quarta-feira, 6 de abril de 2022

Eterno Amor

Título no Brasil: Eterno Amor
Título Original: Un long dimanche de fiançailles
Ano de Produção: 2004
País: França, Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Jean-Pierre Jeunet
Roteiro: Jean-Pierre Jeunet
Elenco: Audrey Tautou, Gaspard Ulliel, Dominique Pinon, Chantal Neuwirth, André Dussollier, Ticky Holgado

Sinopse:
Um jovem casal encontra o amor e a paixão em momentos inesquecíveis a dois. O relacionamento é tão maravilhoso que eles logo decidem se casar. O mundo porém tem outros planos. Logo estoura a I Grande Guerra Mundial e jovem é alistado no exército, destruindo vidas e sonhos.

Comentários:
Bom, se você procura um filme romântico com lindas tomadas de cenas, com uma fotografia realmente belíssima e uma história de amor trágico eu não teria nada melhor para recomendar do que esse filme francês intitulado "Eterno Amor". Uma certa parcela do público brasileiro não gosta muito do cinema produzido na França porque acham que os filmes são tediosos e exageram na exposição de uma certa melancolia de seus personagens. Não pense que encontrará nada parecido aqui. O filme foi produzido visando o mercado internacional, principalmente o dos Estados Unidos, então nada de muito fora dos padrões é visto. No fundo é apenas uma história tradicional de amor e romance, com muitas lágrimas derramadas no caminho.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de abril de 2022

Ninho de Cobras

Título no Brasil: Ninho de Cobras
Título Original: There Was a Crooked Man...
Ano de Produção: 1970
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Joseph L. Mankiewicz
Roteiro: David Newman, Robert Benton
Elenco: Kirk Douglas, Henry Fonda, Burgess Meredith, Arthur O'Connell, Hume Cronyn, Warren Oates

Sinopse:
Ladrão e pistoleiro, o bandoleiro Paris Pitman, Jr (Kirk Douglas) rouba uma fazenda e esconde o dinheiro em um ninho de cobras no meio do deserto. Para seu azar logo é preso, sendo enviado para uma das piores prisões do velho oeste. E o lugar passa a ser comandado por um diretor linha dura, o ex-xerife Woodward W. Lopeman (Henry Fonda). Para Paris isso não importa. Ele precisa dar um jeito de fugir daquele lugar infernal.

Comentários:
Excelente filme! O western já estava decaindo, descendo a ladeira, quando esse filme chegou nos cinemas em 1970. Foi um sopro de renovação. É um belo faroeste onde todos os elementos parecem estar no lugar certo. A única coisa que me soou um pouco diferente foi a trilha sonora escrita e executada pelo Trini Lopez, um artista popular naqueles tempos. De qualquer forma todos os personagens são essenciais. Kirk Douglas interpreta um patife. Um sujeito que sabe que tem um ás na manga, justamente o dinheiro que escondeu no deserto. A informação vaza na prisão o que garante sua vida pois todos os bandidos que estão presos também querem um pedaço dessa pequena fortuna. O novo diretor da prisão bem no meio do deserto é um sujeito com fama de ser incorruptível, um velho xerife que praticamente aposentado aceita ser o diretor daquela prisão cheia de homens perigosos, assassinos de todos os tipos. Henry Fonda era o tipo de ator que tinha uma grandeza excepcional. Se o roteiro afirmava que ele nunca seria corrompido, o ator fazia o público acreditar nisso. Enfim, eis um filmão de faroeste, para se ter na coleção de qualquer cinéfilo que se preze.

Pablo Aluísio.

O Primeiro Rebelde

Título no Brasil: O Primeiro Rebelde
Título Original: Allegheny Uprising
Ano de Produção: 1939
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: William A. Seiter
Roteiro: P.J. Wolfson
Elenco: Claire Trevor, John Wayne, George Sanders, Brian Donlevy, Robert Barrat, Moroni Olsen

Sinopse:
A história do filme se passa antes da independência dos Estados Unidos. Em 1759, no Vale Allegheny, na Pensilvânia, colonos locais e combatentes indígenas tentam persuadir as autoridades britânicas a proibirem por meio da lei o comércio clandestino de álcool e armas com índios saqueadores da região.

