sexta-feira, 7 de junho de 2024

Umberto Eco: Uma Biblioteca do Mundo

Título no Brasil: Umberto Eco: Uma Biblioteca do Mundo
Título Original: Umberto Eco: A Library of the World 
Ano de Lançamento: 2022
País: Itália
Estúdio: Film Commission Torino-Piemonte
Direção: Davide Ferrario
Roteiro: Davide Ferrario
Elenco: Umberto Eco, Emanuele Eco, Carlotta Eco

Sinopse:
Documentário sobre a biblioteca particular do escritor Umberto Eco. Ao longo da vida ele colecionou todos os tipos de livros, desde os mais raros, antigos e consagrados, até mesmo aos da chamada literatura popular, sendo um leitor até mesmo de histórias em quadrinhos! 

Comentários:
Através da biblioteca pessoal de Eco vamos conhecendo mais a vida do escritor. Ao longo de sua vida ele adquiriu mais de 40 mil livros! Depois de sua morte a família decidiu doar todo o acervo para as universidades de Bolonha e Milão. Um dos aspectos mais interessantes que é mostrado nesse documentário é o bom humor do escritor. Ele tinha aversão ao mundo digital e tinha tiradas muito espirituosas sobre o tema. Além disso Eco também gostava de mostrar os livros raros que tinha em seu acervo sobre bobagens, misticismo, teorias furadas e lorotas em geral, mas que na época de sua publicação foram tratados como material sério, digno de estudo. Coisas como, por exemplo, alquimia, livros de feitiçaria, crendices, ocultismo, etc. Era uma forma dele rir da suposta seriedade do mundo literário. Enfim, um bom momento que resgata a vida e o bom humor desse grande escritor europeu. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 6 de junho de 2024

Assassinos da Lua das Flores

Título no Brasil: Assassinos da Lua das Flores
Título Original: Killers of the Flower Moon
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Apple Studios
Direção: Martin Scorsese
Roteiro: Eric Roth, Martin Scorsese
Elenco: Leonardo DiCaprio, Robert De Niro, Lily Gladstone, John Lithgow, Brendan Fraser

Sinopse:
No começo do século XX um bando de caipiras de interior, homens brancos criminosos, começam a se casar com nativas herdeiras de vastas terras com muito petróleo em seu subsolo. Após o casamento eles planejam envenenar suas esposas, tudo com o claro objetivo de se tornarem os únicos donos do rico ouro negro! Filme indicado ao Oscar em dez categorias. 

Comentários:
Não me entenda mal, Martin Scorsese continua sendo um mestre do cinema, mas inegavelmente esse seu novo filme apresenta problemas. E é um problema conceitual. Veja, os personagens principais da história são seres asquerosos, repugnantes. Basicamente homens brancos que se aproveitavam de mulheres indígenas para roubar suas terras cheias de petróleo. E como atingiam seus objetivos? Casando com elas e depois as matando envenenadas! Como alguém em sã consciência vai criar um vínculo com esse tipo de pessoa? Não dá! E Scorsese falha miseravelmente ao tentar retratar esses caipiras homicidas com uma lente de leve simpatia e bom humor! Ficou bizarro! Eu lamento tudo isso porque o filme é tecnicamente impecável. Apresenta uma ótima produção, roteiro bem escrito e elenco classe A - embora os astros interpretem esses seres humanos de quinta categoria! Outro ponto que acredito que Scorsese errou foi na duração do filme. Mais de três horas de duração em uma história que com uma edição mais equilibrada seria contada no tempo médio dos filmes atuais. Até porque esses jovens atuais não aguentam mesmo ficar 3 horas no cinema assistindo a um filme! Alguém deveria ter alertado Scorsese sobre isso. Enfim, filme muito bem realizado, mas com uma postura equivocada em relação aos principais personagens nessa história de crime que se propõe a contar. 

Pablo Aluísio.

Relação Violentada

Título no Brasil: Relação Violentada
Título Original: Rape and Marriage - The Rideout Case
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: Lorimar Productions
Direção: Peter Levin
Roteiro: Hesper Anderson
Elenco: Mickey Rourke, Linda Hamilton, Rip Torn

Sinopse:
Após ser violentada, Greta Rideout (Linda Hamilton) acusa seu próprio marido de estupro. Os advogados de John Rideout (Mickey Rourke) porém alegam que a acusação é ridícula, pois um marido jamais poderia ser acusado do estupro de sua própria esposa, afinal de contas o relacionamento íntimo entre pessoas ligadas pelo casamento seria um direito do marido, protegido e previsto por lei. Filme baseado em fatos reais.

