segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Eu Sou o Número Quatro

É uma aventura infanto-juvenil mais indicada para jovens na faixa de 15, 16 anos. Nada é muito original no roteiro. Basicamente é a velha estória de um grupo de jovens escolhidos que herdaram poderes especiais de um planeta distante e que estão escondidos na terra. Assim temos uma parte passada em um colégio americano (high School) com todos os tipos que já conhecemos de centenas de filmes anteriores (lá estão os nerds, os esportistas valentões, as patricinhas gatinhas, etc, etc). Essa parte inicial realmente é mais do mesmo. Nada de novo. No segundo ato temos o confronto entre os seres espaciais. Aqui ainda é um pouquinho mais movimentado, cheio de efeitos digitais (os vinte minutos finais do filme é todo em cima de muita pirotecnia). O grande problema dessa produção realmente é seu roteiro inexpressivo. Nada é muito desenvolvido, nem explicado. As coisas mais absurdas vão surgindo na tela sem nexo, ao acaso. A impressão que temos é que os produtores e o diretor estão pouco se importando com o público, no fundo se trata de mais um produto que tenta pegar carona no sucesso de Crepúsculo, só que saem os vampiros e entram os ETs.

O elenco é todo formado por desconhecidos. O único ator em cena que conheci foi o Timothy Olyphant dos seriados Damages e Justified. Ele interpreta um guerreiro que protege justamente o número quatro, que recebe o nome de John Smith. Esse ator que faz esse papel, chamado Alex Pettyfer, é muito fraco. Não tem expressão e nem muita presença mas tem bom look, o que no final das contas deve ser a única coisa que vá importar para as adolescentes que assistirão ao filme. A direção do D.J. Caruso é sem novidades, burocrática, feita sob encomenda para o estúdio. Enfim, o filme é isso, nada de muito relevante mas quem sabe possa vir até mesmo agradar ao público a que se destina.

Eu Sou o Número Quatro (I Am Number Four, Estados Unidos, 2011) Direção: David J. Caruso / Roteiro: Alfred Cough, Milles Milar / Elenco: Timothy Olyphant, Alex Pettyfer, Dianna Agron / Sinopse: Seres de outros planetas envolvidos numa disputa intergalática procuram se disfarçar de terráqueos. Um deles se faz passar por um simples adolescente de High School. Não tardará para que seus inimigos extraterrestres o venham caçar na Terra.

Pablo Aluísio.

Os Últimos Dias em Marte

Título no Brasil: Os Últimos Dias em Marte
Título Original: The Last Days on Mars
Ano de Produção: 2013
País: Inglaterra, Irlanda
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Ruairi Robinson
Roteiro: Sydney J. Bounds, Clive Dawson
Elenco:  Liev Schreiber, Romola Garai, Elias Koteas

Sinopse:
Um grupo de pesquisadores em Marte está em seu último dia de expedição no planeta vermelho. Durante um procedimento padrão de rotina um dos membros da equipe acaba sendo engolido por uma fenda. Enquanto os demais tentam lhe socorrer algo inesperado acontece. Uma bactéria desconhecida começa a infectar a todos, transformando a missão em uma terrível luta pela sobrevivência.

Comentários:
"The Last Days on Mars" até que começa muito bem. Em seus trinta primeiros minutos a tônica do roteiro é de seriedade, com muitas informações cientificas e bons efeitos digitais. A direção de arte, figurino e designs dos rovers espaciais são bem realizados. Eles se parecem até com antigas diligências do velho oeste, numa óbvia referência usada pelo diretor para criar um vínculo entre os pioneiros da colonização americana e aquelas astronautas em Marte, que afinal de contas também são pioneiros do espaço. Em determinado ponto chegamos mesmo a pensar que estamos vendo um filme realmente sério sobre o assunto. O problema é que como consta na sinopse logo uma bactéria começa a se alastrar entre os pesquisadores, transformando os infectados em verdadeiros zumbis espaciais. Pois bem, a partir do momento em que isso acontece a coisa toda desanda. O roteiro se torna extremamente derivativo a ponto de ser impossível não encontrar paralelos com a conhecida franquia "Aliens". Há uma tentativa de resgate desesperado dos sobreviventes mas isso também se torna caótico. No final das contas não chega a ser um filme ruim mas que deixa muito a desejar, principalmente para quem esperava encontrar por algo diferente. O clímax deixa a porta aberta para futuras continuações. Será que alguém vai se interessar?

