quarta-feira, 20 de abril de 2022

Histórias de Fantasmas

Título no Brasil: Histórias de Fantasmas
Título Original: Ghost Story
Ano de Produção: 1981
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: John Irvin
Roteiro: Peter Straub
Elenco: Fred Astaire, Melvyn Douglas, Douglas Fairbanks Jr, John Houseman, Craig Wasson, Patricia Neal

Sinopse:
Baseado no romance escrito por Peter Straub, o filme conta a história do passado de uma bela e elegante mulher que morre em um terrível acidente. Cinquenta anos depois seu fantasma retorna para se vingar das pessoas responsáveis por sua morte.

Comentários:
Um filme que procura homenagear os antigos filmes de terror e mistério que eram produzidos na Inglaterra durante os anos 50 e 60. O resultado é muito bom. Eu me recordo de ter assistido a esse horror clássico ainda nos anos 80 quando ele foi exibido pela primeira vez na TV aberta no Brasil (na Sessão de Gala, nos sábados à noite). O elenco traz vários veteranos da era de ouro de Hollywood com destaque para um velhinho Fred Astaire. Esse aliás foi seu último filme pois ele iria se aposentar da carreira de ator pouco tempo depois, por causa da idade avançada. Outro ídolo do passado presente no elenco do filme foi Douglas Fairbanks Jr. Amigo pessoal de Chaplin e um astro de filmes de piratas, de aventuras do tipo capa e espada. Enfim, um bom filme de terror que priorizava o susto elegante ao invés do sangue trash que imperava nas produções da época. Foi lançado no Brasil na era do VHS pelo selo CIC Vídeo.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 18 de abril de 2022

55 Dias em Pequim

A história desse filme se passa em 1900, em Pequim, capital da China. Um grupo de nacionalistas chineses começa a atacar estrangeiros por toda a China. Diplomatas, comerciantes, ministros, turistas, ninguém está a salvo. A diplomacia dos países ocidentais tenta uma solução negociando diretamente com a imperatriz, só que um príncipe de sua corte está por trás dos atentados. Conforme a violência aumenta o exército imperial chinês começa então a lutar em favor dos nacionalistas, dando origem a uma sangrenta guerra contra as potências ocidentais que mantém inclusive tropas em Pequim.

Temos aqui uma grande produção do cinema americano. São várias as cenas de batalhas com milhares de figurantes, etc. Tudo muito bem produzido e realizado. O elenco tem três grandes destaques. David Niven interpreta um diplomata britânico que tudo faz para evitar uma guerra generalizada. Sua educação e modos refinados se tornam um grande contraste com a brutalidade da região. E sua própria família é atingida por essa violência insana que explode na capital do império chinês. Charlton Heston interpreta um oficial do exército americano. Um tipo de militar pragmático que luta com as armas que possui. Há boas cenas no filme para Heston, com destaque para a explosão do depósito de armas e munição do exército imperial da China. Por fim a atriz Ava Gardner interpreta uma baronesa russa arruinada que só quer ir embora daquele lugar. Enquanto tenta fugir também ajuda como enfermeira em um hospital local.

O filme é muito bom, com longa duração. Se há alguma coisa a se criticar certamente vem da mentalidade colonialista de seu argumento, de seu roteiro. Os estrangeiros são os mocinhos da história. Só que a China é dos chineses. A nação a eles pertence. Não pertence à Inglaterra, nem aos Estados Unidos. Então aqueles exércitos estrangeiros lutando em solo chinês no fundo não possuem qualquer razão justificável para estarem ali. É tudo colonialismo puro, nada mais. De qualquer modo, deixando essa observação política de lado temos aqui sem dúvida um bom clássico do cinema da época.

55 Dias em Pequim (55 Days at Peking, Estados Unidos, 1963) Direção: Nicholas Ray / Roteiro: Robert Hamer, Bernard Gordon / Elenco: Charlton Heston, David Niven, Ava Gardner, Flora Robson, John Ireland, Leo Genn / Sinopse: Grupo de diplomatas e militares de países ocidentais como Inglaterra, Estados Unidos e França, tentam sobreviver a uma rebelião de nacionalistas chineses em Pequim. Eles lutam pela expulsão de todos os estrangeiros de sua nação.

