sábado, 12 de março de 2005

Elvis Presley - Elvis e Dolores Hart

Ela tinha um futuro promissor. Era considerada a estrela do amanhã por uma grande publicação em Hollywood e tinha conseguido assinar seu grande contrato com a Paramount no valor de 1 milhão de dólares. Tudo parecia caminhar muito bem para ela até que desistiu de tudo para abraçar uma vida religiosa enclausurada em um convento Beneditino na zona rural de Connecticutt. Lida assim a história da vida da atriz Dolores Hart mais parece um roteiro, mas não é. Em 2011 ela finalmente voltou às telas no documentário "Deus é o Elvis Maior", que concorreu ao Oscar em sua categoria. Desde 1962 Dolores não pisava em uma noite de premiação da Academia mas voltou para ajudar na divulgação do filme. Vestida com o hábito de freira ela chamou atenção por onde passou. Aos 73 anos, sorridente e simpática, encantou a todos os presentes.

Ainda bonita, com lindos olhos azuis que lhe valeram por anos uma comparação com a diva Grace Kelly, Dolores aos 18 anos teve o privilégio de ser a atriz que pela primeira vez beijou Elvis Presley em um filme. Foi em "Loving You" (A Mulher Que Eu Amo, no Brasil), um musical que captou o jovem Rei do Rock no auge da carreira e da beleza. Sobre Presley ela só tem coisas boas a dizer: "Ele era uma pessoa muito doce. Muito amigo e companheiro nas filmagens. Éramos muito jovens e inexperientes então nos ajudamos mutuamente. Ele adorava James Dean e Marlon Brando e queria ter uma carreira como a deles. Se empenhava muito nas cenas e levava tudo muito à sério". Elvis inclusive compareceu a sua festa de aniversário realizada com a nata jovem de Hollywood presente para lhe homenagear.

O sucesso de Loving You abriu ainda mais as portas para Dolores em Hollywood. Ela foi escolhida pelo próprio mestre do suspense Alfred Hitchcock para aparecer em seu famoso programa de TV e depois foi selecionada por um dos grandes cineastas do cinema americano, George Cukor, para aparecer no clássico "A Fúria da Carne". Ela voltou a trabalhar com Elvis Presley em "Balada Sangrenta" mas começou a sentir a pressão de ser uma jovem starlet na capital do cinema. Havia muita competição na luta pelos papéis e aos poucos Dolores foi percebendo que não mais se sentia feliz com sua carreira de atriz. Ela fez nove filmes em cinco anos e foi ficando cada vez mais cansada daquele ambiente. Em 1963 participou de seu último filme, "Come Fly WIth Me" onde interpretava uma aeromoça. Estava noiva e compromissada mas deu uma reviravolta em sua vida resolvendo finalmente abraçar uma existência religiosa cristã. Após passar alguns dias de férias em uma distante propriedade em Connecticut ela resolveu conhecer a abadia local e se encantou com a paz do lugar. Após pensar muito resolveu virar freira, algo que foi visto com desconfiança pela Madre Superiora que não acreditava que uma atriz de Hollywood poderia se tornar uma religiosa praticamente da noite para o dia. "Levou três anos e muitas visitas ao convento para que as freiras finalmente acreditassem em mim e me dessem as ordens sagradas" relembra Dolores.

"Eu não entendo porque as pessoas se surpreendem tanto por eu ter abraçado o caminho de Deus! Elas possuem dúvidas sobre isso? Eu não!" - resume Dolores. Sobre o passado Dolores ainda guarda boas lembranças. "Elvis veio ao meu aniversário, tocou clarinete e depois sentou ao piano para tocar algumas canções. Era uma pessoa divertida, com ótimo humor mas que mantinha uma certa timidez que era muito charmosa. Era um cavalheiro, um exemplo de simplicidade. Guardo boas lembranças dele". Apesar do que foi fofocado na época nada houve entre eles nas filmagens, apenas uma sincera amizade. Dolores já estava de caso sério com o arquiteto Don Robinson que anos depois, desiludido por Dolores ter virado freira, jamais se casou, sempre a visitando quando possível em seu convento de reclusão. A atriz porém continuou membro da Academia, votando todos os anos nos concorrentes ao Oscar. Ela poderia ter sido uma grande atriz com o status de uma Elizabeth Taylor, quem sabe? De qualquer forma preferiu virar uma estrela de Cristo. "Quem afinal consegue entender os caminhos que Deus traça para todos nós?" - pergunta Dolores ao final.

Pablo Aluísio.  

sexta-feira, 11 de março de 2005

Elvis Presley - Shows no Canadá, 1957

Em abril de 1957 Elvis Presley realizou aquela que seria sua primeira excursão internacional. Foi no vizinho Canadá onde Elvis se apresentou em concertos nas cidades de Toronto e Ottawa. É inacreditável, mas um dos cantores mais populares de todos os tempos nunca realizou shows na Europa, nem no Japão, nem em lugar nenhum fora dos Estados Unidos. O único país estrangeiro que teve a honra de receber um show de Elvis foi justamente o Canadá! Como isso foi possível? Elvis lotaria shows em qualquer lugar no mundo tamanha era sua popularidade nessa época, mas o astro não saía de seu país de jeito nenhum! Esse fato incomum até hoje chama a atenção de estudiosos e fãs de Presley.

