domingo, 30 de março de 2008

A Bíblia é uma Mitologia? Paulo era Homossexual?

A Bíblia é uma Mitologia? Paulo era Homossexual?
Essa é uma pergunta que intriga os historiadores. Aliás até mesmo a existência de Paulo é motivo de controvérsias. São Paulo existiu ou não? Não há provas concretas de sua existência histórica. Apenas temos cartas que são supostamente de sua autoria. Nem todas as cartas que são atribuídas a ele são ditas como verídicas. Para historiadores muitas das cartas que ele supostamente escreveu não foram escritas pelo mesmo autor das outras cartas. Há diferenças significativas de estilo entre elas. Os peritos dizem que foram escritas por autores diferentes. 

Mas supondo que Paulo existiu, ele era homossexual? Bom, a tradição diz que ele nunca se casou. Até aí tudo bem, não haveria maiores problemas. O problema é que os escritos de Paulo (ou seja lá quem foi o verdadeiro autor dessas cartas atribuídas a ele) revelam mesmo um lado homofóbico inegável. Quem escreveu essas cartas tinha um ódio indisfarçável para com os homossexuais? E bem sabemos que muitos homossexuais dentro do armário acabam desenvolvendo um sentimento de homofobia contra os demais gays. Seria esse o caso de Paulo?

A questão é que o texto é muito virulento, chegando mesmo a ser ofensivo. Partindo do pressuposto de que Jesus (se ele realmente existiu) nada proclamou sobre a homossexualidade, essa visão distorcida de Paulo era algo próprio dele, de sua personalidade (se esse Paulo realmente existiu, é claro!). 

Então a origem de todo esse pensamento religioso cristão contra a homossexualidade nasce com esse escritor (ou escritores) que a tradição afirma ter sido um homem judeu, mas cidadão romano, chamado Paulo de Tarso, que não chegou a conhecer Jesus, mas que conheceu Pedro e outros dos 12 apóstolos originais. Ele foi sem dúvida um dos grandes responsáveis pela proliferação cristão na Europa de seu tempo, dali se espalhando para todo o mundo ocidental. E também pode ser apontado como o grande responsável pela homofobia dentro do pensamento cristão. 

Pablo Aluísio. 

A Bíblia é uma Mitologia? O Pensamento Mágico e a Religião

A Bíblia é uma Mitologia? O Pensamento Mágico e a Religião - Procurar por eventos históricos reais nas histórias narradas na Bíblia é um erro. A Bíblia é um conjunto de livros e como tal tem diversos gêneros de literatura em suas páginas. E dentre todos os estilos o mais comum de encontrar é justamente a mitologia. Seres com super poderes, seres alados, anjos, demônios, divindades de todos os tipos, eventos naturais explicados sob a ótica dessa mesma carga mitológica, tudo isso é característico da mitologia e tudo isso pode ser encontrado nas páginas da Bíblia. 

Assim nunca existiu cobra falante, profeta conversando com mula, Moisés abrindo o Mar Vermelho e gente vivendo na barriga de uma baleia. Nem tampouco uma arca com todos os animais da Terra dentro dela. Além disso não teve ressurreição de Jesus porque nenhum ser humano que morre ressuscita. Essa é uma construção da mitologia e da teologia. Acreditar nesse tipo de coisa é acreditar em fábulas mitológicas. 

O pensamento mágico que faz com que um ser humano racional venha a acreditar nessas coisas existe desde os primeiros tempos. As gravuras nas cavernas onde viveu os primeiros homens a andar na face da Terra bem provam isso. Entretanto uma coisa é a história fantástica, cheia de mitos e deuses. Outra coisa é o mundo real, desvendado pela ciência. 

As religiões, todas elas, são fundadas no pensamento mágico do ser humano. O Pensamento mágico é legal, divertido, alivia a agonia do ser. Ajuda a passar pelas adversidades. Afinal acreditar em um deus todo-poderoso que vai lhe ajudar nos piores momentos é algo muito acolhedor e reconfortante. Já o pensamento científico é chato, exige conhecimento e estudo, persistência, ceticismo com as coisas. Obviamente que o ser humano médio iria abraçar o pensamento mágico, a mitologia e a religião. Pena que nada disso no fundo é verdade. É apenas invenção da própria mente humana. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 29 de março de 2008

O Soldado Romano

O Soldado Romano
Roma dominou o mundo antigo. Não havia nenhum outro povo ou civilização que se igualasse aos romanos. Esse segredo de conquistas também vinha do Soldado Romano. Além de ser um guerreiro profissional, o que nem sempre acontecia em outras civilizações da antiguidade, o Soldado Romano ainda era bem equipado, passando por um treinamento puxado, que criava mesmo grandes guerreiros. E não podemos nos esquecer também que os romanos levavam a guerra muito à sério, estudando as táticas dos inimigos, incorporando ao seu próprio exército o que aprenderam no campo de batalha contra outros povos. Assim Roma, a Cidade Eterna, como eles mesmo a chamavam, conquistou grande parte do mundo Ocidental de sua época de glórias. 

