quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Legalmente Loira

Esse filme é uma bobeirinha que caiu no gosto do público americano, rendendo uma ótima bilheteria em seu lançamento. Só para se inteirar nos números: o filme custou meros 18 milhões de dólares e rendeu no total quase 250 milhões dentro do mercado americano e ao redor do mundo! Nada mal não é mesmo? Com esse tipo de lucro é que entendemos porque o cinema americano é o mais rico do mundo, posição que provavelmente nunca perderá. Pois bem, deixando a chuva de dólares de lado o que sobra é uma comediazinha muito simplória que se sustenta basicamente toda no carisma da atriz Reese Witherspoon.

Ela interpreta Elle Woods, uma típica patricinha (e coloca patricinha nisso) que consegue entrar em uma das mais disputadas universidades dos Estados Unidos e logo no curso de Direito!!! Imaginem o choque de ver os demais alunos (todos sérios, estudiosos e vestidos com total sobriedade) ao lado dessa loira cor de rosa, com cachorrinho de lado, se tornando o suprassumo da futilidade. Fica óbvio que o roteiro não é lá essas coisas (é fútil igual sua personagem principal), mas os jovens adoraram e então não deu outra... caixa recheada de verdinhas para o estúdio. Uma sequência foi lançada alguns anos depois (alguém duvidaria que isso iria acontecer?), mas essa continuação conseguia ser pior do que o filme original! Sim, isso foi possível.

Legalmente Loira (Legally Blonde, Estados Unidos, 2001) Direção: Robert Luketic / Roteiro: Karen McCullah, baseada no livro escrito por Amanda Brown / Elenco: Reese Witherspoon, Luke Wilson, Selma Blair, Raquel Welch / Sinopse: Patricinha que só se veste de rosa, acaba entrando numa das melhores universidades de Direito dos Estados Unidos, causando um choque de diferenças entre ela e seus novos colegas de curso! Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Comédia ou Musical e Melhor Atriz (Reese Witherspoon).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Amor & Tulipas

Esse filme é um folhetim. Assim se você gosta de novelas muito provavelmente vai gostar desse "Amor & Tulipas". E como todo folhetim esse roteiro também tem um enredo com romances, traições e reviravoltas. Tudo se passa no século XVII, na Holanda. O rico comerciante Cornelis Sandvoort (Christoph Waltz) ficou viúvo após a morte da esposa em trabalho de parto. Ele pretende reconstruir sua vida e para isso precisa de um herdeiro. Em suas próprias palavras: "Um homem precisa deixar seu nome e sua fortuna para um filho!". Como já é um senhor com uma certa idade ele não vai mesmo conquistar nenhuma beldade da cidade onde vive, a não ser que seja uma interesseira.

Para resolver seus problemas ele decide ir até um orfanato mantido pela Igreja Católica. Lá existem muitas moças bem educadas, mas pobres, que só esperam por um bom casamento. Acaba encontrando o que procura em Sophia (Alicia Vikander). Eles se casam e tudo corre bem, a não ser pelo fato dela não conseguir engravidar, justamente o que Cornelis mais desejava. Pior do que isso, a jovem Sophia acaba se apaixonando por outro homem, um pintor contratado pelo marido para fazer um quadro clássico do casal. E a parti daí já sabemos mais ou menos o que virá. O marido é um bom homem, muito dedicado ao seu casamento, mas ela não o ama como deveria. Seu coração pertence mesmo ao jovem pintor interpretado por Dane DeHaan.

O filme tem boa produção, com excelente reconstituição de época, inclusive reproduzindo os estranhos figurinos daquele período histórico. O melhor ator em cena é justamente Christoph Waltz interpretando o marido traído. Mais contido do que o habitual, sem exageros dramáticos, ele procura escapar um pouco dos personagens de vilões que andou fazendo ultimamente. Outro destaque, com menos espaço na história, é a presença da grande dama do teatro e cinema Judi Dench. Ela interpreta uma freira que cuida de uma plantação de tulipas no convento onde mora. O roteiro aliás mostra um estranho mercado de vendas dessas flores que viraram objetos de especulação na época, com algumas delas valendo pequenas fortunas. Por fim há também a presença do comediante Zach Galifianakis em mais um papel de porcalhão bêbado. É o alívio cômico da trama. No geral é um bom filme, nada demais, um pouco folhetinesco além da conta, mas que cumpre seu papel.