A verdade pura e simples é que seu empresário, o astuto Tom Parker, era um imigrante ilegal nos EUA e por isso não conseguiria tirar seu passaporte. Assim se ele não viajava, Elvis também não viajaria. Absurdo? Claro que sim. O mundo se viu privado de ver Elvis ao vivo porque em última instância seu empresário era um estrangeiro que não poderia viver nos EUA de forma legal. Aliás ele nem se chamava Tom Parker na verdade, esse era um nome falso. Ele na realidade era holandês e seu nome real era Andreas. Algumas biografias até chegam a afirmar que Parker tinha fugido de seu país natal por ter assassinado uma mulher. Verdade ou não? Hoje, passados tantos anos, fica mais complicado chegar na versão real do que de fato aconteceu.

De qualquer modo os canadenses tiveram a oportunidade de ver o grande Rei do Rock no auge de sua carreira. Elvis surgiu no palco de dourado, uma nova roupa de shows feita especialmente para os concertos mais importantes. Era um novo visual condizente com seu status de “garoto de ouro da indústria fonográfica”. Sorridente, solícito, Elvis esbanjou simpatia por onde passou. Parou para atender fãs, acenou, distribuiu gentilezas e até falou com a imprensa canadense que o tratou como se o próprio Messias tivesse chegado no solo de seu país. As apresentações foram obviamente grandes sucessos de bilheteria, lotando os locais dos concertos. O ponto alto da turnê foi seu show em Ottawa. A presença de Elvis mudou a rotina do lugar. Centenas de ônibus lotados de jovens das cidades vizinhas chegaram na cidade. Muitos não encontraram vagas nos hotéis que ficaram completamente tomados por fãs vindos de todos os lugares do país. Perto da hora do show o trânsito parou tamanha a quantidade de gente se deslocando para ir na arena onde Elvis se apresentaria. Quando o cantor subiu ao palco a gritaria foi tamanha que ninguém conseguia ouvir nada. Era ensurdecedor. Pra falar a verdade nem eles mesmos conseguiram se ouvir. Elvis e o grupo foram na garra, sem retorno nenhum, contando apenas com seus instintos. O sistema de som para concertos ao vivo na década de 50 era muito primitivo e não conseguia soar mais alto do que milhares de adolescentes gritando ao mesmo tempo – era simplesmente impossível. Como ninguém conseguia ouvir, Elvis resolveu caprichar nas poses, na dança e nos trejeitos. Se não podiam lhe ouvir pelo menos as fãs o veriam dessa forma!

A polícia local certamente não estava preparada. A multidão começou a se espremer para ficar mais perto do palco e por pouco não houve um esmagamento em massa de quem estava nas primeiras fileiras. Elvis não deixou barato e procurou dar o melhor de si, ora chegando perto de seus fãs, ora se jogando no chão, se retorcendo, esticando o braço, pedindo ajuda – era demais para as garotinhas que foram literalmente ao delírio! O concerto foi rápido, mas intenso. Duas das músicas da lista que havia sido previamente distribuída aos músicos ficaram de fora, sem maiores explicações. Elvis simplesmente as pulou, indo direto para a última canção. Talvez ele estivesse com receio de que alguém fosse morto naquele mar de gente.

Quando os acordes finais soaram ele simplesmente deu no pé, deixando o pedestal do microfone balançando. As fãs gritaram em desespero, mas o show estava encerrado. Elvis nunca dava bis, essa era uma regra não escrita. No outro dia, como sempre acontecia, choveram protestos dos mais conservadores. Uma liga cristã, formada basicamente por donas de casa que odiavam rock, publicou um manifesto nos jornais condenando o show, afirmando que Elvis era “um péssimo exemplo para a juventude” e que uma mãe consciente jamais deixaria suas filhas irem a um antro de indecência como aquele. Ninguém ligou pois isso já tinha virado rotina e um tremendo clichê. Elvis se apresentava, as fãs amavam e no outro dia os conservadores protestavam. Era previsível. Elvis nem tomou conhecimento desses fatos, em breve ele estaria de volta aos estúdios de cinema para um novo filme e isso o deixava elétrico, excitado. Assim que seu avião decolou do Canadá ele celebrou com amigos o sucesso de sua excursão. O céu era realmente o limite para Elvis Presley nessa fase de sua vida. O mundo não tinha mais fronteiras para ele.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Ed Sullivan Show, 1957

Logo no começo de 1957 Elvis teve que cumprir uma série de compromissos. Anos depois ele diria ao Coronel Parker que não mais assinasse contratos em que ele tivesse que trabalhar no período que ia do Natal até seu aniversário no dia 8 de janeiro. Elvis queria esse tempo para descansar, para curtir um pouco, afinal ele era apenas um jovem como qualquer outro. Isso porém não ocorreu em 1957 e assim Elvis teve que interromper suas rápidas férias para cair na estrada novamente, gravar novas músicas e participar do último programa de TV com Ed Sullivan. No dia 4 de janeiro Elvis teve que cumprir suas obrigações com o serviço militar que se avizinhava.

