domingo, 18 de julho de 2021

Scooby! O Filme

A Warner Bros decidiu fazer uma animação digital do Scooby-Doo e sua turma para ser lançada nos cinemas. Ideia certa na época errada. Programada para chegar no mercado em maio de 2020 o filme foi pego em cheio pela pandemia. Com isso a Warner teve diversos problemas para recuperar o investimento. Isso porque não foi uma animação barata, pelo contrário. A boa notícia é que os saudosistas dos desenhos animados da Hanna-Barbera não vão ter do que reclamar. Na tela desfilam diversos personagens que ficaram famosos nas décadas de 1960 e 1970, na era de ouro desse estúdio de animação. O público brasileiro certamente vai adorar rever essas figuras do passado revitalizados pela moderna tecnologia do presente.

Assim essa filme apresenta não apenas os personagens do desenho clássico do Scooby-Doo, que está aí fazendo sucesso desde os anos 60 quando seu primeiro desenho animado chegou nas telas de TV. Aqui temos também o Dick Vigarista (vilão do desenho "Corrida Maluca"), muito bem aproveitado, o Falcão Azul (Da galeria de super-heróis da HB), seu fiel companheiro o Bionicão e até mesmo o Capitão Caverna (quem foi criança e assistia seus desenhos certamente vai lembrar dele). Até criaram uma série de robozinhos, o equivalente aos minions de "Meu Malvado Favorito". Enfim, quem gosta desses personagens certamente não terá do que reclamar.

Scooby! O Filme (Scoob!, Estados Unidos, 2020) Direção: Tony Cervone / Roteiro: Adam Sztykiel, Jack C. Donaldson / Elenco: Will Forte, Mark Wahlberg, Zac Efron, Amanda Seyfried, Jason Isaacs, Gina Rodriguez  / Sinopse: Salsicha e Scooby se tornam os melhores amigos na adolescência. Depois se unem a Velma, Freddie e Daphne para enfrentar o vilão Dick Vigarista que está prestes a abrir um portal para outra dimensão.

Pablo Aluísio.

sábado, 17 de julho de 2021

Creepshow

Sempre vi esse filme como uma produção duplamente nostálgica. Nostálgico de duas décadas diferentes, dos anos 50 e dos anos 80. Explico. Embora o filme tenha sido lançado nos anos 80, sendo assistido e curtido pelos jovens e adolescentes da época, na verdade a fonte vinha de mais longe do passado, vinha das revistas em quadrinhos de terror dos anos 50. E para acentuar ainda mais isso recriaram o mascote que surgia entre as histórias, um tipo de zumbi bem humorado, com óbvias tiradas de humor negro. E quem escreveu o roteiro desse divertido filme? Stephen King, ele mesmo, o mestre da literatura de terror nos Estados Unidos. Foi uma das primeiras experiências dele escrevendo diretamente para o mundo do cinema. Antes disso apenas havia adaptações de seus livros para o cinema. Aqui ele colocou a mão na massa mesmo, para ver como era escrever para outro meio.

Creepshow fez sucesso no Brasil, mas não nos cinemas. Esse filme chamou atenção mesmo nas videolocadoras da época. Estou me referindo a um tempo onde os cinéfilos iam até a locadora perto de casa e levavam uma fita VHS para curtir em casa, em seus aparelhos de videocassete. E essa franquia tinha outro atrativo. Assim como "Contos Assombrosos" a fita trazia várias histórias. Se o espectador não gostava de uma, poderia curtir na próxima, quem sabe. O roteiro imitava as próprias revistinhas originais que também traziam contos de terror. Com poucos centavos os garotos da época se divertiam como nunca.

Creepshow: Arrepio do Medo (Creepshow, Estados Unidos, 1982) Direção: George A. Romero / Roteiro: Stephen King / Elenco: Hal Holbrook, Leslie Nielsen. Adrienne Barbeau / Sinopse: Contos e histórias de terror publicadas originalmente em quadrinhos durante os anos 1950 ganham uma versão para o cinema sob a direção do renomado diretor de terror George Romero.

Pablo Aluísio.

