sexta-feira, 1 de abril de 2005

Elvis Presley - Kid Galahad

Mais uma trilha sonora de Elvis lançada sem muita repercussão. O que é de se admirar uma vez que "Blue Hawaii" havia feito tanto sucesso (e não fazia muito tempo). Ao que tudo indica a RCA Victor tinha alguns problemas com a United Artists (que produziu o filme). Só isso poderia explicar a falta de promoção das canções por parte da gravadora de Elvis. O resultado era de se esperar: fracasso de vendas e nenhum efeito maior no mundo musical de sua época. Nas vésperas da chegada dos discos dos Beatles nos Estados Unidos, Elvis não conseguia mais se destacar nas paradas de sucessos. O curioso é que o material até apresentava boas músicas, algumas até quem sabe com força suficiente para emplacar um Top 10 entre as mais vendidas. Sem divulgação adequada porém até o público americano ignorou o lote de novas músicas de Elvis Presley no mercado.

Seu pouco sucesso fez com que a filial inglesa da RCA não mostrasse interesse na trilha, só a lançando no ano seguinte e mesmo assim após os fãs ingleses protestarem por não terem acesso ao disquinho. Até a capa do EP foi considerada ruim, com uma foto pouco interessante de Elvis usando luvas de boxe! Tudo bem que seu personagem era um lutador mas que atenção iria chamar ao consumidor comum uma capa tão estranha como aquela? Com vendas ruins e sem expressão "Kid Galahad" acabou antecipando o que iria acontecer com muitas trilhas sonoras gravadas por Elvis Presley nos anos seguintes.

King of The Whole Wide World (Batchelor / Roberts) - Não só a melhor canção do filme mas também uma das melhores músicas de Elvis na primeira metade da década de 60. Uma gravação que não fica devendo em nada às músicas de estúdio de Nashville. É daquelas canções que fazem de Elvis o Rei do Rock. Com uma letra simples, porém inteligente e ainda com uma lição de moral, essa música ainda prima por um ritmo alucinante, alto astral que combinava muito bem com o estilo de Elvis. A banda dá um show, especialmente o excelente saxofonista Boots Randolph, um dos músicos mais subestimados que trabalharam para Elvis. Saxofonista de mão cheia, Boots apareceu no palco com Elvis nos shows de 1961 de Memphis e Honolulu e se tornou o responsável por solos incríveis de sax em músicas como "The Meanest Girl in Town", "Fools fall In Love", "Witchcraft", "Return to Sender" e a obra prima "Reconsider Baby". Ele fez na década de 60 o equivalente ao que Scotty fazia na década de 50, tendo seus solos de sax substituídos os de guitarra de Moore em várias músicas. Trabalhou com Elvis até 1968 em sua última sessão em Nashville da década. Nessa música não é diferente, nos presenteando com dois solos, sendo o último o melhor deles. A voz de Elvis aqui também é o destaque, ainda exibindo um timbre parecidíssimo com o da década de 50. Como a maioria das cenas musicais de Elvis a música é apresentada de forma ridícula, com Elvis cantando na traseira de um caminhão. Uma versão mais lenta e sem a pegada foi tentada e exigiu quase 30 takes! A versão definitiva lançada alcançou o master com apenas quatro. Essa é para mostrar aos amigos que não são fãs de Elvis.

This is Living (Weisman / Wise) - Outro exemplo de uma boa música em um filme de Elvis. Também muito pra cima, essa canção tem uma letra meio escapista, o que nem sempre é ruim. Dificilmente alguém com mais de 25 anos vai se identificar com ela, mas temos que lembrar que em 1961 o público de Elvis ainda era abaixo de dessa faixa etária. Garotada mesmo. Afinal, uma música que fala sobre liberdade (de uma forma bem inocente, convenhamos) e sobre um cara que não quer se amarrar e só curtir a vida, não é para todas as idades. O primeiro verso é cantado só pelos Jordanaires e Elvis só entra do refrão em diante. O ritmo é contagiante. A única crítica fica para a banda que deveria ter tocado, digamos, de uma forma mais pesada, ficando o resultado final uma música legal, com bom ritmo, mas com uma pegada um pouco falha, sem muito "feeling".

