segunda-feira, 3 de abril de 2006

Gene Autry

Em recente pesquisa realizada entre o público americano o nome de Gene Autry se destacou entre os mais lembrados cowboys da história do entretenimento daquele país. Não é para menos. Autry de fato foi um fenômeno de popularidade. Ator, cantor, compositor, apresentador de programas de TV e rádio, empresário de sucesso, ele conseguiu transformar seu nome em uma marca de sucesso, o que lhe rendeu a imortalidade na memória dos fãs, mesmo após tanto tempo do fim de sua carreira.

Foram três décadas de grande sucesso. Autry surgiu no final dos anos 1930 e teve seu auge nas décadas seguintes onde literalmente fez de tudo: estrelou westerns de sucesso no cinema, gravou discos country, protagonizou programas de grande audiência na TV, apresentou programas de rádio e até virou personagem de histórias em quadrinhos. Soube comercializar muito bem seu nome e se tornou um dos homens mais ricos do show business americano.

No cinema foram 93 filmes ao total. É um dos poucos artistas a fazer parte das principais galerias da fama, sendo parte do Country Music Hall of Fame e do Hollywood Walk of Fame em todas as cinco categorias (cinema, TV, música, rádio e apresentações ao vivo). Até nome de cidade virou. O estado americano de Oklahoma o homenageou dando seu nome a uma das cidades. Maior prova de seu legado certamente não há.

O Melhor de Gene Autry:
Cavaleiros do Céu
Cidade Fantasma
Alma Intrépida
O Revólver de Prata
Chamas da Vingança
A Corrida do Diabo
Robin Hood no Texas
Almas Indomáveis

Pablo Aluísio.

domingo, 2 de abril de 2006

General Custer e a Sétima Cavalaria

Recentemente vendo um documentário exibido pelo canal History me deparei com mais essa especulação histórica, a de que o General Custer e seus homens da Sétima Cavalaria estariam levando algum tipo de tesouro quando foram massacrados. Não existe certeza sobre isso. Historiadores apenas especulam, nada mais do que isso.

De minha parte acredito ser uma suposição um tanto forçada. Quando soldados do exército americano avançavam nos territórios do oeste dominados por nativos e guerreiros selvagens, eles levavam o mínimo possível nessas longas jornadas. No máximo carregavam suas armas e pouco dinheiro para uso pessoal, no caso de alguma emergência. Eram longas cavalgadas oeste adentro, sem nenhum luxo para os militares.

Além disso não vamos nos esquecer que os soldados estavam indo para a guerra e não a passeio. A Sétima Cavalaria contava até com relativamente poucos homens. Estima-se que eram pouco mais de 180 militares, entre oficiais e soldados de baixa patente. Todos eles levavam uma vida dura, muitas vezes se engasgando com o pó das velhas trilhas do velho oeste. O interessante é que muitos deles eram veteranos da guerra civil, entre eles o próprio Custer. Eles não estavam carregando nenhum tesouro nessas missões, mas apenas seus rifles, espadas e ferramentas típicas do exército americano da época.

O documentário do History vai para um lado, vai para o outro, mas não traz nenhuma prova consistente sobre isso. Os índios liderados por Touro Sentado e Cavalo Louco nunca afirmaram nada sobre isso. Eles louvaram os escalpos dos invasores brancos, mas não moedas de ouro que eles por ventura estivessem transportando. Não há provas históricas sobre nada do que é dito nesse programa. Assim o que sobram são apenas palavras ao vento.

Pablo Aluísio.

sábado, 1 de abril de 2006

Os Comanches

O povo Comanche, retratado em tantos filmes, ocupou vastas terras no começo da colonização norte-americana. Suas tribos se localizavam nos atuais Estados do Colorado, Novo México, Oklahoma, Kansas e Texas. Os Comanches eram guerreiros em essência e combateram os primeiros espanhóis que chegaram nas novas terras. Foram justamente esses aventureiros que deram o nome aos nativos numa expressão que significava "inimigo estrangeiro". O termo Comanche não era usado pelos próprios nativos que se autodenominavam apenas de "O Povo".