O Jardineiro Fiel

O filme foi baseado no livro escrito por John le Carré, famoso autor de best-sellers, com uma grande legião de leitores e admiradores. Eu não li o livro original. Minha opinião segue baseada apenas no filme. E nesse aspecto não tive boa percepção desse longa-metragem. Sim, eu tenho pleno consciência que o filme foi extremamente elogiado pela crítica em seu lançamento, mas no meu caso não consegui gostar. Achei um filme extremamente frio, quase uma obra cinematográfica sem nenhuma emoção para passar ao espectador. Acontece muito e é mais comum do que muitas pessoas que curtem cinema pensam. A palavra que me vem à mente é sempre a mesma quando penso em "O Jardineiro Fiel". É uma obra fria, asséptica.

Posso dizer que a única coisa que me agradou mesmo foi a atuação da atriz Rachel Weisz. que inclusive foi premiada com o Oscar na categoria naquele ano que foi até bem disputada. A personagem dela é a única que parece ter alma nessa história, a única que passa algum sentimento verdadeiro. O papel de Ralph Fiennes é todo baseado em um personagem que tem uma frieza fora do normal. O sujeito simplesmente não consegue passar nenhum calor humano. E como ele está em cena em praticamente todo o filme seu jeito de ser passa a incomodar. Com isso tudo o filme acabou me soando bem entediante. Tédio e frio, eis o resumo.

O Jardineiro Fiel (The Constant Gardener, Inglaterra, Estados Unidos, 2005) Direção: Fernando Meirelles / Roteiro: Jeffrey Caine, baseado na obra de John le Carré / Elenco: Ralph Fiennes, Rachel Weisz, Danny Huston, Hubert Koundé / Sinopse: Um viúvo está determinado a descobrir um segredo potencialmente explosivo envolvendo o assassinato de sua esposa, um grande negócio e um caso de corrupção corporativa.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 16 de julho de 2021

A Vida é Bela

Ninguém esperava que Roberto Benigni fosse vencer o Oscar de melhor ator por esse filme. Pois foi justamente isso que aconteceu! Uma zebra e tanto na história da Academia. É incrível que um comediante europeu tenha sido premiado com o mais cobiçado prêmio de cinema do mundo, mas aconteceu. E provavelmente nunca mais venha acontecer de novo. Eu me recordo inclusive que quando seu nome foi anunciado ele reagiu da mesma forma que seu personagem, de maneira muito exagerada! Sim, onde termina a personalidade do ator e começa a interpretação desse seu personagem? Penso que não há muitas linhas dividindo esse aspecto, não no caso de Benigni. Assim para gostar do filme você vai precisar ter ao menos simpatia pelo estilo e pelo tipo de humor que Roberto Benigni faz, caso contrário não vai funcionar muito bem.

Esse filme tem dois atos bem diferenciados em seu roteiro. O primeiro apresenta um humor bem pastelão, diria até mixuruca. É algo até muito inocente, ao estilo humor antigo. ultrapassado. Nesse primeiro ato o personagem principal é apresentado. Um garçom chamado Guido. Um homem meio infantilizado e bobo, mas de bom coração. Já o segundo ato é bem superior. Ele é judeu, vive na Itália durante a II Guerra Mundial e acaba indo parar em um campo de concentração nazista. Ele vai junto do filho de 8 anos. Como explicar uma atrocidade daquelas para uma criança? Para preservar o menino, ele finge que tudo não passa de um grande jogo, cujo prêmio final será um tanque de guerra de brinquedo. Só que como sabemos não é brincadeira o que está acontecendo. É o Holocausto! E como fazer humor em cima de algo tão terrível? Penso que esse filme em particular conseguiu, porque tudo surge um pouco estilizado em cena. O campo de concentração, por exemplo, não é tão realista. Isso poupa o espectador de ter que encarar a triste realidade. E o filme, no final das contas, consegue funcionar. De maneira ampla, olhando o conjunto do filme, gostei do que vi, embora tenha que ressaltar que apenas a segunda parte do filme é realmente marcante.

A Vida é Bela (La vita è bella, Itália, 1997) Direção: Roberto Benigni / Roteiro: Vincenzo Cerami, Roberto Benigni / Elenco: Roberto Benigni, Nicoletta Braschi, Giorgio Cantarini / Sinopse: Durante o regime fascista italiano, um garçom judeu e sua família é enviada para um campo de concentração nazista. Para preservar seu filho daquela situação terrível, o pai faz de conta para ele de que tudo não passaria de um jogo, uma grande brincadeira.

