sexta-feira, 4 de novembro de 2005

Elvis Presley - Hot August Night

Elvis Presley - Hot August Night - Outro novo CD que recupera uma apresentação de Elvis Presley em Las Vegas na sua temporada realizada em 1969. Como eu já descrevi antes não existem shows ruins nessa série de concertos, afinal de contas foi justamente essa temporada que revitalizou Elvis após anos e anos de filmes fracos em Hollywood. Foi sua volta aos palcos. Ele estava muito bem, tanto do ponto de vista físico como psicológico. Havia um clima de esperança no ar, de que coisas boas viriam em seu futuro. Ele próprio estava empenhado em cantar e se apresentar bem. Aliás sua vibração se torna bem nítida nessas gravações. Ele faz questão de cantar com profissionalismo, de mostrar o seu melhor lado como músico e como cantor. Las Vegas parecia um desafio e tanto em sua carreira naquele momento. Fisicamente ele estava ótimo, em plena forma, esbanjando carisma em cada nota musical. Isso nos leva a entender como Elvis reagia a desafios. Nesse caso seu desafio era conquistar Las Vegas, a cidade onde imperava Sinatra e sua turma. Quando Las Vegas deixou de ser um desafio em sua vida - lá pela quarta ou quinta temporada - Elvis desabou. Ele sempre foi assim. Conforme Las Vegas se tornou cotidiano, tedioso e habitual ele também perdeu interesse por suas apresentações. Começou a cantar mal, a falar abobrinhas em excesso e a dar vexames públicos (como bem presenciamos em suas caóticas temporadas de 1974, por exemplo).

Felizmente para o ouvinte essa realidade triste ainda estava bem longe quando Elvis realizou esse concerto. A apresentação foi realizada no dia 25 de agosto no chamado concerto da meia noite (Elvis geralmente realizava dois shows por noite por essa época). Aqui tudo é muito bom, sem qualquer mácula. Elvis transparece euforia, interage com o público, apresentando orgulhoso alguns convidados ilustres como Tom Jones (colega e amigo pessoal), Nancy Sinatra (a filha de Frank e antiga co-star dele em Hollywood) e Shelly Fabares (a estrelinha mais constantes em seus filmes pós 1965). Psicologicamente o Rei do Rock também estava em um bom momento. Ainda casado com Priscilla, ele estava livre da depressão que iria se abater sobre ele quando ela o deixou, três anos depois. O abuso de drogas que destruiria suas chances de fazer bons concertos no futuro também não dava sinais nos palcos (embora por essa época Elvis usasse algumas substâncias, nenhuma delas aparecia em quantidade suficiente para atrapalhar suas performances). Enfim é isso, um grande show, uma grande apresentação e um Elvis Presley vivendo um excelente momento em sua vida. Precisa de algo mais?

Elvis Presley - Hot August Night (2014)
Blue Suede Shoes
I Got A Woman
All Shook Up
Monologue
Love Me Tender
Jailhouse Rock/Don't Be Cruel
Heartbreak Hotel
Hound Dog
I Can't Stop Loving You
My Babe
Mystery Train/Tiger Man
Monologue
Baby What You Want Me To Do
Runaway
Are You Lonesome Tonight
Words
Yesterday/Hey Jude
Introductions
In The Ghetto
Suspicious Minds
What'd I Say
Can't Help Falling In Love

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Sound Bound

Elvis Presley - Sound Bound
CD-1: Tampa, April 26 AS 1975
01 Elvis talks
02 Love Me
03 If You Love Me
04 Love Me Tender
05 Teddy Bear/Don't Be Cruel
06 It's Midnight
07 Burning Love
08 Band introductions
09 What'd I Say/Band solos
10 School Days
11 My Boy
12 T-R-O-U-B-L-E
13 I'll Remember You
14 Let Me Be There
15 American Trilogy
16 Funny How Time Slips Away
17 That's All Right
18 Heartbreak Hotel
19 Can't Help Falling In Love
20 Closing Vamp