Pablo Aluísio.

Tarzan e o Grande Rio

O público em geral acabou gostando das mudanças do primeiro filme de Mike Henry como Tarzan, "Tarzan e o Vale do Ouro". Assim um ano depois de seu lançamento chegou nas telas a segunda produção com o mesmo ator. Agora ele já surge menos tenso com a responsabilidade de encarnar o famoso personagem. O roteiro também tem maior fluidez, abrindo margem até mesmo para cenas mais cômicas e leves, sem tanta seriedade que acabou sendo o tom do primeiro filme. Como em time que está ganhando não se mexe os produtores mantiveram praticamente a mesma equipe, com um diferencial interessante: o filme foi rodado no Brasil!

Na época as filmagens causaram grande sensação em nossos meios de comunicação, que resolveram cobrir com extensas reportagens a produção do filme em nosso país. Nem tudo porém foi festa para o ator Mike Henry. Ele acabou sendo atacado por um macaco em uma cena, o que acabou lhe causando um sério ferimento no queixo. Depois teve que correr de uma vaca que o atacou bem no meio de uma tomada de cena. Obviamente tudo foi parar nas páginas de revistas mensais da época como "O Cruzeiro" e "Manchete". Assim o público brasileiro acabou se divertindo em dobro, com as divertidas histórias do set e depois com o filme propriamente dito.

Tarzan e o Grande Rio (Tarzan and the Great River, Estados Unidos, 1967) Direção: Robert Day / Roteiro: Bob Barbash, baseado na obra do escritor Edgar Rice Burroughs / Elenco: Mike Henry, Jan Murray, Manuel Padilla Jr / Sinopse: No Brasil, a Dra. Ann Philips tenta vacinar os supersticiosos nativos contra uma epidemia, só que há viloes que não desejam que isso seja feito. Para ajudá-la o herói das selvas Tarzan chega ao Brasil.

Pablo Aluísio.

domingo, 17 de abril de 2022

O Romance Gay de Marlon Brando

Durante toda a vida o ator Marlon Brando teve uma orientação sexual basicamente heterossexual. Ele adorava mulheres de belezas exóticas, latinas e orientais das ilhas dos mares do sul. Praticamente nunca se relacionava com mulheres caucasianas, brancas ou como ele gostava de dizer "batatas irlandesas". Preferia as morenas, as estrangeiras. Vários casos teve com mulheres desse estilo. No entanto em fins dos anos 50 ele passou a se interessar pela possibilidade de ter uma experiência homossexual.

Brando havia trabalhado com muitos gays em sua profissão, tanto no teatro como no cinema. E a oportunidade surgiu quando ele estava em Paris, de férias. Brando gostava da França porque basicamente as pessoas o deixavam em paz. Não havia fãs pedindo autógrafos e nem os infernais paparazzis. Ele podia andar pelas ruas como uma pessoa normal, passar uma tarde bebendo e conversando nos bares parisienses. E a vida cultural da França o estimulava, com seus museus, teatros, etc.

Na França Brando conheceu um sujeito chamado Christian. Ele sabia falar inglês, era diretor de teatro e se tornou amigo íntimo do ator (no futuro iria dirigir um de seus filmes). Brando apreciava muito o jeito e os modos daquele francês muito culto e solícito. E depois de um dia andando por Paris, bebendo e se divertindo, ele não deteve os avanços do amigo. Christian pegou em sua mão e eles se beijaram, sentados em um belo restaurante com vista para a Torre Eiffel. Naquela noite Brando resolveu passar abraçado ao lado do novo namorado em seu apartamento de Paris.

Ao que consta nas biografias de Brando esse teria sido seu único caso homossexual em toda a sua vida. O relacionamento entre os dois não durou muito, foi extremamente fugaz, mas a amizade entre eles continuou nos Estados Unidos quando Christian foi passar alguns dias hospedado na casa de Brando em Los Angeles. A esposa do ator, Anna Kashfi, provavelmente percebeu que algo estranho estava acontecendo entre os dois, tanto que não demorou muito para expulsar Christian da casa, dando origem a outra violenta briga do casal. De qualquer forma Brando não esqueceria Christian a ponto de ter dado o nome do francês para seu próprio filho!