Pablo Aluísio.

Blink - Num Piscar de Olhos

Emma Brody (Madeleine Stowe) é uma violoncelista de música clássica, deficiente visual, que recupera parte de sua visão após uma bem sucedida operação de transplante de córneas. Nessa nova realidade ela acaba testemunhando um crime, que coloca sua vida em perigo. E como se tudo isso não fosse o bastante ela também começa a sofrer de certas alucinações, provavelmente causadas pela cirurgia que sofreu. Gostei muito desse suspense que tem excelentes soluções visuais para mostrar, em foco subjetivo, de como seria a visão parcialmente restaurada da personagem principal. Emma em especial é muito bem desenvolvida, mostrando que o roteiro realmente se preocupou em explorar adequadamente sua personalidade, lapidando sua estória e sua vida pessoal, envolvendo assim o espectador em relação aos rumos perigosos que ela acaba tomando em sua vida.

Esse acaba sendo o grande diferencial de "Blink" pois ele não se contenta em apenas colocar uma pessoa com deficiência em situações de perigo, pelo contrário, trabalha muito bem todo o background envolvendo essa instrumentista de música clássica, muito bem interpretada pela sempre talentosa Madeleine Stowe. A direção é do inglês Michael Apted, um cineasta talentoso que também acertou em cheio em outros ótimos filmes marcantes, entre eles o ecológico "Nas Montanhas dos Gorilas" e o enigmático "Mistério no Parque Gorky". Nessa produção dos anos 80 ele novamente acertou em cheio. Sua direção é eficiente e segura.

Blink - Num Piscar de Olhos (Blink, Estados Unidos, 1994) Direção: Michael Apted / Roteiro: Dana Stevens / Elenco: Madeleine Stowe, Aidan Quinn, James Remar / Sinopse: Música talentosa, deficiente visual, passa por uma cirurgia e voltando a ver o mundo acaba testemunhando um crime que coloca sua vida em perigo. Filme indicado ao prêmio do Edgar Allan Poe Awards na categoria de Melhor Filme de Suspense.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 15 de julho de 2021

A Honra do Poderoso Prizzi

Charley Partanna (Jack Nicholson) é um assassino profissional. Ele trabalha para a família mafiosa Prizzi de Nova Iorque. Durante um casamento do clã, ele conhece uma mulher muito bonita e elegante, chamada Irene Walker (Kathleen Turner). Ela mora em Los Angeles e Partanna fica completamente apaixonado, um verdadeiro amor à primeira vista. O sujeito perde totalmente o bom senso e a razão por essa desconhecida. O que ele não sabe é que ela também é uma assassina profissional. Também é uma ladra que roubou dinheiro justamente da família Prizzi. E agora, como Partanna vai manter seu código de honra e fidelidade com os mafiosos, já que ele está apaixonado por Irene, a mulher que o chefão Prizzi quer ver morta?

John Huston foi um dos grandes diretores da história do cinema norte-americano. Entretanto quando dirigiu esse filme ele já estava bastante idoso. Seus anos de criatividade e glória já tinham ficado no passado. Por isso o que temos aqui é até um bom filme, mas que não chega nem perto dos clássicos que dirigiu. Há um certo humor negro nesse roteiro, embora o filme não seja uma comédia. Jack Nicholson está menos carismático do que o habitual. Anjelica Huston está péssima. Cheia de caras e bocas, não age naturalmente. Melhor se sai Kathleen Turner como a loira fatal. Mesmo bonita e elegante, ficou muito longe da classe de uma Grace Kelly, por exemplo. O filme tem seus bons momentos, mas também apresenta uma certa preguiça em sua linha narrativa. A verdade é que o velho Huston já havia perdido a mão para o cinema, por isso o resultado final não é excepcional. O filme realmente não é lá grande coisa.