Comentários:
Faroeste B rodado na RKO. John Wayne, ídolo das matinês dos filmes de western, estava prestes a fazer o primeiro grande filme de sua carreira chamado "No Tempo das Diligências". Importante explicar que esse western aqui foi filmado antes do grande clássico, mas só chegou nos cinemas depois, aproveitando todo o sucesso de público e crítica da obra-prima assinada por John Ford. De qualquer forma é bom explicar que não há nada de excepcional a se conferir nesse "O Primeiro Rebelde" a não ser algumas boas cenas de ação. No geral é mais uma produção em série das muitas que John Wayne filmou nessa fase de sua carreira. A fase dos grandes faroestes, clássicos imortais do cinema, só viria um pouco mais tarde em sua carreira.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 4 de abril de 2022

Estradas do Inferno

Título no Brasil: Estradas do Inferno
Título Original: Jet Pilot
Ano de Produção: 1957
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Josef von Sternberg
Roteiro: Jules Furthman
Elenco: John Wayne, Janet Leigh, Jay C. Flippen, Paul Fix, Richard Rober, Roland Winters

Sinopse:
Após invadir o espaço aéreo do Alaska, um caça da União Soviética é interceptado e levado para a base da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) comandada pelo Coronel Jim Shannon (John Wayne). Para surpresa de todos o avião era pilotado por uma tenente chamada Anna Marladovna (Leigh). E um improvável romance nasce entre o veterano Coronel americano e a jovem militar russa.

Comentários:
Pelo título nacional muitos pensavam que iriam assistir a um filme de guerra, com muita ação e batalhas aéreas. Esqueça! Esse filme é na realidade uma comédia romântica das mais bobinhas. O personagem de John Wayne logo se apaixona pela tenente russa interpretada pelo atriz Janet Leigh (mais lembrada na carreira por ter sido esfaqueada no chuveiro na famosa cena do clássico Psicose) e as chances de ver um filme de guerra evapora. Pois bem, esse casal formado por um veterano durão e a mocinha russa não funciona em nenhum momento. Piores são os absurdos do roteiro, como por exemplo, a USAF colocando uma pilota russa, em plena guerra fria, para pilotar seus aviões de caça F-86. Mas não fica por aí. O velho Coronel americano de Wayne ainda fica caindo de paixão pela soviética, mesmo após saber que ela é na verdade uma agente da KGB. Bobinho e muitas vezes chatinho, esse "Estradas do Inferno" não passa de uma decepção produzida pelo milionário excêntrico Howard Hughes que aqui quis unir suas duas maiores paixões (aviação e mulheres bonitas) em um só filme. Definitivamente isso não deu muito certo.

Pablo Aluísio.

Tormenta Sobre o Nilo

Título no Brasil: Tormenta Sobre o Nilo
Título Original: Storm Over the Nile
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos, Reino Unido
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Zoltan Korda, Terence Young
Roteiro: Lajos Biró, R.C. Sherriff
Elenco: Anthony Steel, Laurence Harvey, James Robertson Justice, Mary Ure, Ronald Lewis, Ian Carmichael

Sinopse:
Em 1885, enquanto seu regimento é enviado ao Sudão para combater tribos rebeldes, o tenente britânico Harry Faversham decide renunciar ao seu posto para ficar na Inglaterra. Logo é visto como covarde por todos, inclusive por sua noiva. Então decide viajar sozinho para lutar no Sudão, para assim provar sua honradez no campo de batelha.

Comentários:
O romance "The Four Feathers" de autoria do escritor A.E.W. Mason já deu origem a várias adaptações para o cinema ao longo de todos esses anos. O primeiro filme foi realizado em 1939. Essa produção aqui foi lançada na década de 1950, mas o público em geral conhece mais essa história pela versão muito mais recente chamada "As Quatro Plumas" estrelada por Heath Ledger e Kate Hudson. O que estraga essa versão dos anos 1950 é o excesso. Há excesso de pieguice romântica, de patriotismo exacerbado e de visão colonialista ultrapassada. O protagonista viaja até outro continente para provar sua coragem a uma mulher que lhe deu a quarta pluma da covardia (uma velha tradição britânica). Você morreria por uma mulher dessas? Não, a não ser que você fosse um idiota, você não morreria. Então é isso. Velhas tradições que não se sustentam mais em um filme até bem produzido, mas com roteiro arcaico.

Pablo Aluísio.

domingo, 3 de abril de 2022

Sem Novidade no Front

Título no Brasil: Sem Novidade no Front
Título Original: All Quiet on the Western Front
Ano de Produção: 1930
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Lewis Milestone
Roteiro: Maxwell Anderson, G. Gardner Sullivan
Elenco: Lew Ayres, Ben Alexander, William Bakewell, Edmund Breese, G. Pat Collins, Owen Davis, Jr

Sinopse:
A Primeira Guerra Mundial explode na Europa. Um grupo de jovens ficam empolgados em entrar no exército pois querem parecer honrados e corajosos para seus amigos, familiares, etc. Só que no campo de batalha descobrem que não há nada de honrado na guerra.

