terça-feira, 19 de junho de 2018

O Último Duelo

Título no Brasil: O Último Duelo
Título Original: The Cimarron Kid
Ano de Produção: 1952
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Budd Boetticher
Roteiro: Louis Stevens
Elenco: Audie Murphy, Beverly Tyler, James Best
  
Sinopse:
Bill Doolin (Audie Murphy) é um jovem acusado injustamente de roubo por funcionários corruptos da estrada de ferro. Revoltado pelas falsas acusações e perseguido por homens da lei, ele não vê outra alternativa a não ser se juntar à quadrilha dos Daltons, velhos amigos de longa data. Como pistoleiro acaba adotando o nome de The Cimarron Kid. Em pouco tempo sua destreza no gatilho o torna um nome conhecido. O problema é que outro membro de sua própria gangue resolve lhe trair, o que o deixa em uma situação delicada. Fugitivo, ele sonha em se esconder em algum país da América do Sul ou no México para tentar recomeçar sua vida ao lado da mulher que ama.

Comentários:
Budd Boetticher foi um dos mestres do western americano nos anos 1950. Dono de um estilo muito eficiente de rodar filmes baratos, mas bem cuidados, Boetticher conseguiu o reconhecimento dos fãs do gênero. Ao longo de várias décadas trabalhou ao lado de grandes nomes do faroeste como Randolph Scott. Aqui ele dirigiu outro astro dos filmes de bang bang, o veterano da Segunda Guerra Mundial Audie Murphy. As portas de Hollywood foram abertas porque ele foi um herói de guerra, o militar mais condecorado desse conflito sangrento que varreu o mundo na década de 1940. De volta à vida civil viu no cinema uma oportunidade de fazer carreira e contou com a sorte de ser dirigido por grandes cineastas como o próprio Budd Boetticher. Ao longo dos anos a Universal o escalou para uma série de filmes de western, sendo algumas produções B, que tinham como objetivo testar sua força nas bilheterias. Depois de interpretar Jesse James em "Cavaleiros da Bandeira Negra" e ter um belo sucesso com "A Glória de um Covarde" o estúdio finalmente se convenceu que tinha um astro em mãos. Assim "O Último Duelo" só confirmaria ainda mais a estrela de Murphy. Um bom western que realmente não fica nada a dever aos bons faroestes de sua época.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 18 de junho de 2018

A Máscara do Zorro

Título no Brasil: A Máscara do Zorro
Título Original: The Mask of Zorro
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures, Amblin Entertainment
Direção: Martin Campbell
Roteiro: Ted Elliott
Elenco: Antonio Banderas, Anthony Hopkins, Catherine Zeta-Jones
  
Sinopse:
Após passar décadas defendendo os injustiçados e oprimidos da Califórnia sob domínio espanhol no século XIX, o velho veterano Don Diego de la Vega (Anthony Hopkins) decide passar o seu legado de Zorro para um jovem chamado Alejandro Murrieta (Antonio Banderas), uma transição complicada já que embora seja um ótimo espadachim, sua personalidade é muito diferente da do Zorro original. Filme indicado aos Oscars de Melhor Som e Melhores Efeitos Especiais.