Além de guerreiros por natureza os Comanches desde muito cedo dominaram a arte da cavalaria. Para um jovem Comanche o cavalo nada mais era do que uma extensão de seu próprio corpo. Formando grandes grupos de cavaleiros os Comanches logo dominaram vastas paisagens do interior americano, subjugando nesse processo vários outros povos nativos.

Envolvidos em vários conflitos nas chamadas grandes planícies, os Comanches acabaram sofrendo bastante em razão do grande número de mortos nesses conflitos. Quando o homem branco chegou na nova terra a situação se agravou pois logo surgiram os primeiros focos de conflito com o novo conquistador. As tropas da cavalaria do exército norte-americano logo provocoram grandes baixas no número de Comanches, uma situação que se refletiu no futuro pois atualmente existem pouco mais de 14 mil Comanches vivendo em reservas do governo.

Além das guerras outro fator contribuiu para o declínio da nação Comanche. Sua estrutura de poder era totalmente descentralizada onde um cacique geralmente tinha o pleno domínio de apenas alguns indivíduos. Em pouco tempo esse sistema acabou criando centenas de grupos independentes um dos outros, gerando inclusive conflitos entre eles mesmos. Dispersos, muitos se dedicaram então ao roubo de cavalos dos pioneiros que reunidos em bandos os caçavam como simples criminosos. Ao longo dos anos as guerras, os conflitos e a descentralização de poder entre eles os relegou a pequenos grupos dispersos. Esse realmente foi um povo que pagou um alto preço por sua bravura, independência e espírito guerreiro.

Pablo Aluísio.

O Pistoleiro do Rio Vermelho

O Pistoleiro do Rio Vermelho
Ontem assisti ao filme "O Pistoleiro do Rio Vermelho" (The Last Challenge, EUA, 1967). Sempre é bom conhecer ou rever filmes americanos de faroeste, principalmente das décadas de 40, 50 e 60, onde geralmente se situam as melhores produções da história do cinema ianque. Naqueles tempos o Western era extremamente popular e rendia excelentes bilheterias. Também eram filmes muito lucrativos pois custavam pouco, geralmente sendo rodados nos desertos do Arizona e Califórnia. Os estúdios aliás ganhavam grande parte de seus recursos justamente nesse tipo de produção. Se havia necessidade de melhorar as receitas nada mais era tão indicado como a produção de filmes desse gênero.

Ao longo do tempo a regularidade levou vários atores a se tornarem ícones desse estilo como John Wayne, Randolph Scott, Alan Ladd, etc. O caso de Glenn Ford era um pouco diferente. Ele não era um astro cowboy por excelência. Realmente chegou a atuar em muitos faroestes, mas era mais regular em dramas, filmes de aventura ou de guerra. Tanto isso é verdade que seu filme mais lembrado até hoje é "Gilda", um filme com ares de noir que acabou virando um cult para a crítica americana (status que só foi adquirido com o tempo já que em seu lançamento o filme se notabilizou mais pela bela presença de Rita Hayworth do que por qualquer outra coisa).

Assim Ford era considerado acima de tudo um astro eclético, embora nunca chegasse a ser reconhecido como grande ator. Ele era um tipo, uma espécie de estereótipo cinematográfico. Se formos pensar apenas em seus filmes de western veremos que Ford nunca chegou a atuar em um grande clássico, em uma obra prima tal como aconteceu muitas vezes com John Wayne. Na verdade ele se especializou em filmes B, baratos, que não tinham maiores pretensões a não ser render uma boa bilheteria para pagar os custos da produção e gerar algum lucro. Esse é o caso de "O Pistoleiro do Rio Vermelho". Não há uma excelente produção em cena. O filme, como todos da MGM, era certamente bem produzido, com boas locações, mas passava longe de ser uma superprodução.

Quando a fita chegou nos cinemas por volta de 1967 o western já estava saindo lentamente de moda. O público era mais velho e os jovens estavam interessados em outras coisas (não nos esqueçamos que foi nesse mesmo ano que aconteceu o verão hippie, do amor livre e do flower power). Havia muita LSD e maconha rolando entre os jovens cabeludos. Nenhum deles teria interesse em ver um filme de cowboy com um roteiro que soava até mesmo fora de época. E os valores? Será que algum jovem queria mesmo ver um duelo no velho oeste para determinar quem seria o gatilho mais rápido do Arizona? Acredito que não. Assim o que temos aqui é um filme de orçamento restrito, já meio fora de moda, com um astro já aparentando um certo cansaço.