Amor & Tulipas (Tulip Fever, Estados Unidos, 2017) Direção: Justin Chadwick / Roteiro: Deborah Moggach, Tom Stoppard / Elenco: Christoph Waltz, Judi Dench, Zach Galifianakis, Alicia Vikander, Holliday Grainger, Dane DeHaan / Sinopse: Jovem mocinha, criada em um orfanato católico, é dada em casamento a um rico comerciante holandês. Ele quer um herdeiro pois se tornou viúvo no casamento anterior. A nova esposa é submissa e leal, mas não consegue engravidar. Pior do que isso, depois de algum tempo ela acaba se apaixonando por um jovem pintor.

Pablo Aluísio.


Lembranças de um Verão

Falou em adaptação para o cinema de uma obra de Stephen King logo todos pensam em filmes de terror, suspense, etc. Só que King também escreveu dramas, dramas nostálgicos e existenciais. Um exemplo é justamente esse "Lembranças de um Verão". Não há vampiros, lobisomens e nem palhaços assassinos. Ao invés disso temos uma história simples, da amizade de um garoto e um senhor mais velho que vai morar na casa ao lado. Bobby Garfield (Anton Yelchin) é um garoto de 11 anos, filho de uma mãe solteira que luta para sobreviver. Eles são pobres e não há muito espaço para ter todos os presentes que ele sempre quis. Ted Brautigan (Anthony Hopkins) é o senhor idoso que se torna seu vizinho. Um homem de passado misterioso, mas que parece ser uma pessoa bondosa, sempre com observações pertinentes, embora pareça estar sempre pensativo e contemplativo, com o olhar perdido no horizonte.

E é basicamente isso. King não traz personagens fantásticos, sobrenaturais, nada disso. Aliás essa é uma das tramas mais humanas criadas pelo escritor. Parte dos acontecimentos são baseados em suas próprias lembranças da infância, por isso o clima de nostalgia percorre cada cena, cada acontecimento. Anthony Hopkins, bem contido em sua interpretação, me agradou bastante. Esse é um ator que não precisa de muito para desempenhar grandes atuações. No seu caso o "menos" sempre é "mais". Quanto mais introvertido seu personagem, mais Hopkins se sai bem. O filme de forma em geral pode vir a decepcionar os fãs de Stephen King justamente por causa de seu convencionalismo. Não tem ET, não tem monstros e nem aquele clima de contos de horror que nos acostumamos quando vemos o nome de Stephen King impresso nos posters de cinema. Ainda assim o autor acerta em cheio, principalmente se você for aquele tipo de espectador mais sensível.

Lembranças de um Verão (Hearts in Atlantis, Estados Unidos, 2001) Direção: Scott Hicks / Roteiro: William Goldman, baseado no livro de Stephen King / Elenco: Anthony Hopkins, Anton Yelchin, Hope Davis / Sinopse: Um homem relembra os acontecimentos de sua vida quando tinha apenas 11 anos de idade. Vivendo em uma pequena cidade do interior ele recorda as pessoas e as experiências que viveu naquele período que agora parece mágico de sua vida.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Onze Homens e um Segredo

Esse filme nasceu por acaso. O ator George Clooney estava hospedado em um hotel de Las Vegas quando assistiu na TV o clássico original com Frank Sinatra e seus amigos do rat pack. Ele então se perguntou porque ninguém tinha ainda feito um remake desse filme! Imediatamente contactou seu agente e esse saiu em busca dos direitos da obra cinematográfica. Com tudo pronto contratou o diretor Steven Soderbergh e no mesmo espírito que deu origem ao filme de Sinatra saiu convidando seus amigos mais próximos em Hollywood para fazer parte do elenco. Afinal Clooney sempre foi um dos atores mais bem relacionados dentro da indústria, tendo mesmo cacife para reunir tanta gente famosa em apenas uma produção.

Se você não tem ideia ainda do que se trata (o que acho bem difícil), o roteiro mostra um grupo de criminosos que decide roubar um grande cassino em Las Vegas. O plano, como era de se esperar, é simplesmente mirabolante, praticamente uma orquestra bem afinada formada por ladrões. O clima é bem ameno, quase levado às últimas consequências. Nenhum ator do elenco parece levar muito à sério o que acontece, o que é um ponto positivo a mais para o filme. Lançado em 2001 esse remake foi um grande sucesso de bilheteria, se tornando um blockbuster certeiro, mostrando que George Clooney tinha jeito (e sorte) também como produtor de cinema. Como deu origem a várias continuações (todas inferiores) ainda considero esse o melhor dessa nossa safra. Claro, nenhum desses novos filmes conseguiu ser mais legal e bacana do que o de Frank Sinatra e cia, mas no geral também não fez feio. É acima de tudo uma diversão bem-vinda ao estilo soft, tudo bem descompromissado.