Ele foi até o Hospital dos Veteranos para o exame médico. Foi classificado como apto ao serviço militar. A notícia não passou despercebida pela grande imprensa. Muitos afirmaram que ele seria dispensado para no máximo entreter as tropas. Algo que muitos artistas fizeram durante a II Guerra Mundial. A reação foi imediata. Medalhões e veteranos protestaram e foram às rádios para dizer que Elvis Presley, independente de sua fama e sucesso, deveria prestar suas obrigações com o país como qualquer outro jovem de sua idade. Isso pegou Elvis e o Coronel Parker de surpresa pois eles nunca tinham se manifestado sobre Elvis ir ou não para o exército americano. Nem mexeram pauzinhos para algum figurão liberar Elvis da farda. Essa reação negativa foi mais fruto do sensacionalismo da imprensa americana do que qualquer outra coisa. Mas como Elvis não iria de imediato para o serviço militar regular (se fosse chamado só prestaria serviço efetivo no ano seguinte), o assunto foi deixado de lado e ele seguiu em frente com sua carreira.

Dois dias depois desse exame Elvis chegou em Nova Iorque para sua última apresentação no Ed Sullivan show do canal CBS. Ao lado da banda decidiu incluir grandes sucessos como Love Me Tender, Heartbreak Hotel, Don´t Be Cruel e Hound Dog ao lado das menos famosas When My Blue Moon Turns To Gold Again e Peace In The Valley. Essa última música era um gospel que o cantor adorava e que ele pretendia gravar em breve no estúdio. Por fim ainda arranjaram espaço para encaixar Too Much, seu último single nas lojas. Nos bastidores Elvis surgiu bem mais relaxado do que das outras ocasiões.

Ela já tinha seu nome consolidado e não era apenas um novato tentando impressionar como em 1956. Para Ed Sullivan era mais uma ótima oportunidade de elevar sua audiência às alturas. Ninguém tinha ainda esquecido os números das últimas aparições de Presley em seu programa. Houve uma tentativa por parte da CBS em assinar com Elvis a realização de mais seis aparições do cantor no programa mas o Coronel Parker não demonstrou mais nenhum interesse. O velho empresário estava de olho no cinema. A TV havia se tornado um veículo muito acanhado para seus planos. Há poucos dias Elvis havia assinado com Hal Wallis, o famoso produtor de Hollywood, a realização de um novo filme na Paramount, um dos estúdios de ponta da capital do cinema. Wallis tinha grandes planos para Elvis. O Coronel também explicou sua nova filosofia para Presley: “Daqui em diante quem quiser ver você de novo que pague um ingresso de cinema”. Elvis achou ótima a idéia. Ele queria se tornar ator de cinema pois a carreira de cantor não lhe trazia muita segurança em relação ao seu futuro. Além disso ele tinha mostrado jeito para a coisa em “Love Me Tender”.

No final do programa o apresentador Ed Sullivan resolveu falar algumas palavras de apoio a Presley. O chamou de um "jovem decente" e defendeu o artista contra os que o acusavam de incentivar a delinquência juvenil. Novamente a apresentação foi campeã em audiência mostrando a força do nome Elvis Presley no mundo do entretenimento. Depois da transmissão do programa, que foi um grande sucesso, Elvis caiu na estrada novamente. As turnês eram cansativas e em alguns shows coisas inusitadas aconteceram. Em um concerto na Pennsylvania Sports Arena, bem no meio de sua apresentação alguém jogou um ovo nele que pegou seu violão em cheio, bem no alvo. Ele tentou levar na esportiva. Enquanto a casca do ovo e sua gema deslizavam pela tampa do violão, Elvis resolveu parar a música. Após fazer uma careta disse: “A maioria das pessoas que estão aqui vieram para apreciar o show. O cara que jogou o ovo nunca vai conseguir isso. O que eu quero dizer é que queremos fazer uma apresentação legal para vocês, acima de tudo”. Os engraçadinhos que jogaram o ovo foram presos pela polícia. Eram alguns valentões que afirmaram na delegacia que não gostavam de Elvis e nem de sua música. O fato logo foi esquecido e Elvis partiu em viagem novamente. Afinal eram ossos do ofício. Seu próximo compromisso era com a RCA. A gravadora queria novas músicas o mais rápido possível pois a “lata estava vazia” – tudo o que Elvis havia gravado já tinha sido lançado no mercado. Novos sucessos viriam por aí e os fãs não perderiam por esperar.