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 28 de março de 2008

De Onde Surgiu a Alma e o Espírito?

De Onde Surgiu a Alma e o Espírito?
Hoje em dia todos sabem o que é uma alma ou um espírito. Só que esses conceitos não surgiram do nada, pelo contrário, são encontradas suas origens no pensamento humano. É uma criação cultural do homem. E ao contrário do que muitos pensam essa ideia de alma ou espírito não veio da religião judaica. Nos primórdios o povo judeu não sabia o que era isso. Eles não acreditavam em nada parecido com essa ideia. Era algo que não fazia parte de sua cultura religiosa. O sopro do deus Javé apenas era devolvido ao seu criador após o último suspiro daquele que morria. A morte era o fim de tudo. Aquela pessoa que havia morrido deixava de existir. 

Aliás o mundo dos deuses era bem concreto para os antigos judeus. O deus Javé (ou Jeová) tinha existência concreta. Homens escolhidas poderiam ver sua face e até mesmo tocá-la como fica bem claro na própria Bíblia. O lugar onde vivia tinha existência concreta. Os homens tentaram chegar lá com a Torre de Babel, mas se deram mal pois isso não era permitido. Claro, tudo dentro da visão da pura mitologia. E não podemos nos esquecer que a mais antiga representação de Javé (ou Jeová) foi achada pela arqueologia. Era um deus representado com corpo de homem e cabeça de touro, com um grande pênis que arava a terra, trazendo alimentos e vida.

Então se o judaísmo não criou os conceitos de alma e espírito, de onde eles surgiram? Se você pensou em filosofia e Grécia, acertou. Foram os filósofos gregos que criaram a ideia de que a essência do ser humano era separada do corpo físico. Para a ciência isso não é correto. O que somos, o que pensamos, nada mais é do que uma grande rede de neurônios em nosso cérebro. Nada mais. Quando se morre, nada sobrevive. 

Mas os gregos não pensavam assim. Havia a separação entre mente e corpo, pensamento e mundo físico. Disso vem a ideia de alma e de espírito. É o que sobrevive à morte física. De certo modo é uma forma de pensar que traz conforto para os familiares dos entes falecidos. Conforta pensar que aquela pessoa simplesmente não deixou de existir com sua morte, que ela vive, de alguma forma e em algum lugar. Um pensamento abstrato que apenas a filosofia da Grécia antiga teria capacidade de elaborar e criar. 

Pablo Aluísio. 

Religião é mitologia?

Religião é mitologia?
Religião é a mitologia que os incultos pensam ser a verdade dos fatos históricos. Infelizmente é isso mesmo. O sujeito vai na Igreja e pensa que um homem chamado Móises abriu o Mar Vermelho e que isso aconteceu mesmo na história. Desconhece que essa mitologia de Móises foi usada em inúmeras outras culturas da antiguidade. E se eram mitologias em outros povos, por que não seria mitologia em relação aos textos que hoje chamam Bíblia?

Incluive nunca se foi provada pela arqueologia ou história a existência de um Móises, nem tampouco que houve um exôdo em massa pelas areias do deserto contando com milhares e milhares de judeus que fugiam do Egito. Nada disso jamais foi comprovada pela ciência até os dias de hoje. 

Possa ser que alguns dos nomes citados no velho testamento sejam inspirados em pessoas reais que viveram há milhares de anos, entretanto as histórias contadas são pura mitologia mesmo. Não houve a abertura do mar vermelho, nunca existiram Adão e Eva, nem muito menos uma cobra falante, nem uma mula falante. Todos são personagens de contos antigos, pura mitologia, nada mais do que isso. 

O próprio deus Jeová é pura mitologia. Ele não difere em nada de tantas centenas de deus do mesmo período histórico, seja do povo judeu, seja de outros povos da antiguidade. Ele aliás nem era o mais importante deus do panteão dos judeus. Esse posto cabia ao deus El que inclusive deu origem ao nome de Israel, ou seja, o povo que adora El. Então vamos parar de infatilidades, por favor. Religião é mitologia, nada muito além disso. 