Comentários:
No auge do mercado de vídeo nos anos 80 foi lançado esse telefilme que para os fãs de Mickey Rourke (categoria no qual estou inserido) era uma grata surpresa. Essa aliás era uma das grandes qualidades de se ter uma verdadeira explosão de locadoras de fitas VHS por todo o país naqueles anos. Você poderia entrar em um loja de bairro e de repente encontrar preciosidades como essa, bem escondida nas prateleiras. A fita mostra um Mickey Rourke ainda muito jovem, recém saído do mitológico Actors Studio, mas já demonstrando ser um talento nato. Sua parceira em cena, interpretando uma corajosa vítima de estupro, era a atriz Linda Hamilton, que alguns anos depois também se tornaria um rosto conhecido no mundo do cinema ao estrelar a franquia de enorme sucesso "O Exterminador do Futuro". Já Rourke surge com todos os maneirismos que iria consolidar sua fama nos anos 80, cabelo despenteado, barba por fazer e estilo cool de ser. Um telefilme no final das contas que se mostra bem acima da média, valorizado pelo elenco promissor ainda no começo da distante década de 80.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 5 de junho de 2024

Paixão Bandida

Título no Brasil: Paixão Bandida 
Título Original: Feeling Minnesota
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Steven Baigelman
Roteiro: Steven Baigelman
Elenco: Keanu Reeves, Cameron Diaz, Courtney Love, Vincent D'Onofrio, Dan Aykroyd

Sinopse:
Jjaks Clayton (Keanu Reeves) conhece Freddie Clayton (Cameron Diaz) e se apaixona à primeira vista por ela. Bonita, jovem e loira, a garota é simplesmente de fechar o trânsito, mas há muitos problemas para que esse relacionamento amoroso vá em frente. A principal delas é que Freddie já está comprometida com outro homem. 

Comentários:
Eu não gostei muito da primeira vez que assisti, ainda nos anos 90. Mas é a tal coisa, a nostalgia muitas vezes melhora filmes com o passar dos anos. É o caso aqui. Rever todos esses atores, ainda jovens e bonitos, é sem dúvida, um prazer. A atriz Cameron Diaz estava especialmente bonita. Ela não era uma grande atriz, temos que reconhecer, mas tinha carisma e muito feeling e timing para o humor, tanto que mesmo esbanjando beleza, ela ainda caprichava nos momentos de bom humor do filme. Aliás o humor fora de lugar talvez seja o maior problema desse roteiro. Algumas cenas são verdadeiras palhaçadas (no mal sentido) beirando o humor pastelão! Não penso que ficou legal, ficou chato, nada divertido e em alguns momentos até constrangedor. Deveriam ter investido mais no lado romântico da história. Com Reeves e Diaz bonitões e jovens, não precisaria de mais nada para que o filme agradasse seu público alvo. 

Pablo Aluísio.

Meu Vizinho Suspeito

Título no Brasil: Meu Vizinho Suspeito 
Título Original: Getting Away with Murder
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Savoy Pictures
Direção: Harvey Miller
Roteiro: Harvey Miller
Elenco: Jack Lemmon, Dan Aykroyd, Lily Tomlin

Sinopse:
Jack Lambert (Jack Lambert) é um pacato professor de ensino médio nos Estados Unidos. Um dia, assistindo ao noticiário, ele descobre que seu vizinho, um senhor idoso chamado Max Mueller (Jack Lemmon), foi no passado o comandante de um campo de concentração nazista. E agora, o que ele planeja fazer para se livrar daquele sujeito?

Comentários
Pela sinopse podemos ver que poderia ser um filme muito bom. O tema é espinhoso, mas abriria diversas possibilidades nessa narrativa. Infelizmente não espere por grande coisa. Como foi um filme produzido e estrelado pelo Dan Aykroyd não haveria como ser diferente. Ele optou por apenas desenvolver cenas sem graça de seu personagem tentando matar seu vizinho, mas tudo feito de forma atrapalhada. Pois é, foram pelo caminho mais óbvio e menos interessante. Se o filme não é bom, pelo menos temos a oportunidade de assistir a uma das últimas aparições do grande Jack Lemmon no cinema. Claro que por sua história ele merecia muito mais do que participar de uma comédia boboca como essa, mas é a tal coisa, sua simples presença já é motivo para despertar o interesse de qualquer cinéfilo. E esse foi um de seus últimas personagens. Uma pena que não tenha contado com um bom roteiro para atuar. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 4 de junho de 2024

O Magnífico Matador

Título no Brasil: O Magnífico Matador
Título Original: The Magnificent Matador
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Budd Boetticher
Roteiro: Budd Boetticher, Charles Lang
Elenco: Maureen O'Hara, Anthony Quinn, Manuel Rojas

Sinopse:
Karen Harrison (Maureen O'Hara) é uma jovem americana, pertencente a uma família rica e tradicional, que acaba se apaixonando por um aventureiro mexicano, um matador de touradas chamado Luís Santos (Anthony Quinn). Após ir ao México para conhecer o mundo das tradicionais touradas daquele país, ela começa a se tornar mais próxima da cultura e do folclore dos mexicanos.