O único interesse talvez viesse da presença da atriz Angie Dickinson, uma loira bonita, com cabelos de hippie (mesmo que o filme fosse passado no velho oeste) e personalidade feminista à frente de seu tempo (no roteiro ela era dona de um saloon, não se importando em ser falada na cidade). Outro ponto interessante é o fato de que o filme foi dirigido por Richard Thorpe. Quem é fã de Elvis Presley certamente saberá de quem se trata. Ele dirigiu dois dos mais populares filmes de Elvis: "O Prisioneiro do Rock" em 1957 e "O Seresteiro de Acapulco" de 1963. O primeiro é um marco na história do rock no cinema e o segundo um clássico da Sessão da Tarde dos anos 70 e 80. Esse faroeste foi seu último filme, afinal ele já havia dirigido quase 180 filmes desde que começou em Hollywood em 1923 (ainda na era do cinema mudo). Já era mesmo tempo de se aposentar da sétima arte.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 29 de março de 2006

A Lenda do Cavaleiro Fantasma

Não é tão comum a simbiose de filmes com temática sobrenatural e westerns. Esse “A Lenda do Cavaleiro Fantasma” se propõe a isso. O filme começa com uma família de pioneiros no meio do deserto. Surgindo no horizonte eles são atacados por um grupo de malfeitores que os atacam e cometem atos de barbaridade. O pai é logo morto de forma sádica, a mãe é estuprada e o filho mais velho (apenas um garotinho) é também assassinado de forma impiedosa pelo líder da gangue, Blade (Robert McRay). Após eles irem embora a mãe e sua filha, as únicas sobreviventes, chegam finalmente numa pequenina cidade no meio do deserto. Sedentas e arrasadas pelo ataque dos bandidos elas conseguem ajuda de um velho comerciante, dono de uma pequena mercearia, que infelizmente lhes avisam que o mesmo bando de Blade domina também a cidade, tendo eliminado o xerife e o juiz do local. Rezando por ajuda os moradores honestos acabam sendo atendidos com o surgimento de um cavaleiro misterioso que surge do nada, para enfrentar os facínoras que aterrorizam a todos os cidadãos.

“A Lenda do Cavaleiro Fantasma” então passa a usar a figura misteriosa desse cavaleiro que não fala, não mostra qualquer sinal de emoção ou interatividade. Com longos cabelos ao vento mais parece uma assombração do que qualquer outra coisa. O filme obviamente usa de todos os clichês do western, alguns de forma bem descarada, mas a despeito de tudo isso consegue ser eficiente, mantendo a atenção do espectador. Com duração curta, “A Lenda do Cavaleiro Fantasma” não chega a aborrecer em nenhum momento e ganha bastante com um roteiro enxuto, sem maiores delongas. A figura do cavaleiro fantasma deixa um pouco a desejar e em muitos momentos é mal aproveitada, surgindo em plena luz do dia, por exemplo, mas no saldo final até que vale a pena ver esse western sobrenatural. Arrisque!

A Lenda do Cavaleiro Fantasma (Legend of the Phantom Rider, Estados Unidos, 2002) Direção: Alex Erkiletian / Roteiro: Robert McRay / Elenco: Denise Crosby, Robert McRay, Stefan Gierasch / Sinopse: Cidade aterrorizada por um grupo de malfeitores se enche de esperança com a chegada de um misterioso cavaleiro errante que começa a defender os moradores das barbarides cometidas pelos bandidos.

Pablo Aluísio.

