terça-feira, 8 de agosto de 2023

Sangue da Terra

Sangue da Terra
Depois do grande sucesso de público e crítica do filme "Matar ou Morrer", o ator Gary Cooper hesitou bastante em voltar ao gênero western. Afinal aquele tinha sido um filme tão marcante que ele só voltaria ao universo do velho oeste se surgisse um roteiro realmente excepcional, acima da média. Em 1953 ele voltaria a vestir seu figurino de cowboy nesse bom filme intitulado "Sangue da Terra". Não era um western psicológico como havia sido "Matar ou Morrer", onde o brilhante roteiro explorava a tensão e o suspense de um único evento, onde um corajoso xerife se via sozinho para defender uma pequena cidade de uma quadrilha de criminosos e foras-da-lei. 

Ese roteiro era bem mais expansivo na história que contava. Mostrava as lutas de um grupo de fazendeiros do Texas que descobriam o ouro negro, o petróleo, em suas terras. Claro que isso despertava a inveja e a cobiça de outros, inclusive bandoleiros e bandidos de todas as ordens que fariam de tudo para expulsar aqueles homens de suas propriedades milionárias. Até mesmo explosivos de grande potência eram usados para destruir as plataformas de extração de petróleo. E quando a lei falhava não existia outro modo a não ser armar seus homens e partir para o acerto de contas pessoal, a vingança privada. Bom filme, com Cooper completamente à vontade em seu papel. Poucos atores foram tão simbólicos dessa era de ouro do western norte-americano como ele. 

Sangue da Terra (Blowing Wild, Estados Unidos, 1953) Direção: Hugo Fregonese / Roteiro: Philip Yordan / Elenco: Gary Cooper, Barbara Stanwyck, Ruth Roman / Sinopse: No Texas do século XIX homens violentos e bravos fazendeiros disputam a posse de grandes propriedades e terras onde foi descoberto petróleo. Apenas os mais fortes e mais bravos irão sobreviver a esse conflito armado. 

Pablo Aluísio.

Mandingo - O Fruto da Vingança

Mandingo - O Fruto da Vingança
Nos tempos da escravidão esse termo Mandingo era usado para designar os escravos pessoais, aqueles mais próximos de seus donos. Inicialmente seriam os escravos vindos das regiões onde no passado havia se edificado o império Mali. No sul dos Estados Unidos essa denominação passou a ser usada para definir os escravos mais próximos aos seus senhores. Eram os escravos preferidos das grandes fazendas de algodão. Havia certamente um determinado ressentimento dos demais escravos, dos negros usados na lavoura de algodão, por exemplo, contra os mandingos, embora todos eles procurassem e desejassem acima de tudo reconquistar suas liberdades pessoais. 

Esse bom filme, atualmente um tanto esquecido, conta uma dessas histórias dos anos em que seres humanos negros traficados da África eram escravizados. O enredo se passa numa fazenda de algodão do sul dos Estados Unidos. Um violento dono de terras e escravos começa a treinar os homens negros mais fortes de seu plantel, para lutarem na arena de luta livre, onde apostas eram feitas por esses escravistas e seres humanos eram mortos em espetáculos de violência insana. É um bom filme, até bem realista, embora o roteiro também apresente um nada saudável sabor de perversidade nas lutas dos escravos. 

Mandingo - O Fruto da Vingança (Mandingo, Estados Unidos, 1975) Direção: Richard Fleischer / Roteiro: Kyle Onstott, Jack Kirkland, Norman Wexler / Elenco: James Mason, Susan George, Perry King / Sinopse: Dono de escravos do século XIX usa um de seus homens negros escravizados na luta de apostas que eram realizados no sul dos Estados Unidos. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Caminhos Sem Fim

Caminhos Sem Fim
Muitos cinéfilos só conhecem Alan Ladd pelo clássico do western "Os Brutos Também Amam". Visão superficial de um bom ator que atuou em diversos gêneros cinematográficos ao longo de sua carreira. E em seus anos de Hollywood ele também fez muitos filmes de gângters. De certa forma sua filmografia estava cheia dessas produções. O típico criminoso que Ladd interpretava porém era diferente daqueles personagens de James Cagney ou Edward G. Robinson. Ao invés do gângster durão que agredia e ameaçava quem cruzasse seu caminho, Ladd estava mais habituado a interpretar o bandido social, que havia entrado no mundo do crime por não ter outra saída a seguir na vida. Havia sempre um misto de decepção consigo mesmo e melancolia nessa trajetória. O arrependimento e a redenção estavam sempre presentes nos roteiros. 