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 27 de março de 2008

Desvendando Jack, o Estripador - Russell Edwards

Recentemente terminei de ler esse livro intitulado originalmente de "Naming Jack the Ripper" que no Brasil recebeu o título de "Desvendando Jack, o Estripador". O autor inglês Russell Edwards comprou há alguns anos um xale que pertenceu a uma das vítimas do famoso serial killer. Era uma peça muito antiga, já com sinais de desgaste, mas que ainda despertava a atenção dos aficcionados nessa história. Acredite, tanto na Inglaterra, como nos Estados Unidos, há milhares de pessoas cujo hobby consiste exatamente em histórias de psicopatas famosos e infames. Até fóruns na internet se proliferam nesse nicho. Esse xale havia sido tirado de um dos corpos na cena do crime. Um souvenir que o policial resolveu levar para casa e dar de presente para sua esposa! Sim, é algo bizarro se formos pensar com a mentalidade moderna, de que se deve acima de tudo preservar a cena de crime, de que tudo ali deve ficar intocado até a chegada de peritos. Nos tempos de Jack porém isso simplesmente não existia. 

Russell Edwards basicamente dividiu seu livro em três partes. Na primeira ele aproveita para contar sua própria história pessoal. Ele viveu por muitos anos em Whitechapel, na mesma região onde Jack cometeu seus crimes, séculos atrás. Ele conta que ficou admirado mesmo ao saber que aquelas mesmas ruas onde caminhava todos os dias eram as mesmas em que Jack estripou as pobres prostitutas com uma selvageria que chocou o mundo naquela época. E como acontece em muitos lugares de Londres, aquelas ruas estão bem preservadas historicamente, algumas inclusive contando com os mesmos pequenos prédios e cortiços onde Jack atuou. Essa primeira parte do livro, devo dizer, é apenas mais ou menos. Na minha opinião o autor perde muito tempo falando de si mesmo. Quem comprou o livro está certamente focado em Jack e não em Russell.

A segunda parte do livro foi a mais interessante. Aqui toda a história de Jack e seus crimes é contada com riqueza de detalhes. Inicialmente mostrando tudo o que aconteceu nos crimes em si, depois listando uma série de suspeitos. A pergunta sobre quem teria sido Jack, o Estripador, ainda hoje desperta curiosidade. Ele coloca breves históricos sobre cada um dos suspeitos, depois os colocando em dúvida, mostrando evidências da época que os inocentaram. Até um neto da rainha Vitória foi suspeito. E havia advogados, médicos, etc. Qualquer um que apresentasse algum tipo de comportamento estranho, passava a ser suspeito. A polícia da Londres na época recebeu uma enxurrada de denúncias da população. Muita gente foi indicada como o criminoso. No final essa multidão de suspeitos só ajudou a atrapalhar ainda mais a solução do caso. Um fato que eu particularmente desconhecia é de que hoje em dia a Scotland Yard afirma oficialmente que Jack, o Estripador se chamava Aaron Kosminski, um imigrante polonês com problemas mentais que morava em Whitechapel na mesma época em que os crimes aconteceram. Ele chegou a ser detido pelos policiais, porém por falta de provas foi liberado.

Russell Edwards então passa a dissecar tudo o que se descobriu sobre essa estranha figura. Kosminski imigrou para a Inglaterra após a morte do pai. De origem muito pobre, acabou indo para Londres depois que seu irmão se mudou para trabalhar em pequenas fábricas de roupas. Ele teve uma infância muito dura, com muita carência alimentar e falta de apoio familiar. Quando chegou a Londres, ainda bem jovem, muito provavelmente se tornou uma vítima do trabalho infantil que ainda era comum. E sua situação só iria piorar. Aaron Kosminski tinha problemas mentais que se tornariam ainda mais graves com os anos. Quando os crimes de Jack explodiram em Londres, ela já estava ficando completamente insano. Diz o autor desse livro que a comunidade judaica de Londres descobriu que ele era Jack, mas abafou tudo, com medo de uma explosão de violência e preconceito contra imigrantes judeus. Eles providenciaram para que Kosminski fosse internado em um hospício, de onde nunca mais sairia. Morreu ali, vagando entre outros loucos internados como ele. Curiosamente após sua internação, os crimes de Jack cessaram completamente.

