quinta-feira, 23 de abril de 2020

Em Má Companhia

Título no Brasil: Em Má Companhia
Título Original: Bad Company
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Joel Schumacher
Roteiro: Gary M. Goodman, David Himmelstein
Elenco: Anthony Hopkins, Chris Rock, Peter Stormare, Gabriel Macht, Kerry Washington, Adoni Maropis

Sinopse:
Um agente da CIA, a agência central de inteligência do governo americano, é assassinado em uma missão que envolvia armas nucleares. Sem ter outra opção seu irmão gêmeo é recrutado para tomar seu lugar, só que ele tem a personalidade completamente diferente da do irmão, gerando muitas confusões no mundo dos espiões internacionais.

Comentários:
Eu não gostei desse filme. Veja, eu sou fã número 1 do ator Anthony Hopkins. Tiro meu chapéu para seu talento, que na minha opinião, é um dos maiores que existem hoje no mundo do cinema. Porém, ele também tem um grave defeito, que é o de não saber escolher sempre, de forma precisa, os melhores filmes em que vai atuar. Uma de suas más escolhas foi aceitar o convite do produtor Jerry Bruckheimer para trabalhar nesse filme. Bruckheimer faz parte de outra linha da indústria cinematográfica. Se Hopkins é o ator dos dramas, dos grandes filmes, dos excelentes elencos e atuações, Bruckheimer é o homem por trás de filmes de pura ação genérica, de carros explodindo, planetas sendo invadidos por extraterrestres. São de mundos diferentes. E para piorar tudo Anthony Hopkins aqui precisou contracenar com um comediante escrachado, de piadas escrotas, que é o Chris Rock! Pegaram um lorde da atuação, um homem de imenso prestígio, para trabalhar com o produtor errado, no filme errado, com um parceiro completamente equivocado em seu estilo. Algo assim poderia dar certo? De jeito nenhum! Assim temos uma fitinha bem desprezível. Roteiro nada marcante, jeito de filme genérico mesmo, com muitas piadas sem graça. Sir Anthony Hopkins não precisava participar de uma patuscada dessas.

Pablo Aluísio.

Coma

Título no Brasil: Coma
Título Original: Coma
Ano de Produção: 1978
País: Estados Unidos
Estúdio:  Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Michael Crichton
Roteiro: Michael Crichton, Robin Cook
Elenco: Michael Douglas, Geneviève Bujold, Richard Widmark, Rip Torn, Lois Chiles

Sinopse:
Uma jovem médica de um hospital, chamada Susan Wheeler (interpretada pela atriz Geneviève Bujold), começa a perceber um padrão de ocorrências estranhas com os pacientes. De repente, pacientes saudáveis ​​desenvolvem complicações e acabam em coma. Ela começa a investigar e o que descobre é surpreendente.

Comentários:
Interessante filme com Michael Douglas. Embora o roteiro em determinado momento venha a cair nas bobagens típicas das teorias de conspirações malucas, o fato é que até chegar lá e de certa forma estragar o filme, tudo é bem desenvolvido, inclusive com bom uso de suspense. Pena que, como já escrevi, a coisa desande mesmo. Na década de 1970 filmes como essa, que ficaram conhecidos genericamente como Disaster Movies, entraram na moda de forma definitiva. O público adorava esse tipo de cenário, com o apocalipse batendo à porta. Mal sabiam as pessoas o que estava por vir, porque em dias de coronavírus esse drama médico fica parecendo brincadeira de criança. Filme premiado pela Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor Atriz (Geneviève Bujold).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Um Dia de Chuva em Nova York

Título no Brasil: Um Dia de Chuva em Nova York
Título Original: A Rainy Day in New York
Ano de Produção: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: Gravier Productions
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Elenco: Timothée Chalamet, Elle Fanning, Liev Schreiber, Jude Law, Diego Luna, Selena Gomez

Sinopse:
Um casal de jovens universitários do curso de arte decide passar um dia em Nova Iorque. Ele, Gatsby Welles (Timothée Chalamet), vai ter que reencontrar a mãe possessiva. Ela, Ashleigh Enright (Elle Fanning), vai conhecer um importante e famoso diretor de cinema que poderá abrir as portas para sua carreira. Só que obviamente as coisas não saem exatamente como era esperado.