CD-1: Tampa, April 26 AS 1975
01 Elvis talks
02 Love Me
03 If You Love Me
04 Love Me Tender
05 Teddy Bear/Don't Be Cruel
06 It's Midnight
07 Burning Love
08 Band introductions
09 What'd I Say/Band solos
10 School Days
11 My Boy
12 T-R-O-U-B-L-E
13 I'll Remember You
14 Let Me Be There
15 American Trilogy
16 Funny How Time Slips Away
17 That's All Right
18 Heartbreak Hotel
19 Can't Help Falling In Love
20 Closing Vamp

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 3 de novembro de 2005

Elvis Presley - Memphis To Nashville '61

Elvis Presley - Memphis To Nashville '61 - E as novidades continuam. Esse é um lançamento duplo contendo CD e livro (com 528 páginas) explorando os dois concertos beneficentes que Elvis realizou no Auditório Ellis em fevereiro de 1961. Como se sabe Elvis realizou raros shows ao vivo depois que voltou do exército. O Coronel Parker entendia que shows esvaziariam as bilheterias de seus filmes, assim Elvis foi afastado dos concertos por um longo período em sua carreira. O objetivo dessa obra é fazer um levantamento amplo dessas duas apresentações e todo o contexto histórico em que estão inseridas. Assim o livro traz relatos de pessoas que foram nos concertos, a repercussão na imprensa, artigos de revistas e jornais, além de fotos raras - algumas descobertas apenas recentemente.

No geral o livro traz mais de 100 fotografias inéditas, sendo a grande maioria delas em preto e branco. Como a proposta é trazer ao fã tudo o que estava acontecendo com Presley na época o livro ainda traz uma seção dedicada especialmente apenas às gravações que Elvis realizou em Nashville em março daquele mesmo ano. Como brinde informações adicionais sobre a homenagem que Presley recebeu direto das mãos do governador do Tennessee, Buford Ellington. O livro por si só já é uma peça rara para colecionadores, mas para tornar o pacote ainda mais completo ele ainda vem com um CD com as faixas (em versão mono) do álbum "Something For Everybody". Achou pouco? Então que tal ouvir Elvis em sua entrevista coletiva realizada no Hotel Claridge em Memphis em 25 de Fevereiro de 1961? Então é isso, muito material raro embalado por encartes bonitos e cheios de informações. Realmente não há o que reclamar.

Elvis Presley - Memphis To Nashville '61 (2014) - 1.There's Always Me 2.Give Me The Right 3.It's A Sin 4.Sentimental Me 5.Starting Today 6.Gently 7.I'm Comin' Home 8.In Your Arms 9.Put The Blame On Me 10.Judy 11.I Want You With Me 12.I Slipped, I Stumbled, I Fell  Bonus: 13.Press Conference (March 25, 1961) 14.Elvis Is Made An Honorary Colonel (March 8 1961).

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - FTD Elvis For Everyone

FTD Elvis For Everyone - Eu já tive a oportunidade de escrever bastante sobre o álbum "Elvis For Everyone". Esse foi um disco criado dentro dos escritórios da RCA Victor em Nova Iorque. Os executivos da gravadora entenderam (com razão) que as trilhas sonoras em série estavam abalando a credibilidade como artista de Elvis. Era hora de lançar material convencional. Para isso enviaram memorandos às suas filiais para que os arquivos da multinacional fossem vasculhados em busca de gravações perdidas do cantor. De fato muitas músicas boas estavam pegando poeira há anos nos almoxarifados pois tinham sido arquivadas pela companhia. Outras eram sobras de trilhas sonoras que a RCA não quis lançar por um motivo ou outro. Juntou-se tudo isso e criou-se essa colcha de retalhos sonora. Não há uma identidade própria porque em última análise o que os fãs receberam ao comprar o LP era simplesmente uma fusão de sessões bem diversas de Elvis ao longo dos últimos anos. Assim foi com certa surpresa que recebi a informação que o selo FTD iria colocar no mercado uma edição especial dessa coletânea (sim, coletânea) de momentos avulsos e perdidos de Elvis Presley.