Nesse filme em questão, ele não interpretava um gângster, mas sim um jornalista. seu personagem passa a trabalhar como repórter investigativo no caso de uma mulher que foi assassinada. Seu corpo foi encontrado no lado sul da velha Chicago, em um tempo em que a cidade era infestada e dominada por gângsters como Al Capone. Os policiais parecem não querer solucionar o crime e ele então começa a descobrir que figurões da cidade estariam envolvidos com a morte da vítima. Só que seu personagem era um sujeito frágil, corroído pelo alcoolismo. Sua vulnerabilidade pessoal iria se acentuar ainda mais ao se envolver nesse crime. Um filme muito bom, mostrando toda a sofisticação intelectual que imperava nos roteiros da Hollywood clássica, mesmo em filmes policiais como esse. Bons tempos para o cinema.

Caminhos Sem Fim (Chicago Deadline, Estados Unidos, 1949) Direção: Lewis Allen / Roteiro: Warren Duff, Tiffany Thayer / Elenco: Alan Ladd, Donna Reed, June Havoc / Sinopse: Jornalista investigativo com problemas de alcoolismo descobre o  envolvimento de figurões da cidade na morte de uma jovem na velha Chicago dos anos 1930. 

Pablo Aluísio.

O Fabuloso Ladrão de Bagdá

Título no Brasil: O Fabuloso Ladrão de Bagdá
Título Original: The Thief of Baghdad
Ano de Lançamento: 1978
País: Estados Unidos
Estúdio: National Broadcasting Company (NBC)
Direção: Clive Donner
Roteiro: AJ Carothers, Andrew Birkin
Elenco: Peter Ustinov, Roddy McDowall, Ian Holm, Kabir Bedi, Daniel Emilfork, Frank Finlay

Sinopse:
Um ladrão esperto e inteligente ajuda um belo príncipe a lutar contra um bruxo malvado para ganhar a mão de uma linda princesa. Adaptação em filme para um famoso conto das mil e uma noites.

Comentários:
Eu ainda me lembro quando esse filme era reprisado pela antiga sessão da tarde dos anos 70. Era figurinha fácil na programação da rede Globo durante o período da tarde. E nem preciso dizer que era uma aventura imperdível naqueles tempos. Tinha uma boa produção, com efeitos especiais mais do que interessantes. Além disso, para quem gostava de cinema para valer, o filme contava com um elenco de veteranos da velha Hollywood. Todos eles em personagens secundários, mas que tinham grande importância dentro da história que o filme contava. Além do mais, havia um gênio da lâmpada e tudo o que você iria esperar da mitologia do Oriente Médio. Em suma, uma diversão simples e saborosa dos anos 70, que ficou muito conhecida no Brasil durante os anos 80, justamente por causa das reprises que passavam na televisão aberta. Um filme de aventura ao velho estilo com sabor de pura nostalgia. 

Pablo Aluísio.

domingo, 6 de agosto de 2023

Congo

Título no Brasil: Congo
Título Original: Congo
Ano de Lançamento: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Frank Marshall
Roteiro: John Patrick Shanley
Elenco: Laura Linney, Tim Curry, Dylan Walsh, Ernie Hudson, Grant Heslov, Joe Don Baker

Sinopse:
Um CEO megalomaníaco envia seu filho para o perigoso Congo africano em busca de uma fonte de diamantes. Quando o contato com seu filho e a equipe é perdido, sua nora é enviada atrás deles com um novo grupo de resgate. História original de autoria de Michael Crichton.

Comentários:
O roteiro foi adaptado de um famoso livro do escritor Michael Crichton. Por isso havia uma certa expectativa de que viria um bom filme pela frente. Só que é a tal coisa. Algumas histórias funcionam muito bem na literatura, mas não caem bem numa tela de cinema. É justamente o que aconteceu com essa produção. Outro aspecto digno de nota é que há um excesso de efeitos digitais. Isso foi causado por uma certa explosão de empolgação em relação às possibilidades que os efeitos digitais proporcionariam no mundo do cinema. Então tudo é usado em excesso, criando uma poluição visual na tela. A se lamentar apenas o bom elenco. São bons atores, mas perdidos no meio de uma história confusa envolvendo gorilas, seres humanos e alta tecnologia.

Pablo Aluísio.

À Beira da Loucura

Título no Brasil: À Beira da Loucura
Título Original: In the Mouth of Madness
Ano de Lançamento: 1994
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: John Carpenter
Roteiro: Michael De Luca
Elenco: Sam Neill, Charlton Heston, Jürgen Prochnow, Julie Carmen, David Warner, John Glover

Sinopse:
Um investigador é enviado para uma pequena cidade no interior dos Estados Unidos para investigar o desaparecimento de um escritor de livros fantásticos. Ao que tudo indica, algo realmente saiu do normal e não é de se descartar o fato de haver uma outra dimensão paralela atuando em nosso mundo.

