muito certo sobre o que seria legal ou não. Quando um novo parceiro é designado para trabalhar ao seu lado, o novato Jake (Ethan Hawke), as coisas ficam ainda mais complicadas. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Ator (Denzel Washington). Também indicado ao Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Ethan Hawke). Igualmente indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Denzel Washington).

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 5 de março de 2018

Aniquilação

Não é um filme muito fácil de digerir, apesar do roteiro ser até bem simples se formos analisar bem. Tudo começa quando uma professora de biologia descobre que seu marido não morreu como ela havia pensado por um longo período de tempo. Ele tinha desaparecido durante uma missão secreta do governo americano e por isso ela presumia que ele havia sido morto, talvez no Afeganistão ou Iraque. Seu retorno inesperado porém logo é descoberto e o serviço de inteligência o traz de volta para as instalações secretas do exército. Só ai é que a professora interpretada por Natalie Portman descobre toda a verdade. Há uma enorme bolha dimensional, crescendo a cada dia, engolindo tudo ao redor. Os cientistas ainda não conseguiram explicar esse estranho fenômeno na natureza. Todas as expedições militares que foram enviadas para dentro dessa bolha jamais voltaram.

Assim uma nova expedição é formada, dessa vez apenas por mulheres, pesquisadoras. Portman acaba entrando na missão. Assim que ultrapassam a fronteira descobrem que há coisas bem estranhas acontecendo com a fauna e a flora da região. As plantas passam por estranhas mutações e os animais, como crocodilos e ursos, parecem mais monstros e feras disformes do que animais normais. O filme vai criando um certo suspense, enquanto as jovens pesquisadoras tentam chegar em um velho farol, onde tudo pode ter começado. O roteiro, bem escrito em minha opinião, tenta esconder a verdade do espectador até o último momento (a cena final inclusive é bem reveladora do que realmente estaria acontecendo). É um quebra-cabeças para quem for assistir. Como uma das mulheres dizem, não se sabe se a tal bolha é um evento de causa religiosa, alienígena ou apocalíptica. O título "Aniquilação" já deixa entre linhas o que está prestes a acontecer (inclusive aposto que esse filme vai acabar virando uma franquia ou uma nova série). Esse enredo aliás poderia ter sido usado em qualquer filme de ficção dos anos 50, já que seu espírito é bem esse. No mais é outra produção Netflix, que ultimamente tem contratado grandes atores para atuarem em seus filmes. A Natalie Portman é a estrela da vez nesse Sci-fi que se não chega a ser brilhante pelo menos tenta ser o mais fiel possível aos antigos filmes do gênero.

Aniquilação (Annihilation, Estados Unidos, 2018) Direção: Alex Garland / Roteiro: Alex Garland / Elenco: Natalie Portman, Jennifer Jason Leigh, Tessa Thompson / Sinopse: Baseado no livro de ficção escrito por Jeff VanderMeer o filme conta a estória de um estranho evento, quando surge uma bolha dimensional que vai aumentando de tamanho a cada dia. Conhecida como "O Brilho" esse fenômeno começa a mudar o DNA de plantas e animais. Uma expedição é então enviada para dentro do estranho evento, causando mortes e destruição jamais vistos.

Pablo Aluísio. 

Um Grande Garoto

Assisti a esse filme no cinema, em agosto de 2002. Onde estava com a cabeça?! Não é um filme para tanto, para ver no cinema. Assistindo em vídeo (na época era ainda o VHS, já chegando o Blu ray no mercado) já estava bom demais. Bem, sempre gostei do Hugh Grant. Ele é o que se pode chamar de "refinado canastrão" (usando uma expressão do meu amigo Telmo). Filme após filme ele geralmente interpreta o mesmo tipo: o do inglês meio atrapalhado, mas com um charme especial que sempre atraiu a atenção do público feminino. Foi assim que ele construiu toda a sua carreira. Nesse "Um Grande Garoto" ele interpreta um sujeito trintão (quase quarentão) que se recusa a entrar na vida adulta. Ele é bem o tipo do tio solteirão que não está nem aí para as pressões da sociedade em se casar, se tornar pai de família e todo aquele script que já conhecemos bem.