Comentários:
Um grande clássico da história do cinema. O terceiro filme a ser premiado com o Oscar de melhor filme do ano. O roteiro trazia claramente uma mensagem pacifista. Os jovens protagonistas do filme pensam que vão alcançar a grandeza ao entrarem no exército, mas tudo o que descobrem no front é desonra, morte, lama e vergonha. Os horrores da guerra foram mostrados pela primeira vez nessa produção que marcou época. Um aspecto a se lamentar é que essa mensagem não foi bem captada pois o mundo logo entraria em outra grande guerra mundial devastadora (a Segunda Grande Guerra Mundial) onde o número de mortos jamais seria superado. De uma maneira ou outra a sétima arte havia mandado seu ponto de vista, sua mensagem de paz, com esse filme histórico. Se não entenderam ou aprenderam nada é outra questão.

Pablo Aluísio.

Núpcias Reais

Título no Brasil: Núpcias Reais
Título Original: Royal Wedding
Ano de Produção: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Stanley Donen
Roteiro: Alan Jay Lerner
Elenco: Fred Astaire, Jane Powell, Peter Lawford, Sarah Churchill, Keenan Wynn, Albert Sharpe

Sinopse:
Dois artistas americanos de teatro, dançarinos, são convidados para irem até a Inglaterra, para se apresentar durante as festividades do casamento real. E no novo país encontram o amor que tanto procuravam. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor música ("Too Late Now").

Comentários:
Esse clássico musical estrelado por Fred Astaire foi um grande sucesso do cinema. Apresentava uma das cenas mais memoráveis do dançarino, quando Astaire literalmente saía dançando nas paredes e no teto de um quarto. A sequência, um primor técnico, até hoje impressiona pelas tomadas da câmera (três cenários foram construídos) e pela própria dança inspirada de Fred Astaire. Outra curiosidade é que como o filme foi filmado na Inglaterra o primeiro-ministro inglês Winston Churchill pediu aos produtores que um papel fosse dado para sua filha Sarah que queria ser atriz. Por uma questão de boas relações diplomáticas ela foi escalada no elenco. Enfim, um belo momento do cinema musical clássico de Hollywood naquilo que ele tinha de melhor. Nota dez!

Pablo Aluísio.

sábado, 2 de abril de 2022

Belfast

Esse filme, que também concorreu ao Oscar na categoria de melhor filme do ano, me lembrou muito de "Roma". Com estrutura narrativa bem semelhante, baseada em memórias, com a infância de um garoto sendo passada em um momento histórico complicado de seu país, com os pais passando por dificuldades, em bela fotografia em preto e branco. É de certa maneira uma narrativa de nostalgia pura."Belfast" e "Roma" são filmes bem parecidos nesses aspectos. A historia de "Belfast" conta a infância de um garoto vivendo na Irlanda do Norte no final da década de 1960. Seu país vive uma crise entre católicos e protestantes, geralmente tudo terminando em violência. E o menino vivencia isso na pele, quando estava brincando na rua de sua casa e de repente chega um grupo de protestantes quebrando tudo! A razão? Alguns católicos morariam ali. Um perfeito retrato da imbecilidade humana.

O roteiro original foi escrito por Kenneth Branagh. Ele nasceu em Belfast, então fica meio óbvio que essa história traz aspectos biográficos do próprio diretor. Ele é o próprio garoto  Buddy da história que conta. Curioso que o diretor separou os irlandenses em duas categorias: Aqueles que ficam e aqueles que se vão. Os irlandeses sempre tiveram a  vocação para a emigração. Muito por causa dos problemas econômicos vivenciados em sua nação ao longo dos séculos, mas também por uma vontade de ir embora, conhecer o mundo. E ele acabou fazendo parte daqueles que foram embora, junto com seu pai e sua mãe. Ficaram para trás seus avôs que ele tanto amava. O avô havia sido minerador de carvão e na velhice pagou o preço por ter ido até o fundo das minas. Morreu de uma grave doença de pulmão. A ética de trabalho de sua geração o levou para a cova."Belfast" é isso, lembranças da infância de Kenneth Branagh. O passado de sua vida relembrada de forma lírica.

Belfast (Belfast, Reino Unido, 2021) Direção: Kenneth Branagh / Roteiro: Kenneth Branagh / Elenco: Jude Hill, Judi Dench, Ciarán Hinds, Caitriona Balfe / Sinopse: O filme conta a história de um garoto vivendo na Irlanda do Norte no final da década de 1960. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Roteiro Original (Kenneth Branagh). Também indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Som, Melhor Direção (Kenneth Branagh), Melhor Música Original ("Down to Joy" de Van Morrison), Melhor Ator Coadjuvante (Ciarán Hinds) e Melhor Atriz Coadjuvante (Judi Dench).

Pablo Aluísio.