Comentários:
Woody Allen está com 84 anos de idade. Será que alguém ainda pode julgar seus filmes como antigamente? Penso que não. O que ele tinha que fazer no cinema, já o fez. Não precisava realizar mais nada. Tudo o que deveria ter feito, já foi feito. Mesmo assim ele parece não desistir nunca. Tal como Clint Eastwood penso que ele provavelmente vai romper a barreira dos 90 anos ainda dirigindo filmes. Esse aqui é um de seus filmes menos pretensiosos. Com roteiro do próprio diretor, ele coloca na boca de seus personagens simples devaneios de sua própria mente. Por isso surgem coisas esquisitas na tela. Por exemplo, a atriz Elle Fanning interpreta uma loirinha tola, infantil e não muito inteligente. Na maioria das cenas ela se mostra assim. Porém quando Allen resolve soltar um grande pensamento usando justamente ela, nem pensa duas vezes. Juro que senti que a menina estava "possuída" pela mente irônica e muito inteligente de Allen. E ver esse senhor octogenário soltando seus pensamentos mais sutis através da boca da bobinha e sorridente personagem de Fanning é pra lá de esquisito! No fundo praticamente todos os personagens em cena funcionam como espécies de espelhos, de alter ego coletivo do diretor, em maior ou menos grau. Allen usa todos apenas como peças decorativas de seu tabuleiro de pensamentos, com ele soltando suas divagações aqui e acolá. Algumas pessoas vão ao psicanalista. Woody Allen faz filmes como esse para desabafar o que pensa. No geral é um filme bem bonitinho, uma graça. Parece uma caixa de bombons. Claro, comparado com seu passado, tudo soará muito inocente e sem grande importância. Porém para quem já tem uma filmografia maravilhosa como Woody Allen, tudo é plenamente perdoado. Absolutamente tudo. Até ser meio bobinho agora com esse seu novo filme.

Pablo Aluísio.

Tudo o que Você Sempre quis Saber Sobre Sexo, mas Tinha Medo de Perguntar

Título no Brasil: Tudo o que Você Sempre quis Saber Sobre Sexo, mas Tinha Medo de Perguntar
Título Original: Everything You Always Wanted to Know About Sex * But Were Afraid to Ask
Ano de Produção: 1972
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Elenco: Woody Allen, Gene Wilder, John Carradine, Tony Randall, Burt Reynolds, Anthony Quayle

Sinopse:
Woody Allen interpreta diversos personagens (Victor / Fabrizio / The Fool / Sperm) que vão surgindo em várias sequências relativamente independentes e muito divertidas. O fio de ligação entre elas vem de perguntas, dúvidas, que todos têm sobre o sexo! De onde surgem os bebês? O que é masturbação? etc.

Comentários:
Da série "Os maiores títulos de filmes da história", daqueles que eram impossíveis de colocar nas marquises dos cinemas da época. Sim, "Tudo o que Você Sempre quis Saber Sobre Sexo, mas Tinha Medo de Perguntar" já era divertido no título. "Um absurdo!" - muitos disseram em seu lançamento. Na verdade aqui Woody Allen realizou um de seus filmes mais engraçados. O que serviu de inspiração foi um livro de sexologia que ele comprou em Nova Iorque. Era algo didático, mas o nome do livro era pura apelação. Assim Allen decidiu que iria fazer uma adaptação para o cinema, mas não uma adaptação qualquer e sim uma sátira, um sucessão de gags irônicas sobre as principais dúvidas que as pessoas tinham sobre sexo. Assim cada pergunta abre uma brecha para uma sequência de pura nonsense, puro absurdo do humor mais insano. De certa forma esse filme acabou virando um estigma, um modelo, de filme que prioriza mais o humor puro do que as conversas do tipo "cabeça", que iriam ser comuns nos seus filmes seguintes. Duas sequências se destacam no roteiro. Na primeira, sempre lembrada até hoje, o próprio Woody Allen interpreta um esperma, pronto para nadar e tentar vencer a prova, a corrida para entrar no óvulo. Enquanto ele se prepara aparecem várias inseguranças. Em outra, muito divertida, ele é perseguido por um seio feminino gigante pelas ruas da cidade. Assim cada dúvida é estopim para mais uma sequência, sem seguir uma história narrativa linear. Quem ganha é o espectador. O riso (inteligente) se torna fácil e farto.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 21 de abril de 2020