Levando a vida na brisa ele acaba conhecendo um garoto que acaba se afeiçoando a ele, criando assim uma amizade bacana entre eles. O roteiro é basicamente isso. Não acontece nada de muito dramático e nada de muito especial surge na tela. Fica uma sensação de zero a zero no espectador, como se ele tivesse assistido um pedaço da vida de uma pessoa comum e nada mais. E quando o filme termina a pergunta "Ok, mas e daí?" vem direto na mente. A crítica porém gostou mais do que o normal, fazendo com que esse filme levemente banal ganhasse uma incrível indicação ao Oscar na categoria de Melhor Roteiro Adaptado. Também foi lembrado pelo Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Comédia ou Musical (um exagero!) e Melhor Ator (para Hugh Grant, mostrando que até os refinados canastrões merecem reconhecimento!). Enfim, mais um filme meramente assistível de Hugh Grant.

Um Grande Garoto (About a Boy, Estados Unidos, 2002) Direção: Chris Weitz, Paul Weitz / Roteiro: Peter Hedges / Elenco: Hugh Grant, Nicholas Hoult, Toni Collette / Sinopse: Will Freeman (Grant) é um cara comum, relax, que não quer saber das responsabilidades da vida adulta. Ele leva sua vida numa boa. Tudo caminha bem até ele conhecer um garoto que acaba criando uma amizade com ele. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Roteiro Adaptado. Baseado no livro escrito por Nick Hornby.

Pablo Aluísio.

domingo, 4 de março de 2018

Star Wars: Os Últimos Jedi

O segredo para se fazer um bom filme com a marca "Star Wars" é relativamente simples de descobrir. Basta colocar um enredo sem muitas complicações pela frente, muitas naves espaciais bacanas, efeitos especiais de última geração e o mais importante de tudo: revisitar sempre que possível a primeira trilogia da franquia, seja trazendo de volta personagens veteranos, seja copiando a direção de arte e o espírito daqueles primeiros filmes. Uma vez feito isso tudo caminha naturalmente bem. A segunda trilogia só deve servir como elemento a se distanciar, um exemplo negativo que não deve ser seguido e nada mais. Assim os produtores acertaram mais uma vez nesse oitavo episódio. Seguindo a fórmula tudo saiu muito bem, como era esperado. O enredo é dos mais simples com duas linhas narrativas. Na primeira acompanhamos os últimos rebeldes tentando fugir da armada imperial. É algo complicado, ainda mais agora que as naves do império conseguem perseguir as naves rebeldes até mesmo dentro da velocidade da luz.

Na outra linha narrativa temos a aproximação entre a jovem que tem pretensões de um dia se tornar uma Jedi e o mestre Luke Skywalker (Mark Hamill). Tudo se passando em uma pequena ilha de um planeta distante. Essa parte do filme remete o espectador imediatamente ao filme "O Império Contra-ataca" quando o próprio Luke tem seu treinamento inicial com o mestre Yoda. É uma parte referencial do roteiro que funcionou muito bem. Esse novo "Star Wars" aliás deu certo porque não quiseram enrolar ou complicar uma fórmula que nasceu nos anos 70 e que continua dando muito certo. Houve algumas críticas pontuais principalmente em relação ao comportamento de Luke, que aqui surge sem esperanças, melancólico e para alguns até mesmo tendo atitudes covardes. Até o ator Mark Hamill reclamou publicamente disso, mas penso que tudo cai por terra quando Luke resolve enfrentar as tropas do império na frente do grande portão do esconderijo dos rebeldes naquele planeta minerador. No mais o filme se saiu muito bem em termos de público e crítica. O filme já rompeu a barreira do bilhão de dólares em termos de faturamento e a crítica em geral elogiou muito. Sem maiores máculas ou defeitos, é um filme realmente muito bom, que não desmerece em nada a marca bilionária "Star Wars". Parabéns para a Disney pelo resultado final.