Home Is Where The Heart Is (Edwards / David) - Se você é daqueles fãs que acham “Love Me Tender” a melhor balada gravada por Elvis, então você precisa se aprofundar mais na discografia de seu ídolo. Do contrário, você vai perder preciosidades como essa belíssima canção. Com uma melodia celestial, instrumentalmente simples e um vocal soberbo de Elvis, essa música merece ser ouvida mais de uma vez. Aqui, pessoalmente, eu acho um dos pontos altos, vocalmente falando, na carreira de Elvis que vai de um grave até então inédito até aquele agudo característico dos anos da Sun Records. Nessa música Elvis dá uma aula de canto em menos de três minutos! Os takes iniciais são mais lentos, porém prefiro o master, um pouco mais acelerado.Como em "Don´t", por exemplo, Elvis pega uma música aparentemente boba e simples e suga sua essência de tal maneira que ela se transforma em Elvis e ele nela, fato que iria ocorrer em dezenas de outras ocasiões como em "Bridge Over Troubled Water", guardada as devidas proporções na qualidade do material. Como Pomus e Shuman diziam: "Elvis era o único cantor que conhecíamos que nos mostrava algo em nossas músicas que ainda não sabíamos ou não tínhamos percebido."

I Got Lucky (Fuller / Weisman / Wise) - Puro Pop dos anos 60. "I Got Lucky" inexplicavelmente não fez sucesso nas paradas, talvez por não ter sido dada a devida atenção e ter sido lançada em um EP e não em um single. Amostra perfeita do som que os adolescentes escutavam na época: músicas bobinhas, com letras falando de amor adolescente e ritmo extremamente pegajoso e impregnante (no bom sentido!). Nada de errado com isso, em uma América ainda inocente. Essa canção é daquelas que envelheceram e ouvindo-a, imediatamente vem aquele gostinho de nostalgia. Me lembra muito "I Gotta Know", do ano anterior. Na cena do filme em que Elvis a canta o vemos em um picnic tipicamente americano e meninas com saia rodada, características da época. Elvis ensaia um pouco de seus movimentos de Pelvis, contidos, é claro, do mesmo jeito que a música é. Doo Woop de primeira para ninguém botar defeito.

Riding The Rainbow (Weisman / Wise) - Junto com "A Whistling Tune", a mais fraca da trilha, porém, sem prejudicar em momento algum a qualidade do material. O interessante dessa trilha é que até as músicas mais bobinhas são infinitamente superiores a materiais futuros como "Harum Scarum" ou "Easy Come Easy Go". Na mesma linha de "I Got Lucky", essa canção aparece no filme na parte em que Elvis após reformar um antigo cadillac leva todos para dar uma voltinha, incluindo no banco traseiro o troglodita Charles Bronson. Interessante é ver Bronson, o brutamontes de "Desejo de Matar" escutando versinhos inocentes como " I´m riding the rainbow, I´m Following my star to where you are". Irônico, no mínimo! Uma das primeiras, de muitas músicas que Elvis cantaria em um filme dentro de um carro.

A Whisling Tune (Edwards / David) - A mais fraquinha da trilha, essa havia sido rejeitada, apesar de gravada, para a trilha de "Follow That Dream". A diferença é que no filme anterior o arranjo é feito com o piano e aqui a melodia é feita com assovio mesmo, justificando o título da música. Apesar da melodia e letra agradáveis, essa canção representa uma parcela de tudo que estava errado nas músicas nas trilhas: letras bobinhas e melodias suaves e pueris demais. Nem o adolescente de 1961 iria dar atenção e se identificar com essa aqui.