Onze Homens e um Segredo (Ocean's Eleven, Estados Unidos, 2001) Direção: Steven Soderbergh / Roteiro: George Clayton Johnson, Jack Golden Russell / Elenco: George Clooney, Brad Pitt, Julia Roberts, Matt Damon, Andy Garcia, Don Cheadle, Casey Affleck, Bernie Mac, Joshua Jackson, Steven Soderbergh / Sinopse: Danny Ocean (George Clooney) decide formar um grupo de especialistas, ladrões de bancos, para um roubo milionário em um dos maiores e mais ricos cassinos de Las Vegas. Filme indicado ao César Awards (França) na categoria de Melhor filme estrangeiro (USA) e ao Art Directors Guild.

Pablo Aluísio.

A Sombra do Vampiro

"Nosferatu" é um clássico do terror. Filmado ainda na era do cinema mudo era uma adaptação não autorizada do livro "Drácula" de Bram Stoker. Durante muitos anos se especulou bastante sobre o ator que interpretava o vampiro, um alemão  chamado Max Schreck. Nesse universo de lendas urbanas criou-se o mito de que ele não era apenas um ator interpretando um vampiro, mas sim um vampiro de verdade! O roteiro desse filme "A Sombra do Vampiro" então parte justamente dessa ideia para contar as filmagens de Nosferatu, sustentando que Schreck era mesmo, de fato, uma criatura da noite. Bem criativo não é mesmo? Willem Dafoe interpreta Schreck e John Malkovich  dá vida ao cinesta Friedrich Wilhelm Murnau, mestre das sombras e do estilo noir. Tudo nos eixos, o filme parecia muito promissor, principalmente para quem gosta da história do cinema, só que... acabei não gostando do resultado final. Achei meio decepcionante, pouco criativo e com ritmo arrastado. A produção é boa, nada a reclamar nesse aspecto, mas o roteiro falha inúmeras vezes em desenvolver sua trama.

A premissa que parece muito interessante - a do ator vampiro que na verdade é um vampiro apenas fingindo ser um ator - não se sustenta por muito tempo, falhando em manter o interesse do espectador. Dafoe está perfeito em sua caracterização de um ser rastejante e nojento, porém não tem muito mais a trabalhar além de sua bem feita maquiagem. O roteiro apenas dá voltas e mais voltas sem chegar a um ponto certo em sua dramaturgia. Mesmo assim seus esforços lhe valeram indicações ao Oscar e ao Globo de Ouro, que vindas para um filme como esse não deixaram de surpreender muita gente na época. Pena que seu parceiro de cena não tenha se saído tão bem. É incrível que o excelente John Malkovich tenha errado a mão, tornando seu diretor muito caricato. Assim o filme não cumpre tudo aquilo que promete. É uma boa ideia que foi desperdiçada, infelizmente.

A Sombra do Vampiro (Shadow of the Vampire, Estados Unidos, 2000) Direção: E. Elias Merhige / Roteiro: Steven Katz  / Elenco: John Malkovich, Willem Dafoe, Udo Kier, Cary Elwes / Sinopse: Durante a década de 1920, ainda na era do cinema mudo, um diretor chamado F.W. Murnau (John Malkovich) decide contratar o estranho Max Schreck (Willem Dafoe) para interpretar um personagem de vampiro em seu filme, o Conde Graf Orlok. Só que ele não é apenas um ator comum, é um vampiro de verdade!  Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Willem Dafoe) e Melhor Maquiagem (Ann Buchanan e Amber Sibley). Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Willem Dafoe).

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Assassinato no Expresso do Oriente

Sempre gostei das adaptações dos livros de Agatha Christie para o cinema. Grandes filmes do passado mantiveram bem essa tradição. Provavelmente o livro mais famosa dessa escritora seja exatamente esse, "Assassinato no Expresso do Oriente". Aqui você encontrará todos os ingredientes que fizeram dessa pacata velhinha inglesa uma das maiores vendedores de livros de todos os tempos. Sempre há um mistério a se resolver e vários suspeitos geralmente em ambientes fechados. É quase uma experiência empírica. Com o ambiente controlado fica mais fácil estudar os objetos de estudo, que são justamente as pessoas suspeitas do crime que move toda a trama. Esse sempre foi o grande atrativo da obra de Agatha Christie: resolver um caso misterioso e desvendar a identidade do verdadeiro autor do crime.