Comentários:
Apesar do bom elenco, da produção caprichada e do roteiro que muitas vezes valoriza o aspecto mais fanfarrão do personagem, jamais consegui gostar plenamente dessa nova franquia envolvendo o lendário Zorro. A ideia de revitalizar o espadachim mais famoso do cinema partiu de Steven Spielberg em pessoa. Durante muito tempo ele realmente teve a intenção de dirigir o filme, o que fez com que nomes importantes como Anthony Hopkins assinassem contrato para participar do filme. O projeto porém parecia nunca ir em frente, sendo sucessivamente adiado ao longo de três anos. Na última hora porém Spielberg desistiu da empreitada. Ele alegou que estava com a agenda cheia demais, envolvido com dois outros filmes e que por essa razão seria impossível dirigir um terceiro. Resolveu então escolher o diretor Martin Campbell para dirigir o filme. Depois de assistir o resultado final penso que Spielberg realmente caiu fora por causa do fraco argumento e do tom mais farsesco que esse roteiro abraça. Em poucas palavras ele não quis assinar esse projeto. Realmente há muitos problemas, alguns deles impossíveis de se ignorar. A começar pelo elenco. Definitivamente Antonio Banderas exagerou nas caras e bocas, estragando com isso o próprio personagem Zorro que em sua atuação acabou virando um bufão, um retrato desbotado dos grandes atores que deram vida ao Zorro no passado. Ele parece estar convencido que faz parte de uma comédia pastelão! No meio de tantas escolhas equivocadas apenas a presença de Hopkins, como o Don Diego de la Vega original, já envelhecido e aposentado, e a beleza de Catherine Zeta-Jones salvam o filme do desastre completo.

Pablo Aluísio.

O Bandoleiro Temerário

Título no Brasil: O Bandoleiro Temerário
Título Original: The Texican
Ano de Produção: 1966
País: Estados Unidos, Espanha
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Lesley Selander
Roteiro: John C. Champion
Elenco: Audie Murphy, Broderick Crawford, Diana Lorys
  
Sinopse:
Procurado nos Estados Unidos por roubo, Jess Carlin (Audie Murphy) decide fugir para o México onde pretende viver em paz o resto de seus dias de vida. Ele consegue cruzar a fronteira, mas quando pensa que terá paz descobre que seu irmão foi morto nos Estados Unidos por um caçador de recompensas que estava atrás dele. Procurando por vingança, ele retorna para acertar contas com o assassino de seu irmão. Começa então um jogo de vida e morte entre aqueles dois homens unidos por esse destino trágico.

Comentários:
Um dos últimos filmes da carreira de Audie Murphy. Uma produção entre Estados Unidos e Espanha o que já demonstrava que se tivesse vivido mais alguns anos Murphy teria mais cedo ou mais tarde se transferido definitivamente para o Western Spaghetti. É um faroeste B razoável, que se utiliza de um argumento um pouco saturado para faturar em cinemas pelo interior da América. O orçamento é pequeno e não há nada que lembre uma grande produção classe A de western do cinema americano. A Columbia Pictures, o mais modesto estúdio americano, resolveu realmente produzir um filme sem grandes pretensões comerciais, visando apenas faturar um pouco sem gastar muito. Tirando os dois nomes principais do elenco, Audie Murphy e Broderick Crawford, todos os demais membros do elenco são espanhóis. O filme foi rodado em uma região perto de Barcelona, conhecida por ter um deserto bem parecido com o deserto americano da Califórnia. O lugar é conhecido como Catalonia e vários faroestes spaghettis foram filmados por lá. Então é isso, um western mediano que passa longe de ser considerado um dos melhores da carreira de Audie Murphy. Mesmo assim vale a pena ser conhecido e assistido, nem que seja por apenas uma vez.

Pablo Aluísio.

domingo, 17 de junho de 2018

Bravura Indômita

Sempre é um prazer rever um faroeste como esse, com tudo o que os fãs do gênero tem direito. Sinceramente revendo o filme, achei uma injustiça com Wayne falar que ele só teria sido premiado com o Oscar por sua carreira, pelo conjunto da obra e não pela interpretação em si que mostra no filme. De certa forma essa é uma meia verdade pois ele está muito bem no papel de um agente federal beberrão, resmungão, gordo e velho, mas rápido no gatilho (como tinha que ser é claro!). O trabalho do ator é tão bom que esconde até mesmo a fraca atuação do ator Glen Campbell no papel do Texas Ranger que o acompanha na caçada ao assassino do pai da garotinha do filme (interpretada muito bem pela adolescente Kim Darby). 