Star Wars: Os Últimos Jedi (Star Wars: Episode VIII - The Last Jedi, Estados Unidos, 2017) Direção: Rian Johnson / Roteiro: Rian Johnson / Elenco: Mark Hamill, Carrie Fisher, Daisy Ridley, Benicio Del Toro, Laura Dern, John Boyega, Adam Driver, Andy Serkis, Anthony Daniels, Frank Oz, / Sinopse: Oitavo episódio de "Star Wars". Enquanto a princesa Leia (Fisher) tenta comandar uma fuga com os últimos rebeldes pelo espaço, a jovem Rey ( Ridley) se encontra com o mestre Jedi Luke (Hamill) em um distante e isolado planeta da galáxia. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhores Efeitos Especiais, Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som e Melhor Trilha Sonora Original (John Williams).

Pablo Aluísio.

Código de Conduta

O filme começa bem, mas é aquela coisa, logo desanda para consequências absurdas. Recapitulando a estória: Gerard Butler interpreta um pai de família feliz com a vida. É um jovem casal com uma filhinha adorável. O sonho se torna pesadelo quando assaltantes invadem sua casa. São dois psicóticos violentos. A esposa e a filha são brutalmente assassinadas. Butler fica inconsolável. Há um pulo no tempo. Quando reencontramos o pai desolado ele está sendo informado pelo promotor do caso, interpretado por Jamie Foxx, que vai ser feito um acordo entre a promotoria e os assassinos. Eles vão confessar o crime e em troca ficarão menos tempo na prisão. Clyde Shelton (Gerard Butler)  fica indignado com isso. Afinal ele queria punição exemplar para os criminosos. Acontece que o promotor Nick Rice (Jamie Foxx) quer manter alto seu índice de condenações, mesmo que elas sejam obtidas através de acordos e artimanhas jurídicas. Para ele a justiça é o que menos importa.

Imediatamente Clyde resolve ele mesmo fazer justiça pelas próprias mãos. Dono de recursos impensáveis (nunca bem explicados pelo roteiro) ele começa a tocar o terror por toda a cidade, fazendo atos terroristas, matando juízes, advogados e promotores. O seu alvo passa obviamente a ser família de Rice (Jamie Foxx). Já que o promotor não parece disposto a fazer justiça, caberá a Clyde colocar em frente seu plano de vingança. Ok, temos aqui a velha fórmula da justiça pessoal, da vingança privada. Se o sistema não funciona, chega a hora de sujar as mãos. É uma velha premissa de muitos e muitos filmes de ação. O problema é que de repente o personagem Clyde de Gerard Butler se torna um sujeito com poderes dignos de um super-herói dos quadrinhos. Ele explode o que quer e quando quer. Mesmo quando está atrás das grades é capaz de colocar a cidade aos seus pés. O roteiro nunca dá, como eu escrevi, uma explicação convincente de como ele consegue fazer tudo isso. Com isso a trama acaba se tornando completamente inverossímil, o roteiro acaba estragando esse filme. Se o roteirista Kurt Wimmer tivesse sido mais convincente, penso que até que seria um filme interessante. Do jeito que ficou não dá mesmo para comprar a ideia absurda do que acontece na tela.

Código de Conduta (Law Abiding Citizen, Estados Unidos, 2009) Direção: F. Gary Gray / Roteiro: Kurt Wimmer / Elenco: Gerard Butler, Jamie Foxx, Leslie Bibb / Sinopse: Gerard Butler interpreta um pai de família que decide fazer justiça com as próprias mãos após perceber que os assassinos de sua esposa e sua filha ficarão impunes por causa do sistema judicial americano. Seu alvo passa a ser não apenas os criminosos, mas também o promotor do caso, em atuação de Jamie Foxx, que acabou escolhendo o caminho mais fácil, a do acordo judicial, do que a do julgamento dos assassinos.

Pablo Aluísio.