Ficha Técnica: Elvis Presley (vocal) / Scotty Moore (guitarra) / Tiny Timbrell (guitarra) / Bob Moore (baixo) / Buddy Harman (bateria) / D.J. Fontana (bateria) / Neal Mathews (guitarra) / Dudley Brooks (piano) / The Jordanaires: Gordon Stoker, Hoyt Hawkins, Neal Matthews e Ray Walker (vocais) / Gravado no Radio Recorders, Hollywood, California / Data de gravação: 26 e 27 de outubro de 1961 / Produzido e arranjado por Jefrey Alexander / Data de lançamento: Agosto de 1962 / Melhor posição nas charts: #30 (USA) e #23 (UK) Obs: O EP só foi lançado na Inglaterra em janeiro de 1963.

Pablo Aluísio e Victor Alves.

terça-feira, 29 de março de 2005

Elvis Presley - Discografia Brasileira 1969

A partir de 1965 as trilhas sonoras de Elvis vendiam tão pouco no Brasil que a filial nacional da RCA simplesmente parou de lançar discos de Elvis no Brasil. Sua última trilhas sonora a chegar nas lojas brasileiras foi "No Paraíso do Havaí" em 1966. Vendeu poucas cópias. Depois disso nada mais foi editado em nosso país em relação a Elvis no quesito álbuns. Para o fã sobrava a única oportunidade de comprar um ou outro compacto que fosse lançado em nosso mercado. Isso demonstrava como Elvis estava por baixo nessa época.

Só três anos depois, justamente em 1969, é que a RCA Brasil finalmente se animou a colocar novamente um álbum (LP) de Elvis nas lojas. Foi justamente "From Elvis in Memphis", um disco que se saiu bem em vendas e foi muito elogiado pela crítica nos Estados Unidos. De repente não havia mais como ignorar. Elvis estava novamente em um bom momento na carreira e os responsáveis por seus lançamentos no Brasil soltaram o disco para venda ao público brasileiro. Era uma edição mais simples do que o bonito disco original americano, mas foram preservados pelo menos a excelente direção de arte do álbum Made in USA.

Muitos pensaram que seguindo a boa maré o álbum seguinte de Elvis, esse duplo, chamado "From Memphis to Vegas / From Vegas to Memphis" também seria lançado, mas como se tratava de um disco mais caro (por ser dois LPs) a RCA resolveu esperar um pouco e o tão aguardado álbum duplo só foi lançado nos anos 70. Era até comum os lançamentos atrasarem até um ano ou dois para serem lançados no Brasil, fruto do atraso industrial nacional daqueles tempos.

Já em termos de compactos (os chamados singles) o público brasileiro não teve muito do que reclamar. Em 1969 quatro compactos simples foram lançados em nosso país, seguindo rigorosamente a discografia americana. Foram os seguintes os compactos nacionais: "If I Can Dream / Edge Of Reality", "In The Guetto / Any Day Now", "Suspicious Minds / You´ll Think Me" e "Don´t Cry Daddy / Rubberneckin", Apenas dois singles americanos não foram lançados por aqui, "Memories" e "Clean Up Your Own Back Yard", muito provavelmente porque os executivos da filial brasileira não viram realmente potencial comercial neles. O outro single americano com as canções gospel "His Hand In Mine / How Great Thou Art" nem foi considerado pois eram apenas reprises.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Discografia Básica 1969

Bom, além dos discos oficiais lançados por Elvis Presley em vida durante o ano de 1969 um bom caminho para o fã do cantor trilhar como objetivo de conhecer esse ano em específico em sua carreira é procurar adquirir vários CDs modernos, lançados nos últimos anos. Como se sabe Elvis produziu muito em vida, não apenas em relação às sessões de gravações em estúdio como também nos palcos pois foi justamente em 69 que ele retornou aos shows ao vivo. Então aqui vai algumas dicas.