Temos que entender que Wayne foi premiado após anos de críticas ruins que afirmavam que ele na realidade era apenas um astro de Hollywood e que sempre interpretava o mesmo tipo de personagem. Isso acabou criando no ator um sentimento de inferioridade que só foi superado por esse merecido reconhecimento da Academia. Além disso não podemos ignorar que ele também foi homenageado pelo Globo de Ouro, o que de certa maneira reforçou ainda mais o talento de seu trabalho. Mesmo assim Wayne procurou manter a humildade, a ponto de soltar frases de puro humor sobre as premiações. Em determinado momento brincou dizendo: "Puxa, após tantos anos de carreira... se eu soubesse disso teria colocado um tapa-olho bem antes na minha vida".

Além de um roteiro acima da média, com ótimas tomadas externas e conflitos armados, "Bravura Indômita" ainda traz um elenco de apoio de respeito. Nada mais nada menos do que Dennis Hopper e Robert Duvall (que vejam só já estava ficando careca naquela época!). Duvall está particularmente muito bem no papel de um dos procurados por Wayne. Ele não tem muita chance de atuar, mas quando possível mostra domínio do que faz. O diretor Henry Hathaway não esqueceu também de investir em divertidos momentos de descontração e humor (que de certa forma está mais ausente do remake), principalmente nos momentos entre Wayne e Darby (que se dão muito bem em cena, sendo naturalmente divertido o contraste entre a garota e o marshal mal humorado e beberrão). Enfim, eis aqui dos grandes clássicos do western americano. Não resta dúvida que "Bravura Indômita" é mesmo um filmaço!

Bravura Indômita (True Gift, Estados Unidos, 1969) Direção: Henry Hathaway / Roteiro: Marguerite Roberts baseado na novela de Charles Portis / Elenco: John Wayne, Kim Darby, Glen Campbell, Robert Duvall, Dennis Hopper / Sinopse: Jovem gerota contrata os serviços de um agente beberrão e gordo para ir atrás dos assassinos de seu pai. Filme indicado ao Oscar na categoria Melhor Música Original. Vencedor do Oscar na categoria de Melhor Ator (John Wayne). Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria Melhor Ator - Drama (John Wayne). Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Canção Original. Filme vencedor do Laurel Awards na categoria de Melhor Ator (John Wayne).

Pablo Aluísio.

Sem Lei e Sem Alma

Entre tantas histórias que ficaram célebres no velho oeste poucas conseguiram alcançar a fama do tiroteio ocorrido no Ok Corral em Tombstone, Arizona. De um lado o lendário xerife Wyatt Earp (Burt Lancaster), seus irmãos e Doc Holliday (Kirk Douglas), do outro lado o bando dos irmãos Clanton. Ambos se enfrentaram face a face, cada um a poucos metros do outro, armas em punho, um duelo que entrou para a história e que foi fartamente explorado no cinema durante todos esses anos. Esse "Sem Lei e Sem Alma" é até hoje considerado uma das melhores versões já feitas sobre o evento. O roteiro é extremamente bem trabalhado, nitidamente dividido em dois atos que se fecham e se complementam de forma perfeita. No primeiro ato acompanhamos a chegada de Wyatt Earp numa pequena cidade do velho oeste. Ele vem no encalço de Johnny Ringo (John Ireland) e seu bando. Lá se aproxima do pistoleiro e jogador inveterado Doc Holliday e acaba salvando sua vida ao ajudá-lo a fugir de seu próprio linchamento. No segundo ato encontramos os personagens já em Tombstone, a lendária cidade, onde nos 15 minutos finais do filme ocorrerá o famoso confronto no O.K. Corral.