No meio da salada geral ainda enfiaram diversas outras canções que não tinha sido lançadas no disco original, mas que de uma forma ou outra tinham seguido o caminho que muitas dessas gravações tiveram: o arquivamento! Se enquadram nessa categoria coisas como "Plantation Rock" que havia sido gravada para uma trilha sonora e depois descartada e "Mama" de Girls, Girls, Girls, outra que a RCA não deu a menor bola na época de lançamento do filme (não que as outras faixas dessa trilha fossem melhores do que ela). "Yellow Rose Of Texas / The Eyes Of Texas", bom e divertido medley de "Viva Las Vegas", o grande sucesso cinematográfico de Elvis que teve o lançamento de sua trilha sonora negligenciada pela RCA e um punhado de outros registros do "Lost Album", o álbum convencional de Presley que nunca foi lançado durante sua vida. É isso, um monte de canções que para a RCA não valiam a pena, gravações que foram descartadas, praticamente deixadas de lado por anos e anos. No quadro geral esse CD duplo tem um repertório muito bagunçado, mas pensando-se bem o próprio "Elvis For Everyone" era uma bagunça, então fica tudo na mesma.

FTD Elvis For Everyone (2014)
Disc 1: THE ORIGINAL ALBUM: 1.Your Cheatin' Heart 2.Summer Kisses, Winter Tears 3.Finders Keepers, Losers Weepers 4.In My Way 5.Tomorrow Night 6.Memphis, Tennessee 7.For The Millionth And The Last Time 8.Forget Me Never 9.Sound Advice 10.Santa Lucia 11.I Met Her Today12.When It Rains, It Really Pours THE OPTIONAL MASTERS: 13.Flaming Star 14.Wild In The Country (U.K.stereo LP version) 15.Lonely Man 16.Mama 17.Plantation Rock 18.Night Life 19.Do The Vega 20.Yellow Rose Of Texas / The Eyes Of Texas 21.What Now, What Next, Where To 22.Western Union 23.Blue River 24.Tell Me Why Disc 2: THE OUTTAKES: 1.For The Millionth And The Last Time (take 2) 2.Lonely Man (take 9) 3.I Slipped, I Stumbled, I Fell (take 10) 4.No More (take 9) 5.Slicin' Sand (take 10) 6.I'm Not The Marrying Kind (splice of takes 5&6) 7.For The Millionth And The Last Time (take 6) 8.I Met Her Today (take 7) 9.King Of The Whole Wide World (take 6) 10.Home Is Where The Heart Is (take 12) 11.RidingThe Rainbow (take 6) 12.This Is Living (take 8) 13.Something Blue (takes 5&6) 14.Gonna Get Back Home Somehow (take 6) 15.I Feel That I've KnownYou Forever (take 2) 16.Fountain Of Love (take 6) 17.Happy Ending (take 9) 18.I'm Falling In Love Tonight (take 5) 19.How Would You Like To Be (take 1) 20.Bossa Nova Baby (takes 4&5) 21.I Think I'm Gonna Like It Here (remake take 15) 22.Vino, Dinero Y Amor (take 1) 23.The Bullfighter Was A Lady (remake take 10).

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 2 de novembro de 2005

Elvis Presley - FTD The Something For Everybody Sessions

Sou suspeito para escrever sobre esse CD pois sempre adorei esse álbum. Aliás essa fase como um todo é muito boa, com Elvis Presley caprichando em interpretações suaves e ternas de lindas canções românticas. "Something For Everybody" em edição especial já havia sido lançado antes, mas isso não tira o interesse nesse título. Os fãs do velho e bom vinil também não terão do que reclamar uma vez que no mercado americano, europeu e japonês também já foi anunciado o lançamento do disco no formato LP - para matar as saudades dos colecionadores saudosistas. A se lamentar apenas o fato que no Brasil não há nada programado nesse sentido. A nota que diferencia esse CD / LP duplo do anterior é que aqui não teremos as versões oficiais do disco de 1961, mas apenas os takes alternativos. Não deixa de ser uma experiência muito gratificante acompanhar Elvis em estúdio tentando chegar no take ideal, pena que muitas das versões já são velhas conhecidas dos colecionadores. Mesmo assim, pela bonita direção de arte, vale a pena ter mais esse item em sua coleção. Data de lançamento: Novembro de 2014.