Comentários:
O cineasta Budd Boetticher era apaixonado por touradas. Sempre que havia algum tempo livre ele ia até o México para assistir aos grandes espetáculos do gênero. Segundo o livro de memórias do filho de Randolph Scott, o diretor tentou de todas as formas convencer o ator a estrelar esse filme que para Budd seria sua obra prima. Ele próprio havia escrito o roteiro mas teve que esperar por longos três anos para que a Fox aprovasse a realização da produção, que não seria barata pois teria que ser rodada no México, nas arenas de matança. Maureen O'Hara e Anthony Quinn foram escalados e todos então partiram não para uma filmagem comum, mas para uma verdadeira aventura. Em dias de politicamente correto algo assim poderia incomodar, afinal os grandes heróis da fita são justamente os matadores, grandes especialistas em touradas sangrentas. Anthony Quinn nunca esteve tão intenso em cena e sua colega Maureen O'Hara ficou belíssima em trajes do folclore local. É um western diferente, rodado no México, com protagonistas mexicanos. Se na Hollywood da época eles eram retratados sempre como bandoleiros indigestos de sombreros, aqui temos uma visão menos estereotipada e ofensiva. Um belo filme sem dúvida.

Pablo Aluísio.

A Lei da Fronteira

Título no Brasil: A Lei da Fronteira
Título Original: Frontier Marshal
Ano de Produção: 1939
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Allan Dwan
Roteiro: Stuart N. Lake, Sam Hellman
Elenco: Randolph Scott, Nancy Kelly, Cesar Romero

Sinopse:
Tombstone é uma cidade infestada de bandidos. Conhecida por ser uma terra sem lei, a região acaba se tornando ponto de encontro de assassinos, assaltantes de trem e facínoras em geral. Aterrorizados, os cidadãos de bem do local resolvem eleger um novo xerife! Para a função terá que ser escolhido alguém realmente rápido no gatilho, que esteja disposto a enfrentar o crime sem medo, pois não será fácil limpar toda aquela sujeira. A escolha acaba caindo nos ombros de Wyatt Earp (Randolph Scott) que está disposto a impor a lei e a ordem novamente na pequena Tombstone. 

Comentários:
Esse é certamente um dos mais clássicos filmes da carreira de Randolph Scott. Não poderia ser diferente, afinal de contas ele interpreta o lendário xerife e homem da lei Wyatt Earp! A junção desses dois mitos não poderia resultar em nada menos do que memorável. Curiosamente, apesar de ser reconhecidamente um dos melhores filmes já feitos sobre o tiroteio do O.K. Corral, o roteiro toma certas liberdades com a história real. Só para citar a mais famosa delas, aqui temos a morte de Doc Halliday (Cesar Romero), que antecede o famoso confronto entre Earp e os bandoleiros no famoso curral de Tombstone. Na história real Doc não morreu como mostrado no filme, pelo contrário, ele vai até o O.K. para enfrentar ao lado de Earp todo o bando de criminosos naquele que, até hoje, é considerado o maior duelo da história do velho oeste. Isso porém não desmerece as qualidades de um western clássico que é extremamente bem realizado. Randolph Scott está perfeito em seu papel e até mesmo Cesar Romero convence plenamente como Doc, o dentista jogador e tuberculoso que se tornou um dos mais conhecidos pistoleiros da mitologia do western americano. Mais um exemplo do talento do subestimado cineasta Allan Dwan. Em suma, um título para se ter na coleção, assim você poderá sempre rever o mito Randolph Scott na pele do mais famoso xerife de todos os tempos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 3 de junho de 2024

A Filha da Pecadora

Título no Brasil: A Filha da Pecadora
Título Original: Desert Fury
Ano de Lançamento: 1947
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Lewis Allen
Roteiro: Robert Rossen, Ramona Stewart
Elenco: Lizabeth Scott, Burt Lancaster, John Hodiak, Wendell Corey, Mary Astor, Kristine Miller

Sinopse:
Paula Haller (Lizabeth Scott) é uma garota privilegiada, filho do dono de um dos maiores cassinos do estado de Nevada. O pai a enche de mimos e luxos, mas ela logo se revela ter uma personalidade rebelde. E as coisas pioram ainda mais quando ela se apaixona por um vigarista, um criminoso procurado, sempre em busca de novos golpes. E aquela garota rica era justamente o alvo que ele tanto procurava. 

Comentários:
Filme muito bom, mostrando o lado sórdido da elite rica de Nevada. E tudo foi baseado em fatos reais, na crônica policial da época. Um aspecto que me chamou muito atenção aqui foi ver uma jovem Lizabeth Scott em cena. Na juventude ela era realmente linda, uma beleza de impressionar. Eu a conhecia muito mais como a tutora de Elvis em "A Mulher Que Eu Amo" (Loving You) que seria lançado dez anos depois desse filme, quando ela já era uma mulher madura. Beleza e talento não lhe faltaram, mas ela nunca se tornou uma estrela como Marilyn Monroe ou Grace Kelly. O problema é que ela era lésbica e virava alvo fácil de revistas de fofocas como a Continental, muito popular em Hollywood. Ainda assim o produtor Hall Wallis a manteve sob contrato por muitos anos. Esse filme inclusive foi produzido por ele. Era mais do que um produtor, era um amigo pessoal da atriz. Então é isso. Um bom filme com elenco mais do que interessante, inclusive contando com Burt Lancaster ainda bem jovem, atlético, com aquele jeito de homem bruto, mas de bom coração, que iria ser sua persona definitiva nas telas durante toda sua carreira. 

Pablo Aluísio.