Pablo Aluísio

quinta-feira, 10 de março de 2005

Elvis Presley - Elvis em 1956

Agora que chegamos ao final de nossa revisão de Elvis Presley em 1956 vamos fazer um balanço de sua carreira nesse ano. A lista serve como guia rápido e prático para o internauta encontrar todas as informações de que precisa de forma mais objetiva. Segue abaixo tudo o que se refere a dados fonográficos de Elvis Presley em termos de discografia norte-americana. Na lista de sessões de gravação temos pela ordem: Data da gravação, músicas gravadas e local de gravação. Nas demais categorias estão listados os álbuns, compactos duplos e compactos simples (singles). Todas as datas se referem aos lançamentos no mercado norte-americano. Todos os produtos foram lançados pela RCA Victor.

É importante esclarecer que na lista de posições nas paradas muita informação se perdeu ao longo dos anos. Não se sabe ao certo, por exemplo, os números reais de vendas dos discos de Elvis Presley no Brasil e nem que posições ocuparam entre os mais vendidos. Até mesmo nos EUA há problemas em catalogar com precisão esse tipo de informação o que torna o número exato de discos vendidos pelo cantor um número meramente estimativo. Apenas alguns anos depois é que houve uma preocupação maior da indústria de registrar as vendas com maior precisão. De qualquer modo segue a lista completa de tudo o que Elvis produziu em termos fonográficos no ano de 1956.


Sessões de Gravação - 1956:
10 de janeiro: "Heartbreak Hotel," "I Got A Woman," "Money Honey" (RCA Studios, Nashville, TN)
11 de janeiro: "I'm Counting On You," "I Was The One" (RCA Studios, Nashville, TN)
30 de janeiro: "Blue Suede Shoes," "My Baby Left Me," "One-Sided Love Affair," "So Glad You're Mine" (RCA Studios, New York, NY)
31 de janeiro : "I'm Gonna Sit Right Down And Cry," "Tutti Frutti" (RCA Studios, New York, NY)
03 de fevereiro: "Lawdy Miss Clawdy," "Shake Rattle and Roll," (RCA Studios, New York, NY)
14 de abril: "I Want You, I Need You, I Love You" (RCA Studios, Nashville, TN)
02 de julho: "Hound Dog," "Don't Be Cruel," "Any Way You Want Me (That's How I Will Be)" (RCA Studios, New York, NY)
24 de agosto: "Love Me Tender," "We're Gonna Move" (Stage 1, 20th Century Fox Studios, Hollywood, CA)
01 de setembro: "Playing For Keeps," "Love Me," "How Do You Think I Feel?," "How's The World Treating You?"(Radio Recorders, Hollywood, CA)
02 de setembro: "When My Blue Moon Turns To Gold Again," "Long Tall Sally," "Old Shep," "Paralyzed," "Too Much," "Anyplace Is Paradise," (Radio Recorders, Hollywood, CA)
03 de setembro: "Ready Teddy," "First In Line," "Rip It Up" (Radio Recorders, Hollywood, CA)
05 de setembro: "Poor Boy," "Let Me" (Stage 1, 20th Century Fox Studios, Hollywood, CA)

Singles (Compactos Simples):
11 de fevereiro: "Heartbreak Hotel" / "I Was The One" (RCA Victor 47-6420)
12 de maio: "My Baby Left Me" / "I Want You, I Need You, I Love You" (RCA Victor 47-6540)
21 de julho: "Hound Dog" / "Don't Be Cruel" (RCA Victor 47-6604)
08 de setembro:
"Blue Suede Shoes" / "Tutti Frutti" (RCA Victor 47-6636)
"I Got A Woman" / "I'm Counting On You" (RCA Victor 47-6637)
"I'll Never Let You Go (Little Darlin')" / "I'm Gonna Sit Right Down And Cry (Over You)" (RCA Victor 47-6638)
"Tryin' To Get To You" / "I Love You Because" (RCA Victor 47-6639)
"Blue Moon" / "Just Because" (RCA Victor 47-6640)
"Money Honey" / "One Sided Love Affair" (RCA Victor 47-6641)
"Lawdy Miss Clawdy" / "Shake Rattle And Roll" (RCA Victor 47-6642)
06 de outubro: "Love Me Tender" / "Any Way You Want Me (That's How I Will Be)" (RCA Victor 47-6643)

EPs (Compactos Duplos)
Março:
Elvis Presley (RCA EPA 747): "Blue Suede Shoes" "Tutti Frutti" "I Got A Woman" "Just Because"

Elvis Presley (RCA EPB 1254): "Blue Suede Shoes" "I'm Counting On You" "I Got A Woman" "One Sided Love Affair" "Tutti Frutti" "Tryin' To Get To You" "I'm Gonna Sit Right Down And Cry (Over You)" "I'll Never Let You Go (Little Darlin')"

Maio:
Heartbreak Hotel (RCA EPA 821): "Heartbreak Hotel" "I Was The One" "Money Honey" "I Forgot To Remember To Forget"