Pablo Aluísio.

domingo, 21 de setembro de 2014

O Álamo

Título no Brasil: O Álamo
Título Original: The Alamo
Ano de Produção: 1960
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: John Wayne
Roteiro: James Edward Grant
Elenco: John Wayne, Richard Widmark, Laurence Harvey, Frankie Avalon

Sinopse:
Durante o ano de 1836 cresce o sentimento de separação do Texas do México. A intenção dos revolucionários é transformar o isolado estado em uma República independente. Para destruir o foco rebelde o governo mexicano envia um formidável exército de repressão comandado pelo general Santa Anna. Para resistir a invasão se insurge um pequeno mas valente grupo de homens no Álamo. Formado por soldados de carreira, voluntários e americanos do Tennessee liderados pelo coronel Davy Crockett (John Wayne) eles resolvem ficar no local para enfrentar bravamente o inimigo. Filme indicado aos Oscars de Melhor Filme, Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Música e Melhor Ator Coadjuvante (Chill Wills). Filme vencedor do Oscar de Melhor Som. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria Melhor Trilha Sonora Original (Dimitri Tiomkin).

Comentários:
Ao longo da carreira John Wayne dirigiu oficialmente apenas dois filmes, esse "O Álamo" e "Os Boinas Verdes" em 1968. De maneira não creditada ainda participou como co-diretor de "Rota Sangrenta" de 1955, "Os Comancheros" de 1961 (quando o diretor Michael Curtiz ficou doente demais para finalizar o filme) e por fim "Jake Grandão" de 1971. Em todas essas produções Wayne não fez feio como cineasta, muito pelo contrário, sempre pareceu tomar todas as decisões corretas. De todos os que assinou a direção nenhum foi tão pessoal quanto esse ousado faroeste de 1960. A intenção era recriar em cores épicas o famoso combate pela luta do forte Álamo (na verdade uma missão abandonada) no Texas. O evento histórico até hoje é celebrado no estado da rosa amarela justamente por ter sido um exemplo da bravura e orgulho do homem texano, que se recusou a se render mesmo diante de um poderoso exército mexicano que estava ali para garantir que o Texas continuasse a ser parte do México. No total o Álamo contava com apenas 185 homens que lutaram de forma corajosa contra mais de sete mil soldados sob comando do generalíssimo Santa Anna. Vale a pena ressaltar a coragem de John Wayne em algumas decisões que tomou ao rodar essa produção. A primeira delas foi o comprometimento com a história, evitando se render a meras concessões comerciais. Isso fez com que Wayne rodasse um filme longo, com duas horas e quarenta minutos de duração. 

Como bem sabemos filmes longos demais vendem menos ingressos pois ganham menos sessões de cinema durante o dia. Isso porém não depõe contra o resultado final, pois o filme jamais se torna pesado ou cansativo de assistir. O importante é que Wayne quis contar sua história da forma correta, sem perder nenhum detalhe histórico importante. A boa notícia é que seu objetivo foi alcançado. No desenrolar da trama também podemos notar que o cineasta John Wayne trouxe para a película muita coisa que aprendeu ao trabalhar ao lado de grandes diretores em sua carreira. A influência mais notável vem de John Ford. Wayne tenta recriar na tela pequenas nuances e detalhes que eram muito presentes na obra de Ford. Obviamente não consegue o mesmo impacto, até por falta de maior experiência atrás das câmeras, mas se sai muito bem. Assim "The Alamo" é uma prova que se quisesse, John Wayne poderia ter tido também uma bela carreira como diretor. Infelizmente o ator achava que dirigir trazia muita pressão, responsabilidades e riscos e por isso preferiu seguir trabalhando apenas como ator, atuando em seus bons e velhos faroestes. Uma pena, se tivesse seguido certamente teríamos por aí algumas pequenas jóias cinematográficas como esse "O Álamo".

Pablo Aluísio.

A Verdadeira História de Martin e Lewis

Título no Brasil: A Verdadeira História de Martin e Lewis
Título Original: Martin and Lewis
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: John Gray
Roteiro: John Gray, Arthur Marx
Elenco: Sean Hayes, Jeremy Northam, Paula Cale

Sinopse:
Jerry Lewis (Sean Hayes) é um comediante de night clubs de Nova Iorque que conhece o cantor e ator Dean Martin (Jeremy Northam). Depois de algum tempo se apresentando nas mesmas casas noturnas eles percebem que podem fazer um belo número juntos. A união de um palhaço careteiro e um galã de voz bonita acaba caindo no gosto do público e não demora para que todas as portas do show business se abram para eles, inclusive do cinema em Hollywood. Filme indicado ao Screen Actors Guild na categoria de Melhor Ator (Sean Hayes).