FTD The Something For Everybody Sessions (2014) - 1.There's Always Me (take 2) 2.Give Me The Right (takes 3, 2) 3.It's A Sin (takes 1, 2) 4.Sentimental Me (take 1) 5.Starting Today (take 1) 6.Anything That's Part Of You (take 2) 7.Gently (takes 1, 2) Side B 1.I'm Coming Home (take 2) 2.In Your Arms (take 1) 3.Judy (take 4) 4.I Want You With Me (take 1) 5.I Slipped, I Stumbled, I Fell (low key) 6.Little Sister (takes 7, 8, 9) 7.His Latest Flame (takes 3, 4) 8.I Slipped, I Stumbled, I Fell (take 11) Side C 1.I Feel So Bad (take 1) 2.I'm Coming Home (takes 1, 3) 3.Gently (take 3) 4.There's Always Me (take 4) 5.Judy (takes 2, 3) 6.Good Luck Charm (take 1) 7.Put The Blame On Me (master) Side D 1.Little Sister (take 6) 2.His Latest Flame (takes 10, 11, 12) 3.Anything That's Part Of You (takes 4, 5) 4.There's Always Me (takes 5, 6, 7, 8, 9) 5.Judy (takes 5, 6, 7) 6.I'm Coming Home (takes 5, 4).

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - FTD Moody Blue

"Moody Blue" como todos os fãs de Elvis sabem, foi o último disco lançado em vida por Elvis Presley. Algumas cópias chegaram ao mercado em bonito vinil azul, para celebrar a longa carreira de sucesso de Elvis na RCA Victor - em caso raro de superstar que nunca deixou seu selo desde os primeiros anos de êxito comercial internacional. De modo em geral gosto bastante do disco original, mesmo sendo em parte no estilo mosaico. De uma forma ou outra o álbum conseguiu alcançar uma personalidade própria, unindo faixas da sessões realizadas nas salas das selvas em Graceland com pontuais gravações captadas ao vivo em shows de Elvis pelos Estados Unidos afora. Na época do vinil havia uma certa limitação no número de músicas que podiam ser inseridas em um álbum. O normal geralmente era ter entre 10 a 12 canções divididas em dois lados. Quando "Moody Blue" chegou ao mercado a RCA escolheu 10 canções, o que tinha se tornado praxe na discografia de Elvis nos anos 1970, pelo menos em seus discos de estúdio. O fato é que nos últimos anos de sua vida Elvis foi ficando cada vez mais arredio em gravar em longas sessões, como aconteceu em 1969 ou 1970. A idade e os anos cobraram seu preço. Dito isso vamos tecer alguns breves comentários sobre cada canção e sua presença nesse título.

Unchained Melody - Elvis não a gravou em estúdio. Era aquele tipo de música que ele ensaiou especialmente para os shows ao vivo, onde tinha oportunidade maior de soltar o vozeirão e tirar algumas notas ao piano. É sem dúvida uma das mais marcantes do álbum, mas curiosamente o CD não a aproveita como deveria. São apenas duas versões, a oficial, com a maquiagem sonora que o produtor Felton Jarvis lhe deu e uma versão crua, denominada undubbed que já havia sido lançada antes no CD "Spring Tours '77". Deveria ter sido mais bem aproveitada, sem dúvida.