Setenbro:
Elvis Presley (RCA EPA 830): "Shake Rattle And Roll" "I Love You Because" "Blue Moon" "Lawdy Miss Clawdy"

Outubro:
The Real Elvis (RCA EPA 940): "Don't Be Cruel" "I Want You, I Need You, I Love You" "Hound Dog" "My Baby Left Me"

Any Way You Want Me (RCA EPA 965): "Any Way You Want Me" "I'm Left, You're Right, She's Gone" "I Don't Care If The Sun Don't Shine" "Mystery Train"

Elvis Volume 1 (RCA EPA 992): "Rip It Up" "Love Me" "When My Blue Moon Turn To Gold Again" "Paralyzed"

Novembro:
Love Me Tender (RCA EPA 4006): "Love Me Tender" "Let Me" "Poor Boy" "We're Gonna Move"

Elvis Volume 2 (RCA EPA 993): "So Glad You're Mine" "Old Shep" "Ready Teddy" "Anyplace Is Paradise"

Álbuns:

Março:
Elvis Presley (RCA LPM 1254): "Blue Suede Shoes" "I'm Counting On You" "I Got A Woman" "One Sided Love Affair" "I Love You Because" "Just Because" “Tutti Frutti" "Tryin' To Get To You" "I'm Gonna Sit Right Down And Cry (Over You)" "I'll Never Let You Go (Little Darlin')" "Blue Moon" "Money Honey"

Outubro:
Elvis (RCA LPM 1382): "Rip It Up" "Love Me" When My Blue Moon Turns To Gold Again" "Long Tall Sally" "First In Line" "Paralyzed""So Glad You're Mine" "Old Shep" "Ready Teddy""Anyplace Is Paradise""How's The World Treating You?""How Do You Think I Feel?"

Principais Classificações e Prêmios:

Músicas no Hall da Fama do Grammy:
Hound Dog (1988)
Heartbreak Hotel (1995)
Don't Be Cruel (2002)

Músicas Número 1 nas Paradas:
Heartbreak Hotel - Pop, Country Billboard - Cashbox Pop - 1956
I Want You, I Need You, I Love You - Pop(Best Sellers), Country, R&B, Billboard - 1956
Hound Dog - Pop, R&B Sales, Country Billboard - Cashbox Pop - 1956
Don't Be Cruel - Pop, R&B Sales, Country Billboard - Cashbox Pop - 1956
Love Me Tender - Pop Billboard - Cashbox Pop – 1956

Estados Unidos - Discos (LP, CD, EP) Número Um
Elvis Presley - Billboard Pop - Cashbox Pop - 1956
Elvis - Billboard Pop - Cashbox Pop - 1956
Elvis Vol. 1 - EP - Billboard – 1956

Inglaterra - Discos (LP, CD, EP) Número Um
Elvis Presley (Rock'N Roll) - Record Mirror – 1956

Outros Países - Músicas Número Um
Love Me Tender - Canadá(Pre Chum Chart) - 1956
Heartbreak Hotel - Canadá(Pre Chum Chart) - 1956 - Itália - 1957
Hound Dog - Canadá(Pre Chum Chart) - 1956 - Itália – 1957
Tutti Frutti - Itália - 1957

Pablo Aluísio

Elvis Presley - O Namoro com Natalie Wood

Quando Elvis foi para Hollywood tentar uma carreira como ator ele acabou conhecendo diversos atores e atrizes de sua idade. Seu sonho maior porém jamais se concretizou. Elvis queria conhecer pessoalmente James Dean, seu grande ídolo nas telas de cinema. Porém quando Elvis chegou em Hollywood, Dean já havia morrido de um acidente de carro. De uma forma ou outra Elvis conheceu o resto do elenco do filme "Juventude Transviada". E a pessoa que mais lhe chamou a atenção foi a atriz Natalie Wood.

Ela vinha atuando em Hollywood desde quando era apenas uma garotinha. Obviamente ficou impressionada com a beleza e a fama de Elvis. Não demorou muito e eles começaram a namorar. Era a companhia preferida de Elvis por essa época. O cantor também ficou muito próximo de Nick Adams, outro ator da turma do falecido James Dean. Natalie e Nick acabaram apresentando Hollywood a Elvis. As melhores e mais badaladas lanchonetes, as festas, o círculo social, etc. Elvis retribuiu levando Natalie e Nick para conhecer sua cidade, Memphis. Só que após um começo promissor o namoro de Elvis e Natalie esfriou e terminou sem maiores explicações. O que teria acontecido?