Burt Lancaster e Kirk Douglas estão perfeitos em seus papéis. Kirk Douglas em especial encontrou grande afinidade entre sua própria personalidade expansiva e extrovertida e a figura do lendário Doc Holliday. Esse como já tive a oportunidade de escrever é realmente um personagem à prova de falhas. Um dentista corroído pela tuberculose que ocupava todo seu tempo jogando cartas e se envolvendo em confusões pelas cidadezinhas por onde passava. O que fazia de Doc um ótimo pistoleiro é que seu instinto de preservação já não era tão acentuado pois sempre se via no limite, à beira da morte, por isso para ele tanto fazia morrer em um tiroteio ou escapar vivo para mais um duelo à frente. Sua frieza e pontaria certeira o transformaram em uma lenda do velho oeste. Já Wyatt Earp também encontrou um ator ideal em Burt Lancaster. Íntegro, honesto e temido, procurava manter a lei em uma região infestada de facínoras e bandoleiros. O duelo no O.K. Curral foi apenas uma das inúmeras histórias envolvendo esse famoso homem da lei. Para finalizar é bom salientar que a despeito de sua imensa qualidade cinematográfica, "Sem Lei e Sem Alma" não é completamente fiel aos fatos históricos. O próprio duelo final, razão de existência do filme, não ocorreu da forma mostrada no filme. De fato os eventos reais foram bem mais simples, pois os dois grupos rivais estavam frente a frente, a poucos metros uns dos outros. No filme há toda uma sequência de cenas que não existiram como a queima da carroça, por exemplo. Johnny Ringo, o famoso pistoleiro, também não estava no confronto do O.K. Ele foi morto tempos depois no meio do deserto. Suspeita-se que foi morto por Doc Holliday pois ambos tinham uma rivalidade antiga que só seria resolvida com armas em punho. De qualquer forma esses detalhes em nada diminuem a extrema qualidade de "Sem Lei e Sem Alma", que hoje é considerado merecidamente um dos melhores westerns já realizados. Uma obra prima certamente.

Sem Lei e Sem Alma (Gunfight at the O.K. Corral, Estados Unidos, 1957) Direção: John Sturges / Roteiro: Leon Uris baseado no artigo escrito por George Scullin / Elenco: Burt Lancaster, Kirk Douglas, Rhonda Fleming, Jo Van Fleet, John Ireland, Frank Faylen, Ted de Corsia, Dennis Hopper, DeForest Kelley, Martin Milner / Sinopse: Wyatt Earp (Burt Lancaster), seus irmãos e Doc Holliday (Kirk Douglas) resolvem enfrentar cara a cara um bando de ladrões de gado no O.K. Corral em Tombstone, Arizona.

Pablo Aluísio.

sábado, 16 de junho de 2018

Os Comancheros

Paul Regret ( Stuart Whitman) é um jogador de cartas no velho oeste que acaba matando em duelo o filho do juiz de New Orleans. Sem alternativas resolve fugir da Louisiana em direção ao oeste onde começa a ser caçado pelo Texas Ranger Jake Cutter (John Wayne). Cutter está no meio de uma missão aonde tem que se infiltrar no grupo dos chamados “Comancheros”, homens brancos que traficavam armas para as tribos de Comanches rebeldes. Para ser aceito como um traficante de armas ele se faz passar por criminoso com a ajuda de Jack Crow (Lee Marvin). “Os Comancheros” é mais um excelente western na extensa filmografia de John Wayne. Rodado quase que totalmente nos desertos de Utah (aqui fazendo papel de Texas) o filme foi dirigido pelo veterano cineasta Michael Curtiz, o consagrado diretor de “Casablanca”. As filmagens no deserto porém foram bem complicadas. Curtiz, de idade um tanto quanto avançada e com problemas de saúde, não conseguiu lidar com o tamanho da produção sozinho. Assim a Fox determinou ao próprio John Wayne que assumisse a direção várias vezes em um trabalho que acabou não sendo creditado a ele. Wayne que tinha acabado de dirigir “O Álamo” aceitou o desafio de bom grado. Ele tinha especial respeito por Curtiz e sentiu orgulho em dirigir ao lado do famoso diretor. O resultado é que sob seu comando o filme focou bem mais nas cenas de lutas e ação no meio do deserto árido. Wayne gostava de cenas grandiosas, de impacto, como bem demonstrou em “O Álamo” e as repetiu aqui com grande êxito.