A Livraria

Título no Brasil: A Livraria
Título Original: The Bookshop
Ano de Produção: 2017
País: Inglaterra
Estúdio: Contracorriente Films
Direção: Isabel Coixet
Roteiro: Isabel Coixet
Elenco: Emily Mortimer, Bill Nighy, Patricia Clarkson, Honor Kneafsey, Hunter Tremayne, Reg Wilson

Sinopse:

Baseado no romance escrito por Penelope Fitzgerald, o filme conta a história de Florence Green (Emily Mortimer). Após a morte de seu marido na II Guerra, ela decide abrir uma pequena livraria em uma cidadezinha do interior da Inglaterra. Só que seu novo negócio passa a ser sabotado por Violet Gamart (Patricia Clarkson), uma mulher rica e poderosa da cidade.

Comentários:
Só o cinema inglês atualmente produz filmes como esse. Pequenas crônicas humanas sobre a vida de pessoas comuns. O cinema americano tem perdido a capacidade de produzir pequenos dramas emocionais como esse filme. Fica como um exemplo a seguir. Tudo se passa durante os anos 1950. Ainda jovem, mas viúva da guerra, Florence Green (Emily Mortimer) tem a ideia de abrir uma livraria. Não seria o tipo de estabelecimento comercial mais apropriado para aquele lugar, já que a cidade é bem pequena, cheia de pescadores. Não haveria muitos leitores de livros para comprar em sua loja. Uma exceção vem do recluso Edmund Brundish (Bill Nighy), que após a morte da sua esposa encontrou consolo na sua coleção de livros. A leitura se torna sua principal amiga e companheira. E logo se torna também o principal comprador de livros da pequena loja de Florence. Porém toda história também precisa de uma antagonista, que surge na figura de uma mulher rica que quer fechar a pequena livraria, pois no imóvel onde ela está há um interesse dela em abrir um centro cultural. "A Livraria" é assim um filme sobre pessoas comuns, tentando levar sua vida da melhor forma possível. Uma pequena obra cinematográfica que ganha muitos pontos no quesito humanismo. Algo que está muito em falta nos dias atuais. E para completar o quadro positivo o filme foi dirigido pela talentosa cineasta Isabel Coixet. O olhar feminino da diretora aqui fez toda a diferença. Trouxe uma sensibilidade ímpar ao filme.

Pablo Aluísio.

Meu Amor, Minha Perdição

Título no Brasil: Meu Amor, Minha Perdição
Título Original: The Heart of Me
Ano de Produção: 2002
País: Inglaterra, Alemanha
Estúdio: BBC Films
Direção: Thaddeus O'Sullivan
Roteiro: Lucinda Coxon
Elenco: Helena Bonham Carter, Olivia Williams, Paul Bettany, Eleanor Bron, Luke Newberry, Tom Ward

Sinopse:
Baseado no romance escrito por Rosamond Lehmann, o filme conta a história de um casal formado na década de 1930, por um rico empresário inglês e sua jovem esposa, Madeleins. Ela tem uma irmã problemática que acaba trazendo diversos problemas para seu relacionamento.