Pois bem, nem faz muito tempo que assisti a versão de 1974. Um filme muito bom por sinal. Agora o ator e diretor Kenneth Branagh resolveu apostar numa nova adaptação. Como é de praxe nesse tipo de filme ele contou também com um elenco numeroso, cheio de nomes famosos, do passado e do presente. O problema é que Kenneth Branagh decidiu que iria fazer um produto fast food, de rápida digestão, a ser exibido nos cinemas comerciais de shopping center mundo afora. Uma decisão lamentável. Tudo parece acontecer rápido demais, sem explorar o clima e nem os personagens que rondam esse assassinato que ocorre justamente nesse trem tão famoso, o Orient Express. Esse aliás é o grande problema desse novo filme: a pressa. Praticamente tudo vai se atropelando, sem muita sofisticação, sem muita preocupação em se criar todo um ambiente sofisticado para contrastar justamente com o lado grotesco de um homicídio.

Em um filme assim temos que ter também uma caracterização perfeita do detetive Hercule Poirot. Nesse quesito nenhum ator até hoje conseguiu superar Peter Ustinov que foi a mais perfeita encarnação de Poirot no cinema. Talvez envaidecido por sua própria fama, o diretor Kenneth Branagh cometeu o erro fatal de se auto escalar como Poirot. Ficou péssimo. Ele não tem nem a corporação física de ser Poirot que sempre foi um figura bonachona, com quilinhos a mais e QI acima do normal. Tentando ser Poirot  Kenneth Branagh só se tornou muito chato! E o que dizer daquele bigode simplesmente horrível que ele ostenta no filme? Com o personagem central mal escalado tudo fica mais difícil. Para piorar ainda mais a situação a pressa não dá chance nenhuma para nenhum dos atores desse rico elenco se sobressair. Eles possuem apenas pequenos momentos, pequenos trechos que não fazem muita diferença. Assim o meu veredito final não é bom. Não gostei dessa nova versão que peca por querer ser comercial demais. Ficou com cara mesmo de fast food descartável.

Assassinato no Expresso do Oriente (Murder on the Orient Express, Estados Unidos, Inglaterra, 2017) Direção: Kenneth Branagh / Roteiro: Michael Green, baseado na obra escrita por Agatha Christie / Elenco: Kenneth Branagh, Penélope Cruz, Willem Dafoe, Michelle Pfeiffer, Judi Dench,  Johnny Depp / Sinopse: Durante uma viagem no Expresso do Oriente um homem é morto misteriosamente em sua cabine. Para descobrir o crime entra em cena o detetive Hercule Poirot que acaba descobrindo que praticamente cada um dos passageiros do trem teria um motivo para assassinar o tal sujeito.

Pablo Aluísio.

O Livro de Henry

Meu irmão mais velho se chama também Henry. Assim resolvi assistir a esse filme, por pura curiosidade mesmo. OK, não é o melhor motivo para se ver um filme, mas de vez em quando é interessante escolher dessa forma. O curioso é que o roteiro gira em torno da história de dois irmãos. Eles moram com a mãe solteira em uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos. O Henry do título é um dos meninos, só que ele definitivamente não é um garoto normal. Extremamente inteligente, curioso e culto, ele é o orgulho da sua mãe. Uma criança com o QI muito acima da média de seus coleguinhas da escola.

A vida vai seguindo até que Henry tem um ataque durante a noite. A partir daí começa o drama da família, já que no hospital ele é diagnosticado com um tumor cerebral. A partir desse ponto é conveniente não revelar muito mais sobre o enredo para não estragar as surpresas. Basta dizer apenas que a partir do momento em que Henry descobre que tem uma doença séria o filme muda de direção, infelizmente não para melhor, pois em determinado momento pensei que tudo iria se perder por causa dessa reviravolta. Ainda bem que os roteiristas recobraram a razão e o bom senso prevaleceu no final. Se tivesse seguido pelos rumos que tudo ia tomando certamente teria se tornado um dos filmes mais estranhos e bizarros que assisti nos últimos anos.