If You Love Me - Bom country que chegou a tocar razoavelmente bem nas rádios americanas da época. Novamente o ouvinte só terá versão oficial e a crua (undubbed). Bem decepcionante para falar a verdade, afinal de contas outras versões ao vivo poderiam ter sido encaixadas.

Little Darlin' - Igualmente pouco aproveitada. O selo FTD apenas disponibiliza a versão oficial que foi enriquecida com metais e demais instrumentos providenciados por Felton Jarvis e a versão crua, tal como foi gravada e depois usada pela RCA no disco original. Uma pena pois "Little Darlin'" tem versões bem melhores na discografia não oficial de Elvis que circulam por aí há anos e anos. Pelo visto os produtores do selo FTD colocaram na cabeça que só iriam aproveitar as versões que fizeram parte do disco original.

He'll Have To Go - Baladona triste e depressiva que nunca conseguiu se destacar muito. Para muitos sua melancolia e tristeza a impediram de ser melhor apreciada. Além da versão original o CD traz a chamada rough mix que já tinha saído antes no Jungle Room Session. E isso, infelizmente, é tudo.

Let Me Be There - A versão do disco original foi pincelada do álbum ao vivo gravado por Elvis em Memphis em 1974. Na época os fãs reclamaram porque afinal de contas era uma reprise. Nesse CD do selo FTD é a única presente.

Way Down - Talvez o mais próximo que Elvis chegou de gravar novamente um rock ´n´ roll em sua vida, muito embora a música esteja mais para country rock. Finalmente uma canção bem explorada pelo CD. São seis versões. A oficial do álbum original, sua versão crua sem overdubbs, um ensaio inédito, a versão denominada 2A que já havia sido lançada no box Platinum, a versão 2B, inédita, e finalmente a rough mix, também inédita. Se você gosta de "Way Down" o CD não vai lhe decepcionar.

Pledging My Love - A canção da roleta russa. Gosto da versão original, tem muita fluência e ótimo arranjo - superior até de outras faixas da Jungle Sessions. A grande novidade do CD é um ensaio que desbanca para o take 3, ambos inéditos. Também temos a oportunidade de ouvir pela primeira vez os takes 1 e 2, mostrando que a música foi sendo contruída aos poucos, em doses homeopáticas. Obras primas nascem assim.

Moody Blue - A canção mais anos 70 do disco. Elvis odiava discoteca, mas essa canção tem claras influências do estilo musical. Ele tentou levar a canção para os shows, mas isso foi bem raro. Talvez naquela altura de sua vida Elvis achasse que sua letra poderia atrapalhar sua execução nos palcos, por essa razão nas raras vezes que a cantou ao vivo o fez lendo a letra em uma folha. Algumas versões já tinham sido lançadas antes nos CDs "Made In Memphis" e "Jungle Room Session", mas os takes 1, 8 e 9 estão pintando pela primeira vez aqui.

She Thinks I Still Care - Essa música tem uma curiosidade. Seu take alternativo 2B que pode ser ouvido no box "Walk a Mile in My Shoes" é bem melhor do que a versão original que saiu no vinil de 1977. Para quem quiser tirar a dúvida essa versão foi encaixada aqui novamente. Fora ela temos a versão 2A que já tinha sido lançada no CD "Jungle Room Session" e os takes 3 e 4 que já tinham sido lançados no box "Made In Memphis". Para quem procura alguma versão inédita da canção temos boas novidades: os takes 7, 9 e 15 são completamente inéditos!