"Memphis Sessions" foi o primeiro CD do selo FTD a explorar esse ano de forma não oficial. O lançamento é recheado de takes alternativos das sessões de Elvis no American Studios, sendo que muitos deles já tinham sido lançados antes em bootlegs como "American Crown Jewels" e "Finding The Way Home". Mesmo assim, muito em razão do capricho e da direção de arte, além das próprias gravações que foram usadas no CD (com sensível melhoria técnica) é um daqueles CDs que você deve ter em sua coleção. Já Elvis At International foca sua atenção no Elvis de palco. O CD traz o show na íntegra que Elvis realizou no dia 23 de agosto de 1969 em Las Vegas. Nessa temporada simplesmente não existem concertos ruins ou fracos. Elvis estava extremamente empenhado em dar o melhor de si para um público que não o via se apresentar ao vivo desde 1961.

Depois desses dois lançamentos o produtor Ernst Jorgensen passou muito tempo para voltar a explorar o ano de 1969. Ele só voltaria a essa época com "Made in Memphis", onde reuniu várias faixas gravadas por Elvis em estúdio em Memphis. Meio desorganizado do ponto de vista histórico ainda é uma bela pedida para conhecer o lado mais artístico de Elvis pois ele parecia ficar inspirado quando trabalhava em sua cidade do coração. Talvez o melhor CD do selo FTD em relação a 1969 seja mesmo "Elvis in Person", CD duplo com farto material desse ano. Claro que a espinha dorsal foi montada em torno do próprio álbum original. Somando-se às gravações Live que conhecemos o produtor ainda resolveu acrescentar algumas faixas do American no CD 1 e no CD2 trouxe um concerto do dia 22 de agosto (dinner show). Um excelente retrato do que Elvis vinha apresentando para seu público de Vegas naquele período.

Depois desse lançamento que se propunha a ser definitivo o selo FTD entrou novamente em um hiato no que se refere a 69 só voltando a lançar coisa nova no CD Live in Vegas. Temos aqui o Dinner show do dia 26 de agosto. Perceba que você vai aos poucos se inteirando completamente dessa temporada apenas ao adquirir do títulos da FTD. Esse concerto em especial não está entre os meus preferidos. Penso que a gravação não ficou tecnicamente perfeita. Mesmo assim é certamente mais um item a se ter na coleção. Depois dele outra excelente pedida é o FTD Back in Memphis, que traz a edição de um dos meus álbuns preferidos de Elvis. No cardápio algumas das mais intimistas e elegantes faixas gravadas por Elvis Presley no American Studios. Coisa fina. É um CD duplo com muito material inédito. Para fãs de Elvis é um prato refinado.

O mesmo aconteceu com a edição dupla especial de From Elvis in Memphis. Nessa altura do campeonato você já deve ter percebido que não adianta mais comprar os álbuns originais de Elvis tal como foram lançados. O certo é mesmo ir nas edições especiais do selo FTD que trazem não apenas o conteúdo dos discos oficiais como também um vasto material de preciosidades inéditas. Depois de dois lançamentos explorando faixas de estúdios e álbuns clássicos chegou ao mercado Hot August Night. Aqui temos o concerto até então inédito de 25 de agosto de 1969. Show da meia noite quando o jantar era trocado por consumação apenas de drinks e cocktails. Nesses concertos realizados à meia noite Elvis aparecia mais relaxado, brincalhão e interativo com a plateia, embora também muitas vezes mais cansado do que no primeiro show (lembrando que Elvis se apresentava duas vezes por noite em Las Vegas nessa fase de sua carreira). Esse show aqui porém vale obviamente muito a pena. Seguindo em frente temos outro CD de estúdio logo após. Como o material deixado por Elvis no American Studios de Memphis não parece ter fim temos mais um título de takes alternativos daquelas sessões: From Elvis At American Sound Studio. Apesar das gravações serem impecáveis não gostei muito nem da seleção e nem da direção de arte. Mesmo assim é item de colecionador, como sempre.