Anos depois a atriz deu algumas explicações. Para ela Elvis soou um tanto normal, além da conta do que ela esperaria de um rockstar. Em Memphis, por exemplo, Natalie foi levada ao cinema, depois para a lanchonete preferida de Elvis. Tudo muito comum, sem maiores novidades. A conversa de Elvis também não agradou muito a atriz depois de um tempo. Elvis parecia religioso demais, sempre falando em Deus, em ter feito sucesso por causa de Deus, etc. Para Natalie, uma garota criada no meio da agitação de Los Angeles, aquilo parecia um pouco estranho, até esquisito. No final Natalie Wood acabou dizendo que Elvis era "convencional demais" para seu gosto. O fato é que no começo ela até tentou entender o ponto de vista de Elvis, mas depois aquilo começou a soar meio fora do normal, fora de moda. Ela queria ter conversas joviais com Elvis, não ficar falando de religião ou Deus! Era um assunto pesado demais para se discutir em um sábado à noite com o namorado. Ela era uma típica garota da Califórnia. Ninguém de seu grupo de amigos falava daquele jeito ou pensava daquela maneira.

De fato a personalidade dos dois não combinou. Ela era acostumada a festas e estreias glamorosas, com tapete vermelho, agitação e diversão. Ela queria ir a uma festa diferente, todas as noites. Queria o máximo que Hollywood tinha a oferecer. Então encontrar Elvis ali numa forma mais modesta, falando em religião, deixou a garota um pouco surpresa e até mesmo decepcionada. Elvis também havia percebido que sua mãe Gladys não havia gostado muito dela. De repente Elvis começou a menosprezar garotas como Natalie Wood, dizendo coisas como "Ela era apenas uma estrelinha de Hollywood". Dentro da concepção conservadora em que Elvis fora criado, que valorizava mais a mulher do lar, dona de casa, Natalie Wood de fato não se enquadraria nunca. Ela era independente, ganhava seu próprio dinheiro e nem pensava em um dia ir morar em Memphis, uma cidade que depois ela diria ser "provinciana demais" para seu gosto. Enfim, como se pode perceber, o namoro deles estava fadado ao fracasso desde o início.

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 9 de março de 2005

Elvis Presley - Os Singles de 1956

Não é segredo para ninguém que 1956 foi um dos anos mais bem sucedidos na carreira de Elvis Presley. Ele foi contratado pela RCA Victor logo no começo do ano e a partir daí logo se tornou um dos maiores vendedores de discos dos Estados Unidos. No total, em 1956, a RCA colocou no mercado 11 singles de Elvis! De fato, um exagero. Nenhum outro artista teve tantos singles lançados como Elvis naquele ano. Olhando mais de perto porém podemos tirar outras conclusões. A história não foi bem assim. Nem tudo era inédito.

Seis deles eram meras reprises extraídas do primeiro álbum de Elvis no selo. São eles: "Blue Suede Shoes / Tutti Frutti" (grande sucesso no Brasil), "I Got a Woman / I'm Counting On You" (com o sucesso de Ray Charles no lado A), "I'll Never Let You Go / I'm Gonna Sit Right Down and Cry" (com o lado B fazendo sucesso na Inglaterra), "I Love You Because / Trying to Get You" (duas baladas country), "Just Because / Blue Moon" (com canções dos tempos da Sun) e finalmente "Money Honey / One-Sided Love Affair" (duas faixas gravadas já com Elvis trabalhando na RCA Victor).

O primeiro single inédito mesmo foi lançado logo no começo do ano e trazia "Heartbreak Hotel / I Was The One". Na primeira canção o produtor Steve Sholes deliberadamente quis copiar o som da Sun Records. O estilo, digamos, nebuloso, não agradou aos executivos da RCA em Nova Iorque. Aquela coisa toda envolvendo um bilhete de suicídio e solidão não era bem o que a gravadora queria quando contratou Elvis. Só que o compacto fez um tremendo sucesso, chegando ao topo da parada Billboard. A crítica também ficou impressionada com a performance de Elvis. O segundo single inédito do ano surgiu nas lojas com a dobradinha "I Want You, I need You, I Love You / My Baby Left Me". O lado A era uma balada bem romântica e fez sucesso, inclusive com Elvis a apresentando para a nação em rede nacional de televisão. Curiosamente Elvis a tinha gravado numa sessão turbulenta. O avião que o havia levado para o estúdio quase caiu e ele estava bem nervoso no dia.

O maior sucesso comercial de Elvis em 1956 veio com o single "Don't Be Cruel / Hound Dog". Em poucos dias o single explodiria em vendas, vendendo rapidamente cinco milhões de cópias, algo que deixou a RCA completamente surpresa. Aquele cantor de Memphis tinha mesmo faro para o sucesso. Desnecessárias maiores apresentações, esse single foi um hit absoluto de sua discografia, criando a imagem do roqueiro rebelde que Elvis iria construir nos anos 50. "Shake, Rattle and Roll / Lawdy, Miss Clawdy" também manteve esse seu lado rocker mais em evidência. Como o single anterior havia vendido muito a RCA Victor tinha esperanças que iria conseguir o mesmo êxito comercial. Ficaram apenas nas esperanças. Porém não era motivo para se lamentar. O ano terminou com outro grande sucesso nas rádios, "Love Me tender / Anyway You Want Me" se tornaria um clássico dos anos 50. O lado A vinha para promover a estreia de Elvis em Hollywood. As fãs, nem é preciso dizer, amaram o lado mais românico da canção. Assim Elvis fechava o ano com chave de ouro, fazendo o mesmo sucesso que havia começado. Em pouco tempo ele havia se tornado o cantor mais popular da América.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Concertos em 1956