Its Easy For You - Essa música fechava o disco original. Os takes 3 e 4 são também totalmente inéditos. Por fim chamo a atenção para o fato de que esse título do selo FTD ainda trazer versões das músicas "America The Beautiful", "Softly As I Leave You" e "My Way" que não fizeram parte do projeto original de "Moody Blue" embora tenham sido gravadas na mesma época. Pessoalmente achei a inclusão inoportuna e desnecessária, mas para o fã que vai desembolsar uma bela quantia para ter o CD, certamente não haverá do que reclamar.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 1 de novembro de 2005

Elvis Presley - The Jungle Room Sessions

FTD The Jungle Room Sessions - É seguramente um dos dez mais importantes títulos da coleção FTD. Aqui temos pela primeira vez o resgate de alguns momentos das sessões realizadas na chamada Sala das Selvas em Graceland. Como se sabe foi uma sessão de gravação completamente fora dos padrões. Elvis se recusou a ir até Nashville para gravar novas músicas para a RCA e como a gravadora não tinha nenhum local disponível em Memphis as sessões tiveram que ser improvisadas em sua própria casa, na mitológica mansão Graceland. Ao longo dos anos muito se especulou sobre o que teria levado Elvis a se indispor com a RCA Victor. Problemas profissionais, pessoais e de saúde montam um mosaico amplo que nos faz entender as circunstâncias dessa decisão. Na vida profissional Elvis demonstrava estar exausto e cansado diante de tantos compromissos. Embora não gravasse há meses em estúdio, ele vivia de cidade em cidade, cantando e se esgotando em turnês sem fim pelos Estados Unidos. A situação era ainda mais grave tendo em vista as condições pessoais do cantor. Não raro ele mostrava claros sinais de que não estava bem, mesmo assim encarava longas e exaustivas agendas para cumprir seus compromissos assumidos. Ordens do Coronel Parker.

Na vida pessoal as coisas também não andavam muito bem. Elvis ainda tentava de alguma forma exorcizar o fantasma da traição de Priscilla em sua vida. Para isso se envolvia com beldades bem mais jovens do que ele. Agora estava apaixonado por uma garota chamada Ginger Alden. Ao contrário de sua namorada fixa anterior, Linda Thompson, Ginger não tinha ainda idade e maturidade suficientes para ter um relacionamento construtivo com Elvis, até porque ele seguia em frente na sua auto destruição pessoal causada por remédios de tarja preta. Isso obviamente abalou bastante sua saúde, o que acabou completando a tríade de fatores que impossibilitaram Elvis de se locomover até um estúdio profissional de gravação. A boa notícia é que em termos técnicos essas gravações não foram tão prejudicadas como se alardeou. Claro que a crítica não gostou muito do resultado na época do lançamento dos discos originais, mas hoje em dia poucos ainda se levantam para falar mal das músicas, até porque o consenso parece mesmo apontar para uma qualificação de mais um grande trabalho por parte de Elvis, mesmo sob circunstâncias adversas.

Outro fato digno de nota é salientar que as sessões também trouxeram uma luz para os bastidores das gravações. Durante muitos anos se escreveu que Elvis estaria severamente deprimido dentro da sala das selvas, mal balbuciando alguma palavra audível. Na realidade, como se prova esses registros, a situação não era tão negra como se supunha ser. Elvis está até mesmo brincalhão, tirando onda, rindo e fazendo piadas (como ocorre quando o cachorro late ao fundo ou o telefone toca, estragando as gravações). Nada de um Elvis saindo do caixão como um Drácula morto-vivo que tanto foi retratado até mesmo em biografias ditas sérias e bem escritas. Sim, ele estava bem acima de seu peso, tinha problemas de todos os tipos, mas seu espírito ali parecia contradizer que nuvens negras sempre estavam acima de sua cabeça o tempo todo. Ao que parece nem Elvis parecia se levar muito à sério durante esses dias, afinal de contas ele estava em casa, caso se enchesse de tudo, poderia simplesmente ir até a cozinha tomar um pouco de água ou então ir embora para seu quarto dormir.