Pensou que acabou? Ainda não. The Return To Vegas é outro lançamento FTD a explorar um concerto ao vivo de Elvis em Las Vegas no ano de 1969. Aqui temos um dinner show (show do jantar) com um Elvis ainda elétrico. O destaque vai para um medley dos Beatles onde Elvis canta "Yesterday" e "Hey Jude", duas de suas preferidas no repertório do quarteto inglês. Uma bela versão de "Memories" também engrandece o repertório do CD. Por fim o lançamento mais recente do selo FTD no que diz respeito a 1969 é uma edição especial com a trilha sonora do filme "Live a Little, Love a Little". Considero um CD meio preguiçoso, mas que também traz coisas bem interessantes como muitos takes alternativos de "A Little Less Conversation". No total são apenas cinco canções e seus inúmeros takes e alternate versions. Depois de muita pesquisa Ernst finalmente encontrou as fitas de gravação dessa sessão em Nova Iorque, nos arquivos da RCA Victor. Isso depois de serem dadas como perdidas por anos. Uma belo presente para os fãs de Elvis. Espero que ele também ache as sessões de outros filmes dessa mesma época. Os admiradores da obra musical de Elvis certamente agradecerão.

Pablo Aluísio.

domingo, 27 de março de 2005

Elvis Presley, - O Retorno aos Estados Unidos

Após dar baixa no exército, Elvis finalmente retornou para os Estados Unidos, para retomar os rumos de sua carreira como cantor e ator. Após anos ele também voltaria para sua amada mansão Graceland, em Memphis. Para trás, na Alemanha, deixava as recordações de um tempo duro de sua vida, além de uma namorada adolescente chamada Priscilla. Ele havia se apaixonado de verdade por ela. Por isso, ao contrário do que muitos pensavam, que sua história com Elvis estaria acabada, ele ainda teria um destino ao lado da garota nos anos que viriam. Na verdade ela iria se tornar a mulher mais importante de sua vida.


Porém em 1960 tudo isso parecia apenas um sonho distante, um futuro improvável. Seu primeiro compromisso profissional ao voltar foi com a gravadora RCA Victor. Em março desse mesmo ano Elvis foi até o estúdio B da RCA em Nashville para suas primeiras sessões após sua saída do exército. Steve Sholes e Chet Atkins produziram essa rodada de gravações. Sholes vinha trabalhando com Elvis desde a década de 1950 e Atkins era um arranjador e músico talentoso, grande nome no meio musical em Nashville.

As primeiras canções gravadas por Elvis foram "Make Me Know It" e "Soldier Boy", duas faixas que seriam usada no álbum "Elvis is Back!", o primeiro LP de Elvis em sua volta ao cenário musical. No dia seguinte ele gravaria as duas músicas que iriam fazer parte de seu primeiro single naquela década. "Stuck on You" era uma canção pop cheia de vigor e "Fame and Fortune" era uma balada que lembrava os antigos barítonos clássicos do passado. As sessões foram encerradas com as gravações de "A Mess of Blues" (que iria ser lançada como Lado B do single "It´s Now or Never") e "It Feels So Right" que também seria aproveitada no "Elvis is Back!".

O resto das músicas programadas ficaram para depois, pois Elvis tinha um compromisso na TV americana onde iria aparecer ao lado do cantor Frank Sinatra em seu especial "Welcome Home Elvis" que iria ser gravado na Flórida. O título "Bem-vindo ao lar Elvis" já dizia tudo. Era uma celebração de sua volta aos Estados Unidos. Elvis iria aproveitar a ocasião para apresentar suas duas novas músicas do single, ao mesmo tempo em que "brincaria" ao lado de Sinatra em um dueto com antigos sucessos. Seu retorno a um programa de TV criou muitas expectativas na época. O que será que Elvis iria apresentar de novo aos seus fãs? Tudo muito interessante, mas essa é uma outra história que iremos contar em breve.