Céu Amarelo

Baseado num conto de W.R Burnett, o western, "Céu Amarelo" (Yellow Sky,1948) conta a história de James Stretch Dawson (Gregory Peck) e seu bando de assaltantes. A quadrilha, após assaltar o banco da pequena cidade de Rameyville, foge, tendo em seu encalço vários soldados da união. Para fugir do pequeno exército, Stretch e seus capangas desviam a rota e resolvem atravessar a imensidão do deserto na região do Vale da Morte. Depois de vários dias de travessia pelo deserto com sol abrasador, o bando está em frangalhos. O calor inclemente, além da sede e da fome, devastam pouco a pouco Stretch, seus comparsas e os cavalos. Quando ninguém mais acreditava, a quadrilha trôpega e moribunda, chega a uma cidade fantasma chamada Yellow Sky. Na busca desesperada por água o bando encontra uma mulher que os recebem armada com um rifle. Seu nome: Mike (Anne Baxter). Mike mora na pequena cidade com seu avô (James Barton) e juntos guardam um segredo a sete chaves: uma mina de ouro. A beleza e o charme de Mike passam a chamar a atenção do bando, mas especialmente de dois deles: Stretch (Gregory Peck) e Dude (Richard Widmark). Passado alguns dias o bando descobre que Mike e seu avô escondem uma mina de ouro e passam a pressioná-los para que indiquem a posição. O velho, já doente, informa ao bando que na mina existem 50.000 dólares em ouro e que topa fazer a divisão entre todos.

O maior problema é que Stretch está cada dia mais apaixonado por Mike, fazendo brotar em Dude sentimentos de ciúme, ódio e vingança. Dude então reúne o bando para juntos roubarem a mina, traindo não só Stretch mas também Mike e seu avô. Quando descobre a traição do resto do bando, Stretch se une a Mike e seu avô e juntos irão enfrentar o resto do bando pela posse de todo o ouro. Entrincheirados na casa de Mike para se protegerem dos bandidos que agora tem Dude como líder, a batalha pelo ouro e também pelo coração de Mike, inicia-se com uma ferrenha troca de tiros que culminará num final sensacional, inesperado e digno dos grandes clássicos.

Céu Amarelo é um dos maiores western feitos até hoje. Seu revestimento estético projeta na tela uma aura e um charme que só os eternos clássicos do western possuem. Além disso, o longa é ancorado por excelentes performances de Gregory Peck, Richard Widmarck e Anne Baxter. A fotografia em preto e branco de Joseph MacDonald é um espetáculo à parte, principalmente na cena da travessia do deserto onde ele explora as tomadas com um excesso quase letal de claridade. Palmas também para mais um show de direção do grande William A.Wellman que também já havia dirigido o inesquecível "Beau Geste" em 1939.

Céu Amarelo (Yellow Sky, Estados Unidos, 1948) Direção: William A. Wellman / Roteiro: Lamar Trotti, W.R. Burnett / Elenco: Gregory Peck, Anne Baxter, Richard Widmark / Sinopse: Grupo de assaltantes chegam numa pequena cidade perdida do velho oeste e descobrem que no local há uma rica mina de ouro. Agora terão que lutar para colocar as mãos na fortuna do local.

Telmo Vilela Jr.

terça-feira, 28 de março de 2006

Indômita Disputa

Dois desertores do exército americano, Pike (Martin Sheen) e Henry (Harvey Keitel), sangram o deserto americano com o objetivo de negociar peles e produtos para grupos indígenas selvagens. Durante sua viagem porém são emboscados por um guerreiro comanche, Búfalo Branco (Sam Waterson), que não apenas rouba todos os produtos como também fere mortalmente Henry. Como se não bastasse ele resolve seguir em frente com seus atos criminosos, decidindo atacar uma diligência espanhola logo a seguir, matando três condutores, saqueando sua carga e levando como refém uma linda jovem branca (Interpretada pela atriz britânica Caroline Langrishe). Começa assim a trama desse interessante western da década de 1970 onde tudo parece estar perfeitamente encaixado – o bom roteiro, as atuações comprometidas e uma direção segura que não deixa o filme cair no marasmo, mantendo sempre o interesse do espectador. É o que gosto de chamar de faroeste viril, todo passado no meio de uma paisagem árida e hostil, com enredo focado e forte, tudo somado com excelentes cenas de ação no meio do nada daquela terra de ninguém.

É de se elogiar a atuação de dois atores em cena. O primeiro é Martin Sheen. Sempre o achei extremamente subestimado e injustiçado por todos esses anos pois nunca assisti em minha vida uma performance preguiçosa de Sheen em cena. Ele sempre se entrega completamente ao seu papel. Aqui não é diferente. O ator dá uma vivacidade ao seu personagem Pike que chega a impressionar. Ele é um dos comerciantes de peles que sofre o ataque de um comanche e passa o restante do filme em seu encalço, numa obsessão de vingança, para recuperar suas peles e partir para um acerto de contas final por causa da morte de seu comparsa. 