Como praticamente fazia em todas as gravações, Elvis pouco mudou o seu estilo de agir na sala das selvas. Ele ainda sentava no centro, rodeado de seus músicos, para ir aos poucos escolhendo as faixas que gravaria. Uma a uma, Felton Jarvis ia executando as canções que estavam disponíveis. Se gostava Elvis dizia algo como "Vamos lá rapazes, essa vale a pena enfiar a cara" - caso contrário soltava algum palavrão do tipo "Essa música é uma m... Passe outra!". Também não há maiores surpresas no estillo musical adotado nessas sessões. Elvis continou seguindo a linha country romântica que vinha usando em seus últimos discos. O curioso é que isso provém do próprio gosto pessoal de Elvis na época. Ao contrário do que muitos pensam, Elvis não se interessava mais em ouvir estações de rádio que tocavam Rock. Na verdade ele havia perdido interesse pelo rock há muitos anos. Só cantava seus velhos rocks para não decepcionar seus fãs nos concertos, mas fora isso ele nem mais conhecia os novos artistas e bandas que faziam sucesso. Mal sabia quem era o Led Zeppelin ou o Pink Floyd. Para Elvis o importante era mesmo saber o que estava no ouvido do povão que adorava country music. Assim em momentos de descanso ou quando estava no carro, Elvis mandava sintonizar as principais estações country de Memphis. Não é por outra razão que esse estilo musical se proliferou em seus discos na fase final de sua carreira.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Elvis Movin' Mobile

Elvis Movin' Mobile - Aqui temos um exemplar do outro lado da discografia de Elvis: quem pensa que a discografia de Elvis Presley se resume a seus discos oficiais dos selos BMG e FTD está redondamente enganado. Ao lado de sua discografia oficial existe um outro universo paralelo de lançamentos que superam em muito o número de discos oficiais lançados. É o mundo dos Bootlegs, discos que são lançados todas as semanas pelo mundo afora sem autorização que trazem shows, gravações inéditas, takes desconhecidos, etc. Estima-se que existam pelo mundo mais de 5.000 títulos piratas do Rei do Rock, desde lançamentos americanos, europeus, japoneses e até de países distantes como Tailândia e Birmânia.

Entre esses títulos existem CDs totalmente toscos, mas também CDs de luxo que superam em muito a qualidade dos discos oficiais de Elvis. E é nesse mundo corsário que vamos mergulhar a partir de hoje: o universo não oficial da discografia de Elvis. Toda semana iremos trazer um CD bucaneiro escolhido dentre os lançados para comentar em nossa nova seção: Elvis Bootleg. Assim você irá conhecer o que de melhor é lançado sobre Elvis nesse mundo infinito. O primeiro a comentar é esse "Elvis Movin' Mobile", que traz um show gravado em Mobile no dia 2 de junho de 1975. Vem também com algumas músicas bônus de uma outra apresentação de Elvis em Cincinnati no dia 21 de março de 1976 e um encarte de luxo com mais de 12 fotos coloridas de ótima qualidade dessa perfomance. Destaque para a capa (muito bonita por sinal). Selo: Madison Label. Data de lançamento nos EUA: outubro de 2004.

Elvis Movin' Mobile - 1 - I Got A Woman / Amen ; 2 - Love Me ; 3 - If You Love Me (Let Me Know) ; 4 - Love Me Tender (with false start) ; 5 - All Shook Up ; 6 - Teddy Bear / Don't Be Cruel ; 7 - Hound Dog ; 8 - The Wonder Of You (with false start) ; 9 - Burning Love ; 10 - Introductions by Elvis of vocalists, band ; 11 - Johnny B. Goode ;12 - Drum solo ; 13 - Bass solo ; 14 - Piano solo ; 15 - Introductions by Elvis of vocalists, orchestra ; 16 - School Day ; 17 - T-R-O-U-B-L-E ; 18 - I'll Remember You ; 19 - Why Me Lord? ; 20 - Let Me Be There (with reprise) ; 21 - An American Trilogy ; 22 - Funny How Time Slips Away (with reprise) ; 23 - Little Darlin' ; 24 - Mystery Train / Tiger Man ; 25 - Can't Help Falling In Love / Closing Vamp. Bonus: track 26 - Let Me Be There (previously unreleased stereo recording) March 21, 1976 Evening Show in Cincinnati OH.

Pablo Aluísio.