Comentários:
Dê a César o que é de César! O diretor John Carpenter foi um dos mais talentosos cineastas do cinema americano. Ele fez ótimos filmes, mas também cometeu seus pequenos e grandes deslizes. Esse filme aqui, não tão conhecido, é um dos pontos baixos de sua carreira. É um filme que começa bem, mas que com o roteiro confuso, logo torna tudo muito complicado de se acompanhar. Em certo momento, o espectador não consegue mais dividir a realidade da pura ilusão. E com isso, o filme perde. De bom mesmo, temos o elenco. Além de sempre muito bom ator de Sam Neill, podemos encontrar um mito da velha Hollywood, o ator Charlton Heston. Como eu escrevi, Dê a César o que é de César! 

Pablo Aluísio.

sábado, 5 de agosto de 2023

1923

1923
A serie Yellowstone gerou frutos e frutos muito bons, é importante frisar. Um deles é essa nova série intitulada "1923". Aqui se conta o passado dos familiares do personagem de Kevin Costner em Yellowstone. Exatamente 100 anos no passado. Harrison Ford interpreta o grande patriarca, dono da fazenda localizada na reserva natural. Ele precisa liderar sua família e seus empregados contra inimigos que parecem surgir por todos os lados. O principal deles é interpretado pelo ex-James Bond Timothy Dalton, em excelente trabalho. O personagem é daqueles frios, que se apresentam como homem de negócios, embora sejam na realidade psicóticos sádicos. Ele e Ford garantem a espinha dorsal do elenco, que é todo muito bom e coeso. 

Existe também uma linha espaço-temporal mostrando um dos membros da família que está na África, ganhando a vida como caçador. Ele se apaixona por uma Lady inglesa que está prestes a se casar com um figurão do império britânico. Só que a paixão é tão avassaladora que ela larga o noivo no altar. E quando recebe um carta pedindo ajuda, ele parte em uma verdadeira viagem épica de volta aos Estados Unidos, com direito a naufrágios e duelos em convés de navios luxuosos ao estilo Titanic. Enfim, série nota 10, com produção classe A. Outro tiro certeiro da Paramount Plus, que está formando um excelente catálogo de séries de alto nível. 

1923 (Estados Unidos, 2023) Direção: Ben Richardson, Guy Ferland / Roteiro: Taylor Sheridan / Elenco: Harrison Ford, Helen Mirren, Timothy Dalton, Jerome Lynn / Sinopse: O passado de Yellowstone. No começo do século XX um fazendeiro e sua família tentam manter a propriedade de vastas terras que estão sendo cobiçadas por bancos, bandidos e homens inescrupulosos. 

Pablo Aluísio.

O Homem com a Lente Mortal

O Homem com a Lente Mortal
O ator Sean Connery tentou por anos se livrar do estigma de ter sido o primeiro James Bond. Ele não renegava o personagem, mas tampouco queria ficar conhecido apenas pelos filmes de 007. Durante a década de 1970 ele fez filmes dos mais variados gêneros justamente para escapar disso. Então nos anos 80 ele já conseguiu uma certa autonomia, sendo reconhecido pelo seu talento como ator. Esse filme foi mais um passo nessa direção, a de deixar Bond, James Bond, no passado de uma vez por todas. 

Mais relaxado, Connery embarcou nesse filme que tinha uma mescla de gêneros cinematográficos. Reunia um pouco de suspense, tensão, espionagem internacional e até mesmo, para surpresa de muitos, um humor mais acentuado. De certa forma foi o mais próximo que Connery chegou de fazer uma comédia ao velho estilo. Só não espere por um filmão. Na realidade os melhores filmes de Sean Connery seriam realizados nessa década de 80, mas durante a produção desse filme em particular tudo o que ele conseguiu foi acertar na trave. Os gols no cinema só viriam algum tempo depois. Na verdade essa seria de fato a década de ouro em sua carreira. 

O Homem com a Lente Mortal (Wrong Is Right, Estados Unidos, 1982) Direção: Richard Brooks / Roteiro: Richard Brooks / Elenco: Sean Connery, George Grizzard, Robert Conrad / Sinopse: Um jornalista que trabalha em uma emissora de televisão flagra, sem querer, uma negociação envolvendo a venda ilegal de armas nucleares para terroristas internacionais, o que o coloca em um jogo perigoso.

Pablo Aluísio.