Pablo Aluísio.

Errol Flynn - Hollywood Boulevard - Parte 4

Robin Hood e a Virgem
Enquanto filmava o clássico de aventura "Robin Hood" o ator Errol Flynn se envolveu em mais uma de suas confusões de alcova. Acontece que Flynn ficou muito interessado na filha de um dos diretores executivos da Warner, uma garota com rabo de cavalo e rosto de colegial angelical que ele conheceu casualmente pelos corredores do estúdio. O problema básico é que a jovem tinha apenas 16 anos de idade! Mesmo assim o astro estava decidido a levar aquela beldade para sua cama.

Ela vinha de tradicional família de imigrantes italianos católicos, onde havia toda aquela mentalidade de que as mulheres deveriam se casar virgem e tudo mais. Quando soube dessa história Flynn deu risadas! Logo ele que havia sido criado dentro de um navio, viajando da Austrália para os Estados Unidos pelos mares do sul onde havia centenas de ilhas com nativas bem dispostas para o sexo. Tudo era surreal demais para o velho marinheiro.

Tanto fez que conseguiu. Flynn tirou a virgindade da garota nos intervalos das filmagens de Robin Hood. O pai da moça descobriu e exigiu a demissão do ator, algo que estava completamente fora de cogitação. As filmagens estavam avançadas e o estúdio havia gasto uma fortuna com aquele filme. Não havia a menor possibilidade do astro principal ser demitido. O pai da jovem então encarou Flynn de frente e disse que ele deveria se casar com ela para salvar sua honra. Flynn mandou o velho plantar batatas!

Ele ameaçou o ator de processo o que fatalmente causaria um escândalo nas páginas das revistas de fofocas. Flynn mandou às favas o diretor da Warner dizendo que ele tinha uma mentalidade medieval, que deixasse a garota viver em liberdade, que ela deveria se relacionar com quem quisesse e que ele era um obtuso. A Warner colocou uma equipe do estúdio para abafar o caso e realmente a história do ator e sua namoradinha colegial ficou fora de alcance do grande público. O resultado de tudo foi que o filme foi terminado e virou um grande sucesso de público e crítica. Algum tempo depois o diretor da Warner, o pai conservador da moça, foi rebaixado para um cargo de menor importância. E a garota? Foi para Nova Iorque estudar onde acabou se tornando uma bem sucedida profissional na área de psicologia. O ator voltaria a encontrar ela muitos anos depois quando já era uma mulher casada e com filhos. Flynn lhe disse que o principal era que ela deveria preservar sempre sua liberdade e que ninguém deveria mandar em suas escolhas, algo que ela concordou plenamente.

Pablo Aluísio.

sábado, 16 de abril de 2022

Gemini: O Planeta Sombrio

Título no Brasil: Gemini - O Planeta Sombrio
Título Original: Zvyozdniy razum
Ano de Produção: 2022
País: Rússia
Estúdio: KD Studios
Direção: Serik Beyseu
Roteiro: Natalya Lebedeva
Elenco: Egor Koreshkov, Alyona Konstantinova, Samoukov Kostya, Dmitriy Frid, Petr Romanov

Sinopse:
Uma nave espacial é enviada para os confins do universo com o objetivo de colonizar um planeta habitável para os seres humanos. Só que no meio da viagem os controles da nave entram em pane e eles vão parar em um lugar remoto e desconhecido do cosmos. Pior do que isso, há uma criatura desconhecida dentro da nave atacando os tripulantes.

Comentários:
Filme sci-fi produzido na Rússia. Depois da invasão da Ucrânia ninguém mais quer saber de produtos culturais vindos da Rússia. No caso desse filme não vão perder nada. O roteiro é uma imitação barata de filmes americanos. De Aliens copiaram o enredo de um ser desconhecido que começa a matar os tripulantes da nave. Por onde passa, a criatura deixa um rastro de gosma ácida, igualzinho aos filmes da franquia "Aliens". Só não vá esperando um monstro bem feito. Os russos criaram uma porcaria mal feita com tentáculos que mal aparece no meio da escuridão. Pobreza de orçamento. Mas as imitações não param por aí. Eles também copiaram o roteiro de "Interestelar" com a viagem entre dimensões, espaço-tempo, etc. Enfim, uma tremenda de uma picaretagem. Uma pena porque o cinema russo tem tradição no gênero ficção, basta lembrar de "Solaris". Ao que tudo indica o cinema russo, assim como sua asquerosa política internacional, parece andar para trás, em retrocesso.