Comentários:
Telefilme bem realizado que se propõe a contar a história da dupla Jerry Lewis e Dean Martin. Juntos eles fizeram grande sucesso não apenas nos palcos, mas no cinema também. Foi uma parceria muito bem sucedida mas também repleta de dramas e problemas e o roteiro procura explorar o que acontecia nos bastidores. O filme é de certa forma didático e vai avançando na história até o rompimento entre eles. O primeiro desafio de se realizar uma produção como essa era encontrar uma dupla convincente de atores. Em relação ao papel de Jerry Lewis o ator Sean Hayes se sai muito bem. Para quem não lembra ele fez muito sucesso na série Will & Grace onde interpretava um gay muito divertido. Fisicamente ele lembra um pouco Lewis, mas o diferencial vem mesmo em sua atuação, que se revela bem inspirada. Já Jeremy Northam como Dean Martin está apenas correto. Também pudera, interpretar o Mr. Cool Martin não era mesmo uma tarefa das mais simples. Assim deixo a dica. O filme certamente não esgota o tema mas divertirá a quem é fã da dupla e da história do cinema americano.

Pablo Aluísio.

sábado, 20 de setembro de 2014

Poltergeist III

Título no Brasil: Poltergeist III
Título Original: Poltergeist III
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Gary Sherman
Roteiro: Gary Sherman, Brian Taggert
Elenco: Heather O'Rourke, Tom Skerritt, Nancy Allen

Sinopse:
A pequena Carol Anne (O'Rourke) dessa vez é enviada para morar com seus tios, uma forma de tentar livrar a jovem dos fantasmas que a atormentam. No novo lar, em um apartamento sofisticado de um grande edifício, tudo parece ter sido deixado para trás definitivamente. Mas será que a paz realmente reinará na vida de Carol Anne? Filme indicado ao Framboesa de Ouro na categoria Pior Atriz Coadjuvante (Zelda Rubinstein).

Comentários:
Se o segundo filme da franquia não tinha muita razão de ser, imagine a terceira parte! Infelizmente muitas séries vão ao limite simplesmente porque continuam rendendo uma margem de lucro considerada satisfatória pelos estúdios. Assim resolveram apelar, trazendo novamente a garotinha Carol Anne Freeling (O'Rourke) e os fantasmas que giram em torno dela de volta às telas. Nem preciso dizer que esse é o pior filme de todos. Se no segundo filme tínhamos um enredo que só fazia sentido em parte, aqui temos um roteiro que não faz sentido nenhum. O próprio argumento é muito fraco, tentando fazer terror em um arranha-céu de uma grande cidade americana! Existe cenário mais inadequado do que esse? Certamente não e por isso o filme tenha uma carga mínima de suspense e tensão. Tudo muito fraco e sem graça. Sinceramente não deveria nem mesmo existir para ser sincero. Em termos de "Poltergeist" ainda vale a mesma dica: assista ao primeiro e esqueça todos os demais.

Pablo Aluísio.

Poltergeist 2 - O Outro Lado

Título no Brasil: Poltergeist 2 - O Outro Lado
Título Original: Poltergeist II The Other Side
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: MGM
Direção: Brian Gibson
Roteiro: Michael Grais, Mark Victor
Elenco: JoBeth Williams, Craig T. Nelson, Heather O'Rourke

Sinopse:
Depois dos acontecimentos terríveis do primeiro filme a família Freeling parece finalmente ter encontrado a paz, mas para sua decepção a garotinha Carol Anne Freeling (Heather O'Rourke) continua a despertar a atenção das pessoas, em especial de um grupo ligado ao mundo oculto e obscuro do mal. Filme indicado ao Oscar na categoria Melhores Efeitos Especiais. Indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Filme de Terror e Melhores Efeitos Especiais.

