sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Sinfonia da Necrópole

Título no Brasil: Sinfonia da Necrópole
Título Original: Sinfonia da Necrópole
Ano de Lançamento: 2014
País: Brasil 
Estúdio: Vitrine Filmes
Direção: Juliana Rojas
Roteiro: Juliana Rojas
Elenco: Eduardo Gomes, Luciana Paes, Hugo Villavicenzio

Sinopse:
Recentemente contratado por indicação de seu tio para trabalhar em um cemitério de São Paulo, um coveiro acaba se apaixonando pela nova agente funerária designada pela prefeitura para reorganizar as tumbas e covas abandonadas e esquecidas. A intenção é criar novos lotes para vendas. 

Comentários:
Acredite, esse filme é também um musical! Como é possível termos um filme brasileiro musical todo passado dentro de um daqueles antigos cemitérios de São Paulo e ainda assim ser um bom filme? Pois é, o mundo dos filmes menores revela esse tipo de surpresa. Eu comecei a assistir o filme sem maiores informações sobre ele (estava sendo exibido pelo canal Brasil) e justamente por apresentar uma temática tão fora do comum acabei ficando curioso. Gostei do que vi. Há uma sinceridade nesse elenco, uma tentativa de acertar e atuar bem que realmente me deixou torcendo por eles. Até as músicas, apesar das letras e melodias estranhas, ajudam o filme em seu conjunto. E o que dizer do número musical dos mortos cantando para deixarem suas covas em paz? Poesia macabra pura! É para não perder mesmo de conhecer esse pequeno bom filme brasileiro. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 7 de setembro de 2023

O Clube de Leitores Assassinos

Título no Brasil: O Clube de Leitores Assassinos
Título Original: El club de los lectores criminales
Ano de Lançamento: 2023
País: Espanha
Estúdio: Brutal Media
Direção: Carlos Alonso Ojea
Roteiro: Carlos García Miranda
Elenco: Veki Velilla, Álvaro Mel, Priscilla Delgado

Sinopse:
Um grupo de jovens na universidade resolve formar um clube de leitura só sobre livros de terror. O que começa bem, logo sai do controle, quando membros do clube passam a ser mortos por um estranho assassino com máscara de palhaço. E ao que tudo indica o assassino também seria um dos membros do tal Clube de Leitores Assassinos.

Comentários:
Filme fraquinho, fraquinho. Eu já não esperava muita coisa porque já sabia antecipadamente que seria um terror teen. Entretanto por ser uma produção espanhola pensava que pelo menos algo de criativo iria surgir pela frente. Esqueça o último fio de esperança. Esse filme reúne praticamente todos os clichês, de todas as franquias de terror, em apenas um roteiro pra lá de mequetrefe! Pois é, o cinema de terror espanhol me decepcionou pela primeira vez. A Espanha, volto a dizer, tem sido o palco de alguns dos melhores filmes desse gênero nos últimos anos, mas agora descubro que os nobres cineastas ibéricos também não se furtam em lançar suas bombas cinematográficas. Acontece nas melhores famílias. No quadro geral pouca coisa se salva, os personagens são vazios e o espectador pouco se importará se eles vivem ou morrem. O mesmo vale para a verdadeira identidade do serial killer mascarado. Enfim, no geral esqueça esse filme. É apenas um amontoado de clichês reunidos sem a menor vergonha. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 6 de setembro de 2023

Drácula: A Última Viagem do Deméter

Drácula: A Última Viagem do Deméter
No ano de 1897 a escuna Deméter parte de um porto no leste europeu em direção a Londres. Jornada complicada, cheia de desafios. O que sua tripulação nem desconfia é que dentro de uma das enormes caixas de madeira contendo terra da Transilvânia, se esconde uma criatura da noite, o vampiro conhecido como Drácula. Durante a viagem ele sai de seu esconderijo e começa a atacar os marinheiros, sempre desaparecendo no fim da noite. Conforme os corpos vão aparecendo a tensão aumenta entre os tripulantes do navio. O que poderia ser feito para deter aquela matança insana e violenta, que ocorre nas madrugadas escuras em alto-mar?

No livro original escrito por Bram Stoker a viagem do Deméter ocupa poucas páginas. Basicamente temos o diário de bordo do capitão e notícias sobre a chegada do navio destroçado na costa da Inglaterra. Partindo dessa premissa simples então o roteiro desse filme foi desenvolvido. Apesar das críticas que esse terror vem sofrendo por aí, eu particularmente gostei do que assisti. A opção por seguir valorizando o suspense, que deu um certo clima de antigos filmes da Hammer, foi certamente um acerto.

Outro ponto positivo foi escolher o lado mais monstruoso de Drácula. Aqui não há espaço para o conde sedutor de capa vermelha. O Drácula que surge nesse filme é basicamente um monstro sanguinário. O design da criatura inclusive é basicamente inspirado em Nosferatu, o que também não deixa de ser uma escolha excelente por parte da direção de arte do filme. No geral gostei mesmo dessa produção. Respeitaram o material original e ainda conseguiram criar algo novo, baseado na pura criatividade da equipe de roteiristas. Está assim muito bem recomendado. 