Ao lado de Harvey Keitel (outro excelente ator) ele mantém o padrão de atuação do filme lá no alto. Outra atuação digna de nota é a do ator Sam Waterson que interpreta o comanche guerreiro Búfalo Branco. Impassível, praticamente sem dizer uma linha de diálogo sequer, ele passa toda a intensidade de seu papel apenas com o olhar fixo. É uma atuação física acima de tudo, que no final das contas causa grande impacto no espectador. No saldo final “Indômita Disputa” é certamente um western dos mais eficientes. Boa produção que merece ser redescoberta pelos fãs do gênero.

Indômita Disputa (Eagle's Wing, Estados Unidos,1979) Direção: Anthony Harvey / Roteiro: Michael Syson, John Briley / Elenco: Martin Sheen, Sam Waterston, Harvey Keitel, Caroline Langrishe / Sinopse: Após matar e roubar uma dupla de comerciantes de pele, um guerreiro Comanche começa a aterrorizar toda a região promovendo roubos e mortes. Numa dessas ações leva como refém uma linda jovem viajante de uma diligência. Agora terá que escapar de seus perseguidores brancos.

Pablo Aluísio.

Zorro e a Cidade de Ouro Perdida

Mais um longa-metragem com o personagem Lone Ranger (Cavaleiro Solitário) para o cinema. Aqui no Brasil o nome de Zorro foi definitivamente assumido com o título nacional da produção embora isso seja obviamente um erro pois o Lone Ranger nada tem a ver com o Zorro verdadeiro. Talvez o fato de ambos os personagens usarem máscara tenha incentivado a distribuidora nacional a adotar o nome comercial de Zorro. Deixando isso de lado aqui temos mais um típico western de matinê com muitas aventuras, tiroteios e heroísmo por parte do Lone Ranger e seu fiel companheiro Tonto (que sofre bastante nas mãos dos bandidos). Novamente os atores Clayton Moore e Jay Silverheels assumem os persongens principais, Lone Ranger e Tonto, respectivamente. O enredo gira em torno da busca de um medalhão dividido em cinco partes que uma vez reunidos revela o mapa da localização de uma lendária cidade formada de ouro, mito conhecido pelos espanhóis que chegaram na América colonial como El Dorado.

Um velho cacique resolve então distribuir as partes do medalhão a pessoas de sua estima. Aos poucos porém esses são mortos misteriosamente, o que leva Lone Ranger a desconfiar que tudo não passa de uma tentativa de se apoderar das partes do medalhão para assim colocar as mãos no tesouro da cidade dourada. A pista leva a uma fazendeira e seu capanga violento. Com toques das antigas aventuras dos anos 40, essa nova fita do Cavaleiro Solitário investe em elementos bem fantasiosos que obviamente fizeram a festa da garotada que frequentava as matinês na década de 1950. Um ponto digno de nota também é a sutil mensagem contra o preconceito racial que surge no personagem do Dr. James Rolfe (Dean Fredericks). Ele é um médico bondoso da cidade que atende indígenas sem pedir nada em troca. O que poucos sabem é que ele tem sangue pele vermelha, fato que revelará em um ponto crucial da estória, ensinando aos mais jovens a importância de se ter orgulho de sua raça, seja indígena, negra ou qualquer outra. Uma bela lição que valoriza ainda mais o filme como um todo. Assista e se divirta com o sabor nostálgico das antigas matinês com o Lone Ranger. 

Zorro e a Cidade de Ouro Perdida (The Lone Ranger and the Lost City of Gold, Estados Unidos, 1958) Direção:  Lesley Selander / Roteiro: Eric Freiwald, Robert Schaefer / Elenco: Clayton Moore, Jay Silverheels, Douglas Kennedy / Sinopse: Lone Ranger (Cavaleiro Solitário) e seu leal parceiro Tonto tentam desvendar a morte de vários indígenas. Depois de investigar eles descobrem que cada um deles era dono de partes de um medalhão que uma vez reunidos indicam a localização de uma lendária cidade toda feita de ouro puro. Agora eles tentarão descobrir os autores dos crimes.

Pablo Aluísio.