Comentários:
Sequência do grande sucesso Poltergeist. A primeira grande ausência é a do próprio Steven Spielberg, que havia dado uma significativa ajuda no primeiro filme - que é considerado um clássico dos filmes de terror até nos dias atuais. Sua produção e seu dedo aqui fazem falta. Esse segundo filme tem aspectos interessantes, mas o roteiro apenas dá voltas em torno de si mesmo, tentando levar em frente um enredo que já havia se fechado muito bem no primeiro filme. O grande destaque vai para a equipe que criou os efeitos especiais, que são realmente ótimos, justificando as várias indicações que recebeu, inclusive da Academia. A garotinha Heather O'Rourke também chama a atenção pelo talento, apesar da pouca idade. Infelizmente morreu muito cedo o que acabou elevando ainda mais o status dessa franquia entre os fãs de filmes de terror. No geral é isso, um filme tecnicamente muito bem realizado, mas com um roteiro que deixa a desejar.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Heróis de Ressaca

Título no Brasil: Heróis de Ressaca
Título Original: The World's End
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Universal Pictures, Focus Features
Direção: Edgar Wright
Roteiro: Simon Pegg, Edgar Wright
Elenco: Simon Pegg, Nick Frost, Martin Freeman, Pierce Brosnan

Sinopse:
Depois dos quarenta anos, Gary King (Simon Pegg) resolve reunir seus quatro melhores amigos da escola secundária para um reencontro, fazendo o chamado quilômetro dourado, um caminho onde terão que beber em 12 bares (pubs) até chegar ao último conhecido como The World's End! Quando jovens eles tentaram cumprir toda a maratona de bebedeiras, mas não conseguiram. Agora é a chance de realizar esse feito que havia ficado para trás. 

Comentários:
Sinceramente eu já assisti muito filme louco na minha vida, mas como esse estou pra ver... Começa quase como uma comédia de costumes, com uma reunião de cinco amigos. Quatro deles não estão muito empolgados de voltar para uma última grande rodada nos pubs da velha cidade onde moravam, mas para Gary King (Simon Pegg) isso parece ser a coisa mais importante de sua vida. E então, como do nada, o filme dá uma reviravolta completa, robôs (sim, robôs!) surgem, começam a atacar os cinco amigos e aí meu camarada poucas coisas são mais malucas do que o roteiro dessa produção. Tudo bem, os ingleses são conhecidos por terem um tipo de humor próprio, excêntrico e fora dos padrões, mas nada irá lhe preparar para algo assim, tão nonsense! No elenco não há nenhum ator que seja mais conhecido dos brasileiros, a não ser o ex-James Bond Pierce Brosnan, em um papel sem a menor importância, com pequenas aparições no começo e no fim do filme. No geral é aquele tipo de enredo que você fica se perguntando onde diabos estava a cabeça do roteirista quando resolveu escrever algo assim? Só para ter uma ideia a última cena nos lembra de um típico filme pós-apocalíptico ao estilo Mad Max! Insanidade pouca é bobagem!

Pablo Aluísio.

Máfia no Divã

Título no Brasil: Máfia no Divã
Título Original: Analyze This
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Harold Ramis
Roteiro: Kenneth Lonergan, Peter Tolan
Elenco: Robert De Niro, Billy Crystal, Lisa Kudrow

Sinopse:
Paul Vitti (Robert De Niro) é um mafioso típico de Nova Iorque. Durão e implacável, ele trata seus inimigos ao velho estilo siciliano. Para sua surpresa porém começa a notar mudanças bruscas de comportamento, sofrendo de crises emocionais, ansiedade e insônia. Para se tratar acaba contratando os serviços do terapeuta Ben Sobol (Billy Crystal), que logo perceberá que tratar de seu novo cliente não será nada fácil.

Comentários:
Uma das críticas mais recorrentes a Robert De Niro em sua carreira é que em determinado momento de sua filmografia ele colocou seu talento em controle remoto e começou a interpretar personagens que, em última análise, eram auto paródias de si mesmo. " Analyze This" é provavelmente um dos maiores exemplos disso. O personagem de Bob De Niro no filme, Paul Vitti, é uma caricatura de mafiosos italianos no cinema. O ator também exagera e muito na dose. Tudo bem que se trata de uma comédia e tudo mais, porém não era preciso fazer tantas caretas e apelar tanto para um tipo de atuação que certamente decepcionará os fãs dos bons momentos dele no cinema - basta lembrar de seus clássicos dos anos 70 para entender a queda brutal de qualidade em seu trabalho. Ao seu lado surge Billy Crystal, que tem um tipo de humor muito específico, geralmente interpretando judeus nova-iorquinos (ou seja, a maioria de suas piadas só farão sentido completamente para essa comunidade, o que não tem nada a ver com a nossa cultura de um modo em geral). Confesso que nunca gostei muito desse filme e nem o acho particularmente engraçado. Como nota triste final, vale lembrar que a direção foi do ator e cineasta Harold Ramis, falecido recentemente. 

Pablo Aluísio.