Na época os meios forenses de investigação eram bem primitivos. Não havia a ciência que hoje conhecemos para desvendar crimes. Porém o xale, a peça chave de uma das vítimas ainda existia. O autor Russell Edwards decidiu então submeter essa peça de roupa a um criterioso exame de DNA. E eles encontraram mesmo DNA de um homem. Ele então foi atrás de membros atuais da família do suspeito. E após vários exames os cientistas conseguiram descobrir que se tratava mesmo do DNA de Aaron Kosminski. Essa fase de exames de DNA ocupa praticamente toda a terceira e última parte do livro. Claro, é algo importante, a própria razão de existência do livro, porém não posso deixar de comentar que também é um pouco cansativo, por causa do excesso de tecnicismo envolvido. E quem disse que mesmo após todo o esforço do autor desse livro o mistério da verdadeira identidade de Jack chegou ao fim? Parece que um dos charmes dessa história é o fato de que nunca se chegou a uma verdade incontestável. Pelo visto Jack será sempre uma pergunta no ar, mesmo com todas as provas apontando o contrário.

Pablo Aluísio.

Os Romanov (1613 - 1918)

Quero deixar uma dica de leitura para quem aprecia história. Trata-se do livro "Os Romanov" de autoria de Simon Sebag Montefiore. No Brasil essa obra foi lançada pela Companhia das Letras. Na realidade li esse livro no ano passado. É aquele tipo de leitura que você precisa ir administrando, lendo aos poucos, porque ele é longo e tem muitos personagens e situações. O próprio autor reconheceu isso e colocou, como uma espécie de guia, um pequeno resumo sobre cada peça naquele tabuleiro de poder, logo no começo de cada capítulo. Cada um deles enfoca um imperador Romanov diferente. E foram muitos. Basta lembrar que essa dinastia de imperadores russos durou mais de três séculos. E entre os czares houve de tudo: assassinos, loucos, fracos, depravados, insanos violentos, frívolos e até sociopatas. Porém é necessário admitir também que existiram alguns grandes nomes da história russa entre esses imperadores e soberanos como Pedro, o Grande e Catarina II. Ainda que fossem exceções, eles foram responsáveis diretos por muitas melhorias na mãe Rússia. Para infortúnio do povo russo eles também estavam em minoria. Uma das razões porque nunca serei um monarquista vem justamente de registros históricos como esse. O poder simplesmente herdado não qualifica ninguém para exercer esse mesmo poder ilimitado. Não há mérito e com o tempo a tendência é piorar, com imperadores cada vez menos aptos para exercerem suas funções.

A monarquia Romanov apresentou todos os tipos de corrupções, violência e traições que você possa imaginar. E como toda monarquia que se preza, após alguns séculos no poder, ela também se tornou decadente e abusiva. O abuso de autoridade, as violações de direitos humanos de toda ordem, a morte em massa do povo, todas essas tragédias começam a se repetir com regularidade mórbida para a nação. A Rússia cresceu e se desenvolveu muito com a dinastia Romanov no poder máximo, absolutista, mas também houve inúmeras injustiças, massacres, mortes e perseguições políticas de todo tipo. Em minha opinião foi um preço caro demais para se pagar. E isso foi se repetindo sistematicamente ao longo dos séculos. Basta lembrar de Ivan, O terrível. Esse Czar acumulou tanto poder em suas mãos que simplesmente enlouqueceu. Matou praticamente todos os seus parentes e membros da corte que representassem alguma ameaça para sua mente paranoica. Matou a esposa, matou o filho a pauladas e no final ficou completamente enlouquecido e sozinho em seu castelo. Diziam que queria matar até mesmo sua sombra. Em seus últimos dias apenas a loucura foi sua companheira.

Há também imperadores russos que entraram de forma positiva na história, muito embora nos dias de hoje sejam pouco lembrados. Um que foi injustamente esquecido foi Alexandre I. Poucas pessoas falam nele, mas o fato é que foi esse Czar quem derrotou Napoleão Bonaparte quando ele decidiu invadir a Rússia. Adotando uma estratégia de "terra arrasada", Alexandre conseguiu dar um xeque-mate no imperador francês, que precisou retornar para a França em uma das retiradas mais humilhantes da história. Foi Alexandre I também o primeiro líder estrangeiro a marchar pelas ruas de Paris após a queda de Napoleão. Até um pitoresco encontro dos dois inimigos é relatado em suas páginas. Para surpresa do leitor descobrimos que Napoleão ficou surpreso e admirado com o jovem czar. Chegou ao ponto de tecer elogios a ele. Só que o general mal sabia que o russo seria um de seus algozes. Tudo isso, suas vitórias e detalhes do campo de batalha, estão no livro. Alexandre I morreu até relativamente jovem e foi um dos membros da família Romanov que mais se destacaram em sua jornada, afnal derrotou, ao lado dos ingleses, o grande Napoleão, considerado invencível até então.