Pablo Aluísio.

sábado, 26 de março de 2005

Elvis Presley - Os Últimos dias no Exército - Parte 3

Em seus últimos dias na Alemanha Elvis fez algumas promessas para sua namorada adolescente Priscilla. Ele prometeu que ela estaria ao seu lado no aeroporto quando ele fosse viajar de volta aos Estados Unidos. Também prometeu que ela iria visitar Graceland, conhecer sua amada mansão em Memphis. As duas promessas foram cumpridas por Elvis, embora a segunda demorasse quase dois anos para ser realizada.

Elvis não teve muita sorte na viagem de volta. Pegou uma forte nevasca. Ele que já tinha um certo receio de viajar de avião ficou ainda mais preocupado. Na volta também pisou pela primeira e única vez na Escócia, durante um reabastecimento da aeronave na qual viajava. Para os fãs ingleses e britânicos foi um evento e tanto, já que Elvis nunca havia estado na ilha. E muitos se perguntavam quando ele iria fazer a tão esperada turnê inglesa. Bom, nunca iria fazer essa turnê, infelizmente.

Nos Estados Unidos sua agenda profissional estava cheia de compromissos. A primeira obrigação seria entrar em estúdio para gravar novas músicas para a RCA Victor. Essas primeiras canções iriam ser lançadas de forma rápida para aproveitar o frenesi da imprensa em seu retorno. Elvis havia também assinado um contrato para aparecer na TV americana.

Quando foi divulgado que o tal programa televisivo seria ao lado de Frank Sinatra os fãs ficaram surpresos, já que Elvis e Sinatra nunca tinham se dado bem antes. Quando o rock surgiu Frank Sinatra teceu críticas ferozes e ofensivas contra o novo gênero musical, não poupando sequer o próprio Elvis. Por isso a reação dos fãs foi de surpresa total. E depois de novas gravações e da realização do programa de TV Elvis ainda teria que cumprir dois contratos cinematográficos, para a realização de dois novos filmes, com datas de estreia marcadas para aquele mesmo ano. 

Elvis na Escócia
Durante muitos anos a imprensa britânica perguntou quando Elvis Presley iria se apresentar na Inglaterra! O próprio Elvis manifestava sua vontade de um dia se apresentar pela Europa em uma turnê internacional. Infelizmente isso jamais aconteceu. Artista conhecido no mundo todo Elvis foi o único astro americano de grande nome que nunca se apresentou profissionalmente fora dos Estados Unidos (exceto no vizinho Canadá na década de 1950).

A única vez que pisou em solo britânico foi justamente em março de 1960. Enquanto viajava de volta ao seu país o avião em que estava teve que parar por duas horas no aeroporto de Prestwick na Escócia para reabastecimento. Elvis desceu as escadas, acenou ao público, foi até a cerca do aeroporto dar autógrafos para seus fãs escoceses e até arranjou tempo para atender à imprensa local. Infelizmente para seu enorme fã clube inglês Elvis nunca mais pisaria na Grã-Bretanha! Na foto ao lado: no saguão do aeroporto Elvis posa para fotos dos jornais escoceses. Bem humorado respondeu a todas as perguntas feitas pelos jornalistas.

 Nas fotos: Assim que desceu do avião Elvis foi imediatamente cercado por uma multidão de fãs em busca de autógrafos do ídolo americano.


Pablo Aluísio.

sexta-feira, 25 de março de 2005

Elvis Presley - Os Últimos dias no exército - Parte 2

Um mês antes de encerrar seu serviço militar na Alemanha, Elvis mandou seu pai e sua avó de volta aos Estados Unidos. Ele pagou o último aluguel de sua casa em Bad Nauheim e ficou esperando pela burocracia providenciar sua dispensa. Elvis deu baixa no exército no posto de sargento. Era uma tradição no meio militar a saída com um posto acima do que se tinha na ativa.