Em 1956 Elvis trabalhou muito. As pessoas geralmente pensam que a fama vem de forma gratuita e espontânea. Nada mais longe da realidade. No ano em que estourou nacionalmente Elvis realizou longas turnês cruzando os EUA praticamente de ponta a ponta, tocando em lugares diversos, um show por noite, geralmente com pouco tempo de descanso entre as apresentações. Viajando de carro na maioria das vezes – pois odiava viajar de avião – Elvis cruzou grandes distâncias para se apresentar nos mais distantes lugares. Sua agenda ficou lotada e Elvis de forma profissional começou a cumprir seus compromissos. Em janeiro cumpriu uma agenda puxada pelo Texas, Missouri e Louisiana. Em fevereiro a mesma coisa, 21 concertos em 30 dias, um recorde absoluto!

Nos meses seguintes as maratonas continuaram sem descanso. Algumas coisas chamam a atenção nesses dias na estrada. A primeira é que o Coronel Parker cometeu alguns erros que até hoje despertam a curiosidade dos especialistas. Ao invés de levar Elvis logo para os grandes centros urbanos como Nova Iorque ou Los Angeles para uma série de concertos em grande escala, o que seria natural para um artista que estava naquele momento se tornando um ídolo nacional, Parker agendou para Elvis uma interminável série de apresentações por cidades do interior. Esse modus operandi iria se repetir de certa forma até mesmo na década de 70. Isso foi bom ou ruim para Elvis? Em termos financeiros seria bem melhor fazer poucos shows com um público enorme em grandes centros pois a repercussão seria bem maior. Porém em termos de aproximação do ídolo com seu público, mesmo aquele morando em lugares distantes, a estratégia acabou sendo positiva pois por onde Elvis passava nesses lugares jamais era esquecido depois. Assim no auge de seu sucesso ao invés de Elvis estar em Nova Iorque se apresentando para uma grande massa ele estava em Randolph, Missouri, tocando em um colégio de high school.

Por falar em Nova Iorque Elvis esteve na cidade várias vezes durante o ano de 1956 mas foi para lá para se apresentar nos programas de TV ou gravar músicas para a RCA em seu estúdio local. Por que não se apresentou ao vivo por lá também? Só mais tarde, depois de muito assédio por parte de empresários é que o Coronel Parker agendou shows em cidades melhores. Em abril Elvis finalmente saiu de sua zona de conforto, formado pelos Estados do Sul onde se encontrava seu público mais fiel, para ir finalmente para a costa oeste onde havia maiores centros urbanos e um público mais sofisticado. Fez uma apresentação em San Diego. E foi somente em junho que ele finalmente se apresentou ao vivo em Los Angeles para cantar pela primeira vez ao público da cidade no Shrine Auditorium. Na ocasião se apresentou para várias estrelas de Hollywood que foram conferir se ele era mesmo tudo o que diziam no palco. Esse show também foi uma forma encontrada pelo Coronel Parker para entrosar o cantor com a comunidade artística local. Esses concertos porém foram exceções à regra e logo Elvis estava de volta ao sul para continuar com seus shows em lugares como Savannah, Augusta e Richmond. De todas essas apresentações a que mais lhe marcou ocorreu em 4 de julho, dia da independência dos EUA, quando se apresentou em sua querida Memphis, no Russwood Baseball Park. Muitos familiares e amigos queridos vieram assistir ao show e confraternizaram com ele depois nos camarins. Elvis estava felicíssimo em cantar na cidade para um grande público. Além disso a data era uma de suas preferidas, pois sempre a celebrava com muitos fogos e animação com as pessoas mais próximas a ele.

O ano de compromissos foi terminando. Elvis realizou uma turnê muito bem sucedida pela Florida em agosto, culminando com uma importante apresentação numa das mais musicais cidades americanas, New Orleans, na Louisiana. Era um teste de fogo pois praticamente todos em New Orleans são envolvidos de uma forma ou outra com o cenário musical e lá Elvis tinha realmente que fazer uma boa apresentação, mostrar serviço. Seu show agradou, inclusive á população negra local, de uma musicalidade ímpar. O ano de correria terminou oficialmente para Elvis no dia 15 de dezembro quando finalmente se despediu do Louisiana Hayride, em Shreveport.