A Honra do Poderoso Prizzi (Prizzi's Honor, Estados Unidos, 1985)  Direção: John Huston / Roteiro: Richard Condon, Janet Roach / Elenco: Jack Nicholson, Kathleen Turner, Anjelica Huston, Robert Loggia, John Randolph, William Hickey / Sinopse: Assassino profissional da máfia se apaixona por uma mulher de Los Angeles, sem saber que ela na verdade também é uma criminosa. Uma assassina e ladra, que precisa ser eliminada a mando da mesma família mafiosa pela qual ele trabalha.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 14 de julho de 2021

O Peso da Água

Esse é um filme que não me agradou muito, apesar da recepção favorável da crítica na época. O enredo mostra um fotógrafo que acompanhado de alguns conhecidos decide fazer uma viagem para uma ilha onde no passado ocorreu um crime que se tornou muito conhecido, por ter sido brutal e praticamente sem solução. E após viajarem em um belo veleiro até essa ilha, as coisas começam a fugir do controle, resultando em uma situação de caos e desespero. A direção ficou a cargo da cineasta Kathryn Bigelow que vinha em um momento de alta na sua filmografia, ganhando prêmios e elogios por seus trabalhos. Entretanto esse parece ter sido seu filme mais fraco. Algo que não melhorou com o passar dos anos.

Eu sempre gosto de dizer que não se fazem bons filmes de suspense em lugares turísticos, paradisíacos, com muito sol e praia. Não combina. Filmes de suspense precisam de climas adequados, quanto mais soturnos e sombrios melhor. Há uma excesso de luz nesse filme, fazendo com que o teor de medo se dilua nas belas paisagens do horizonte. Além disso o veleiro completa o quadro de paraíso em férias. Tirar medo do espectador no meio de algo assim é muito complicado, diria quase impossível. Se na literatura pode até funcionar, no cinema simplesmente não dá certo.

O Peso da Água (The Weight of Water, Estados Unidos, 2000) Direção: Kathryn Bigelow / Roteiro: Alice Arlen, Christopher Kyle, baseados no romance escrito por Anita Shreve / Elenco: Sean Penn, Elizabeth Hurley, Josh Lucas, Sarah Polley / Sinopse: Um casal e um grupo de amigos decide  velejar até uma ilha distante do litoral onde no passado ocorreu um crime que ficou célebre pela violência. E o que deveria ser um passeio dos mais interessantes acaba se tornando um horrendo pesadelo.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 13 de julho de 2021

Um Passe de Mágica

Apesar de ser um filme antigo, produzido em 1978, eu nunca havia assistido até ontem. E isso é bem curioso porque sempre fui um admirador do trabalho do ator Anthony Hopkins. Nesse filme ele interpreta um mágico chamado Corky. No começo suas apresentações são ignoradas por um público frequentador de pequenos clubes noturnos. As coisas nunca parecem dar certo. Então ele resolve mudar seu número. Passa a usar um boneco de ventríloquo a qual chama de Fats. E assim as coisas começam a melhorar em sua vida, inclusive ganha um agente e um convite para se apresentar na TV. Para quem não conseguia nem ganhar o mínimo para sua sobrevivência já era uma mudança e tanto.

Só que o boneco Fats logo começa a ganhar uma individualidade própria. Mesmo fora do palco Corky começa a conversar e interagir com ele. A coisa começa a ficar meio assustadora. E tudo piora quando o mágico decide rever um velho amor do passado, Peggy Ann Snow (Ann-Margret). Ele era apaixonado por ela desde os tempos da escola, só que agora Peggy é apenas uma mulher infeliz, casada com um sujeito boçal e asqueroso. Gostei desse filme, que também é conhecido como "Magia Negra" (título que ganhou quando foi exibido na TV). Há um clima de suspense e terror, muito embora a trama seja mais melancólica do que qualquer outra coisa. Hopkins mais uma vez brilha, inclusive fazendo a voz de Fats. É um filme por demais interessante, que assusta de uma maneira pouco convencional.

Um Passe de Mágica / Magia Negra (Magic, Estados Unidos, 1978) Direção: Richard Attenborough / Roteiro: William Goldman / Elenco: Anthony Hopkins, Ann-Margret, Burgess Meredith, Ed Lauter / Sinopse: Mágico fracassado começa a ver sua sorte mudar quando passa a se apresentar com um boneco no palco. O problema é que em pouco tempo esse boneco começa a ganhar vida própria, criando situações assustadoras.

Pablo Aluísio.