Drácula: A Última Viagem do Deméter (The Last Voyage of the Demeter, Estados Unidos, 2023) Direção: André Øvredal / Roteiro: Bragi F. Schut, Zak Olkewicz, baseados no livro "Drácula" escrito por Bram Stoker / Elenco: Corey Hawkins, Aisling Franciosi, Liam Cunningham / Sinopse: O filme conta a história da viagem da escuna Deméter entre um porto do leste europeu e Londres. Entre a carga viaja escondido Drácula, o vampiro da Transilvânia. 

Pablo Aluísio.


A Fera Deve Morrer

A Fera Deve Morrer
A principal razão que me fez assistir a esse filme foi a presença do ator Peter Cushing. Assim como acontecia com outros atores clássicos do terror como Vincent Price, a sua simples presença no elenco já justificava o meu interesse. Só que o filme ainda tem outros aspectos interessantes. Muitos anos antes do surgimento da cultura woke, temos aqui um protagonista negro, empoderado, milionário, que resolve reunir um grupo de pessoas em sua mansão. Caçador há muitos anos, ele acredita que uma daquelas pessoas é um lobisomem e quer ter a chance de caçar um monstro desses. E realmente estava certo, um dos misteriosos convidados é mesmo um lobisomem. A temporada de caça está aberta! 

O filme é claramente uma tentativa de modernizar esse monstro clássico para os anos 70. Então a trilha sonora tem muita black music, com nuances discoteca, além do fato de mostrar cenas de ação mais bem elaboradas, com uso de helicópteros, o que se tratando de uma produção da Amicus, era um luxo daqueles. Só que todos esses aspectos que tentaram modernizar o lobisomem nos anos 70, também deixaram o filme mortalmente datado ao ser revisto nos dias atuais. O próprio lobisomem é nada convincente. Ora é um lobo normal, ora uma homem fantasiado toscamente. De bom mesmo temos um herói improvável no enredo, um simpático vira-lata caramelo que enfrenta bravamente o tal lobisomem. Isso já vale o filme inteiro! 

A Fera Deve Morrer (The Beast Must Die, Inglaterra, 1974) Direção: Paul Annett / Roteiro: Paul Annett / Elenco: Calvin Lockhart, Peter Cushing, Marlene Clark / Sinopse: Caçador milionário decide reunir oito misteriosas pessoas em sua mansão de campo. Ele está convencido que uma delas é um lobisomem de verdade e quer ter a oportunidade de caçar um monstro desses.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de setembro de 2023

Bat Masterson

Título no Brasil: Bat Masterson
Título Original: Bat Masterson
Ano de Produção: 1958 - 1961
País: Estados Unidos
Estúdio: National Broadcasting Company (NBC)
Direção: Alan Crosland Jr, Eddie Davis, Walter Doniger
Roteiro: S.H. Barnett, John Tucker Battle
Elenco: Gene Barry, Allison Hayes, Allen Jaffe, D.D. Beauchamp, Antoine James, Loretta Alfonso, 

Sinopse:
Baseado em fatos reais a série conta as aventuras de Bat Masterson (Gene Barry), um elegante xerife do velho oeste que combate os criminosos com elegância e inteligência, ao invés de sempre apelar para a violência e o confronto de armas em punho. Muito bem vestido, cheio de bons modos, Masterson também se torna um conquistador de lindas mulheres às quais conquista com seu charme inigualável. Série indicado ao Emmy em 1961.

Comentários:
Maravilhosa série da NBC que marcou a vida de toda uma geração na virada dos anos 50 para os 60. Exibida pela NBC a série se tornou rapidamente um sucesso de audiência, chegando a ter três longas temporadas e que só não foi renovada porque o ator Gene Barry não conseguiu chegar a um acordo financeiro com a direção da NBC para levar em frente a história do famoso xerife Bat Masterson. Em termos de Brasil tivemos a exibição da primeira temporada na TV brasileira e seu sucesso foi tão grande que chegou a virar gravação de sucesso na voz do cantor Carlos Gonzaga. Nos Estados Unidos foi lançado um box maravilhoso com as três temporadas completas, com todos os episódios, um item que fez a alegria dos colecionadores de western. De muito bom gosto e ótima direção de arte, além de restauração digital dos primeiros episódios, o box é um daqueles que fazem o orgulho dos fãs de faroeste, até porque a TV também foi por demais importante na popularização do gênero, a tal ponto de rivalizar com o cinema. Além disso temos que reconhecer que em uma série há muito mais possibilidade de se desenvolver melhor todos os personagens. Em suma, "Bat Masterson" é de fato uma preciosidade rara e de ótima qualidade.

Pablo Aluísio.

O Pistoleiro do Wyoming

Título no Brasil: O Pistoleiro do Wyoming
Título Original: Wyoming Outlaw
Ano de Produção: 1939
País: Estados Unidos
Estúdio: Republic Pictures
Direção: George Sherman
Roteiro: Jack Natteford, Betty Burbridge
Elenco: John Wayne, Don 'Red' Barry, Ray Corrigan, Raymond Hatton

Sinopse:
Will Parker (Don 'Red' Barry) é um rancheiro do Wyoming que devido ao hostil clima da região acaba perdendo toda a sua safra. Desesperado para alimentar seus familiares ele se une a um bando de ladrões de gado. Após um confronto é capturado e preso mas ele não se dá por vencido e foge da prisão, começando uma verdadeira caçada para capturá-lo. Roteiro levemente inspirado em fatos reais.