Os últimos momentos na Alemanha passaram rapidamente. Elvis fechou algumas caixas, guardou seus pertences para levar de volta, pagou a quem devia, organizou suas malas e se preparou para voltar ao lar, para Graceland. Ele tinha sérias dúvidas de como seria esse retorno. Tinha receios de voltar para sua mansão e sentir a falta da presença de sua mãe Gladys. Afinal ele nunca iria se recuperar dessa perda.

Por outro lado havia também muitas expectativas sobre sua volta. Tanto a indústria fonográfica como a cinematográfica tinham muitos planos para sua carreira. A RCA Victor nem tinha novas gravações ainda do cantor, mas já havia prensado às pressas as capinhas de seu novo cmpacto. Um lugar na capa foi deixado para se colar o adesivo com o nome das músicas novas que Elvis iria gravar.

Elvis havia se firmado antes de sua partida como um rockstar, um astro do rock. Porém o rock como gênero musical estava em baixa. Assim ele em conversas com Tom Parker decidiu que iria investir mais em baladas românticas e pop music. Afinal Elvis era um artista eclético, que poderia transitar por todos os ritmos musicais. E se o Rock já não fazia sucesso como antes, ele poderia muito bem mudar de estilo. O importante, acima de tudo, era sobreviver como artista que era.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Os Últimos dias no Exército

Os últimos dias de Elvis no exército americano se passaram rapidamente. Para sua surpresa ele foi descobrindo que ainda havia muito interesse em sua volta à carreira artística nos Estados Unidos. Elvis tinha momentos de baixa autoestima, o que levava a pensar que ele estava acabado quando entrou para o exército, que ninguém mais teria interesse nele como cantor ou ator. Elvis estava sempre dizendo que a carreira de cantor era efêmera, que não iria durar, que cantores surgiam e desapareciam da noite para o dia. Era incrível, mas parecia mesmo que ele não tinha a menor dimensão de sua fama e sucesso.

A RCA Victor foi a primeira a se apressar. Um executivo da gravadora teve uma reunião com Tom Parker. O objetivo era acertar os termos do contrato de Elvis pelos próximos anos com a multinacional. Outras gravadoras tinham mostrado interesse em contratar Elvis depois que ele deixasse o exército, mas a RCA tinha total preferência, afinal ela tinha sido a gravadora de Elvis desde que ele saíra da Sun Records. O Coronel Parker acabou acertando um contrato de cinco anos com a RCA, com direito inclusive sobre eventuais trilhas sonoras que ele viesse a gravar para estúdios de cinema em Hollywood.

Por falar em cinema, a Paramount Pictures também correu e assinou um contrato para ter a exclusividade de produzir o primeiro filme de Elvis após o seu serviço militar. O roteiro já estava pronto e o filme seria produzido pelo produtor Hal B. Wallis. O roteiro foi enviado a Elvis na Alemanha e ele não gostou nada do que leu. Era uma versão romântica e fantasiosa de sua própria vida como soldado na Alemanha. Elvis queria ser um ator sério como seus ídolos James Dean e Marlon Brando e viu que aquela história não ia para lugar nenhum.

O Coronel Parker recebeu um telefonema de Elvis em que ele deixava claro sua decepção com o roteiro, mas o empresário decidiu ignorar as reclamações de seu cliente. Como a Paramount havia feito uma generosa oferta financeira pelo trabalho de Elvis no filme, ele assinou na mesma hora um contrato que iria durar cinco anos com a companhia cinematográfica, mas sem opção de exclusividade. Assim o Coronel Parker disse a Elvis que ele poderia trabalhar em outras produtoras de Hollywood, onde poderia finalmente escolher o roteiro que lhe agradasse mais. Sem muita força de vontade, Elvis acabou cedendo ao que determinava seu empresário.

Pablo Aluísio.