Duas sequências inclusive se sobressaem. A luta entre comancheros, índios e Texas Rangers em um rancho e a longa cena final onde os mesmos grupos novamente se enfrentam em boas e bem coreografadas batalhas campais. Essas duas sequências foram inteiramente dirigidas por John Wayne mostrando seu talento como bom cineasta. Já as cenas mais dramáticas, de atuação, ficaram sob o comando de Michael Curtiz. Infelizmente esse foi o último filme do consagrado diretor que viria a morrer poucos meses após o filme ser finalmente concluído. Aos 72 anos e com 173 filmes no currículo Curtiz já havia dado seu recado. Seu último trabalho revela um produto de extrema qualidade, muito bem roteirizado e com inspiradas atuações de todo o elenco. Um canto de cisne à altura desse genial artista que se despediu do cinema em um dos gêneros mais populares e iconográficos da história da sétima arte. Por isso “Os Comancheros” é simplesmente obrigatório para qualquer cinéfilo que se preze.

Os Comancheros (The Comancheros, Estados Unidos, 1961) Direção: Michael Curtiz, John Wayne (não creditado) / Roteiro: James Edward Grant, Clair Huffaker baseado na novela de Paul Wellman / Elenco: John Wayne, Stuart Whitman, Ina Balin, Nehemiah Persoff, Lee Marvin, Patrick Wayne / Sinopse: Paul Regret (Stuart Whitman) é um jogador de cartas no velho oeste que acaba matando em duelo o filho do juiz de New Orleans. Sem alternativas resolve fugir da Louisiana em direção ao oeste onde começa a ser caçado pelo Texas Ranger Jake Cutter (John Wayne). Cutter está no meio de uma missão aonde tem que se infiltrar no grupo dos chamados “Comancheros”, homens brancos que traficavam armas para as tribos de Comanches rebeldes. Para ser aceito como um traficante de armas ele se faz passar por criminoso com a ajuda de Jack Crow (Lee Marvin).

Pablo Aluísio.

A Sétima Cavalaria

"A Sétima Cavalaria" começa onde praticamente todos os filmes sobre o General Custer terminam. Aqui acompanhamos a volta do Capitão Tom Benson (Randolph Scott) ao Forte Lincoln após ir buscar sua noiva, a bela Martha (Barbara Hale). Ele era o braço direito de Custer na tropa e saiu de licença por motivos pessoais. O que Benson não sabe é que ao retornar não encontrará mais ninguém no forte! Toda a Sétima Cavalaria da qual fez parte acabara de ser massacrada pelos guerreiros Sioux e Cheyennes comandados por Cavalo Louco e Touro Sentado. "A Sétima Cavalaria" é seguramente um dos melhores westerns estrelados por Randolph Scott. O roteiro é muito bem escrito e se concentra nos eventos que ocorreram após a morte de Custer e a Sétima Cavalaria. O inquérito aberto pelo exército americano, as dúvidas sobre as reais intenções de Benson ao pedir licença, a necessidade de resgatar todos os restos mortais dos militares em Little Big Horn, tudo é extremamente bem exposto em grande momento de Scott no cinema. Há cenas impactantes como a volta do cavalo do general ao campo de batalha e a questão sobre a quem pertenceria os despojos da grande batalha - aos vencedores ou aos soldados da cavalaria?