Outros dois nomes que me chamaram a atenção foram Pedro, o grande e Catarina II. O primeiro foi um homem de ação, forte, robusto, construtor nato. Ele construiu uma das maiores esquadras navais de seu tempo. Também mandou construir toda uma grande cidade ao melhor estilo europeu ocidental bem no meio do pântano. Fundou São Petersburgo, que se tornaria a segunda maior cidade do império russo, ficando atrás apenas de Moscou. Já Catarina II foi o maior símbolo de uma nova linhagem de monarcas que seriam conhecidos como "déspotas esclarecidos". Ela não abriu mão do poder absolutista que tinha, mas ao mesmo tempo usou esse poder para coisas boas para a sociedade. Universalizou o ensino para todos os cidadãos do império, criou escolas para todas as crianças e jovens, mesmo nos mais distantes lugarejos e fundou as primeiras universidades da Rússia imperial. E o curioso é que ela não era russa de nascimento e precisou tirar o marido do trono, pois ele era um tolo imbecil. Só depois de sua queda é que a Rússia voltou a ter uma grande líder para a nação.

Por fim a história dos últimos imperadores também marca o leitor. Alexandre II foi morto de forma horrível quando um rebelde jogou uma bomba em sua carruagem, bem no momento em que ele desfilava perante seus súditos. Ele perdeu as pernas no atentado, ficou caído no chão e sangrou até morrer. Foi o pior atentado contra um Romanov na história da Rússia. E para terminar o leitor fica também chocado e até emocionado com a morte de Nicolau II, o último czar da Rússia. Um homem que não era apto para se tornar o imperador, mas que tinha uma bela família que acabaria sendo fuzilada covardemente pelos comunistas após a revolução russa de 1917. Foi com Nicolau II que surgiu a bizarra figura de Grigori Rasputin. Ele não era um Romanov, mas sua presença na história dessa dinastia foi tão marcante que ele acabou na capa do livro. Misto de bruxo, guru, charlatão e fanático religioso, Raspudin caiu nas graças da imperatriz após ajudar ao pequeno herdeiro Alexei que sofria de hemofilia. A entrada dele dentro da corte foi um dos inúmeros fatores que levou a dinastia Romanov para sua desgraça final. Em conclusão após ler o livro, digo que essa é uma bela obra de história e literatura. Suas páginas trazem inúmeras histórias de imperadores que detinham todos os poderes reais em suas mãos, sem limitações. E isso tudo serviu para demonstrar que o ser humano não pode ter esse tipo de poder absolutista, pois seguramente vai abusar dele, mais cedo ou mais tarde. Carto estava o Lord John Dalberg-Acton quando escreveu que "O poder tende a corromper o homem e o poder absoluto o corrompe absolutamente". Sábias palavras.

Panlo Aluísio.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Agripina

Agripina
Agripina nasceu em um acampamento militar às margens do Reno em 15 d.C. Era filha de um casal romano influente: Germânico, sobrinho e filho adotivo do imperador Tibério e candidato a sucedê-lo, e Agripina, a Velha, a neta favorita de Augusto.

Quando Agripina tinha apenas quatro anos, Germânico morreu envenenado na Síria, crime que sua mãe sempre atribuiu a Tibério. Agripina, a Velha, afirmou que o imperador Tibério temia a popularidade de Germânico junto ao exército, acreditando que o apoio militar acabaria por permitir que Germânico usurpasse o imperador e tomasse seu lugar.

A situação piorou quando Tibério recusou ao seu filho adotivo a honra de um funeral público. A viúva de Germânico, a indomável Agripina, a Velha, chegou a Roma com as cinzas do marido, o que se tornou um desafio aberto ao imperador.

Com a maior dignidade, pegou a urna contendo as cinzas e, acompanhada pelos filhos e por uma enorme multidão de cidadãos enlutados, liderou uma procissão silenciosa pelas ruas de Roma até o mausoléu de Augusto, onde a depositou. Tibério ficou furioso com o desafio da nora e nunca a perdoou.