O saldo final do ano foi muito positivo. Elvis trabalhou demais, viajou como nunca em sua vida, conheceu outros públicos, outros ares e conseguiu consolidar sua fama e sucesso em nível nacional. Tanto esforço e trabalho resultaram em um retorno financeiro excepcional. Em dezembro o Wall Street Journal informou que Elvis tinha se tornado um dos artistas mais bem pagos dos EUA naquele ano com renda bruta total de US$ 22 milhões de dólares. Nada mal para alguém que só tinha 21 anos de idade. Em pouco mais de um ano Elvis Presley havia se tornado o mais novo milionário do país. Nada mais justo para quem ganhou sua fortuna com muito esforço e trabalho duro. O futuro prometia ser de muitas glórias e êxitos porém Elvis em pouco tempo logo teria alguns dissabores. Mas essa é uma outra história...

Pablo Aluísio.

terça-feira, 8 de março de 2005

Elvis Presley - Las Vegas, 1956

Tudo na vida tem seu tempo certo. Se ainda não deu certo é porque ainda não é a hora. Um exemplo claro disso aconteceu com Elvis Presley em Las Vegas no ano de 1956. Hoje o nome Elvis é instantaneamente associado a Vegas por causa de suas temporadas de enorme sucesso na cidade durante a década de 70. O que poucos sabem (ou se lembram) é que Elvis foi para Vegas bem no começo de sua carreira em 1956 e as coisas não saíram tão bem como ele planejava.

Na verdade a temporada de Elvis em Las Vegas, a única que fez na década de 50, foi uma ideia infeliz de Tom Parker que com uma incrível falta de visão jogou o artista errado no lugar errado na época errada. Por que Elvis não deu certo em Las Vegas naquela ocasião? Muito simples de entender.

Nos anos 50 Elvis era um cantor jovem, cantando uma música essencialmente vibrante (chamada Rock ´n`Roll) feita e produzida para a juventude em geral. E o que era Las Vegas em 1956? Basicamente uma cidade-show feita para um público bem mais velho, aposentado, que ia para a cidade gastar suas economias de uma vida nas roletas de Nevada, Estado onde o jogo era legal e liberado. Havia nitidamente uma divergência entre o público que ia aos showrooms dos cassinos de Vegas e o cantor Elvis. A chamada cidade do pecado era o lar de cantores e artistas muito diferentes de Presley. Ele certamente não deveria estar lá, naquele momento.

Elvis na ocasião se apresentou com a orquestra de Freddy Martin e isso definitivamente nada tinha a ver com sua música. O marketing foi equivocado e bobo, vendendo Elvis como um “cantor atômico”! Na primeira noite Elvis subiu ao palco e logo percebeu que tudo seria diferente. O público, formado por casais em bodas de prata, aplaudiu timidamente o cantor e sua banda. Não havia gritos e nem animação na plateia, apenas uma ou outra tosse de algum fumante inveterado. O clima era tão ruim que Elvis não conseguiu se soltar, ficar à vontade. Aparentando nervosismo cometeu alguns erros, tentou contar algumas piadas mas a recepção gelada o deixou desnorteado. No outro dia a crítica sobre a apresentação de Elvis foi ruim. Um crítico escreveu: “Para os adolescentes que gritam em seus shows Elvis Presley pode ser considerado um gênio mas para o público ontem que o assistiu no Hotel Frontier ele foi apenas um furo. O conteúdo lírico de suas músicas é sem sentido e seu grupo musical com apenas 3 componentes é tosco”. A reação foi tão ruim que até o Coronel Parker entendeu que havia cometido um erro ao jogar Elvis na arena daquele público, formado pelo mesmo setor conservador e reacionário que odiava a ginga e o idioma musical do artista.

Elvis havia assinado por um determinado período com o hotel New Frontier mas queria mesmo era dar o fora de Las Vegas o quando antes. O baterista do grupo de Elvis, D.J. Fontana, deu seu veredito: “Não acho que aquele público estava preparado para Elvis. Ele fazia muito sucesso com uma plateia mais jovem mas não com aquele tipo de gente. Nós tentamos trabalhar com a orquestra de Freddy Martin mas não tinha muito a ver com nosso som. Mesmo assim fomos profissionais e tentamos fazer o melhor que podíamos para agradar”. Para tudo não se transformar em um fiasco completo o Coronel Parker resolveu lotar o hotel com um grupo de fãs adolescentes de Elvis para agitar um pouco as coisas. No sábado em que isso aconteceu Elvis finalmente realizou um bom concerto. Mas isso aconteceu apenas naquela ocasião e logo Elvis estava de novo se apresentando para o público “quadrado” de Vegas.

Liberace, um cantor extravagante que se apresentava no hotel Riviera veio dar uma força a Elvis mas ao lado do cantor só conseguiu fazer palhaçadas e macaquices. A temporada havia sido um fiasco e todos se conformaram com isso. Elvis realizou os últimos shows e finalmente se viu livre da verdadeira “arapuca” que havia se transformado Las Vegas para ele. Ironicamente a cidade o receberia de braços abertos em 1969 quando ele voltou para brilhar lá como nunca em sua carreira. Isso porém só aconteceria anos depois. Sobre sua estadia na cidade na década de 50 Elvis foi realista e brincou: “Coloquei o maior ovo da minha carreira em Las Vegas”.

Pablo Aluísio.