Comentários:
Filme da Republic Pictures que conta em seu elenco com o famoso John Wayne. Infelizmente os fãs do Duke não precisam ficar muito eufóricos pois o filme não gira em torno do mais famoso cowboy da sétima arte. Na verdade seu personagem, Stony Brooke, é bem secundário. Quem for assistir a esse filme pensando em Wayne certamente se decepcionará por essa razão. No geral é um filme B, feito especialmente para matinês, muito curtinho e rápido que vai direto ao ponto. É um bangue-bangue tradicional, sem maiores surpresas. O roteiro ainda ensaia um pouco mais de capricho no que diz respeito ao personagem principal, um rancheiro que entra para o mundo do crime por necessidade, mas não vai muito adiante em relação a isso. Wayne surge com um figurino que lembra bastante o ídolo Tom Mix, com um enorme chapéu branco, além de roupas claras, impecáveis para quem vive no velho oeste americano. Enfim, coisas de Hollywood da época. Em suma, um faroeste da velha escola que mesmo sendo de rotina segue sendo lembrado por causa da presença do imortal John Wayne.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 4 de setembro de 2023

A Grande Ilusão

Título no Brasil: A Grande Ilusão
Título Original: All the King's Men
Ano de Lançamento: 1949
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Robert Rossen
Roteiro: Robert Penn Warren, Robert Rossen
Elenco: Broderick Crawford, John Ireland, Joanne Dru, John Derek, Mercedes McCambridge, Shepperd Strudwick

Sinopse:
Com roteiro baseado no aclamado romance vencedor do prêmio Pulitzer, o filme conta a história de ascensão e queda de um político populista norte-americano. Enganando pessoas, se dizendo cristão e homem honesto, assim que assume o poder começa a abusar dele, além de praticar roubos em série do dinheiro público. A jornada padrão de um politico desonesto e enganador! 

Comentários:
Esse filme foi o grande vencedor do Oscar de melhor filme de 1950, sendo agraciado com mais duas estatuetas. O elenco está excelente! Não poderia ser diferente, tanto o ator principal Broderick Crawford como seu parceiro em cena, John Ireland, como coadjuvante, levaram o tão cobiçado Oscar para casa. Mais do que merecido pois foram realmente trabalhos dignos do maior prêmio do cinema. Em termos de história, é a tal coisa, velha história... nova história. Alguns anos atrás foi lançada uma nova versão, uma nova adaptação cinematográfica desse consagrado livro, mas apesar de igualmente ser um bom filme não se compara ao original. Eu aina prefiro muito mais essa versão clássica. Na verdade toda a força da história vem mesmo do texto escrito, do romance. É um verdadeiro tratado sobre populismo e demagogia. Uma forte mensagem que segue atual, principalmente nos dias de hoje. E do ponto de vista puramente cinematográfico não há o que se reclamar. Temos cinema de muita qualidade aqui, tanto em termos de direção, roteiro, como também no quesito atuação, que já destaquei. Enfim, um dos grandes filmes premiados pelo Oscar em sua história. 

Pablo Aluísio.

Deus é Meu Juiz

Deus é Meu Juiz
O segundo filme da carreira de Paul Newman trazia um tema muito ousado para a época. De certa forma seria considerado complexo do ponto de vista psicológico até mesmo para os dias atuais, imagine para os anos 1950. O ator interpreta um militar das forças armadas americanas que é feito prisioneiro na guerra da Coreia. Ele passa dois longos anos em um campo de prisioneiros e quando retorna aos Estados Unidos está destruído psicologicamente. Pior do que isso, há provas de que nesse período ele teria passado para o lado do inimigo, colaborando com as forças ideológicas e militares dos países que lutaram contra os Estados Unidos na guerra. 

Paul Newman, ainda bem jovem, encontrou finalmente nesse filme o material de qualidade artística que tanto havia procurado. Ele tinha se formado no famoso Actors Studio e estava decepcionado com o primeiro filme que havia estrelado em Hollywood. Então passou a buscar por um roteiro que estivesse à altura de sua formação como ator. Encontrou esse que não foi tão bem compreendido na época de seu lançamento original. Só que não se engane, esse é um drama psicológico maduro e inteligente, um dos melhores já lançados na história do cinema norte-americano. E Newman, como era esperado, estava ótimo em sua atuação.

Deus é Meu Juiz (The Rack, Estados Unidos, 1956) Direção: Arnold Laven / Roteiro: Stewart Stern, Rod Serling / Elenco: Paul Newman, Wendell Corey, Walter Pidgeon / Sinopse: Após ficar dois anos como prisioneiro em um campo inimigo na guerra da Coreia, um jovem militar dos Estados Unidos retorna ao seu país, mas algo está errado com sua mente e forma de pensar. O que teria acontecido?

Pablo Aluísio.