Comentários:
Há uma boa forma de definir esse filme. É uma espécie de novela britânica ao velho estilo. Tem um modelo bem de acordo com as produções da BBC. A produção não chega a ser maravilhosa, de primeira linha, classe A, mas a elegância está no padrão que conhecemos. E como toda novela, todo romance ao estilo folhetim, temos no enredo traições, romances desfeitos, casos amorosos que nunca se concretizam e, como não poderia de deixar, também tragédias, personagens que morrem inesperadamente, etc. Tudo bem de acordo com um certo bom gosto, mas também previsível. "Meu Amor, Minha Perdição" me agradou. Porém eu esperava por algo mais original, algo mais criativo. De qualquer forma é aquela coisa, se você gosta do padrão BBC de produções dramáticas inglesas, pode assistir sem problemas, sem receios. Sempre há o talento da atriz Helena Bonham Carter, aqui interpretando uma personagem que tem um caso complicado com Paul Bettany, outro bom ator, sempre subestimado.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 20 de abril de 2020

O Oficial e o Espião

Título no Brasil: O Oficial e o Espião
Título Original: J'accuse
Ano de Produção: 2019
País: França, Itália
Estúdio: Légende Films, R.P. Productions
Direção: Roman Polanski
Roteiro: Robert Harris
Elenco: Jean Dujardin, Louis Garrel, Emmanuelle Seigner, Grégory Gadebois, Hervé Pierre, Wladimir Yordanoff

Sinopse:
Baseado em fatos reais, a história do filme se passa em 1895, quando o novo encarregado da inteligência do exército francês, o Coronel Georges Picquart (Jean Dujardin), descobre que um oficial foi condenado injustamente por traição e espionagem. Ele então luta para provar sua inocência, mas encontra forte resistência do alto comando do exército.

Comentários:
O novo filme de Roman Polanski poderá soar decepcionante para alguns, por ser burocrático demais, porém o diretor na verdade parece mais empenhado em contar uma história de injustiça do que qualquer outra coisa. Não é segredo para ninguém que Polanski se defende há anos de acusações envolvendo crimes cometidos nos Estados Unidos. Esse processo inclusive o impede de trabalhar (e até mesmo visitar) o país pois caso pise em solo americano será preso. Assim fica claro que na verdade Roman Polanski filmou essa história como uma declaração pessoal contra a injustiça envolvendo pessoas inocentes julgadas e condenadas como culpadas. É uma interessante analogia com sua própria história pessoal. Deixando as razões pessoais do diretor de lado, temos que admitir que esse filme é muito bem realizado, contando inclusive com várias indicações técnicas no César Awards (O Oscar da França), mas ao mesmo tempo sofre de uma timidez autoral. Logo ele, um dos diretores mais autorais da história do cinema, aqui decidiu ficar em segundo plano apenas para contar bem essa história. E ele o fez muito bem, é bom salientar. Só não trouxe sua marca pessoal para o filme em nenhum momento. Assim temos uma obra cinematográfica que tem suas qualidades, mas também seus problemas, todos bem nítidos.

Pablo Aluísio.

Um Policial Acima da Lei

Título no Brasil: Um Policial Acima da Lei
Título Original: Cop
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Atlantic Entertainment Group
Direção: James B. Harris
Roteiro: James Ellroy, James B. Harris
Elenco: James Woods, Lesley Ann Warren, Charles Durning, Charles Haid, Raymond J. Barry, Randi Brooks

Sinopse:
O policial Lloyd Hopkins (James Woods) investiga um suposto maníaco e serial killer que ataca mulheres. Conhecido por ser um policial violento, ele logo entra em choque com seus superiores que acabam tomando seu distintivo no departamento onde trabalha.

Comentários:
Esse tipo de filme, um típico policial dos anos 80, geralmente encontrava seu público alvo não nos cinemas, mas sim no mercado de vídeo VHS, que na época era um ramo comercial muito importante para a indústria cinematográfica. Tanto isso é verdade que esse filme custou meros 3 milhões de dólares, ou seja, era feito mesmo para as locadoras. No geral o filme não foge nada dos padrões vigentes na época para esse tipo de produção, ou seja, o protagonista era sempre um tira durão, que queria fazer justiça pelas próprias mãos, mas que era impedido de seguir em frente por causa da burocracia da polícia. Os roteiros também repetiam uma certa fórmula pois esse tipo de personagem quase sempre era abandonado pela esposa e vivia um verdadeiro inferno pessoal. Tudo na linha do que era feito na época, sem tirar ou colocar nada de novo. Assim se você curtia esse tipo de filme policial dos anos 80 pode ver (ou rever) sem maiores sobressaltos.

Pablo Aluísio.