De qualquer forma não precisa se preocupar. O filme que parece familiar é mesmo "family friendly", para toda a família. No elenco o destaque vai para o garotinho Jaeden Lieberher como Henry. Parece ter sido natural para ele interpretar esse pequeno gênio. Tudo soa muito tranquilo em sua interpretação. Provavelmente o ator mirim seja também um desses prodígios. Naomi Watts interpreta sua mãe. Essa atriz tem se mostrado bem corajosa ultimamente, largando os papéis de mulheres bonitas para embarcar numa nova fase da carreira, ao estilo mais dramático. Outro ator que você vai reconhecer é o Dean Norris. Ele foi o cunhado de Walter White em "Breaking Bad", uma série fenomenal. Então é isso. "O Livro de Henry" não decepciona, apesar de em determinado momentos deixar uma sensação no espectador que tudo pode desmoronar de uma hora para outra. Isso não acontece, felizmente. Assista sem receios.

O Livro de Henry (The Book of Henry, Estados Unidos, 2017) Direção: Colin Trevorrow / Roteiro: Gregg Hurwitz / Elenco: Naomi Watts, Jaeden Lieberher, Dean Norris, Jacob Tremblay, Maddie Ziegler / Sinopse: Mãe solteira cria seus dois filhos numa pequena cidade do interior. Apesar da ausência do pai, eles são felizes. O filho mais velho Henry é um pequeno gênio de 12 anos de idade. A rotina deles muda quando Henry é diagnosticado com uma séria doença.

Pablo Aluísio.

domingo, 3 de dezembro de 2017

Feito na América

O astro Tom Cruise vinha mesmo devendo um bom filme nesses últimos anos. Ele se limitou nesse tempo a estrelar produções milionárias de ação com roteiros bem cretinos. Aqui há uma pausa nesse estigma. Esse novo "American Made" conta uma história real bem interessante. É a história de um jovem piloto comercial da TWA que acaba se envolvendo com um agente da CIA. Em troca de um pagamento melhor ele aceita pilotar pequenos e velozes aviões em incursões pela América Central. São missões não oficiais que de certa forma fazem o jogo sujo do governo americano por debaixo dos panos.

Em uma dessas viagens ele acaba tomando contato com traficantes colombianos, eles mesmos, a quadrilha de Pablo Escobar e cia, que iria se denominar Cartel de Medellín! Nada poderia ser mais lucrativo do que aquilo. Voar em baixa altitude, levando cocaína da Colômbia para os Estados Unidos. Todos voos arriscados, onde o próprio piloto jogava a "carga" nos pântanos da Louisiana. Apesar do risco tudo começou a dar muito certo, a ponto do personagem de Cruise trazer outros pilotos para trabalharem para ele. Imaginem o tamanho do dinheiro que jorrou nessas operações. O mais bizarro de tudo é que ele não deixou de trabalhar para a CIA, traficando cocaína enquanto transportava armas para grupos armados patrocinados ilegalmente pelo governo dos Estados Unidos. Uma loucura completa, um caos!

O filme me agradou bastante. Claro, há alguns probleminhas. A escalação de Tom Cruise foi muito criticada. O verdadeiro piloto da histórica chamado Barry Seal era um sujeito gordinho, de cabeça grande, nada parecido com o galã Cruise. Isso porém não vejo com uma falha ou erro, mas apenas como uma opção na escalação do elenco. Claro que em certos momentos Cruise mais parece um remake de seu filme "Top Gun", mas não chega a atrapalhar. A única crítica que faria ao roteiro é que ele cai em certos clichês desse tipo de filme, como os exageros no tocante ao dinheiro ganho pelo piloto. De repente ele se vê em montanhas de maços de dinheiro, que ele precisa esconder em todos os lugares, até nos estábulos, no meio dos cavalos de sua propriedade. Exageros narrativos à parte, esse "Feito na América" é uma boa pedida para quem quer saber mais um pouco da história do crime, como também para quem estiver em busca de um bom filme no circuito mais comercial. Coisa bem rara hoje em dia.

Feito na América (American Made, Estados Unidos, 2017) Direção: Doug Liman / Roteiro: Gary Spinelli / Elenco: Tom Cruise, Domhnall Gleeson, Sarah Wright / Sinopse: Barry Seal (Tom Cruise) é um piloto de aviões comerciais que decide mudar de vida. Trabalhando na TWA, grande companhia de aviação dos Estados Unidos, ele decide largar o emprego para fazer missões secretas não oficiais para a CIA na América Central. Não satisfeito, descobre um jeito de ganhar muito dinheiro, traficando cocaína da Colômbia para seu país, sob as ordens do infame Cartel de Medellín, chefiado por Pablo Escobar.

Pablo Aluísio.