Uma das coisas que mais chamam atenção nesse filme é a questão sobre quem teria sido responsável pelo massacre das tropas americanas. Durante muitos anos após o desastre em Little Big Horn houve uma glorificação do General Custer. Considerado herói pois morreu lutando, seu legado foi incontestável por anos. Depois descobriu-se que Custer cometeu muitos erros no campo de batalha. Extremamente vaidoso e egocêntrico, Custer queria alcançar os picos da glória ao acreditar que venceria toda uma nação Sioux apenas com poucos homens extremamente bem treinados. Se equivocou feio o que acabaria custando a vida de centenas de soldados e oficiais americanos. O filme não tem medo de tocar nessa ferida e o faz de forma brilhante. Para quem gosta da história do velho oeste "A Sétima Cavalaria" é essencial.

A Sétima Cavalaria (7th Cavalry, Estados Unidos, 1956) Direção: Joseph H. Lewis / Roteiro: Peter Packer baseado no livro de Glendon Swarthout / Elenco: Randolph Scott, Barbara Hale, Jay C. Flippen / Sinopse: Aqui acompanhamos a volta do Capitão Tom Benson (Randolph Scott) ao Forte Lincoln após ir buscar sua noiva, a bela Martha (Barbara Hale). Ele era o braço direito de Custer na tropa e saiu de licença por motivos pessoais. O que Benson não sabe é que ao retornar não encontrará mais ninguém no forte! Toda a Sétima Cavalaria da qual fez parte acabara de ser massacrada pelos guerreiros Sioux e Cheyennes comandados por Cavalo Louco e Touro Sentado.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 15 de junho de 2018

A Marca da Forca

Jed Cooper (Cint Eastwood) é confundido com um criminoso sendo espancado e linchado por um xerife corrupto e seu bando. Tempos depois retorna ao mesmo local para acertar as devidas contas entre eles. Eu costumo dizer que só dois atores garantem qualidade em seus filmes de western. Um é John Wayne. O outro é Clint Eastwood. Simplesmente não existem filmes com eles do gênero faroeste que sejam ruins. Todos são no mínimo bons, quando não são excepcionais. Esse "A Marca da Forca" é um exemplo claro dessa afirmação. Gosto muito dos antigos westerns da carreira do Clint. Nos anos 60 e 70 Clint estrelou uma série de ótimos filmes, quase sempre fazendo o mesmo papel, o do pistoleiro misterioso e de poucas palavras, que surge do nada e da mesma forma some ao final do filme. Esses personagens enigmáticos porém sempre tinham um passado por trás e nunca iam a essas cidades perdidas do velho oeste sem um objetivo em mente. Geralmente no decorrer do filme o espectador ia aos poucos entendendo o que ele fazia ali e quais eram seus propósitos. Clint Eastwood, com olhar de pedra encontrou seu veículo ideal nesse tipo de produção. A fórmula era certa e Clint colecionou uma série de sucessos de bilheteria assim.

Esse aqui segue basicamente essa linha embora tenha diferenças. Clint ainda continua durão mas o roteiro abre algumas concessões. Ao ler a sinopse a pessoa pode ser levada ao erro de pensar que tudo não passa de um acerto de contas entre ele e os vilões que tentaram lhe enforcar no começo do filme. Pois acredite, o filme tem um bom subtexto sobre a questão de se fazer justiça com as próprias mãos e até abre espaço para algumas cenas de romance com o personagem de Eastwood! Tudo isso porém não alivia e nem tira o filme de seu foco principal, o de ser um bang bang à moda antiga, com muitos tiroteios, enforcamentos e socos! Em essência é um legítimo western da primeira fase da carreira de Clint. Se você gosta não vai se arrepender.

A Marca da Forca (Hang 'Em High, EUA, 1968) Direção: Ted Post / Roteiro: Leonard Freeman, Mel Goldberg / Elenco: Clint Eastwood, Inger Stevens, Ed Begley, Pat Hingle, Ben Johnson / Sinopse: Jed Cooper (Cint Eastwood) é confundido com um criminoso sendo espancado e linchado por um xerife corrupto e seu bando. Tempos depois retorna ao mesmo local para acertar as devidas contas entre eles.

Pablo Aluísio.