Pablo Aluísio. 

200 Cigarros

Título no Brasil: 200 Cigarros
Título Original: 200 Cigarettes
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Lakeshore Pictures
Direção: Risa Bramon Garcia
Roteiro: Shana Larsen
Elenco: Kate Hudson, Ben Affleck, Paul Rudd, Christina Ricci, Casey Affleck, Courtney Love, Elvis Costello

Sinopse:
Um grupo de amigos marca de se reunir numa festa de ano novo na casa de um deles em Nova Iorque, no bairro boêmio da cidade, da big apple. No caminho acontecem inúmeras histórias diferentes, onde o filme vai desenvolvendo a personalidade de cada um.

Comentários:
Filme com roteiro em estilo mosaico, vários personagens com várias histórias diferentes para contar. O elo de ligação de tudo é uma festa de ano novo que vai reunir todos eles. O elenco é muito bom, contando com algumas das estrelas jovens de Hollywood. A que se sai melhor é justamente Kate Hudson que tem melhores chances dentro de um roteiro difuso, que muitas vezes parece disperso demais. Ben Affleck não tem a mesma sorte, o espaço dado ao seu papel não é muito expressivo. Estrelas musicais também ganharam seu espaço, entre elas a maluca da Courtney Love e o sóbrio Elvis Costello que prova que também pode atuar bem. No geral é um filme com altos e baixos, mas que no conjunto até que segura bem as pontas. Pontas de cigarro claro, porque todos os personagens aparecem fumando!

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 15 de abril de 2022

A Filha do Rei

Eu me enganei. Quando fui assistir a esse filme pensei que iria ver um drama histórico sobre alguma peculiaridade ou curiosidade da vida do Rei Luís XIV, o Rei Sol. Nada disso. O filme na verdade se revelou ser uma fábula cinematográfica, um conto de fadas, onde a corte de Versalhes é apenas um pano de fundo interessante e nada mais. Na história temos uma filha de Luís XIV (Pierce Brosnan) que ficou por anos isolada e escondida em um convento. Quando fica adulta o Rei, tentando superar os erros de seu passado, manda trazer ela para Versalhes, onde possa conviver com a nobreza e arranjar um belo casamento com algum nobre francês. Ela é uma jovem com muita personalidade, decidida, que não vai aceitar tão facilmente um daqueles casamentos arranjados que eram tão comuns nas monarquias da Europa.

Agora, a parte da fábula. O Rei manda capturar uma sereia nos mares mais distantes. Ele está convencido que apenas a força vital de uma verdadeira sereia iria lhe proporcionar vida eterna. E seus marinheiros se lançam ao mar e são bem sucedidos em sua missão. Eles capturam mesmo uma sereia e levam ela para Versalhes, só que a filha do Rei se aproxima da mitológica criatura e decide que vai levar ela de volta ao mar, de volta à liberdade. Claro, temos aqui no roteiro a pura fantasia, assumida, sem ter vergonha de sua alma de fábula sonhadora. Assim temos um filme romântico narrado em tom de contos de fadas, indicado principalmente para as adolescentes. Para os cinéfilos ficam dois atrativos. Ver o ex-James Bond Pierce Brosnan interpretando o monarca mais exagerado da história e um sempre eficiente William Hurt em um de seus últimos trabalhos. Ele faleceu recentemente. Enfim, se você gosta de filmes nesse estilo, então aproveite. Não era bem o meu caso quando assisti a esse "A Filha do Rei".

A Filha do Rei (The King's Daughter, Estados Unidos, 2022) Direção: Sean McNamara / Roteiro: Barry Berman / Elenco: Pierce Brosnan, Kaya Scodelario, William Hurt, Benjamin Walker, Pablo Schreiber / Sinopse: Na corte do Rei francês Luís XIV (Brosnan), sua filha tenta salvar uma sereia capturada. Roteiro baseado no romance "The Moon and the Sun" de autoria de Vonda N. McIntyre.

Pablo Aluísio.